South Kingdom escrita por Ernie, Caty Bolton, Ernie 2


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Eu dedico este capítulo para a Caty ! Vocês não sabem como ela me ajudou ! Tomara que gostem.Boa leitura.



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Bufei.

Minha mãe me olhou com aquele olhar reprovador, rolei os olhos. O que eu poderia fazer ? não gosto mesmo daquele Príncipe bundão idiota. Lógico que eu não posso admitir isso em alta voz para qualquer um, mas pelo menos em minha mente eu posso xinga-lo sempre quando eu quiser.

O digníssimos Príncipe Eric Cartman virá nos fazer uma visita, acho que é a primeira vez que o Príncipe vem para o subúrbio da cidade. Ele vem para nós, simples camponeses imundos, não entrarmos em seu castelo e pisarmos no seu chão de mármore, poderíamos acabar sujando-o.

Sai para fora de casa e subi no telhado, já estava acostumado a fazer isto desde criança, sentei-me e olhei para o céu entediado. O Príncipe iria nos visitar pois teremos de “agradecer” a ele, por nos dar um “lar”, “comida” entre outras coisas.

Isso é típico aqui em South Kingdom, de quatro em quatro meses uma família é escolhida para agradecer o Príncipe, desta vez – infelizmente – a minha família foi escolhida. Eu acho isso uma coisa ridícula e desnecessária, ele é um gordo idiota que não faz nada além de comer, manipular as pessoas, aterrorizar todos e nos escravizar, o que eu vou agradecer para uma pessoa dessas ?

Deitei-me no telhado, me aconcheguei direito na palha. Aqui em South Kingdom os camponeses vulgo escravos são tratados muito mal, a burguesia se acha maior que nós só pelo fato de terem dinheiro. Temos de dar quase tudo que plantamos para o Príncipe e o seu bando de puxa sacos, nós que os sustentamos e nem com as migalhas ficamos.

Injustiça, é isso o que acontece neste reino, muita injustiça. Mas é assim que as coisas funcionam aqui, e se você tentar ir contra essas ideias a forca esta a sua espera. Respirei fundo, isso aqui é o inferno na terra.

– Kyle – chamou a minha mãe – desça daí agora mesmo ! o Príncipe esta para chegar, não seja rude e desrespeitoso, ao menos é claro que queira ir para a forca – ela disse fazendo-me descer do telhado.

Entrei dentro de casa, a minha casa era simples, feita de pedra, o telhado todo de palha, ela não é muito confortável para deitar mas é bem resistente, o chão é uma terra batida, tinha uma cozinha – que era o cômodo que tinha mais coisas na minha casa – a sala, o quarto dos meus pais e o meu quarto, eu o divido com o meu irmão Ike.

Em falar no Ike eu não sei onde ele se meteu, entrei em casa e encostei-me na parede, olhei pela janela. Tinham várias outras casas ao redor da minha, ao longo da estrada de terra vi uma carruagem luxuosa se aproximar. Ora ora o Príncipezinho mimado finalmente resolveu mostrar as caras, venha logo que eu não quero ter que atura-lo por muito tempo.

– IKE VENHA PARA DENTRO ! - gritou minha mãe.

Um garoto baixinho de cabelos pretos entrou correndo em casa, Ike estava imundo, sua camiseta que era branca estava preta de sujeira, em sua calça havia um furo na altura do joelho, seu rosto estava sujo de lama e o garoto sorria travesso. Devolvi o sorriso para meu irmão, que sorriu mais ainda, é engraçado ver Ike sorrindo, ele não tem um dos dentes da frente.

Ficamos ali todos esperando o Príncipe, meus pais pareciam estar nervosos, podia ver as mãos de minha mãe tremerem um pouco, já Ike estava sentado no banco de madeira sorrindo.

Finalmente a carruagem parou e ouvimos os relinchos dos cavalos, depois de um tempo passos se derecionando para minha porta, logo a mesma é tocada. Minha mãe respira fundo e a abre, revelando o Príncipe que estava na soleira de minha porta com uma expressão nada agradável.

Olhei para o tal discretamente, ele usava uma farda vermelha, com algumas medalhas colocadas sob o peito direito, a calça era preta - de um tecido caríssimo - uma faixa transversal azul passava por toda a extensão de seu tronco, usava botas lustrosas de couro preto e luvas do mesmo tipo e coloração das botas.

O Príncipe tinha cabelos castanhos e curtos, sedosos e brilhantes, pele pálida e olhos castanhos - mas eu juro que as vezes pareciam vermelhos - ele faz todas as garotas do reino suspirarem por ele, mas para mim continua sendo um nojento, esnobe e mimadinho.

Desviei meu olhar para a prateleira de madeira ao meu lado, fiquei correndo meus olhos por ela, procurando algo para me distrair, com sorte achei. Peguei o pequeno coelho de madeira que meu pai tinha esculpido essa semana e fiquei olhando-o.

Ouvi as vozes de meus pais falando com o Príncipe, rolei os olhos, já podia mentalmente visualizar sua expressão de nojo sem ao menos vê-la. Continuei ali parado encostado na parede, olhando fixamente para o coelho, até que comecei a ouvir passos.

O Príncipe estava em minha frente, levantei meu olhar lentamente parando em seus olhos. Nunca tinha reparado nos olhos do Príncipe, tinham um brilho arrogante e ameaçador.

– Meus cumprimentos a... - ele ficou me olhando como se tentasse lembrar de algo.

Suspirei.

– Kyle - murmurei baixo.

Sorriu de canto.

– Meus cumprimentos a Kyle - ele fez uma breve pausa - você virá comigo para meu castelo.

– O que ? - perguntei indignado.

– Com todo o respeito bossa alteza, mas eu não acho que possa fazer isso... - sussurrou minha mãe com um olhar preocupado.

– Ah não ? - comentou com aquele tom ameaçador - mas quem aqui manda mesmo ? - sua pergunta foi lançada e todos sabiam a resposta - olhe bem Kyle, você tem duas opções, ou você vem comigo ou você vem comigo - sorriu sacana.

Franzi o cenho, ele é um filho da puta.

– E se eu recusar ? - perguntei desafiando-o.

Minha mãe fez um sinal para mim parar, mas o sorriso do Príncipe só se alargou mais.

– Sofra as consequências - murmurou simplesmente - então o que vai ser ?

Engoli seco, meu ódio por aquele sacana havia aumentado gradativamente, apertei meu punho e falei em um tom baixo.

– Eu vou com você - ela quase não saiu.

– Boa escolha - o Príncipe pegou meu pulso e foi me puxando para fora de casa.

– Ei ! Espera eu ainda preciso fazer minhas malas e me despedir de meus pais e....

Fui interrompido com o barulho da porta da carruagem fechando, arregalei os olhos, ele tinha me jogado literalmente no banco - que era muito confortável - olhei para ele novamente, fuzilando-o com o mesmo.

– Não me olhe assim boneca, depois um de meus empregados vira a sua casa pegar sua mala, mas eu tenho certeza que terá apenas mais dois... Trapos para usar - falou rindo maldoso. Quem ele pensa que é para me chamar de boneca ? E ainda mais para falar que minhas roupas são trapos ? Podem não ser da mais fina seda que nem ele usa mas ainda são roupas, pelo menos eu tenho algo para vestir.

Fechei a cara e fiquei olhando para a janela, fiquei assim a viagem de volta para o castelo inteira, ainda sentia o olhar do Príncipe sob mim. Quando a carruagem finalmente parou eu mordi meu lábio inferior, não estava com vontade nenhuma de sair dali, quero voltar para a casa.


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Notas finais do capítulo

Bem eu não posso julgar a minha história, mas vocês podem então se tiverem alguma crítica ou comentário, por favor não fiquem calados !Até o próximo.



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