You Were escrita por Aidoru Go


Capítulo 3
Again




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Ao invés de voltarmos para aquele restaurante que fedia a peixe frito, passei em uma lanchonete e comprei hamburguês e levei para ela comer dentro do carro. Ela fez uma careta quando viu os pacotes, e ficou resmungando dizendo que não queria comer como se estivesse escondida.
- E alem do mais – ela continuava a reclamar – fast food não pode ser considerado um almoço.
- Mas é melhor do que ficar comendo peixe frito! – rebati;
- Eu ainda não entendo – ela ficou um pouco pensativa – Como você sabia que eu estava com vontade de comer peixe frito?
- Ern.. – Fiquei meio paralisado, não sabia o que dizer. Ela iria me achar louco de falasse que na minha cabeça eu já tinha passado por isso tudo – Você tem cara de que gosta de peixe frito!
- Eu não tenho cara de peixe frito!
- Eu não falei que você tinha cara de peixe... Falei que você parecia ser daquelas pessoas que gosta de peixe frito! E vamos parar com essa conversa estúpida.
- Sasuke-kun! – ela gritou.
- O que aconteceu? – levei um susto e comecei a olhar para os lados, desconfiado.
- Bolo de morango com calda de amora! – Ela tirava o pequeno embrulho de dentro do pacote – Como você ficou sabendo que era o meu preferido?
- Isso é um sabor tão normal – tentei me esquivar.
- Eu sou a única pessoa que conheço que gosta disso! – ela parou um minuto e respirou fundo – mamãe não esqueceu nenhum detalhe... Te passou uma ficha com tudo que eu gosto;
- Ela não me deu ficha alguma, como eu falei... Foi por acaso.

Ficamos andando de carro por um tempo, ela ficou igual ontem. Fuçando o carro de cima para baixo. Ficou decepcionada quando informei de que o carro não era meu. A novidade do dia é que eu parei em um museu e decidi entrar para ela ver um pouco as coisas.
 Ficamos a tarde toda lá. Ela ficou andando de um lado por outro, tirando fotos das esculturas que mais gostava e ficava perguntando informações sobre algumas obras. Eu fiquei seguindo a Sakura para onde que ela fosse. Aquilo já estava ficando um pouco cansativo. Mas ainda fico pensando sobre tudo isso que está acontecendo... Será um castigo? É super tedioso ficar sentado escutando ela falar as mesmas coisas e lembrar-se das mesmas coisas de ontem e contar como se fosse a primeira vez que ela tivesse falando. Com todo aquele entusiasmo e euforia.
- Sasuke-kun... – ela parava bem na minha frente e me fitava com aqueles enormes olhos verdes – Você é tão calado!
- Estou cansado...
- Tudo bem – ela parou ao meu lado e envolveu o braço junto ao meu – me leve para outro lugar legal?
- Não sei onde te levar... E alem do mais daqui a pouco está na hora de você voltar... – Estava louco para chegar em casa e constar que isso tudo não passou de uma ‘premonição’ e que amanhã eu vou poder tocar minha vida normalmente.
- Podemos ir em um daquelas templos tradicionais que tem por que...
- Não! – eu a cortei logo.
- Nossa! Calma... Foi só uma idéia...
Soltei-me dela e fui andando mais depressa para o carro. Abri minha porta e entrei. Imediatamente colocando o sinto de segurança. Ela entrou no carro e bateu a porta com força:
- Achei que pelo menos abriria a porta pra eu entrar.
- Não estou com cabeça para isso.
Arranquei com o carro e acelerei o máximo que eu pude e que o transito deixou.

Parei na porta do hotel dela e sem muita despedida, fui correndo abrir a porta pra ela e depois dando a mão para ajudá-la a sair do carro.
- Quando quer você é gentil – e ela sorriu para mim – Feliz Natal – uma coisa de diferente aconteceu, ela me deu feliz natal.
- Para você também.

Ela sorriu e entrou no hotel. Eu fiquei alguns segundos parado olhando ela sumir no meio da multidão que estava no saguão.
 Voltei a dirigir rápido para voltar para meu atual lar. Chegando lá, deixei meu carro de qualquer jeito na porta do hotel e entreguei a chave para o porteiro. Não queria mais saber daquele carro, queria o meu de volta!

Passei por todos, conhecidos e desconhecidos e não dei nem uma boa noite. Queria chegar logo no meu quarto.
 Sinto como se eu tivesse corrido o dia todo. Como se eu quisesse que cada segundo passasse muito rápido! Hoje era torturante até respirar. Tudo repetido. As noticias eram iguais, meus sentimentos, os cumprimentos.

 Cheguei ao quarto e estava tudo arrumado. Perfeito. Como estava ontem, quando eu supostamente cheguei em casa. Tirei a roupa que estava usando e joguei pela janela. Não queria mas vê-la.

Depois de um banho quente e relaxante, me joguei na cama. Cobri-me até a cabeça. E torcia para que quando eu acordasse, escutasse nas rádios que era dia 21 de dezembro.


  
Tive um sonho um pouco do estranho essa noite. Mas nem quero ficar lembrando muito dele. Acordei com o menor saco de levantar da capa. Estava tão bom, ficar ali enrolado. Com a cama só para mim... Mas até que reparei em uma coisa... por que estou com essa camisa se ontem eu tenho certeza de que deitei sem camisa? Levantei na mesma hora e comecei a passar a mão pelo meu corpo, não acreditando ainda que estava vestindo alguma coisa. Não... Não pode ser! Eu sai correndo desesperado até a sala e estava tudo uma zona! Meus pacotes de chocolate estavam espalhados por todo canto! Aproximei-me da minha lareira e ela ainda estava quente...
  E mais uma vez comecei a me desesperar. O que era isso tudo? Alguma maldição? Tenho certeza que isso tudo é culpa daquela garota. Depois que eu me encontrei com ela a primeira vez que isso não para de acontecer!
 E meu celular começou a tocar, que incrível, era o Kakashi:
- Sasuke? Estou ligando para avisar que o carro que você deve usar para encontrar com Sakura já está pronto! Tenho certeza que ela vai adora conhecer você!
- Dane-se!

Desliguei o telefone e fiquei andando de um lado para o outro. Kakashi voltou a ligar varias vezes, e eu não atendi. Ficava mais desesperado quando eu via em todo lugar que hoje era de novo 20 de dezembro!
 Eu tinha decidido que não ia encontrar com ela hoje, mas mudei de idéia. Ela era a culpada! Eu tinha que ir atrás daquela bruxa e tirar satisfações! Fazer com que ela parasse com aquilo tudo!

 Peguei meu celular e liguei para o porteiro ir pegar o meu carro. Não iria andar naquela minivan que o Kakashi estava me obrigando. Quando cheguei na porta do hotel, meu belo carro estava lá, me esperando. Cheguei perto dele e comecei a falar sozinho:
- Desculpe por ter deixado você tão sozinho – eu estava mesmo ficando maluco.
- Senhor... Está falando com o carro?
- Melhor do que falar com você.



Com o meu carro, cheguei muito mais rápido onde estava Sakura. Como estar bem mais cedo do que o combinado, deixei meu carro lá fora e entrei no hotel. Não foi difícil achar o quarto dela, quando você é Uchiha Sasuke. Todo mundo sempre está tentando me agradar.
 Ela estava em uma suíte presidencial. Quando cheguei no ultimo andar, tive que colocar uma senha na porta do elevador, para que ele abrisse.
 E quando a porta abriu não me deparei com um corredor, eu já estava no quarto dela.
- Sakura! Onde você está? – entrei como um foguete no quarto.
- Quem... – e ela apareceu na minha frente de roupão. Quando me viu ficou em choque. Ela levou a mão até o rosto e parecia esconder as lagrimas. Pronto. Vai começar tudo de novo – Ai meu deus! Meu deus! Sasuke?
- Sakura, por favor... Não grite – eu tentava acalmar.
- E você... Está com roupas de dormir! – esqueci de trocar de roupa quando sai atrás dela.
- Você fez isso comigo! Quero saber o que está acontecendo! Louca! – ela era muito cínica.
- Mas do que você está falando? Eu nem te conheço! Pessoalmente... Quero dizer... – ela corou um pouco e logo desviou o olhar.

 Acho que era inútil ficar aqui discutindo com ela. Ela não parecia saber o que estava acontecendo. Estava parada, seus olhos verdes cintilavam olhando para mim. Eu nem tinha reparado como são lindos. Mas eu não estava ali para isso. Queria resolver esse problema... E vi que estava perdendo tempo.
- Vou embora, tenho que resolver algumas coisas.
- Por que veio me ver? O que foi isso? Por que fala comigo como se me conhecesse? – eu não sei porque isso que ela disse foi um pouco frustrante. Eu sabia muitas coisas sobre ela... Sua vontade de comer peixe frito no almoço... O jeito que ela joga calda de amora em cima das tortas... Enquanto ela não sabia nada sobre mim. Olhava-me como se fosse a primeira vez que me visse... Que teoricamente era verdade...
- Desculpe... Não deveria ter vindo... Eu acho que confundi as coisas...
- Espere... Já que está aqui... Não quer vir almoçar comigo? Ai você poderia me dizer onde tem um ótimo...
- Peixe frito? – completei sua fala, fazendo com que arregalasse seus enormes olhos verdes.
- Você também gosta?
- Lógico que não! Só uma idiota como você poderia gostar disso... E sabe... Vou embora, não agüento mais ficar com você!
- Como pode ser tão malvado? Você vem até meu apartamento, não fala comigo nem por cinco minutos e parece que já me conhece... E ainda diz que já está cansado de mim?  

Deixei-a falando sozinha. Não queria mais escutá-la. Era muito nostálgico e frustrante conversar com uma pessoa que você já conhece e ela nem te reconhecer. Mas o que eu não esperava, era que ela fosse me seguir até a saída do hotel
- Onde você pensa que vai? Quero saber de tudo! Por que me trata desse jeito? – e ela ainda estava de roupão. Só que dessa vez ela estava no meio da rua.
- Que gracinha... – um cara horrível passou pela gente e fez esse comentário em cabimento quando viu Sakura daquela forma na rua;
- Saia daqui, idiota! – eu gritei de uma forma instantânea, e depois me arrependi. Não sei por que fiz aquilo.
- Não preciso de ninguém para me defender! – Sakura debatia comigo.
- Desculpe! E sabe de uma coisa? Eu vou embora, voltar para minha cama e ficar lá para o resto da vida... Até essa loucura terminar! – fui andando até meu carro.

 E antes que eu pudesse entrar no carro, eu vi varias pessoas correndo em nossa direção. Pensei que poderiam ser fans, mas não. Um banco tinha acabado de ser roubado, e policiais estava perseguindo o carro dos bandidos pela rua. O que me deixou preocupado foi quando eles começaram a trocar tiros. De uma forma quase instintiva eu olhei para Sakura e tentei ver se ela estava em algum lugar seguro. E eles se aproximavam e não paravam de atirar. Sakura continuava imóvel, assustada, olhando para as pessoas passando por ela correndo e olhando o carro se aproximando.
- Sakura! Saia daí! Entra! – eu gritava, e ela não respondia.
 Droga, eu não queria esquentar minha cabeça hoje. Sai correndo até ela para tirá-la dali. E os tiros iam de aproximando cada vez mais. Até que eles passaram pela gente atirando. Eu abracei Sakura bem forte e a puxei para baixo, para que ela deitasse no chão. Era mais fácil para se proteger.

Droga. Mil vezes droga.

Passei minha mão pela minha barriga, e quando a olhei de novo, eu não parava de sangrar. Esse tiro era para ela, não para mim! Mas eu não deixaria ela levar esse tiro. Droga, droga... Estava começando a doer, e minha roupa ficava cadê vez mais manchada! Sakura se afastou de mim e me olhou e começou a se desesperar. Ela não parava de gritar pedindo ajuda... Eu não tinha nem forças para pedir para que ela parasse de chamar tanta atenção. Droga... As coisas estavam pirando. Eu estava vendo tudo turvo, minha cabeça começava a rodar. Até que eu apaguei de vez.


Seria um sonho?

Quando eu acordei, estava na minha cama. Soltei um enorme suspiro e depois conferi minha roupa. Ela estava limpa e nada tinha acontecido comigo. Acho que a partir do momento que eu apaguei depois do tiro eu voltei para cá. Então é assim que funciona? Eu estou preso a isso? Estou imune até a morte?


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Notas finais do capítulo

Bom... desculpe a demora, é que pensar e escrever sobre a fic "Minha Garota" tomou muito tempo meu =o

Bom... é isso teh

p.s: ela não sera grande como "Minha Garota" mas espero que vcs gostem