Edward despertou nos primeiros raios do dia. Levantou-se com cuidado para não acordar Isabella e foi até a janela. O tratador parecia estar terminando de limpar a piscina. Era exatamente o que ele precisava.

Isabella abriu os olhos assim que Edward bateu a porta do quarto. Ainda estava sonolenta e virou-se para o lado puxando o travesseiro dele. Inalou o cheiro gostoso e minutos depois já estava quase pegando no sono de novo quando escutou um “splash” vindo lá de baixo. Ela saiu debaixo das cobertas e foi até a janela.

Edward estava nadando na imensa piscina que agora, de dia, ela podia ver que tinha uma proporção olímpica. Espreguiçadeiras de banho, mesas com guardas sóis e uma decoração alegre faziam do ambiente algo altamente convidativo. Claro que Edward nadando, com braçadas firmes e precisas, também era uma atração à parte.

Perfeito, já era hora de assumir: Estou apaixona... Não. Interessada nele. Mas por que parece que há uma barreira? Algo que nos impede? Ou seria simplesmente por que ele não quer? Se ele está esperando que eu faça algum tipo de “sedução sexy” ele vai morrer esperando.

Foi Mike quem apareceu para chamar Isabella para o café da manhã. Super animado, contando como era o quarto amarelo, que tinha estrelas brilhantes no teto, abajures temáticos e que no chão tinha um jogo de futebol de botão, quase gigante.

– Uma pena então que só tinham meninas, não é?

Mike olhou divertidamente na direção de Jéssica que ajudava a pôr a mesa do café.

– Não, não. Até que foi legal.

Isabella sorriu e bagunçou um pouco o cabelo loiro do sobrinho.

Todos foram sorridentes ao cumprimentar Isabella e ela se sentiu muito à vontade. Seria o carisma do povo brasileiro? Ainda sorrindo com as brincadeiras à mesa, ela se virou para acompanhar o largo sorriso que Alice, a irmã de Edward, dava para alguém atrás dela.

– Bom dia.

Edward parou segurando o espaldar da cadeira de Isabella. Estava de short acima dos joelhos com elástico na cintura e de estampa floral. Uma camiseta cavada, branca, deixava seus braços à mostra também. Com certeza tomou um banho rápido depois da piscina. Ele sorriu e deu um beijo no topo da cabeça de Isabella, que estava quase sem ar vendo Edward tão à vontade assim.

A mesa fora arrumada na varanda do lado de fora da casa, uma grande mesa de madeira, forrada com uma toalha de linho bege clara. Estava repleta de comida, nada do que Isabella estava muito acostumada a comer no café da manhã. Onde estavam os ovos com bacon? E o cereal? E a pasta de amendoim? Ela olhava para Mike se servindo de bolo, suco, pão com manteiga, que eram as coisas mais próximas a ele e só pensava que isso deveria estar no sangue.

– Coma isso. – Edward cochichou colocando uma torrada com geleia no pratinho para ela – Você vai adorar. – ele piscou.

– Jéssica, onde está a Lauren? – Alice perguntou num tom mais alto.

– Ah, mãe, ela mal acordou e já se atracou com aquela maquininha de fazer pulseirinha que ela ganhou no último natal. Tá lá no quarto.

– Não, nada disso! Vá chamar sua irmã já para tomar café!

Jéssica revirou de leve os olhos e saiu correndo para buscar a irmã.

– Ela já não gosta de comer, se perde os horários então! – Alice falou como que se desculpando com Isabella.

Seu Carlisle e dona Esme estavam numa conversa animada com Mike quando alguém entrou fazendo barulho.

– Chegamos bem na hora!

Era Emmett que chegava todo sorridente, fazendo todos se levantarem para cumprimentar a ele e sua família. Isabella cumprimentou Tyler, que já conhecia. E conheceu sua irmã Angela, uma jovem de 18 anos e sua mãe Rosalie. Angela estava toda de preto, com all star de cano alto preto, o cabelo era preto com as pontas verdes, pircings na orelha e uma argolinha bem singela no canto do lábio inferior. Apenas os olhos estavam maquiados, mas bem acentuados com delineador preto. Isabella viu o quão diferente ela era de seu irmão Tyler, que se vestia como um garoto comum.

A mesa era suficientemente grande para caber todos sentados e ainda sobraram dois lugares vazios. Uma senhora de cabelos brancos presos no alto da cabeça, apareceu sorrindo e trazendo uma cesta de pão de queijo. Bem na hora que Jéssica voltava com a irmã de dentro da casa.

– Tio! – Lauren falou animada – Ainda bem, vocês chegaram bem na hora!

– Na hora de que, minha filha? – Alice se apressou em falar, parecendo ter medo do que a pequena poderia aprontar.

Lauren nem deu atenção, parou entre as cadeiras de Isabella e Edward.

– Vocês não tinham aliança... – ela pegou a mão de Isabella, que agora estava sentada de lado na cadeira, assim como Edward. – Então eu fiz esses aneizinhos... – ela pegou a mão de Edward também que estava quase trêmula.

– Óh! Que lindinha! – dona Esme juntou as mãos abaixo do queixo e parecia emocionada.

– Mas... – Edward conseguiu achar voz – E quem vai fazer a cerimônia? Não posso simplesmente usar esses anéis tão lindos assim de qualquer jeito.

– Eu mesma faço! – ela estava eufórica. – Aqui. – ela colocou os anéis – feitos de fios coloridos – na palma da mão e começou: “Prometem se amar, na alegria e na doença, na tristeza e na saúde...” – ela trocara as falas e todos sorriram, sem interrompê-la.

– Sim. – Edward ergueu os olhos para Isabella e colocou o anelzinho no dedo anelar de sua mão esquerda. Que ficou incrivelmente certo.

Isabella estava com o coração acelerado. Meio perdida, sem saber o que dizer. Olhou para seu dedo, para o anelzinho, emocionada.

– Sim. – ela respondeu prendendo o olhar nos olhos de Edward. Pegou o outro anel da mão de Lauren e colocou no dedo de Edward. Ele apertou na lateral, ajustando-o no dedo.

– Então, eu vos declaro casados! Pode beijar a noiva!

A alegria e entusiasmo da pequena Lauren parecia contagiar e emocionar a todos. Era como se realmente estivessem agora presenciando o casamento de Edward e tudo o mais ficara para trás.

Edward encheu o peito e puxando o rosto de Isabella com as duas mãos, assim, sem permissão, sem medo, sem rótulos, beijou-a com tanta intensidade e devoção que só parou quando começaram a aplaudir e assoviar alto demais. Primeiro os lábios se separaram, mas os rostos ainda ficaram muito próximos, Edward passou a língua pelos lábios como que sentindo o gosto dela ainda ali, Isabella demorou a abrir os olhos. Ele retirou as mãos do rosto dela devagar. Abaixou um pouco mais a cabeça, tomando coragem para encarar as pessoas ali. Colocou seu melhor sorriso torto no rosto e se virou para a sobrinha Lauren.

– Obrigado, minha princesa. – ele a puxou e deu um abraço forte.

Isabella, ainda sem conseguir falar, abriu os braços e abraçou a menina assim que Edward a soltou. Eles se viraram de volta para a mesa ainda sem cruzarem o olhar.

– Bom, já que tivemos uma cerimônia de casamento, agora temos que brindar! – Carlisle ergueu o copo de suco. Todos o imitaram. Uns levantaram xícaras de café e outros copos com leite.

Isabella esticou a mão esquerda para pegar seu copo e como um ímã olhou para o anelzinho em seu dedo e sentiu que algo havia mudado só pelo fato dele estar ali. Pegou o copo como se o anel pesasse, e sorriu. Edward fez o mesmo.

– Ao casal! – gritaram.

Todos tentaram bater seus copos uns nos outros e enquanto tudo parecia tão colorido e brilhante, Isabella encontrou o olhar de Edward nela. Ele bebeu o suco a encarando por cima da borda do copo e piscou. “Aviso ou promessa” – ela quis perguntar. Mas dessa vez ela tinha um palpite da resposta.

Depois do café os homens se organizaram para uma partida de futebol, na outra parte da casa que Isabella ainda não tinha visto lá fora. Um pouco mais distante da casa, havia um campinho de futebol, com direito a vestiário, chuveiro e uma área para bar. Logo, chegaram mais uns cinco ou seis homens para formarem times. Eles eram moradores vizinhos e o já conhecido Embry, filho do seu Billy.

Isabella quis ajudar na preparação do almoço, mas foi vetada. Acabou indo para a área da piscina com as meninas. Óbvio que Angela ficara debaixo do guarda sol com seus fones de ouvido e Isabella sentou próxima a ela.

– Não vai pra água? – Angela perguntou em inglês, para surpresa de Isabella.

– Não trouxe roupa de banho. E você pode falar em português, se quiser.

– Não, tudo bem. É bom pra ver se as aulas do cursinho estão servindo para alguma coisa. – ela balançou a cabeça provavelmente no ritmo da música que ouvia e olhou para as primas na piscina.

Isabella estava doida para ir assistir ao jogo dos meninos, de onde estava na piscina, não dava para ver o campo, mas se sentia mal em deixar Angela sozinha.

– O que uma garota como você faz com meu tio Edward? – Angela falou, ainda olhando para a piscina, novamente pegando Isabella de surpresa.

– O que você quer dizer com “uma garota como eu”?

– Ah, assim, toda nerd. – Angela olhou para ela e apontou para sua roupa. – Toda certinha. Até onde lembro, meu tio sempre fez o estilo badboy.

– Talvez seja isso. – Isabella também olhava para a piscina – Nunca ouviu dizer que opostos se atraem? – sorriu.

– Bom, isso é. E se tem uma coisa que meu tio é, é atraente! Ele fazia um sucesso danado por aqui! Essa cara de mau, a cabeça raspada, e ele era mais forte também, você precisava ver! – Isabella olhou para o rosto de Angela e viu o quanto menina ela ainda era. Por trás daquela máscara, ela viu a si própria.

– Eu não duvido. É por isso que eu e ele temos um lema. – Isabella parou retendo a atenção de Angela. – “Sem rótulos”. – Isabella piscou para ela e se levantou indo em direção ao campo.