Não era pra ter sido assim, só não queria estar ali, tinha que sair, e tinha que ser agora. Jessica pensava com certo pavor.

Jessica:- Para o carro Nate! Jessica gritava enquanto Nate dirigia feito louco.

Nate:- Parar por que? Você é minha agora. A cada palavra que ele dizia, Jess sentia um arrepio subir a espinha.

Jessica:- Não sou sua e nem de ninguém, você não pode me forçar a nada... me solta ou eu...

Nate:- Cala a boca. Ele disse sem deixa-la terminar a frase Agora sua loucura vai ter que ser controlada, porque se não, jogo esse carro de um barranco e morremos juntos... Não ia ser lindo? Ele a olhava como se nunca a tivesse visto antes.

Jess sentiu um pavor subir e seu coração batia descompassado, seus olhos se encheram de lagrimas e suas mãos suavam... Mas, como por um milagre, ela lembrava que ali morava alguém que ela conhecia, era obvio que era uma loucura apostar num sentimento, era um tiro no escuro, mas... não tinha escolha... e em uma fração de segundo ela abriu a porta, Nate a olhou surpreso mais antes que ele pudesse fazer algo, Jessica se jogou com o carro ainda em movimento.

Correr. Correr. Correr. Foi tudo que ela pensou enquanto se arrastava na pista, havia se cortado, sentia uma dor lacerante ardendo nas pernas e mãos, mas tinha que correr. Do jeito que estava fora de si, Nate voltaria e a alcançaria e sabe-se lá o que faria depois disso.

Enfim podia descansar, Don havia tomado um banho que o acalmara até a alma, enrolado numa toalha, ele foi até a janela do banheiro. Fazia tempo que ele não prestava atenção em mais nada a não ser no trabalho, com alguns dias de folga, era bom mudar as vezes.

Ele sentiu seu coração disparar no peito ao ver a imagem de uma mulher correndo com dificuldade e com as pernas ensanguentadas, enquanto um carro retornava cantando os pneus. Era linda... jovem... apavorada... e aquela voz, embora que o pavor tivesse a tomado, poderia ser reconhecida a quilômetros de distância.

Flack:- Jess! Ele gritou e sem se importar pelo fato de estar apenas de toalhas, saiu correndo, precisava ajuda-la.

Quando chegou na rua, Jess vinha em sua direção, estava machucada, mais ainda era a Jessica que ele conhecia, forte e com um toque de loucura no olhar.

Jessica:- Flack... Sua voz saiu como um sussurro já que correra alguns metros.

Mas antes que ele pudesse ajuda-la, um homem se aproximou visivelmente alterado e a puxou pelo braço, ela se debatia e tentava morde-lo, Flack não sabe o que aconteceu, mas se lembrava de sua mão na cara dele.

Nate nem tentou se defender, e com o rosto ensanguentada na altura da sobrancelha devido ao soco dado por Flack, ele olhou os dois e saiu cambaleando... Mas ele voltaria... Isso era fato.

Flack:- Você está bem? Ele perguntou a Jess enquanto ela olhava para os cortes nas mãos.

Jessica: Poderia ter me virado sozinha. Ela disse dando de ombros.

Flack: De nada! Se virou e ai voltando pro prédio.

Jessica:- Até que você não fica nada mal assim... Ouviu Jess dizer em meio um sorriso triste.

Flack sentiu-se corar, voltou a olhar para Jessica e disse:

Flack:- Entra, você precisa de cuidados.

Sem nenhuma discussão ou teimosia, ela assentiu.

Flack: Não posso tomar um banho que você já se mete em confusão?!

Jessica:- Liga pra Stella e pede para ela me buscar por favor...

Flack:- Depois que cuidarmos desses machucados... Flack voltou com uma maleta de primeiros socorros Se bem que o mais indicado é ir ao médico... Isso tá bem feio...

Jessica:- Nada de médico, foi só uns arranhões.

Flack: Já volto... vou só vestir algo descente.

Jessica:- Se quiser ficar assim eu não me importo...

Flack:- Do jeito que você é dramática vai dizer que fiquei nu na sua frente...

Jessica:- Vai logo...

Flack voltou com uma calça preta e uma blusa bem apertada branca, marcando todo seu corpo musculoso e definido.

Jessica: Aiii Flack... Segurava o choro depois que ele passou um liquido nos cortes.

Flack:- Calma Jessica... Se eu soprar melhora?

Jessica:- Não custa nada tentar...

Flack :- Tem um corte da sua bochecha... posso? - Mostrou o algodão e esperou a resposta.

Jessica :- Pode, mas sopre...

Flack se aproximou e com delicadeza passou o algodão com o líquido na bochecha de Jess, que ao sentir o ardor se virou com os olhos fechados e esbarrou seus lábios nos de flack.

Ele sorriu de lado constrangido e soprou por alguns segundos com a tentativa de aliviar o ardor. Jessica tentava ser forte e não chorar, porque segundo ela, chorar perto das pessoas, é sinal de fraqueza. Aquele momento de gritos foram interrompidos por alguém batendo no piso e gritando.

–Você tem vizinhos que querem dormir... Peguem mais leve vocês dois ai em cima....

Flack: Será que ela acha que... nos dois...? Gargalhou.

Jessica:- Ai meu deus... não tem nada ver... Logo as lágrimas que existiam em seus olhos deram lugar a uma risada incontrolável.