SEM RÓTULOS - welcome to my world escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 14
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Já no apartamento, o celular de Edward tocou e ele foi para a varanda atender. Quando voltou, Isabella estava na cozinha procurando o tal telefone da pizzaria que Edward havia falado.

– Suspende a pizza.

– Por quê?

– Vamos para a casa dos meus pais.

– Agora? – Isabella conferiu as horas, eram quase sete da noite. – Você não disse que levava umas 4 horas para chegar lá, de carro?

– Pois é. De carro. Meu pai enviou o helicóptero, deve chegar em meia hora. Chame o Mike, arrumem as coisas, a gente come alguma coisa quando chegar lá.

Isabella automaticamente olhou para o alto. Helicóptero? Isso só podia ser brincadeira.

Mas não era. O prédio em que Edward morava, era um dos poucos na Barra da Tijuca que tinha um heliponto. Era pequeno, provavelmente nas dimensões e capacidade limites. Assim como o helicóptero da família Cullen. Todo em verde com detalhes em azul e o brasão da família perto da cauda. Edward cumprimentou o piloto, um senhor grisalho na faixa dos 50 anos que Edward parecia conhecer bem, eles se cumprimentaram com carinho. O senhor Billy era gentil e transmitia segurança no que fazia.

Viajar pelo céu do Rio de Janeiro num helicóptero foi uma diversão à parte. Edward ia apontando os lugares e dando informações. Mike estava em êxtase total, um sorriso que dificilmente sairia daquele rosto tão rosto.

Edward olhou para Isabella que estava branca, mais do que já era, o cabelo estava preso num coque desalinhado e ficava ainda mais bagunçado com o vento. Os óculos agora eram pretos, básicos e pareciam um pouco menores dos de costume.

– Está com medo? – Edward falou por cima do barulho.

– Não, é ainda mais lindo daqui de cima!

Edward sorriu e pegou a mão dela. Isabella entrelaçou os dedos nos dele e agora a única paisagem que ela via era Edward. O sorriso perfeito, os olhos que mesmo na penumbra emitiam um brilho castanho e quando estavam sobre ela ainda continham aquela velha questão “Aviso ou promessa?”.

Edward dava olhadas furtivas para Isabella, mas se segurava para não agarrá-la ali mesmo e dar um beijo daqueles de novela das oito na frente de Mike. O que ele pensaria? Será que aprovaria? Eram tantas emoções misturadas, o melhor era esperar o momento certo.

O helicóptero pousou e Isabella tentava ajustar a visão, estava muito escuro lá em cima, mas quando pousaram, havia toda uma iluminação peculiar por toda a extensão. Luzes no chão indicavam um caminho de pedras que provavelmente levaria à casa, que dali de onde estavam não dava para ver.

Senhor Billy os acompanhou até um carrinho estacionado mais a frente, estilo os carrinhos que são usados em campos de golfe. Um outro homem que Edward apresentou como, Embry, filho do senhor Billy, os aguardava e ajudou a pôr as bagagens no carrinho.

Embry seguiu dirigindo o carrinho não parecendo percorrer nenhum caminho especifico e assim que deram uma pequena subida, puderam avistar a casa. Ou melhor. O casarão.

– Por favor, não me diga que sua família faz parte de algum tipo de máfia estilo O Poderoso Chefão...?

Edward deu uma gargalhada jogando a cabeça para o alto e Isabella sentiu seu rosto queimar.

– Tudo pra Bella tem que ter a ver com algum filme! – Mike falou em reprovação, mas sorria.

Isabella deu um meio sorriso mais por ouvir que Mike falara “Bella”, o que a lembrava de quando ele era mais novo e mais carinhoso. Seria possível voltarem a este tempo?

Enquanto Embry estacionava o carrinho, Edward sentiu todo seu corpo se retesar. Havia uma pequena recepção de exatamente 6 pessoas na entrada da casa: Seus pais, sua irmã Alice, duas meninas, que deveriam ser suas sobrinhas Jéssica e Lauren e Victoria. Que porra Victoria está fazendo aqui? Droga. – Edward xingou mentalmente.

Isabella observou enquanto Edward se achegava a seus pais que vieram à frente, dando um abraço duplo nele como quem diziam “Esqueça tudo. Você está aqui e é isso que importa.”

– Pai, mãe. Acho que vocês já conhecem Isabella. E este é o Mike, sobrinho dela.

Isabella apertou a mão do senhor Carlisle Cullen e aceitou sem jeito o abraço de dona Esme. Enquanto Edward dava um abraço prolongado na irmã.

– E essa é minha irmã Alice.

– Hello,Nice tomeet you,Isabella.

Isabella aceitou os dois beijos de Alice e franziu o cenho para Edward.

– Alice fala bem o inglês, mas, irmã, pode deixar para falar inglês somente quando Isabella não entender seu português, ela anda muito bem na nossa língua...

– E a mim? Não vai me apresentar, Ed?

Victoria, que até o momento se manteve um pouco afastada enquanto a família se cumprimentava, não resistiu, e vindo para o meio deles, passou os braços pelos ombros de Edward como se tivessem se visto no dia anterior. Victoria era vizinha de Edward desde que eles se entendiam por gente. Ela era dois anos mais velha que ele e foi com ela que ele perdera sua virgindade. Ela era alta, quase cinco centímetros a mais que ele, o cabelo avermelhado ia cacheado até abaixo da cintura. Estava de jeans, botas de salto rasteiro e uma blusa de suplex vermelha bem decotada e justa.

– Olá, Victoria. – Edward retirou os braços dela, gentilmente. – Bella, esta é uma antiga amiga da família, Victoria.

Isabella esticou a mão ainda na dúvida se Victoria a apertaria. Victoria a avaliou de cima a baixo e com os dedos longos e finos apertou muito que rapidamente a mão de Isabella.

– Oi, eu sou Lauren e aquela é minha irmã Jéssica! – a pequena Lauren se meteu no meio dos adultos para se apresentar. Jéssica estava vermelha como um pimentão, quase se escondendo atrás da larga pilastra da entrada. Deu um tchauzinho de longe sorrindo de lábios selados.

Edward automaticamente olhou dela para Mike que também estava com as bochechas avermelhadas e sorriu. Eles tinham a mesma idade.

– Olá, Lauren – Isabella se abaixou para falar em português com a menina de apenas 8 anos de idade – Prazer em conhecer você...

– Você não tem aliança? – Lauren num gesto inesperado pegou as mãos de Isabella e começou a examinar.

– Minha filha! Onde já se viu! – Alice puxou a menina. – Desculpe, Bella...

– Mas, mamãe, você disse que só pessoas casadas usam aliança, por isso tirou a sua!

– Lauren, vamos lá pra dentro! – Jéssica se pronunciava pela primeira vez, mostrando certa maturidade.

– Vai com elas, Mike. Jéssica, mostre a casa para ele.

Jéssica assentiu e Mike seguiu com elas para dentro.

– Desculpe, Isabella. – Alice disse em inglês. – Eu me separei faz pouco tempo e tem sido mais difícil com a menor...

– Tudo bem, não tem problemas. Ela é uma graça.

– E ela tem razão. – Victoria se intrometeu. – Você deveria ao menos estar usando aqueles solitários enormes que mostram nos filmes americanos.

– E onde está o seu solitário, Victoria? Uma mulher não deveria passar dos 30 sem ter tido um pelo menos uma vez?

Isabella segurou para não abrir um sorriso, era nítido que esse comentário de Edward tirara essa Victoria do “salto”.

– Bom, bom, vamos lá para dentro que já vai começar a chover! – Dona Esme falou simpaticamente.

– Eu já vou indo. Só vim mesmo para rever Ed, mas amanhã teremos tempo de sobra para conversarmos. – ela se adiantou e plantou um beijo na bochecha de Edward que aparentemente ficou sem graça.

Isabella ficou olhando Victoria contornar a casa e ficou se perguntando se ela estaria de carro ou algo parecido.

– Vamos para dentro. Devem estar com fome.

– Pai, e Emmett e a família, não vêm?

– Eles vêm amanhã.

– Então por que a pressa para que viéssemos hoje?

– Por que vai chover e eu não queria desculpas.

A sinceridade crua de seu Carlisle pegou Edward desprevenido. Isabella e dona Esme foram atrás enquanto seu Carlisle passava o braço pelo ombro do filho e uma trovoada ao longe parecia testificar o que se havia dito.

– E este é o quarto de vocês! – dona Esme falou abrindo a porta com total animação.

Vocês?” – Isabella quase deixa escapar a pergunta.

Depois de comerem, a mãe de Edward levou Isabella para conhecer a casa. Dona Esme foi até o último andar e depois, descendo para o terceiro, parou em frente ao tal “quarto verde”. Havia cinco quartos na casa, explicara dona Esme. “Eu e Carlisle ficamos no branco que é no último andar, todos os outros ficam no terceiro andar. Alice está no quarto que era dela, o rosa. Emmett vai ficar no azul, que era de Edward...”

– E separei o amarelo para as crianças... – dona Esme parou e pôs o dedo indicador nos lábios, pensativa – Você acha que seu sobrinho vai se incomodar de dividir o quarto?

What? – Isabella perguntou quando saiu do transe e percebeu que falavam com ela. – Desculpe. O Mike? Num quarto com mais 4 adolescentes? Ele vai adorar.

Assim que dona Esme saiu deixando Isabella sozinha e à vontade no quarto, Isabella desabou sentada na imensa cama que, óbvio, tinha dossel. Deu mais uma olhada a sua volta. Tinha uma porta de correr que estava entreaberta, provavelmente o banheiro. Isabella se lembrava de dona Esme ter comentado algo sobre esse ser o único quarto da casa, além do dela, com suíte.

A casa era enorme, tinha um ar de luxuosidade mas não havia muita modernidade. Provavelmente essa casa seria o ápice do luxo nos anos 90. Os móveis e até os eletrodomésticos não deveriam ter menos de 10 anos. A não ser a roupa de cama que parecia novinha em folha. No primeiro andar, sala, antessala, sala de jantar, copa e cozinha. No segundo andar: biblioteca/escritório; sala de vídeo e som, com instrumentos e aparelhagem – algum deles deveria ser músico ou será que todos eram? – e sala de jogos. Quatro quartos no terceiro andar e no último andar, o quarto branco com uma varanda que contornava o alto da casa. As cores dos quartos, Isabella detectou, tinha a ver com a pintura das portas e as paredes internas de cada um.

Isabella pegou uma roupa confortável da mala e foi para o banheiro. O banheiro era grande, tinha uma banheira no box, podendo ficar de pé e tomar um banho tradicional de chuveiro ou colocar a tampa no fundo e deixar o chuveiro encher a banheira. “Se eu realmente fosse esposa do Edward, com certeza encher a banheira seria a primeira opção. Mas como não é o caso...” – ela suspirou, tirou a roupa e se enfiou debaixo da ducha.

– Ei! Você tem que perder essa mania feia de mexer nas coisas dos outros! – Isabella se enfezou ao ver Edward sentado ao lado de sua mala, aberta.

– E você, mocinha, não deveria deixar suas coisas escancaradas. – ele parecia se divertir. – Trouxe o namorado dela também?

Edward balançou sua boneca da She-Ra com a outra mão.

– Me dá isso aqui! – Isabella arrancou a boneca da mão dele. – Ela não tem namorado, ela...

– Não?! Mas e o He-Man?

Isabella ergueu as sobrancelhas e abriu a boca num O perfeito.

– Mas que sacrilégio! Adam e Adora são irmãos gêmeos! – Isabella sacudia a cabeça e arrumava as roupas em cima da boneca dentro da mala como que para deixá-la a salvo de Edward.

– Calma, mocinha. Não é como se eu tivesse cometido um incesto. – ele fez uma careta e depois deu um tapa na testa. – Ah! Eu lembrei agora, o namorado dela é aquele bigodudo que mora em Etérnia também... qual o nome dele?

– Arqueiro. E eles não moram em Etérnia e sim em Ethéria... Ah, quer saber, não vou gastar saliva com você!

Edward sorriu e se levantou. Isabella vestia um camisão branco com o cogumelo do Super Mario Bros. estampado bem grande na frente.

– Esse cogumelo eu conheço, eu jogava Super Mario.

Isabella olhou para a estampa em sua camisa. Ajeitou os óculos, puxou o elástico apertando o rabo de cavalo e encarou Edward.

Toad. O nome dele é Toad. Por que você não vai tomar um banho, querido? – ela abriu um sorriso cínico.

Edward bufou, sacudiu a mão no ar como “eu desisto” e foi para o banheiro. Isabella se controlou para não ficar bisbilhotando pela fresta que Edward deixara, não fechando a porta por completo. Automaticamente se viu imaginando-o no banho, a água caindo sobre o corpo dele, percorrendo seus músculos dos braços, descendo pelas costas definidas... Ai, caramba! Por que estou pensando nessas coisas justo agora? – Isabella deixou a cabeça cair nas mãos. – Estou começando a achar que Jane tem razão: Eu estou precisando de sexo e dos bons. Se é que isso existe.

– O que a mocinha está procurando? – Edward saiu do banheiro, de toalha, e pegou Isabella mexendo nos armários.

Isabella parou segurando a porta do guarda-roupa aberta e desceu os olhos pelo peitoral de Edward até o volume por baixo da toalha verde clara. Edward apoiou as mãos nos quadris e ergueu as sobrancelhas em espera.

– Toalha... – Isabella disse ainda olhando para a toalha dele e sacudiu a cabeça ao ver que estava falando o que não devia – Roupas de cama, quis dizer.

– Qual o problema com aquelas? – Edward apontou para a cama que parecia ter umas 3 camadas de edredons.

– Problema nenhum, mas precisaremos de mais para fazer uma cama no chão...

– Quem vai dormir no chão, Isabella? – Edward a interrompeu. – Você?

Isabella olhou para a cama, depois para dentro do armário, vazio, e mordeu o lábio.

– Pode ser...

– Ninguém vai dormir no chão, mocinha! – Edward falou sorrindo. – Olhe o tamanho dessa cama!

– Edward, fingir que somos casados não incluía dormir juntos.

– Mas nós já dormimos juntos e não pareceu ser nenhum problema para você.

– Foi diferente. – Edward ergueu uma sobrancelha para ela – Eu estava bêbada.

– Ah, não se preocupe. Com certeza deve ter uma garrafa de Vodca ou mais no bar lá embaixo.

– Isso não tem graça.

Edward deu de ombros e se abaixou para abrir sua mala no chão. Retirou uma cueca samba canção e começou a colocá-la por baixo da toalha.

– Vamos dormir, Bella. Apenas dormir. Pode ter certeza que conhecendo minha família como eu conheço, amanhã será um longo dia.

Edward apagou as luzes e se enfiou debaixo das cobertas. Isabella suspirou e fez o mesmo. Edward estava com um dos braços dobrados atrás da cabeça e mirava o teto. Isabella segurava a ponta do edredom perto do queixo, com as duas mãos, e também mirava o teto. O barulho de grilos ao longe fazia uma estranha canção de ninar.

– Por que você trouxe uma boneca com você? – Edward perguntou “do nada”.

– É um ritual nerd de viagem.

Eles riram juntos.

– Ela caiu quando eu estava arrumando minha mala, sei lá.

– Será que um dia vou entender esse mundo geek? – mais risos abafados.

Silêncio.

– Você demorou a subir. Fez as pazes com seus pais?

– Não havia “pazes” para se fazer. O tempo foi suficiente para aceitarem minhas escolhas.

– Mas ainda tem a questão de sua filha.

– Ainda tem essa questão. Mas eles não falaram nada e eu nada falei.

– Haverá um momento apropriado.

Silêncio.

– Por que você estava tão desesperado para ir aos EUA com tantas oportunidades aqui?

Edward inspirou profundamente. Já imaginava que Isabella poderia ligar uma coisa a outra: Largar tudo para ir tentar a vida praticamente do zero num país estranho tendo uma família de boa condição financeira.

– Você não entenderia...

– Tente.

– Ok. Meu pai queria que eu assumisse os negócios da família, só pagou a faculdade de educação física para mim porque achou que era um capricho adolescente e também não queria que eu caísse no ósseo. Ele sabia que eu não ficaria muito tempo no exército, mas jamais poderia imaginar que eu fugiria dele indo para outro país.

Isabella pensou um pouco antes de falar.

– Seu irmão também não seguiu os passos de seu pai. – era uma constatação.

– Meu irmão queria viver da música, mas acabou virando advogado e hoje cuida dos negócios de forma ativa e ainda mantém um escritório de advocacia no centro do Rio. Ele mora a 15 minutos daqui, de carro.

Edward não precisou de mais explicações. Ela entendera tudo. Se ele continuasse por perto, acabaria fazendo o que seu pai queria.

– A chuva não caiu. – Isabella falou depois de algum tempo em total silêncio.

– Estranho. Meu pai nunca erra.

Estava muito escuro, mas Isabella sabia que Edward estava com o rosto virado para ela agora.

– Boa noite, coach.

Um suspiro.

– Boa noite, mocinha.


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