Um novo olhar sobre uma nova Seleção escrita por Gato de Cheshire


Capítulo 43
Rebeldia - A marca parte final


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, sei que tinha prometido postar mais rápido, mas acontece que naquela mesma semana eu fui viajar na quarta e voltei só domingo a noite, na semana seguinte tive sei lá quantas provas, pois essa é minha última semana de aula e nem sei como arranjei tempo de postar hoje, pois daqui dois dias já é minha formatura... Estou sem tempo até para respirar. Me desculpem, eu queria mesmo ter postado antes.



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P.O.V Shane

Entrei apressado ainda carregando Sam em minhas costas, August passou a me seguir assim que fechou a porta. Não demorou a que Georgia estivesse na sala, completamente confusa e assustada ao perceber a situação.

–--Não temos tempo para explicações. – falou August – Shane, coloque-a sobre a mesa de jantar.

Fiz o que ele pediu enquanto Georgia corria para cozinha e voltava carregando alguns panos molhados, uma vasilha cheia de água fervendo, agulhas, facas e tesouras. Ao ver tudo aquilo em suas mãos eu quis gritar, não se de sustou ou de desespero. Pude ver minha madrinha respirar fundo quando parou em frente a Sam e viu o sangue que inundava a cintura de sua calça camuflada. Ela analisou o ferimento durante alguns torturantes segundos antes de se virar para nós, sua expressão era indecifrável.

–--A boa notícia é que a bala não atingiu nenhum órgão ou osso e o sangramento não é tão intenso quanto parece. – tomou fôlego antes de continuar – A má notícia é que vou precisar retirar a bala e dar alguns pontos, vou precisar de ajuda.

Rapidamente me pus ao seu lado, pronto para ajudar em qualquer coisa que ela precisasse. Georgia olhou-me e me lançou um sorriso reconfortante logo voltando toda sua atenção para a garota baleada. Ouvi-a respirar fundo antes de posicionar com cuidado suas mãos no cós da calça de Sam, tentando abaixá-la sem piorar o ferimento.

–--Shane. – chamou-me engolindo em seco em seguida – O sangue secou, precisamos cortar a calça dela.

Esta era uma frase que eu nunca pensei que escutaria, se a situação não fosse tão séria eu teria rido, na verdade, teria explodido em gargalhadas. Contudo, eu apenas mordi os lábios e suspirei, um modo silencioso de dizer que eu a ajudaria.

–--Tome cuidado. – avisou-me enquanto punha uma tesoura em minhas mãos.

Por segurança, ela decidiu que ela mesma cortaria o lado esquerdo, onde estava a bala, eu fiquei encarregado de cortar o direito. Em poucos segundos, porém, parei o que fazia, algo em seu quadril chamou minha atenção, era uma tatuagem, constatei, bem pequena, mas não a ponto de passar despercebida. Demorei um bom tempo para perceber do que se tratava, eu reconhecia aquela estranha estrela, era o símbolo nos rebeldes nortistas. Isso me fez sorrir, mas, ao mesmo tempo, me confundiu, Sam nasceu depois da desintegração dos rebeldes.

Resolvi deixar minhas perguntas de lado por um tempo e continuei a cortar. Assim que terminamos de tirar sua calça por completo, Georgia me olhou de forma séria.

–--Agora vou precisar que você tenha todo o foco e calma que puder, vou ter que retirar e bala, sempre que te pedir algo faça sem contestar, tudo bem?

Apenas assenti com um leve movimento de minha cabeça. Ela rapidamente pegou uma faca e logo já estava mexendo profundamente no ferimento. Sam se mexeu desconfortável, entretanto continuou inconsciente.

–--Segure-a. – ordenou Georgia – Mantenha-a parada para que eu possa tirar a bala.

Com uma mão em sua cintura e outra em sua coxa fiz com que Sam ficasse impossibilitada de mover o quadril.

Alguns minutos se passaram até que minha madrinha conseguisse retirar a bala, por mais que não tenha sido nada grave, tinha ido muito fundo.

–--Me passe um pano quente. – pediu.

Peguei um dos muitos tecidos que ela havia trazido e molhei na tigela de água fervente, em seguida entregando a ela. Georgia cuidadosamente limpou o ferimento, então estendeu-me a mão, pedindo para que eu lhe passasse a agulha e a linha, obedeci rapidamente.

–--Agora é realmente necessário que você consiga com que ela permaneça imóvel. – falou olhando intensamente para mim.

–--Ela não é muito fã de obedecer minhas ordens... Mas acho que consigo. – disse.

Georgia riu brevemente antes de voltar a se concentrar. Durante todo o processo mantive meu foco em fazer com que Sam não se mexesse muito, o que inesperadamente funcionou muito bem.

–--Bem, - ela suspirou – agora é esperar que ala acorde.

+ + +

P.O.V Julie

Estávamos neste esconderijo já fazia horas... Pelo que pude entender, o ataque já terminara, agora os guardas estavam apenas inspecionando o local, analisando os danos causados, procurando por mortos ou rebeldes escondidos, esse tipo de coisa. Nossos únicos problemas eram: uma Alice extremamente surtada por ser claustrofóbica e uma rainha America e uma princesa Anne em prantos desde que nos avisaram de que não sabiam o paradeiro de Sam e Shane.

Eu também estava morta de preocupação, assim como todo mundo (se bem que acho que Rachel estava fingindo e Stacy preferia que Sam estivesse morta). De qualquer forma, algo me dizia que eles estavam bem, não sei se era um pressentimento ou raciocínio lógico. Os dois são extremamente habilidosos em combate corpo a corpo, além de serem também muito espertos, eu duvidava muito que tivessem sido pegos.

Cada um ali demonstrava uma coisa, mas, devido ao silêncio absoluto, tenho certeza de que todos estavam pensando em onde aqueles dois malucos poderiam estar, se estavam vivos, se estavam bem... Não sei se toda essa certeza que eu tinha era fruto de um desejo causado pelo desespero ou se realmente tinha algum sentido.

Meus devaneios foram interrompidos por um guarda que adentrava o esconderijo. Fui inundado com a esperança de que finalmente poderia sair dali.

–--Não há mais sinais dos rebeldes, vocês já podem sair. – comunicou-nos e nesse momento quase pulei de alegria.

–--E o meu irmão? – perguntou Anne ansiosa.

Essa era a pergunta de um milhão de dólares. Em todos os olhares havia esperança e curiosidade.

–--Sua Alteza não está no palácio, mas alguns guardas afirmam tê-lo visto saindo do palácio logo no início do ataque.

–--Saindo do palácio? – interrompeu o rei confuso e ansioso. – Como?

–--Pelos relatos ele estava em uma moto.

–--E a Sam? – ele foi novamente interrompido, mas desta vez por Belle.

–--A senhorita Samantha estava com ele.

Não pude evitar um sorriso triunfante de satisfação. Eu sabia!

–--Sabia o que sua doida? – perguntou-me Alice.

–--Eu falei em voz alta? – me senti corar.

–--Na verdade, você gritou. – informou-me Taylor.

–--Nada não. É só que eu tinha certeza que eles estavam bem.

–--Você não pode ter certeza. – intrometeu-se Rachel com sua habitual arrogância – Eles podem ter sido perseguidos e estar mortos à uma hora dessas!

Foi inevitável bufar e revirar os olhos... Eu estava passando muito tempo com a Sam.

–--Se liga, são Shane e Samantha, eles podem dominar o mundo se quiserem.

–--Mas primeiro eles tinham que parar de infantilidade e se unir para alcançar esse objetivo. – falou Justin rindo e amenizando a situação.

–--Isso é fácil de resolver. – um sorriso travesso surgiu no rosto de Celeste ao pronunciar essa frase – É só eles admitirem logo que se amam e acabar com essa história toda.

Após fazer a revelação que chocou a todos (ou nem tanto, já que a maioria nem parecia tão surpresa assim, no caso de Rachel, ela parecia mais raivosa do qualquer outras cosia), a princesa subiu as escadas rapidamente saindo dali.

Sem ter mais o que fazer todos seguiram seu exemplo, mas, assim que estava na segurança e aconchego de meu quarto, Alice aparece para tirar minha paz, querendo saber detalhes sobre o que a princesa estava falando. Acho que ela pensou que eu sabia de alguma coisa por ser a mais próxima de Sam entre nós quatro. Entretanto, falei o que eu pensava e contei detalhe por detalhe do que me levou a chegar àquelas conclusões.

+ + +

P.O.V Celeste

Já faz algum tempo que saímos do esconderijo e estou descansando em meu quarto, mas acabaram de vir me comunicar que meus pais me esperam no escritório o rei. Devem estar querendo me estrangular pelo o que eu falei. Por que eu fiz aquilo? Para ver se as selecionadas se tocavam de uma vez que meu irmão não estava nem ai pra elas e só tinha olhos para Sam, quem sabe assim elas iriam embora e poderíamos terminar essa Seleção de uma vez.

–--Para que precisam de minha ilustre presença? – perguntei entrando (lê-se invadindo) o cômodo.

Todos os olhares se voltaram para minha linda pessoa. Era mesmo uma reunião, estavam meus pais, Marlee, Carter, Anne, Taylor e Justin.

–--Uma videoconferência com August. – respondeu minha mãe.

O padrinho de Shane... Isso era interessante. Com a minha chegada não faltava mais ninguém, então não demorou a que a imagem do ex-líder rebelde aparecesse na enorme tela.

–--É bom poder falar com você. – saudou meu pai com um sorriso.

–--Igualmente, Maxon. Já estou ciente do ataque ao palácio, sei que devem estar muito preocupados com seu filho, mas quero tranqüilizá-los. Estou na minha cabana, como vocês sabem essa semana foi meu aniversário de casamento, hoje mais cedo Shane apareceu aqui, ele estava com a garota.

–--Eles estão bem? – perguntou mamãe ansiosa.

–--Bem, meu afilhado está perfeitamente bem, embora cansado. – respondeu com um sorriso gentil.

Ele fugiu da pergunta, não exatamente fugiu, porém pude perceber que tomou o devido cuidado para não mencionar Sam.

–--E a Sam? – perguntei exigente e cautelosa.

Ele soltou um longo suspiro o que me deixou extremamente preocupada, pelo canto do olho vi Taylor cerrar os punhos e Justin ficar tenso, minha mãe mordia os lábios e Anne estava com os olhos esbugalhados.

–--Ela está bem. – garantiu-nos – Levou um tiro, mas não precisam se preocupar, atingiu apenas o quadril.

–--Posso falar com ela? – pediu Taylor.

–--Samantha ainda não acordou, porém, se quiserem posso chamar Shane.

–--Por favor. – disse meu pai, sua voz estava ansiosa, preocupada e aliviada.

A imagem ficou focada em uma lareira no fundo da sala durante algum tempo, até que vimos August voltar trazendo meu irmão consigo. Ele pareceu horrível, seus olhos azuis pareciam cansados, seu cabelo bem mais desgrenhado que o habitual, suas roupas amarrotadas e sujas.

–--Oi, maninho. – sorri minimamente.

–--Oi. – respondeu, sua voz era arrastada e o sorriso forçado.

–--Fico muito feliz que esteja bem, querido. – falou minha mãe – Mas assim que Sam acordar quero vê-la.

–--Pode deixar.

–--Parece que ela é bem querida ai no palácio. – disse August. – Também gosto dela.

–--Você nem conversou com ela ainda. – argumentou Shane incrédulo.

–--Simpatizei com a tatuagem dela. – ele piscou – E nem tente se fazer de desentendido porque eu vi você olhando.

Antes que alguém pudesse perguntar alguma coisa sobre essa tatuagem misteriosa, Georgia entrou apressada.

–--Shane! – chamou feliz – Ela acordou.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha compensado a demora. O que acharam de tatuagem da Sam? E a Celeste impaciente com a burrice dos dois? E a Georgia cirurgiã?



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