Can't Go Back escrita por Gessikk


Capítulo 13
Capítulo 13- Não tenho medo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Bem infelizmente vou entrar em semana de provas, o que significa que eu posso demorar um pouco mais para postar o próximo capítulo, mas prometo que vou fazer o possível para postar o mais rápido que eu puder!!


No capítulo anterior...

"- Você sabia, você sabia o tempo todo.- Murmerei para minha mãe me ajoelhando ao seu lado..."

" Temos que salvar um adolescente em algumas horas lembra?.."

"Você está aqui sozinho, desamparado. Onde estão os seus amigos agora?..."



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Pov.Terceira pessoa

Callie fez um sinal silencioso com as mãos e Scott foi o primeiro a correr até a casa abandonada que ficava no meio da floresta, era um lugar pequeno e muito antigo, as madeiras quebradas pareciam prestes a desabar.
O alfa cheirou o ar profusamente, sentindo o cheiro de sangue e lobisomens desconhecidos, apurou sua audição e pode ouvir o som de pelo menos cinco corações batendo aceleradamente. Scott sabia que os lobisomens haviam percebido a sua aproximação, mas por algum motivo ninguém veio ataca-lo, porém o que mais o preocupava era não sentir o cheiro caraterístico de Stiles, ele não estava ali.
" Plano B" o alfa falou apenas movendo os lábios e imediatamente Derek foi para o outro lado da casa, Callie preparou sua besta apontada para a porta da frente e Malia e Kira foram para os fundos, cercando completamente o lugar. Todos esperaram Scott dar o sinal e então a caçadora atirou a sua primeira flecha que explodiu a porta da frente.
Segundos de silêncio e tensão se passaram, todos paralisados esperando algum ataque. Malia contava silenciosamente o tempo que passava... Oito, nove, dez. Dez segundos, foi o tempo que demorou até se ouvir o primeiro rosnado.
O plano B era se deixar levar para a armadilha preparada por Kate e atacar todos lobisomens que os ameaçassem , matá-los e poupar a vida de apenas um e o obrigar de qualquer forma dizer onde Stiles estava.
Scott apesar de ser contra a violência estava desesperado com a ideia de Stiles poder morrer e ele faria qualquer coisa para resgatá-lo.
Um lobisomem surgiu na direção de Kira, mas Malia o atacou antes que a garota fosse atingida e as duas meninas se juntaram para lutar contra o lobisomem que tinha o dobro de seus tamanhos.
Os ganidos e rosnados deixaram os outros preocupados, mas ninguém se moveu, todos continuaram imóveis em suas posições esperando os próximos ataques que vieram segundos depois. Um homem e uma mulher atacaram Derek simultaneamente enquanto um alfa atingiu Scott.
Callie cansou de esperar enquanto todos eram atacados e ela simplesmente invadiu a casa, se deparando com dois lobisomens acuados que começaram a rosnar ao vê-la.
Flechas, facas, espadas, garras e presas se chocavam provocando rugidos e gritos de dor por todo o local. O cheiro de sangue fresco inundava o lugar, a luta se seguia feroz e dolorosa, os inimigos eram muito fortes e experientes, mas a determinação e o furor pelo sequestro de Stiles fazia com que a matilha de Scott resistisse bravamente.
Um grito alto e penetrante invadiu o lugar, fazendo com que Scott cambaleasse de susto e fosse atingido pelo alfa feroz, mas logo em seguida o próprio lobisomem caiu de joelhos ao lado do adolescente.
Em questão de segundos todos que lutavam estavam caídos no chão, a dor que invadia seus ouvidos era insuportável, o desespero naquela voz torturada atingia suas mentes de maneira agoniante, as lágrimas caíram involuntariamente enquanto suas mentes eram despedaçadas.
O tempo passou lentamente enquanto suas mentes eram corroídas e então, bruscamente, o som se cessou e o silêncio reinou novamente.
– Lydia!- Scott falou sufocado, os olhos vermelhos encarando Malia em um pedido silencioso, ela era a mais rápida e a que estava mais afastada dos lobisomens.
A coiote entendeu imediatamente e se levantou agilmente, apesar da cabeça ainda estar explodindo de dor pelo grito da Banshee. Ela correu pela floresta sem olhar para trás, a visão apurada concentrada a sua frente e os ouvidos atentos a qualquer som a sua volta enquanto se guiava pelo faro para achar onde Lydia estava.

#Abertura#

Pov. Lydia
– Eles estão bem, Lydia - Melissa falou com calma apesar dos olhos estarem aflitos - Só simplesmente não acordam, mas não tem nada errado com o físico deles.
Concordei com o rosto calmamente e suspirei, agora além de tudo que eu estava passando meus pais ainda estavam inconscientes por horas e sem nenhum motivo aparente, justo quando eu precisava falar com eles e tentar descobrir o que sabem sobre o mundo sobrenatural.
– Por que você não vai para casa e dorme um pouco? Qualquer mudança que seus pais tiverem eu te aviso.
– Eu não consigo dormir - Murmurei cansada, o sono tinha se tornado algo diário para mim, pois não dormia mais do que poucas horas antes de ser atormentada por pesadelos. - E não quero ter que ficar sozinha em casa, não depois disso.
– Tem um quarto vazio aqui que você pode ficar e descansar se quiser.
Resolvi aceitar o quarto, sentindo meu corpo pesado e dolorido, os olhos ardiam de sono além da leve dor de cabeça que ameaçava tirar a minha paz. Deitei na cama macia do hospital e encarei o teto por alguns segundos, com a mente atormentada de preocupações e acima de tudo, com o coração explodindo de saudades de ver o meu menino.
Desabei no sono segundos depois.


Eu estava no meio de uma calçada conhecida, próxima a uma floresta. Olhei para trás e reconheci a casa de Stiles o que me fez suspirar de saudade.
Tudo parecia tão real e ao mesmo tempo tão distante da realidade. O que eu estava fazendo ali? Não me lembrava de ter andado, eu apenas tinha dormido.
Minhas pernas começaram a se mover pela própria vontade e quando eu vi já estava andando em direção a floresta, sem conseguir impedir que meus pés caminhassem pela terra fofa e vermelha. Automaticamente me lembrei de Stiles me falando que contava os dedos para saber se estava sonhando, ergui as mãos na direção dos olhos e contei lentamente. Doze, eu estava com doze dedos, então eu realmente estava em um sonho.
Apesar de achar estranho o caminho que estava seguindo, não quis questionar o porque daquele sonho, pois pelo menos era tranquilo, eu apenas andava desviando das árvores como se soubesse exatamente para onde queria ir.
Parei quando cheguei a uma parte queimada da floresta, formando uma pequena clareira que aparentemente estava vazia, mas algo me dizia que tinha algo importante ali. Olhei para os lados confusa, tentando enxergar além das árvores que me cercavam e então, repentinamente vozes invadiram a minha mente: "Ninguém se importa com você", " Frágil humano", "A culpa é sua!"
A voz era de Kate, reconheci de imediato, procurei com o olhar onde ela poderia estar, mas a voz era apenas um eco vazio, ela não estava ali realmente, eram como vozes feitas de lembranças.
– Eu sei que você está aqui!- Gritei para o vento mesmo sem poder ver ninguém, pois de alguma forma eu sentia a presença sádica da caçadora.
– Incrível como pode sentir a minha presença, mas não é capaz de sentir a dele.- A voz da Argent surgiu atrás de mim, pulei de susto e me virei para a direção da voz e lá estava Kate ao lado das árvores com um sorriso sádico no rosto, seus braços e rosto estavam repletos de sangue.
O sangue não era dela. Estremeci com esse pensamento.
Demorei alguns segundos para finalmente olhar para o chão, Kate pisava em um corpo ensanguentado espremido contra o chão, as costas nuas estavam em carne viva e a sujeira impedia de ver a cor de sua pele. Apesar de não conseguir ver o seu rosto esmagado contra a terra úmida eu imediatamente o reconheci. Stiles.
– Stiles!- Solucei com a voz engasgada e tentei me aproximar, mas eu simplesmente não saí do lugar.
– Vamos Lydia, você sabe que isso não é real, eu apenas estou me comunicando com você.
Reprimi um grito de ódio e frustração ao encarar novamente os doze dedos em minhas mãos, aquilo era apenas um sonho e eu não conseguia me mover, apesar de querer correr em direção ao Stiles e confirmar que ele estava vivo. Sentia como se meus pés afundassem no chão e ficassem presos, me impedindo de me mover.
Olhei para baixo e vi que eu realmente estava afundando, a terra abaixo de mim parecia me puxar para baixo, mas o que mais me assustou foi observar como a terra parecia vermelha e espessa como sangue. Alguns segundos se passaram e eu continuei mergulhando, lutando para me levantar enquanto desabava no chão e quando eu finalmente cai com as pernas já submersas eu pude ver que realmente era sangue.
Olhei para o alto e tentei gritar, mas o sangue invadiu meus lábios e eu engoli o oceano vermelho que me submergia. Fechei os olhos com força e os abri logo em seguida, então pude ver que estava no mesmo oceano de sangue que estive no início das aulas, eu me afogava e lutava para nadar, meus braços se moviam inutilmente enquanto meu corpo pesava cada vez mais.
Um corpo sem vida flutuava ao meu lado. Era Allison, ela usava o capuz preto e a besta nas costas como na minha alucinação, seus olhos estavam abertos me encarando com consciência, dessa vez tive certeza que ela havia me reconhecido. Seus olhos doces me encaravam com compaixão, ela chorava silenciosamente e esticou o braço na minha direção.
– Allison!- Falei e me arrependi de ter aberto a boca, o sangue quente e denso me fez engasgar e a sensação de aperto no meu pulmão se tornou mais intensa.
A mão de Alli encostou no meu rosto de forma carinhosa ela abriu a boca sem parecer se importar com o sangue a nossa volta e moveu os lábios sem sair som nenhum de sua boca. Li os movimentos de seus lábios e entendi o que ela dizia: " Você tem que fugir, salve Stiles e fuja Lydia." ela deu um sorriso encorajador e eu quis gritar para ela voltasse para mim " Tome cuidado, a escuridão se aproxima novamente, outro herói irá cair."
Ela sorriu mais uma vez e seu rosto começou a se desfazer, evaporar no oceano, enquanto eu era incapaz de encontrar minha voz, estava sufocando, morrendo aos poucos em meu pesadelo. Allison pôs as mãos sobre os meus olhos com delicadeza.


Acordei arfante e suada, me sentei logo desperta encarando atordoada o quarto do hospital.
– Stiles...- Murmurei trêmula.- Eu preciso acha-lo.
Peguei meu celular e liguei para Scott, precisava falar que eu sabia exatamente onde Stiles estava, a ligação caiu na caixa postal, tentei várias vezes seguidas e depois liguei para Kira e Derek, mas ninguém atendia.
Desisti finalmente de ligar e sai do hospital evitando que Melissa me visse, apesar de estar preocupada com o que meus amigos podiam estar fazendo, eu não podia me dar o luxo de não ir até Stiles naquele exato momento, pois tinha certeza que não havia sido apenas um pesadelo.
Entrei no meu carro e comecei a dirigir com as mãos trêmulas no volante tentando concentrar a minha mente em qualquer coisa que não fosse Allison, seu eu pensasse muito nela sabia que desmoronaria e não teria sanidade para nada mais nada e naquele momento Stiles era tudo o que eu precisava.
Estacionei o carro na frente da casa de Stiles como em meu sonho e caminhei pela floresta sem exitar, mesmo sabendo que era uma péssima ideia, eu estava desesperada.
Meu salto afundava na terra dificultando minha caminha até que finalmente desisti e larguei o sapato, continuando a andar descalça tropeçando algumas vezes pelo caminho, sentindo minhas pernas flácidas e trêmulas pelo nervosismo.
Quando me aproximei do lugar do meu sonho senti meu coração pular pela boca, mas não permitiria o medo me impedir de continuar. Andei até o centro da pequena clareira queimada e olhei para todas as direções esperando aflita de onde viria o perigo.
– Kate! Apareça!- Minha voz soou firme e alta, eu trincava o maxilar para impedir que gaguejasse. - Onde você está?
– Estou bem aqui.- A voz Kate respondeu um pouco atrás de mim, seu tom era calmo e confiante. - Finalmente você conseguiu me encontrar.
Demorei alguns segundos para finalmente me virar em direção a voz e encarei com firmeza e audácia os olhos cruéis da Argent, ela tinha um sorriso presunçoso no rosto enquanto me analisava dos pés a cabeça.
– Cadê ele? Onde está o Stiles?- Senti todo o medo que eu sentia evaporar e me abandonar, pois eu estava segura que faria de tudo para encontra-lo então não teria medo de nada que fosse obrigada a enfrentar desde que pudesse saber que ele estava em segurança.
– Está aqui atrás.- A Argent falou gesticulando para as árvores.- É que ele não esta em condições de ficar em pé.- Um sorriso brotou de seus lábios e eu tive que morder a língua para não falar nada. - Então, você continua pensando na proposta de vir me ajudar se eu deixar o garoto fugir? Ou você não se importa com ele a esse ponto?- Ela se aproximava confiante, os passos seguros e cautelosos a levando para mais perto de mim.- Não se preocupe porque será um prazer mata-lo bem lentamente caso você não queira vir comigo. - Ela parou por um instante e me encarou de maneira provocadora. - Caso tenha muito medo de mim.
– Eu não tenho medo.- Falei com firmeza, segura, pois apesar de ter ficado apavorada minutos antes eu sentia essa verdade dentro de mim, eu não tinha medo de enfrentá-la.- Escute o meu coração e veja que não estou mentindo. Só quero que você deixe o Stiles, agora.
– E por que você acha que eu faria isso?- Ela perguntou cínica, se aproximando ainda mais de mim.- Você está aqui sozinha, enquanto seus amigos lutam com os lobisomens idiotas que acham que tem um divida eterna comigo por eu ter "salvo" a vida deles da caçadora que matou a família de cada um.- Ela sorriu debochada e parou a centímetros de distância de mim.- Claro que fui eu mesma que matei seus familiares, mas eles não sabem disso.
– Você sabe que nosso bando é mais forte, eles vão matar todos esses lobisomens.- Falei tentando transmitir segurança apesar de me sentir abalada ao saber que ninguém havia contado para mim que eles estavam lutando.
– Mas a intenção é essa mesmo, não aguento mais aqueles lobisomens idiotas.- Ela revirou os olhos com desdém e voltou a me encarar, seu sorriso era ainda maior.- Afinal sou eu mesma que vou matar cada um de vocês, o que aparentemente não vai ser difícil já que eles fizeram exatamente o que queira, estão lutando contra aqueles pesos mortos enquanto você esta aqui a minha disposição.
Dei um passo para trás e quase tropecei, a Argent riu e olhou em direção as árvores com os olhos transbordando de diversão.
– Acho que já está na hora de trazer o Stiles, afinal, antes dele morrer eu quero que veja que foi inútil tentar defendê-la, que mesmo assim vou ter os seus dons ao meu favor. - Ela se virou de costas para mim sem medo e sumiu nas árvores enquanto eu permanecia paralisada.
Eu precisava ver-lo, precisava ver Stiles.
– E não posso esquecer que será muito mais divertido mata-lo com você vendo!- A voz de Argent falou e pude ver suas costas inclinadas para baixo, ela puxava algo, arrastando-o pelo chão.
A caçadora se virou ainda rindo prazerosamente e eu finalmente pude ver o corpo jogado no chão, a Argent segurava suas pernas de maneira desleixada e pude ouvir gemidos de dor vindo do garoto que eu não queria acreditar que era Stiles, não podia ser ele, não naquele estado.
O corpo no chão era excessivamente magro e mesmo de longe podia sentir o cheiro insuportável de urina e vômito, tentei inutilmente distinguir a cor de sua pele, mas o garoto estava inteiramente sujo de uma mistura de sangue seco e detritos, manchando a pele de preto que se assemelhava a carvão e vermelho vivo de um sangue recente que jorrava de sua barriga. O menino vestia apenas uma calça completamente esfarrapada e pude ver seus pés em carne viva.
O garoto gritou de dor quando sua cabeça bateu em uma pedra enquanto a caçadora ainda o arrastava pelo chão e eu não tive duvidas de que aquele grito agoniado era de Stiles, o meu Stiles. Criei coragem para finalmente encarar o rosto moribundo e pude ver somente uma grande deformidade inchada e roxa de pancadas, seus olhos não pareciam capazes de abrir devido a forma que estavam inchados.
Kate rosnou com raiva do grito do menino e parou repentinamente, ela agarrou o braço do garoto o fazendo gritar outra vez e o puxou para cima. As pernas magras, frágeis e desajeitadas do garoto falharam e ele ia desabar no chão, mas a caçadora o ergueu pelo pescoço. Um arfar desesperado escapou de seus lábios feridos e a Argent o virou de modo que Stiles ficasse de frente para mim, seus pés não encostavam no chão e ele não parecia capaz de sequer abrir os olhos para entender o que acontecia com ele.
– É uma pena que você não consegue ver o olhar de Lydia para você Stiles.- Ela falou no ouvido do garoto que se remexia lutando em seus braços.- Porque a última visão que você teria antes de morrer seria o único olhar de compaixão que a vadia foi capaz de te dar em toda sua miserável vida.
Após falar isso ela deixou que os pés do garoto alcançassem o chão, ele gemeu de dor e a Argent sorriu deixando suas garras de fora.
– Você vai morrer da mesma forma que tentaram me matar.- Suas garras roçaram em seu pescoço e eu fiz a única coisa que podia fazer, minha única defesa que era capaz de me tirar do estado de choque.
Eu gritei.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo...

"Desde seu peito pálido até o seu abdômen havia cicatrizes enromes misturadas a hematomas..."

"O menino soltou um suspiro desejoso e mordeu o lábio inferior automaticamente..."

"...só sentia dor e humilhação..."

"- Tão lindo...- A menina murmurou deslizando os lábios por sua clavícula..."



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