Como é possível duas pessoas que não se suportam estarem gargalhando que nem crianças? Aquele comentário, vindo do andar debaixo, ia contra tudo que um sentia pelo outro. Muitos dizem que os opostos se atraem, mas para Flack e Jessica era totalmente ridículo e impossível de acontecer, afinal eles se odiavam.

Jessica se endireitou no sofá, parou com o ataque de histeria, o que chamou a atenção de Flack e o encarou com um olhar cerrado.

Jessica:- Não teve a menor graça. – Fechou a cara.

Flack:- E por que estava rindo que nem uma foca?

Jessica:- Por que você estava rindo que nem uma hiena?

Flack:- Não se responde uma pergunta com outra, sabia?

Jessica:- Mas é exatamente isso que você está fazendo.

Flack:- Jessica Angell. – A repreendeu.

Jessica:- Donald Flack. – No mesmo tom.

Jessica:- Ai que droga, eu quero ir embora, cadê a Stella?

Flack:- Boa pergunta.

Jessica:- Você ligou?

Flack:- Ah... me esqueci...

Jessica:- Seu asno, como quer que ela venha me buscar se você não ligou? Por telepatia? Você é um muito esperto Flack. – Sorriu com sarcasmo e uma ponta de ironia.

Flack:- Asno? Serio Jess? Deixa se der anta...

Jessica:- Não desvia do assunto, liga logo pra Stella.

Flack:- Já vou ligar esquentadinha. – Pegou o celular em cima da mesinha de centro e fez a chamada.

Flack:- Sinto em lhe informar, mas a Stella não atende, deixei recado na caixa postal...

Jessica:- Eu quero sair daqui. – Melancólica.

Flack:- Eu te levo...

Jessica:- Nada disso.

Flack:- Já disse que vou te levar.

Jessica:- Não quero e nem preciso de sua ajuda Don...

Flack:- Não diria isso a alguns minutos atrás...

Jessica levantou-se com dificuldade e se arrastou pela rua. Os cortes passaram de ardor para latejantes, era obvio que amanheceria e ela ainda estaria voltando pra casa. Pulava com uma perna só e fazia caretas, na tentativa de se livrar da dor, ou pelo menos, ignora-la.

Flack:- Entre logo. – Parou o carro diante da mesma.

Jessica:- Não. – Continuou andando.

Flack:- Entra logo nesse carro ou eu vou te colocar aqui dentro, você querendo ou não. – Alterou o tom de voz.

Apartamento das meninas NY 00:00 A.M

Jessica:- Olha quem chegou. – Deu o sorriso mais forçado e irônico do mundo.

Stella:- Ai eu vim o mais rápido que pude, o que aconteceu? Meu Deus, eu disse pra você não brigar com pessoas que não conhece, sabia que ainda seria esfolada viva. – Ficou preocupada ao ver Jessica machucada.

Jessica:- Ha- há como você é engraçada Bonasera.

Stella:- Não estou brincando Jess, me fala o que aconteceu.

Jessica:- Nada demais Stella, não aconteceu nada demais.

Stella:- Jessica Angell!!!

Jessica:- O que foi?

Stella:- Desembucha...

Jessica:- Desembucha? Quem hoje em dia fala desembucha? – Ela disse mais pra si mesma do que pra Stella.

Stella:- JESSICA.

Jessica:- Ai foi mal...

Stella:- Fala o que houve, olha pra você, está toda machucada. – Puxou a cadeira e se sentou em frente a Jess, que agora estava com a cabeça baixa.

Jessica:– Depois do conserto do Nate eu pedi para que ele me trouxesse, minha cabeça estava latejando...

Stella:- Ele toca tão mal assim?

Jessica:- Deixa eu continuar. – Suspirou frustrada. – Entramos no carro e ele desviou do caminho dizendo que tinha outros planos para o final da noite... Eu neguei e ele não aceitou muito bem e passou de amável para violento... me joguei do carro para evitar que a manchete de amanhã fosse " Detetive linda, gostosa e inteligente, foi encontrada morta em um beco." Resumindo, foi isso que aconteceu...

Stella:- Nossa Jessica, não estava com a sua arma?

Jessica:- Stella eu pensei que não seria apropriado levar uma arma para um encontro...

Stella:– Achou errado. E onde Flack entra nessa história? Encontrei com ele na portaria.

Jessica:- Eu lembrei que ele morava perto e contei com a sorte... Ele veio correndo e acho que bateu no Nate...

Stella:– Então quer dizer que Flack salvou sua vida?

Jessica:- Falando assim parece que ele é meu herói, surgiu em um momento de pavor com sua capa, ou melhor toalha e seu corpo extremamente musculoso...

Stella:- E não foi?

Jessica:- Ah Stella por que o Nate não é quem pensei que fosse? Por que não consigo um namorado que preste? – Voltou a ficar com a cabeça baixa, agora entre as pernas machucadas.

Stella:- Ah meu bem... – Abraçou Jessica. – Quando a gente pensa que sabe todas as respostas, a vida vem e muda todas as perguntas... Acho que você deveria parar de procurar um amor longe e prestar mais atenção nos que te cercam...

Jessica:- O que você quer dizer com isso Bonasera?

Stella:- Estou dizendo que o amor pode estar mais perto do que você imagina...

Jessica:- Não sei não...

Stella:- Agora que tal um banho? Eu ajudo você... – Estendeu as mãos e Jess as segurou com força.

A água que lavava as feridas mais pareciam áciso, Jessica, depois de muito gritar e ficar com os olhos marejados, se deitou e tentou pegar no sono. Sem sucesso. Não sabia o que a incomodava mais, a dor ou a frase que Stella deixou morrer.

– Será mesmo que tem alguém do trabalho que possa ser meu namorado ideal? Ah Jessica, foco... Isso é idiotice... – Se perguntava mentalmente e conseguiu pegar no sono ao amanhecer.

O sol brilhava fraco em New Jersey, Lindsay começara a se mexer pela cama, por mais sutil que fosse, a luz começou a arder seus olhos.

Danny:- Bom dia! – Ela escutou assim que abriu os olhos.

Lindsay:- Bom dia... – Esfregou os olhos e viu Danny na mesma posição que lembrara antes de pegar no sono. Ai Danny, não vai me dizer que...

Danny:- Sim, eu prometi que velaria seu sono e aqui estou...

Lindsay:– Obrigada Danny. – Levantou-se e beijou a bochecha do amigo.

Danny:- Não foi nada...

Lindsay:- Como se sente?

Danny:- Já me senti melhor Lindsay...

Lindsay:- – Deu um sorriso triste. – Queria saber o que dizer...

Danny:- Não precisa dizer nada. E você, está melhor?

Lindsay:- Se quer saber se a vela funcionou, eu diria que sim.

Depois de fazer sua higiene e se vestir com roupas apropriadas para o dia frio, Lindsay apareceu na sala.

Lindsay:- Bom dia.

Regina:- Bom dia...

Danny:- Lindsay, quero que conheça Xavier... Ele é o mordomo da casa e era o braço direito e esquerdo do meu pai.

Xavier:- Bom dia Srta. Monroe.

Lindsay:- Não, só Lindsay... – Sorriu simpática e apertou a mão do velho que se aproximou. Sua aparência era não serena que Lindsay sentiu vontade de abraça-lo.

Xavier:– Então, Bom dia só Lindsay. – Sorriu.

Lindsay:- Não, não... Me chame de Lindsay. – Gargalhou.

Danny:- Ele entendeu, só está brincando... Lindsay, já conhece a cidade?

Lindsay:- Não.

Danny:- Vamos tomar café em um lugar especial...

Lindsay:– Tá bom... E onde é?

Danny:- Quando chegarmos você vai ver. Venha... – Danny dispensou o motorista e ele mesmo dirigiu até o centro de Hoboken.

Minutos depois...

Lindsay:- Danny... não vai me dizer que... essa é aquela padaria famosa?

Danny:- Lhe apresento a Carlo’s Bakery. Sim, é a padaria que passa na tv e ela foi meu lugar preferido a vida toda.

Lindsay:- Eu imagino o porquê. – Sorriu.

Danny:– Vamos entrar?

Aquele lugar parecia um pedaço do paraíso, em todos os lugares que olhava havia bolos, cup cakes, doces variados e muito chocolate. Danny acenou para Buddy, o dono e o confeiteiro mais famoso de todo os Estados Unidos.

Buddy:- Quanto tempo cara. – Deram um abraço.

Danny:- Pois é amigo.

Buddy:- Olá moça.

Lindsay:– Ai meu deus eu ainda não acredito que estou falando com Buddy Valastro. – Boquiaberta.

Buddy:– Dizem que sou mais bonito pessoalmente...

Danny:- Lindsay está em choque, provavelmente assistia seu programa em Montana quando não tinha nenhum animal pra cuidar. Aii. – Lindsay deu um soco em suas costelas.

Buddy:– Adoro Montana, é um lugar muito bonito... Enfim, já escolheram o que vão comer?

Danny:- Lindsay?

Lindsay:- Ai é difícil escolher...

Buddy:- Posso te indicar?

Lindsay:- Por favor.

Buddy:- Experimente os Cannoli Siliciano...

Danny:- Nossa isso é muito bom, traga pra mim também Boddy.

Depois de abrir uma exceção em seu café da manhã e se empanturrar de bobagens, que diga-se de passagem estavam ótimas, eles voltaram a mansão dos Messer.

– Dannyzinhoooo. – Danny reconhecia muito bem aquele grito histérico.

Danny:- Lauren Cooper... quanto tempo. – Abraçou a mulher que não via a algum tempo.

Cooper:- Sinto muito meu querido...

Danny:- Todos sentimos Copper... – Suspirou pensando no pai.

Cooper:- E não vai me apresentar a amiga?

Danny:- Copper, esta é a Lindsay.

Lindsay:- Prazer Copper. – Deram um aperto de mão.

Cooper:– O prazer é todo meu Lindsay. – Sorriu com simpatia.

Regina:– Copper, você poderia vir um segundinho aqui?

Cooper:– Claro mamãe, Licença Lindsay.

Regina:- Prestou atenção no meu plano?

Cooper:- Sim...

Regina:- Pois bem, comece a agir...

New York 09:00 A.M

Stella:- Entre...

Mac:- E como ela está? – Disse olhando para Jessica deitada no sofá da sala.

Stella:- Não dormiu muito e acabou com os analgésicos da Lindsay e os meus também...

Mac:- Isso deve estar doendo demais. Mais tarde vou ligar para o Sheldon, se não estiver ocupado, ele passa aqui pra dar uma olhada nela.

Stella:- Obrigada Mac... agora vem aqui detetive. – O puxou pela gravata.

Mac:- Onde paramos ontem?

Stella o empurrou na cama e fechou a posta do quarto com os pés. Só faltava tirar as calças de Mac, então Stella ouviu alguém dizer:

– Stella... – Jessica a chamava com uma voz baixa.