Um novo olhar sobre uma nova Seleção escrita por Gato de Cheshire


Capítulo 44
Despertar drogado


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, eu queria explicar que agora que estou de férias as postagens serão bem mais frequentes, era para esse capítulo ter saído no final de semana, mas eu peguei um resfriado e quase entrei em como no sábado por causa dos remédios e da febre, então não rolou. Segundamente (sei que essa palavra não existe, mas quero usar mesmo assim), quero me desculpar pelas loucuras da Sam deste capítulo, acontece que eu escrevi morrendo de sono, e eu costumo ficar mais maluca que o normal quando estou com sono. E por último, era para ter sido um capítulo maior, também ia parecer a patre em que a Sam fala com o povo lá do palácio e rola uma interação legal com a diva Celeste, porém se fosse assim eu ia demorar mais para postar, então deixo isso para o próximo.
Boa leitura, espero que gostem.



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P.O.V Samantha

Aqui vai uma breve descrição da situação em que eu me encontrava: eu estava deitada em uma mesa (até ai nem era tão ruim, já deitei até em corrimão de escada), eu estava sem calça, tinha pontos no meu quadril e para completar o desastre, estava mais esfomeada que canibal em horta! Tem jeito melhor de acordar? Pior que tem, imaginem um príncipe imbecil gritando no seu ouvido, acho que não é mais desconfortável, porém da mais raiva. E acho que a perda de sangue está me deixando mais louca que o normal.

Para completar o quadro, quando eu consigo finalmente mover minha cabeça para analisar o local desconhecido (coisa que foi bem mais complicada do que parece já que eu estava com a sensação de que minha cabeça pesava uma tonelada a mais que o normal), me deparo com uma mulher, que eu nunca vi na vida, olhando fixamente pra mim e, assim que nota minha movimentação, ela sai correndo.

Enfim, as coisas começam a melhorar quando no lugar da maluca volta o idiota do Shane (onde essa anta tinha se metido? Quando eu preciso dele, ele some, mas quando quero a maior distancia possível essa desgraça está sempre lá para me torrar a paciência). Pelo amor de Deus, eu quero comida! E muita água, porque minha garganta está mais seca que o deserto do Saara. Continuando com as melhorias, o príncipe imprestável que resolveu ser útil me ajudou a sentar sem que minha cabeça caísse.

–--Você está bem? Consegue se mexer? Está com frio? Precis...

–--Fica quieto! – ordenei, infelizmente em um sussurro, já que era o máximo que saia da minha garganta – Estou suficientemente bem, consigo me mexer, não estou com frio e preciso de comida. Antes de qualquer outra coisa, cadê minhas calças?

–--Eu cortei. Antes que você tente me matar com esse seu lindo olhar, foi preciso para que conseguíssemos cuidar do seu ferimento.

–--Trás comida e água, depois continuo meu interrogatório.

Ele foi sem reclamar. E isso foi extremamente assustador. Desde quando Shane não discute comigo por qualquer bosta? Desde quando ele me obedece sem precisar ser ameaçado? Tinha algo muito errado... Será que ele bateu a cabeça? Ou foi abduzido por alienígenas mais gentis? Que droga será que me deram? Por que eu não consigo ter nenhum pensamento coerente? É impressão minha ou estou mais mal-humorada que o normal? Será TPM? Ah, não pode ser, lembrei que tomo pílula.

Shane voltou com uma bandeja, tinha uma jarra de suco e uma de água, maçã, banana, morango (com leite condensado, salivei), pão, biscoitos e o melhor de tudo: CHOCOLATE! O príncipe ficou quietinho na continho dele enquanto eu devorava tudinho (literalmente, não sobrou nenhuma migalha de pão). Por que diabos eu estou usando tanto diminutivo?

–--Ok, eu já deduzi que estamos na cabana dos seus padrinhos. – comecei depois de ingerir a última gota d’água – E que vocês me deram pontos. Mas como eu vou voltar sem calça?

–--Georgia vai arrumar novas roupas para nós, até lá você pode ficar com a minha camisa. Se quiser.

Observei a camisa preta que ele usava, estava em melhores condições que as minhas roupas (não tão melhores, mas ainda assim melhores) e era melhor do que ficar exibindo a minha calcinha, que eu tenho que admitir que não cobria quase nada, por ai. O lança da calcinha é o seguinte: eu tenho uma obsessão estranha por lingeries, então a maioria das minhas são bonitas, o que me deixa menos envergonhada, entretanto bem indecentes, por que aqui vai uma lógica simples: quanto mais bonita a lingerie, menor é.

–--Passa pra cá. – falei estendendo a mão.

Ele desabotoou os botões, e meu braço já estava doendo de tanto ficar estendido, e colocou a camisa na minha mão.

–--Vira de costas. – mandei e ele obedeceu – E se espiar eu te capo!

Ouvi sua risada meio brincalhona e meio maliciosa antes de tirar minha blusa e vestir a camisa dele, que era quase um vestido pra mim. Eu avisei por avisar, pois sabia que ele não ia olhar, Shane era muitas coisas, mas, acreditem ou não, pervertido não era uma delas.

–--Pode virar. – falei.

–--Gosto das minhas roupas em você. – ele disse.

–--E eu gosto de usá-las.

Acho que meus olhos até arregalaram, eu admiti mesmo isso? Pelo menos não contei que é porque elas têm o cheiro dele. Que merda eu estou pensando? No cheiro maravilhoso de chuva que o príncipe com um belo tanquinho tem... Foco Samantha!

–--E mais uma pergunta. – acrescentei rapidamente – Por que eu estou me sentindo meio... – qual seria a palavra certa?

–--Incoerente? Confusa? Tonta? Doida? – Shane completou pra mim.

Fiz que sim com a cabeça.

–--Bem, para aliviar a dor muscular, minha madrinha fez um chá com uma erva medicinal que eu não lembro o nome e deixou você inalando por um tempo.

–--Eu realmente suspeitei que estava drogada.

–--Não é drogada, você só vai ficar meio grogue durante mais algumas horas. Deseja perguntar mais alguma coisa?

–--Desejo. Por que você está sendo tão formal? E tão pouco idiota? Por que está fazendo minhas vontades? E por que diabos ainda não brigou comigo por um motivo ridículo qualquer?! – eu já estava gritando e mexendo os braços, acho que até dei uns pulinhos.

–--Porque você foi baleada, perdeu sangue e eu estou preocupado. – respondeu simplesmente. – Não quero que passe por fortes emoções. E a raiva parece vir com mais facilidade e intensidade pra você, então estou tentando não te provocar.

Meio queixo foi ao chão e ficou por lá mesmo. Sério que ele estava preocupado? E comigo ainda por cima? Acho que a droga está me fazendo alucinar. Ou estou em uma dimensão paralela, onde o Shane é um cara legal, que se preocupa com alguém além de si mesmo. Contudo, todos os sinais indicavam que ele falava a verdade, afinal, ele está com uma cara bem estranha desde que o vi (creio que deve ser a cara de preocupação que ele nunca usou na vida), está fazendo todas as minhas vontades e está sendo um ser humano decente.

–--Você se importa comigo? – perguntei com uma voz extremamente baixa e incrédula.

–--Claro que me importo! – exclamou com se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

–--Então volte a agir como o imbecil que você é. Porque, sinceramente, esse Shane preocupado e humano me assusta.

Ele riu. Era uma risada meio divertida, incrédula, admirada e sarcástica... Como alguém podia transmitir tanta coisa em uma risada tão curta? Seus olhos eram uma mistura de emoções também. Indecifrável. Grunhi frustrada com aquilo.

–--Por que você tem que ser tão confuso? – perguntei já ficando irritada.

–--Eu sou confuso? – agora havia apenas incredulidade em sua voz – Você é ser mais confuso que já pisou neste planeta, Sam!

–--Não sou, é você!

–--Não, é você!

Acho que agora estávamos em uma competição de quem gritava mais alto e tinha o olhar mais raivoso. Como chegamos nisso mesmo? Por que estamos brigando? Eu nem notei, mas tínhamos nos aproximado enquanto competíamos, como se olhar mais de perto fosse fazer ser mais intenso. Era possível sentir sua respiração gelada contra o meu rosto. E no segundo seguinte...

Eu não sei quem se moveu primeiro, se fui eu ou ele, mas não importa. O que importa é que minhas mãos já estavam agarradas aos seus cabelos, as dele segurando minha cintura com força, nossos lábios mexendo-se um contra o outro com brutalidade e rapidez. Separamo-nos ofegantes e logo já estávamos nos beijando novamente da mesma forma. Era como se precisássemos daquilo, era um beijo extremamente necessitado.

Quando finalmente nos soltamos, ele estava com os olhos azuis escurecidos, lábios inchados e avermelhados, ofegante, seu couro cabeludo devia estar dolorido de tanto que puxei seus fios negros. Provavelmente eu não estava muito diferente.

Continuamos a nos encarar, até um cara, que deve ser o tal August, nos chamar para falar com o rei e a rainha.


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Notas finais do capítulo

Desculpe pela pegação mixuruca, é que eu acrescentei meio que de improviso para minha querida leitora Jujubas Azuis.