Um novo olhar sobre uma nova Seleção escrita por Gato de Cheshire


Capítulo 32
DJ Celeste


Notas iniciais do capítulo

Vejamos... Por que eu demorei? tenho uma pequena listinha de motivos preparada:
—Bloqueio criativo GIGANORME
—Minha prima me ligou e tomou conta do meu tempo nos últimos dias me arrastando para casa da minha vó.
—A casa da minha vó está sem internet :-(
—Eu e minha prima alugamos quatro temporadas de Supernatural, o que nos manteve ocupadas por todas as 24 horas dos últimos dias.
Então, me desculpem.
Ah, e mais uma coisa. Esse capítulo é inteiro narrado pelo Shane!



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P.O.V Shane

–--O que foi isso? – ela perguntou quando enfim nos separamos.

Samantha me encarava, pela primeira vez ela aparecia indefesa e vulnerável aos meus olhos. Acabei sorrindo com aquilo.

–--Um beijo. – dei de ombros.

Ela piscou algumas vezes, como se minha resposta fosse muito complexa. Eu também me sentia um pouco tonto e disperso, mas vê-la naquela situação fez com que o sorriso permanecesse em meu rosto.

–--E por que me beijou?

Boa pergunta. Eu não tinha uma resposta.

–--Por que correspondeu? – devolvi sua pergunta com outra.

E então foi como se ela despertasse de um transe. Raiva faiscou em seus olhos e sua expressão suave tornou-se irritada.

–--Vou voltar para dentro.

Então ela simplesmente se virou e saiu, deixando-me sozinho. Perguntei-me para onde iria e o que faria, mas não a segui. Eu precisava pensar e essa parecia ser uma ação impossível na presença dela.

Por que eu a tinha beijado? Eu gostava de beijá-la, isso era um fato. Por que ela mudava de humor tão rápido? Continuava na teoria de bipolaridade. Por que ela me correspondia? Ela dizia me odiar. Eu a odiava, disso eu tinha certeza.

Odiava o modo como ela mudava de humor tão rapidamente. Odiava a sinceridade extrema dela. Odiava como ela parecia agir de modo diferente com cada pessoa. Odiava como ela parecia ser boa em tudo. Odiava o fato de ela saber falar mil e um xingamentos em segundos. Odiava que quando ela não soubesse mais xingamentos, ela inventasse. Odiava que ela me fizesse falar e fazer coisas que eu não queria falar e fazer mesmo sem tentar. Odiava que ela me fizesse perder o controle. Odiava que eu não conseguisse a entender. Odiava como ela me fazia rir sem razão nenhuma.

Essas são dez coisas que eu odeio em Samantha Ryan. Não tem um filme antigo chamado Dez Coisas Que Eu Odeio Em Você? Nunca assisti, mas se um dia chegasse a chamar Sam para outro encontro a levaria para assistir esse filme.

Decidi que seria melhor voltar para dentro, como sempre, Samantha estava fazendo com que minha mente desse cambalhotas na velocidade da luz enquanto ria igual uma hiena e peidava nuvens de gás carbônico.

Que merda eu acabei de dizer? Quer dizer, pensar... Viu? Esse é o efeito que aquela garota tem sobre mim.

Logo que entrei, avistei-a conversando com Taylor e seus pais. Sorri de lado. Por que não ir até lá irritá-la e envergonhá-la um pouquinho? Ri com o pensamento.

–--Então essa é sua melhor amiga? – perguntava Lucy.

–--Em carne e osso. – brincou ela fazendo uma reverencia.

Os três riram da palhaça. Pareceu-me o momento perfeito para intervir.

–--Jura? – perguntei irônico – Achei que você fosse feita de geléia.

Ela virou-se para me encarar, eu ri. A cara emburrada dela era hilária. Mais engraçado ainda foi quando minha risada fez com que sua expressão mudasse para zangada, mas me contive, não seria elegante apanhar em público.

–--O que você está fazendo aqui, peste?

–--Vim cumprimentar os pais do meu melhor amigo, praga.

Lucy olhava a cena com as sobrancelhas arqueadas, de modo inquisitivo. Aspen parecia confuso, mas ao mesmo tempo reprimia a vontade de rir. Taylor revirou os olhos, já acostumado com a nossa dinâmica.

–--Bem vindos ao estranho mundo de Sham. – Tay disse aos pais.

–--Sham? – perguntamos eu e Samantha, confusos.

–--Shane mais Sam, Sham. – e então ignorando-nos completamente ele voltou-se para os pais – Não fiquem tão espantados, eles são sempre assim. Parece até que gostam de brigar.

Talvez ele estivesse certo. Quero dizer, eu realmente gostava de quando eu e Sam tínhamos uma conversa normal, sem provocações e brigas sem sentido, mas eu também gostava muito dessas provocações e brigas sem sentido. Eu já estava acostumado a conviver com aquela doida, seria muito difícil me acostumar a viver sem isso depois de tudo.

–--E por que isso? – perguntou Aspen olhando para nós dois – Pelo que eu sei, a Seleção não foi criada para vocês brigarem...

–--Mas eu gosto de brigar com o babaca ai. – disse Sam olhando para mim pelo canto do olho. – É divertido vê-lo perder o controle e deixar a máscara de indiferença cair.

Era isso o que me assustava nela. Ela sabia como fazer-me mostrar quem eu sou de verdade, como eu realmente me sinto. Mas eu não deixaria que ninguém percebesse isso. Revirei os olhos.

–--Não é uma máscara. Eu sou assim.

–--E eu tenho um unicórnio que peida arco-íris.

Eu ia responder, mas antes que qualquer som saísse de minha boca, Celeste se aproximou de nós e tinha um sorriso travesso estampado no rosto. Ela tinha aprontado alguma, era a cara dela fazer algo do tipo nos momentos mais inoportunos, mesmo que já estivesse completando dezesseis anos.

–--O que você fez? – disparei assim que ela parou ao nosso lado.

–--Eu? – se fez de desentendida – Eu não fiz nada. Por que a pergunta?

Revirei os olhos ao mesmo tempo em que Taylor bufou.

–--Conheço essa sua cara, você aprontou alguma. – afirmei – Desembucha.

–--Tem algo haver com a música. – garantiu Sam.

–--Como voe sabe? Nem conhece minha irmã.

Ela revirou os olhos como se tivesse dito algo óbvio e idiota ao mesmo tempo.

–--Tem razão, não conheço sua irmã. Mas sou bem capaz de notar que ela olha de cinco em cinco segundos para a banda que está tocando. Se você foi lerdo o suficiente para não perceber isso, a culpa não é minha. – deu de ombros.

Analisando esses poucos minutos de conversa, notei que ela estava certa. Troquei um rápido olhar com Taylor e pude perceber que ele pensava a mesma coisa.

–--Não me diga que dopou os músicos de novo. – ele pediu olhando Celeste de modo quase apavorado.

Ela gargalhou, provavelmente se lembrando de quando fizera aquilo, fora na festa de aniversário da princesa Penélope da Itália.

–--Dopou os músicos? – perguntou Sam.

Ela tinha um sorriso estranho... Parecia... Orgulhosa? Admirada? Não sei.

–--Sim. E eu soube que você foi presa três vezes. – ela sorriu como se esperasse por mais informações.

–--Fui sim. Mas você está desviando o foco... Fala logo, o que você aprontou? – perguntou de forma animada e curiosa.

–--Está vendo aquelas caixas de som ali? – perguntou apontando para o fundo do salão.

Todos nós assentimos.

–--Daqui a mais ou menos dois minutos vai começar a tocar uma música eletrônica. Vocês têm que concordar que essa festa está muito chata. – ela virou-se para mim – Principalmente você, querido maninho, eu vi você e a Sam se embebedando na varanda.

Eu e ela nos entreolhamos e trocamos um sorriso cúmplice e travesso. Estranho.

–--Fala sério! – Celeste continuava a tagarelar – Foram no mínimo oito doses de whisky, como ainda estão de pé e completamente sóbrios?

–--Isso se chama tolerância, querida. – Sam disse com ar de superioridade enquanto colocava um braço ao redor dos ombros de minha irmã.

Péssima influencia, Celeste.

–--E posso saber de onde vocês tiram tanta tolerância?

–--Seu irmão otário eu não faço ideia, mas eu comecei a beber antes mesmo dos quinze. Claro que comecei com cerveja, mas evolui ao longo de tempo. – ela piscou.

Celeste ia dizer mais alguma coisa, mas um som extremamente alto fez com que todos ficassem paralisados. Minha irmã riu com o resultado de sua peripécia.

(http://www.youtube.com/watch?v=ebXbLfLACGM)

Rapidamente meus pais olhavam fixamente na direção da garota culpada por aquilo. Eles estavam tentando parecer repreensivos, mas estava óbvio que achavam aquilo divertido. Não demorou para que o choque inicial se dissipasse e os convidados voltassem as suas entediantes ocupações.

–--Eu adoro essa música! – comentou Sam.

–--Sério? – os olhos chocolates da minha irmã brilhavam de animação.

Ela confirmou com a cabeça e um sorriso surgiu no rosto de Celeste.

–--O que você acha de agitarmos ainda mais essa festa? – perguntou ainda com seu sorriso travesso.

–--Como? – seus olhos violetas denunciavam sua curiosidade, mas sua expressão era cautelosa.

–--Vamos dançar?

Sam retribuiu o sorriso travesso e correu para pista de dança juntamente com minha irmã. Todos os olhares acompanharam os movimentos das duas. Assim que estavam no centro da pista já tinham a atenção de todos os presentes, essa atenção foi duplicada quando sorriram uma para outra e começaram a se movimentar no ritmo da música. Fiquei impressionado com o quão bem elas dançavam, mas o vestido longo era um empecilho para Celeste, enquanto o vestido curto de Samantha permitia que ela se movimentasse sem maiores problemas.

Não demorou a que mais algumas selecionadas se juntassem a elas, como Stacy, Rachel e Alice. Mas com certeza a que mais chamava atenção era a morena de olhos violetas. Pelo a menos a minha atenção.

Sam se mexia no ritmo da música. Seus quadris balançavam em perfeita sincronia com a música e o resto do corpo.

–--Eu não sabia que a Sam dançava. – disse Taylor ao eu lado.

–--E você acha que eu sabia? – ri sarcástico – Mas já parei de espantar sempre que ela fizer algo surpreendente. Afinal, ela é Samantha Ryan, sempre surpreendendo.


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