SEM RÓTULOS - welcome to my world escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 2
Vulnerable




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Nos 15 minutos que Edward levara para chegar ao tal restaurante, Isabella repassou o porquê de estar ali. Ela precisava dele. Ela propôs o jantar numa tentativa falha de sedução e ele aceitou de pronto. O que Edward realmente estava pensando quando aceitou levá-la para jantar, ela ainda não sabia, mas estava prestes a descobrir.

Edward estacionou o carro numa vaga praticamente em frente ao restaurante. Isabella ajeitou seus óculos e imediatamente soube que aquele era um restaurante de comida brasileira. Óh que ótimo. Estavam no Greenwich Village e “Casa” já era um nome que ela conseguia ler sem ajuda de um tradutor ou de Mike que sempre fazia questão de mostrar como estava cada vez mais dominando o português.

– E a senhorita? – O garçom perguntou, depois de alguns minutos já à mesa e Isabella apenas ergueu o olhar por sobre a armação quadrada e preta de seus óculos, sem tirar o menu da frente do rosto.

Olhando para Edward ela notou que ele parecia estar se divertindo arrumando o guardanapo a sua frente.

– Qual a graça?

– Nenhuma. – ele tossiu e um sorriso brincava no canto dos lábios. – Posso ajudar com o pedido, se quiser.

O garçom gentilmente ainda aguardava.

– O que você pediu?

­- Traga o mesmo para a senhorita, por favor. – Edward se adiantou falando diretamente ao garçom, este sorrindo, saiu logo em seguida.

– Pode pelo menos dizer o que vou comer... ou tentar comer?

– Mike já teria pedido todo o cardápio se estivesse aqui.

– Mas ele não está. – Isabella se ajeitou na cadeira.

­- Ok. Por falar em Mike...

Isabella ergueu as sobrancelhas. Ela tinha algo para dizer, não sabia que Edward também tinha, muito menos que esse algo era sobre Mike.

– O que tem ele?

O garçom voltou trazendo duas tulipas de chopp.

– Eu não bebo. – Isabella se apressou em dizer.

– Não tem álcool.

Isabella olhou desconfiada para a bebida e resolveu tomar um gole. Horrível. Edward riu da careta que ela fez.

– Tudo bem. Estou sendo grosseiro. Afinal, foi você quem propôs esse jantar, deixarei que fale primeiro.

Isabella bebeu mais do chopp e sentiu-se repentinamente curiosa ao se dar conta que Edward achava que o assunto que a levou até ali tivesse a ver com Mike. De fato, esse era o único assunto que eles tinham em comum. Mike era aluno da escolinha de futebol onde Edward trabalhava. Mas isso foi até Isabella ver o carro de Edward. Um Santana Quantum, provavelmente de 2001 ou 2002, em perfeitíssimo estado. Carro de colecionador, obviamente.

– O que tem o Mike?

Edward franziu a testa e automaticamente se deu conta de que o garoto ainda não havia falado nada com a tia. Mas então, o que essa garota nerd, chata, como Mike fazia questão de enfatizar, queria com ele? Seu peitoral definido se retesou involuntariamente, sorte que estava de blazer. Seria isso?

– Por que essa ideia de jantar então? – ele rebateu.

Isabella piscou, aturdida. O assunto “Mike” era sempre mais importante que qualquer coisa, mas ela se forçou a esperar.

– Outro chopp, por favor. – Ela pediu quando o garçom se aproximou. – Dessa vez, normal. – Edward arregalou os olhos.

Nada se foi falado enquanto o garçom voltava com o chopp. Isabella virou quase toda bebida de uma vez e enfim falou.

– Seu carro. Preciso dele.

– Não está a venda. – Edward respondeu de pronto, vivia recebendo ofertas pelo seu carro.

– Não quero comprar. Só quero... emprestado. – ela arriscou um sorriso sedutor.

– Não. – Edward disse sumariamente, sem nem ao menos querer saber por quê.

Seu carro era quase como um bichinho de estimação. Ninguém o dirigia a não ser ele. Ninguém colocava as mãos nele, nem que essas mãos fossem delicadas e sensuais apenas com uma base incolor nas unhas curtas. Edward engasgou com a bebida. “Não pense nisso, Edward… ainda.” - se corrigiu mentalmente.

O garçom começou a colocar a comida na mesa e o cheiro forte de camarão encheu o ar. Isabella não comia camarão desde a morte de seu pai. Era seu prato preferido.

– Espero que não seja alérgica a camarão. – Edward falou quase arrependido de ter pedido o Bobó de camarão para ela sem avisar.

– Não. Não sou.

Edward a observou mexer na base do coque e se lembrou de que era a primeira vez que a via sem seu rabo de cavalo habitual. “Poderia ter soltado o cabelo já que se forçou a usar um vestido também.” – pensou ele.

Eles suspiraram ao mesmo tempo e começaram a comer. Cada qual perdido em seus pensamentos.

– Para que exatamente você queria meu carro emprestado? – Edward se compeliu a finalmente perguntar.

Isabella tomou o ultimo gole do chopp antes de falar.

– Você sabe, ou deve saber, que eu coleciono alguns artefatos. – Isabella continuou remexendo o talher, brincando com um único camarão sobrevivente em seu prato. – Pois então, eu consegui por um preço incrível, num leilão pela internet, arrematar o primeiro protótipo original de Etérnia! Com tudo que tem direito! Mas não pode ser desmontado e eu também não confio em ninguém buscando pra mim, então eu tenho de ir pessoalmente e trazer aquela belezinha para casa, eu mesma! Mas, não vai caber na mala do meu carro, aliás, na mala de carro algum, a não ser dentro do seu carro. Eu tentei ver o aluguel, mas fica muito caro e na verdade eu nem conseguiria... Mas enfim, o cara me deu um prazo pra buscar e eu preciso estar lá até este sábado.

Edward esperou passar o encantamento de ver as bochechas coradas de Isabella e os olhos brilhando por trás dos óculos ao falar com tanto entusiasmo sobre algo que ele nem sequer conseguia imaginar o que seria, e finalmente conseguiu perguntar.

Etério... o quê?

– Etérnia! She-ra, He-man... Castelo de Grayskull... Alôou!

– Você só pode estar brincando, não está?

– Não. Não estou. – Isabella se empertigou e o encarou pela primeira vez na noite.

Os olhos de Edward que eram dourados, tinham uns pontinhos marrons mais escuros que agora pareciam cintilantes. O cabelo era mantido bem curto, cortado à máquina bem baixa. Sua pele tinha um tom de mel claro, provavelmente devido à exposição ao sol no clube. E quando ele falou, sua voz saiu rouca e sexy.

– Perdão. Agora liguei o nome à coisa... eu assistia esse desenho quando eu era criança. – ele constatou que o assunto era bem sério para ela. Nerds. – Bom, e onde você iria buscar esse tal de Etérnia?

– Indiana.

Edward não se segurou e cuspiu o chopp quase em cima dela.

– Olha, eu não sei em que mundo você vive, mas só pode estar louca achando que eu emprestaria meu carro para você fazer uma viagem de 10 horas!

– Eu posso pagar! – ela quase se ajoelhou.

– A questão não é essa é que... – Edward parou e observou o olhar de desespero no rosto angelical de Isabella. Quantos anos Mike dissera que ela tinha? 25? Meu Deus, não parecia, ele daria uns 21 no máximo.

– Já sei qual é a questão. – ela falou se segurando para não chorar. Merda! Isso sempre acontecia nas horas mais impróprias. Talvez a tulipa de chopp também tenha ajudado. – Você me acha uma completa idiota, uma nerd idiota, que se esqueceu de crescer. – ela jogou o guardanapo em cima da mesa e se levantou. – Eu também devia ter te julgado antes de te conhecer, assim não estaria aqui fazendo esse papel ridículo e desesperado.

– Espere, Isabella! – Edward se atrapalhou com a cadeira e bufou quando viu o garçom vindo rapidamente. Jogou uma nota de 100 dólares sobre a mesa e saiu atrás de Isabella.

Edward pousou as mãos nos quadris, olhando rápido de um lado a outro na esperança de avistá-la. Quando olhou na direção de seu carro, viu Isabella agachada entre o carro e o canteiro. Franziu o cenho e correu até ela.

– Bella... – Edward se abaixou e ouviu quando ela resmungou alguns palavrões.

– Me empresta seu blazer? – ela perguntou sem ter coragem de olhar para ele.

Edward deixou escapar um riso.

– Meu carro, meu blazer... o que mais vai querer de mim, senhorita Isabella? – Edward brincou já tirando o blaser pelos braços, imaginando que ela pudesse estar com frio.

Isabella levantou o olhar para ele, mas o que ele viu foi uma expressão de raiva ou talvez, vergonha?

– Você poderia... colocar em mim?

– Claro. – Edward estava tremendamente confuso, mas se abaixou prontamente e conforme ele ia passando o blazer sobre os ombros dela, Isabella ia se ajeitando, mas só enfiou um braço na manga, a outra mão continuou por baixo do blaser.

“Treck”. Isabella xingou quando se esticou e o vestido fez mais um estalo.

– Não é o que você está pensando.

– E o que eu estou pesando? – ele quis mesmo saber, pois não fazia ideia do que estava acontecendo.

– Meu vestido. Não está apertado, ele só... droga. Era da minha irmã e estava muito tempo guardado, acho que a costura...

Edward passou a mão na cabeça e sorriu.

– Venha. – ele passou o braço sobre o ombro dela, abriu a porta do carro e fez com que ela se sentasse. – Esse vestido era da mãe do Mike? – perguntou com delicadeza. Isabella apenas balançou a cabeça confirmando. Não queria olhar para ele de novo.

– Só me leva pra casa, por favor.

Edward hesitou com a mão no volante, olhando para ela. Alguns fios de cabelo tinham se soltado do coque, fios castanhos claros naturais e lisos, muito lisos. Toda aquela cena poderia ser altamente cômica: Ela vestira um vestido para impressioná-lo, mas um vestido que tinha no mínimo treze anos de idade. Ela tentara ir embora para mostrar sua independência e o vestido havia puído na lateral, de forma que se ela soltasse as pontas, ele cairia.

Mas a última coisa que Edward teve vontade de fazer naquele momento era rir. Ele teve vontade de pegá-la em seu colo, desarrumar seu coque desalinhado, tirar aqueles óculos grandes, olhar bem dentro daqueles olhos verdes água, e enchê-la de beijos. Muitos beijos. E então, ele deu partida no carro e seguiu de volta ao prédio dela.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu ainda não decidi se a fanfic vai ser Beward ou Robsten... rsrs Me ajudem!! ;)



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