SEM RÓTULOS - welcome to my world escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 1
jogada


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!! *---*



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Isabella tentava se encontrar dentro do vestido rosa pink que sua melhor e única amiga Jane, com muita boa vontade, havia lhe emprestado. De fato, com aquele vestido ela agora descobrira que tinha seios. Como ele conseguia fazer isso? Ela puxou e ajeitou o seio direito, depois o esquerdo e bufou. Suas pernas finas e alvas totalmente expostas e inseguras em cima daqueles saltos plataformas. Seu reflexo no espelho lhe dizia mais do que ela podia querer.

“A quem estou querendo enganar?” – Isabella retirou os sapatos e sentou-se na cama apoiando a cabeça com as mãos. Boa tentativa, Jane... – ela suspirou. De repente um estalo. Num movimento rápido, Isabella se abaixou e, de joelhos, puxou a mala debaixo da cama. Ficou alguns minutos com o olhar perdido sobre ela. Alisou a superfície, limpando a poeira. Arriscou tocar o cadeado, mas como sempre, nesses últimos anos, desistiu. Deu um gritinho abafado de susto quando seu celular tocou. "The Imperial March", alta demais.

- Ainda não... Amiga, esse vestido é lindo e perfeito, mas pra você! Não tem nada a ver... O quê? Tá, tá bom.

E em exatos dez minutos, Isabella escutou as risadas de Jane no corredor e com um sorriso involuntário no rosto foi destrancar a porta do quarto.

- Você está linda!

- Mentirosa.

- Bella, é só falta de costume... – Jane mordeu o lábio inferior e arrastou sua amiga de volta para a frente do espelho.

- Ja...

­- Aquilo é o que eu pensando que é? – Jane interrompeu a amiga assim que avistou do espelho, a mala próxima ao pé da cama.

- Eu achei... Não sei.

- Você quer tentar?

- Só se...

­- Eu estou aqui, amiga, e acho de verdade que podemos fazer isso juntas.

Isabella conferiu o relógio em formato do símbolo do lanterna verde na parede.

- Temos menos de 40 minutos.

Jane sabia da importância daquele momento, por diversas vezes quis fazer com que sua amiga abrisse aquela mala, mais por curiosidade do que qualquer outra coisa. Mas agora, vendo os olhos marejados de Isabella, nem ela mesma tinha certeza se queria isso.

Isabella colocou a senha do cadeado e com um clique baixo estava destrancado. Inspirou profundamente e cerrou os olhos. Deixou que Jane abrisse o fecho e quando o barulho terminou, ela prendeu a respiração e abriu os olhos.

- Amiga, isso é praticamente um baú do tesouro! – Jane sussurrou.

Isabella passou a mão delicadamente sobre os objetos ali dispostos de maneira extremamente organizados, as roupas bem dobradas e algumas embaladas no plástico, graças a um desodorizador potente, nada ali dentro tinha cheiro de guardado. Isabella retirou o vidro de perfume do canto e segurou com as mãos trêmulas.

- Marie queria muito que eu conhecesse essa fragrância.

- Não conheço essa marca. – Jane virou a mão de Isabella para ver o nome do perfume: Thaty de O Boticário.

- É brasileira.

Girou a tampa do vidro e as duas inalaram juntas a fragrância fresca preservada naquele frasco por nada menos que treze anos.

- Nem parece que já passou da validade.

- Nada aqui dentro parece ter passado da validade. – Isabella olhou mais atentamente para o interior da mala e afofou as roupas. – Se eu conhecia bem minha irmã, acredito que aqui haja o que eu preciso.

Revirando com cuidado, Isabella puxou um saco transparente e ergueu para que Jane analisasse. Jane abriu a fita que vedava o saco e tirou de lá de dentro um elegante vestido preto.

- Sua irmã sabia das coisas. – sorriu.

Agora sim. Isabella se olhava no espelho e apesar da falta de costume em usar vestidos, esse vestido preto estilo tubinho, com um decote em V na frente e nas costas, indo até a altura dos joelhos, valorizava suas curvas sem parecer vulgar. Jane já tinha saído, correndo, pois seu noivo já estava buzinando impaciente e Isabella se sentiu aliviada por poder terminar aquela maquiagem sozinha. Com certeza Jane iria dar um jeito de lhe botar um batom vermelho e sombra azul- cintilante no rosto.

Puxou do fundo da mala as sandálias que provavelmente sua irmã usaria com aquele vestido, mas apesar de serem muito parecidas fisicamente, o tamanho do pé não era o mesmo. Marie, como sempre um exemplo de perfeição, calçava 34, enquanto Isabella não precisava ter medo de cair, plantada sobre pés tamanho 37. Ok, ok. 36, 37 eram os números básicos femininos nos E.U.A., mas tente calçar um AllStar 38, por causa de uma meia de algodão grossa e ter a canela fina. Resultado: “Cosplay” de Minie Mouse.

Assim que Isabella calçou os scarpins pretos, salto médio, com muito pesar, pois usara uma única vez e fora exatamente no enterro da irmã, a “Imperial March” a assustou novamente. Mesmo sendo fã de Stars Wars, Isabella só colocava esse toque quando estava passando por momentos cruciais de sua vida, como era o caso do dia de hoje. Por isso o susto toda vez que tocava. “Senhor nervosismo” mandou lembranças...

- Hum. Oi. – Isabella atendeu e se pegou fazendo o que mais abominava nas mulheres fúteis: Se virando no espelho para olhar o bumbum. What? Ela sacudiu a cabeça, revoltada consigo mesma e terminando de ouvir o que se dizia do outro lado da linha, desligou o celular e inspirou. “Treck”. Oh oh... Esse foi o barulho que o vestido fez quando ela respirou mais fundo.

Isabella conferiu o vestido e apesar do estalo, que parecia ter arrebentado alguma costura, ela não enxergou nada de anormal. Conferiu o fecho na lateral e ele ainda estava no lugar. “Ok, vestidinho, me ajude. Isso não vai levar mais que umas 2 horas. Assim eu espero”. Olhou para a estante no fundo, seu maior tesouro, todos seus bonecos e apetrechos de seu universo geek, e escolheu a mulher maravilha para lhe desejar sorte.

Edward precisou se forçar a fechar a boca quando viu Isabella saindo do prédio. Apesar de se estar apenas no início do outono, ele acreditava que Isabella iria precisar de um casaco por cima daquele vestido, mas não seria ele a fazer com que ela voltasse para buscar um. Ele já podia imaginar mil e uma maneiras de esquentá-la se fosse necessário e ele esperava que de fato fosse. A movimentada W 47th St, próxima a Times Square, ficou deserta enquanto ela atravessava ao encontro dele.

- Oi. – Edward disse sem saber o que fazer com as mãos, então as enfiou no bolso.

- Oi. – Isabella respondeu ainda preocupada com os estalos do vestido. – Onde vamos mesmo? – ela torcia que fosse algum lugar ou perto demais ou longe o suficiente para não ter que ir andando e assim não arriscar a resistência do vestido.

- Um restaurante a uns 15 minutos daqui. Entre. – Edward abriu a porta do carro e Isabella sorriu aliviada, 15 minutos para um treinador de futebol poderia significar muita coisa, ou nenhuma. Mas para ela, 15 minutos andando com aquele vestido poderia ser o fim.


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