Can't Go Back escrita por Gessikk


Capítulo 12
Capítulo 12- Humano


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpa mesmo pela demora,é que tive alguns problemas de criatividade com esse capítulo, mas fiquem tranquilos porque eu tenho muitas idéias do que ainda vai acontecer na fic!

E ahh será que já falei o quanto amo vocês? Muito obrigada por cada comentário que me faz sorrir e me anima a continuar escrevendo essa fic!

No capítulo anterior...

"...eu escutei a voz do próprio Stiles.
Seu grito agoniado invadiu meus pensamentos atordoados..."



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/506749/chapter/12

Pov. Lydia

Haviam se passado sete dias.
Sete dias sem escutar a voz doce e rouca fazendo palhaçadas, sem os braços longos e pálidos para me abraçar na hora certa, sem suas colocações provocativas e sarcásticas que com o tempo, aprendi a amar. Uma semana sem nenhuma uma notícia de Stiles, dias de total solidão.
Enquanto todos a minha volta tinham armas e habilidades sobrenaturais para fazer uma busca intensiva eu tinha apenas vozes na minha cabeça.
A alcatéia nunca esteve tão unida, todos juntando suas forças e se dedicando ao máximo as buscas, não iam para as aulas e esqueciam de todos os problemas pessoais para encontrar Stiles, ele era a prioridade máxima, porém eu não me adequava ao grupo e nem tinha como ajudar em nada, então me isolei em todas as áreas da minha vida. Meus pais mal falavam comigo, parecia que quanto mais pesadelos e gritos eu tinha a noite, mais eles se afastavam, o que eu não podia julgar já que passava horas encarando o vazio tentando escutar qualquer voz que me desse uma dica qualquer sobre Stiles.
A única coisa útil que eu podia fazer era visitar Deaton todos os dias pedindo a sua ajuda para controlar os meus dons, mas parecia que cada vez que eu tentava me aprimorar, tudo escapava do meu controle. Quanto mais eu mergulhava nas vozes, mais eu perdia minha sanidade, me sentia desorientada, fora de mim, buscando incansavelmente a minha maldição, pois mesmo eu odiando meus dons eu precisava deles para encontrar Stiles.
Não houve mais ligações de Stiles e nem outro pressentimento, somente a noite as vozes falavam comigo, assim que dormia a escuridão invadia meus sonhos e as vozes borbulhavam em minha mente, mas eu não conseguia entender o que diziam, nem identificar com clareza a névoa negra que sempre pairava sobre mim, seguia cada pesadelo meu, eu sentia a sua presença sombria até mesmo quando acordava gritando ao sentir o vazio em meu peito se contorcer. Eu precisava de Stiles.
– Tente se concentrar- Deaton disse pela milésima vez me encarando com intensidade.
– Eu não consiguo, não ouço nada.
– Lydia seja forte!- A voz de Deaton era forte e insistente, uma ordem.- As vozes fazem parte de quem você é, elas querem se comunicar, você só precisa aprender a ouvi-las. Pense em algo que te de força, pense em Stiles.
Stiles. Era a única coisa que eu conseguia pensar nos últimos dias, me concentrei nos momentos que passei com ele, em sua voz debochada, das risadas, do choro, dos gritos, me apeguei as suas lembranças nos meus momentos mais sombrios, na morte de Aiden e Allison, em que ele estava do meu lado, nos dias chorando em seu peito e me escondendo em seu abraço. Ele era meu refúgio.
– Vocês tem um conexão muito forte, será fácil senti-lo, você já o trouxe de volta a vida, Lydia, escuta-lo não é nada comparado a isso.- Recordei do sacrifício que parecia ter acontecido séculos atrás, Stiles na banheira com gelo, morrendo com minhas mãos em seus ombros e voltando a vida depois de um tempo desesperador. - É muito raro uma Banshee conseguir escutar assim tão claramente a voz de outra pessoa, se você conseguiu sem fazer ideia de como controlar os seus dons, você é capaz de fazer muito mais.
A partir dali me recordei do grito de Stiles, o berro que eu havia escutado no hospital que foi exatamente idêntico ao seu grito no telefone, de alguma forma eu havia previsto aquilo e apesar de ter ficado apavorada eu queira sentir ou escutar qualquer coisa, suportaria qualquer dor e desespero, desde que tivesse certeza de que ele ainda estava vivo.
– Você tem algo dele? Tente tocar em objetos que ele costuma usar, ou algo que te deu. - Automaticamente fechei a mão em torno no pingente de coração e respirei fundo fechando os olhos, me concentrando na respiração profunda de Deaton.- Os objetos também podem falar com você, de acordo com quem os tocou ou qual a importância que eles tem para alguém.
Eu realmente tive esperanças de escutar qualquer coisa ao tocar no coração, mas novamente só havia o vazio, eu não conseguia fazer com meus dons simplesmente "ligassem" quando eu queria, eles continuavam escondidos dentro de mim.
Desisti de continuar tentando sentir alguma coisa naquele dia e falei para Deaton que voltava no dia seguinte, pois estava exausta, desgasta, com vontade de chorar de frustração e com a cabeça explodindo de dor.
Cheguei em casa e a luz da sala estava acesa, o computador ligado tocando uma música calma, papéis de trabalho espalhados pela mesa, mas estranhamente meus pais não estavam ali.
– Mãe? Pai?- Falei entrando na cozinha, os procurandos- Onde vocês estão?
Um gemido de dor foi a única resposta que eu tive, olhei para os lados assustada e segui a direção dos gemidos sufocados, cada passo que eu dava para o escritório o som se tornava mais forte.
Abri a porta do escritório com receio e senti minha boca se escancarrar com a cena que vi. Meus pais estavam agonizando chão, gemendo e se recontorcendo, com a névoa negra a pouco centímetros de seus corpos. A escuridão se remexia e mostrava seus tentáculos os envolvendo lentamente enquanto eles pareciam incapazes de se defender, os olhos perdidos no vazio enquanto se contorciam. Minha mãe repentinamente pareceu recuperar a visão e me encarou com os olhos úmidos de lágrimas.
– Lydia, grite.- Sua voz era rouca e fraca, mas pude sentir o peso de suas palavras.
Não fazia ideia do motivo dela dizer aquilo e não entendia o que era aquela névoa, mas apesar da confusão e desespero de ver meus pais daquela maneira eu apenas fiz o que mãe falou. Eu gritei.
O som saiu alto e agudo, doendo em meus ouvidos, berrei o mais alto que eu podia como se minha vida dependesse daquilo e algo estranho aconteceu, a névoa se encolheu até ficar apenas uma pequena sombra, ela parecia se contorcer e diminuir cada vez mais e então foi em direção a janela, quebrando o vidro ao escapar do escritório como se fugisse do meu grito.
– Você sabia, você sabia o tempo todo.- Murmerei para minha mãe me ajoelhando ao seu lado, ela e o meu pai sangravam pelo nariz e orelhas.
A mulher concordou com o rosto antes de ficar inconsciente, imediatamente me levantei e liguei para Melissa.

#Abertura#

Pov. Terceira Pessoa

– Você já acordou?- Callie perguntou grogue de sono, cambaleando até Derek.- Mas a gente dormiu tão tarde ontem.
– Eu ainda não dormi.- O lobo respondeu encarando os papeis a sua frente, eles haviam passado a madrugada em claro buscando qualquer pista sobre Stiles, mas quando a garota foi dormir o lobisomem continuou a sua pesquisa.
– Você precisa relaxar as vezes sabia?- Ela falou se sentando a cadeira do lado do lobo e desabando a cabeça sobre a mesa.
– Você está usando uma blusa minha?- O lobisomem falou surpreso finalmente encarando a garota, ela usava uma camisa azul que batia até acima de seus joelhos.
– Sim, eu trouxe poucas roupas para cá, então revolvi pegar umas do seu armário. - Ela respondeu como se fosse algo simples, fazendo Derek bufar. - Inclusive você tem um cheiro muito bom.
Derek revirou os olhos e ignorou o comentário da garota, a observando respirar fundo, sentindo o cheiro da camisa que usava. A folga e a audácia da caçadora o irritava, mas ele não podia negar que ela era extremamente sexy, a garota sempre o provocava de todas as maneiras possíveis e ele sentia aos poucos perder o auto controle.
Mesmo tendo receio de se relacionar com qualquer pessoa, a aproximação dos dois enquanto didiviam o loft era inegável e bem aos poucos, a menina conseguia quebrar as barreiras que Derek havia criado para se defender de futuras psicopatas que pudessem seduzi-lo. Ela conseguia o afetar de maneira assustadora.
– Então... Vamos rever tudo o que já descubrimos.- A garota sugeriu começando mexer nos papeis.
– Encontramos algumas gotas de sangue pela floresta, com o cheiro do Stiles, então temos alguma ideia de onde ele pode estar na floresta a partir daquele ponto.- Callie concordou com a cabeça pegando um mapa e analisando o grande X vermelho, onde mostrava o primeiro vestígio de onde o humano poderia estar.- Já sabemos que na verdade a Argent queria sequestrar a Lydia, o que a torna um possível alvo e bem, na ligação Kate parecia disposta a trocar Stiles pela Lydia.
– Temos que tomar conta da Banshee para que ela não faça nenhuma besteira como se entregar e claro, não podemos esquecer que nesse tempo Stiles está sendo torturado e como é apenas humano não acho que vá sobreviver por mais um dia. - Callie falou analisando a expressão determinada do lobisomem.
– É por isso que vamos atacar o possível lugar hoje mesmo e sem a consciência de Lydia, para que ela não faça nenhuma besteira e assim conseguimos resgatar o garoto com vida.
– Ainda acho que aquele pedaço de roupa dele pode ser uma armadilha- A caçadora falou com receio.
– Eu sei, mas não podemos ficar parados, pelo menos precisamos tentar salva-lo!
– Mas você acha mesmo que surgeria do nada um pedaço da blusa dele perto de onde começamos a busca?
– Mesmo que tenha sido planejado Kate tem que estar por perto para implantar a pista falsa e nossa maior esperança é de que esteja naquela casa abandonada, mas se não quiser arriscar você sabe que não precisa ir, não é a sua obrigação nos ajudar.
– Eu vou para qualquer lugar que você for. - Ela falou decidida, os olhos castanhos fixo no olhar surpreso do lobo. - Bem, vou começar a preparar minhas coisas.- Ela falou quando o silêncio se tornou incômodo, ambos se encarando por minutos a fio.
– Callie! - Derek chamou quando a garota estava indo até a comoda. - Eu...- Ele pareceu desconcertado sem saber o que falar, estava em pé pensando em como agradecer por ela estar o ajudando tanto nos últimos dias e aturando seu mal humor, insistindo em ser aproximar dele mesmo quando o próprio lutava para a manter afastada, evitando muito diálogo.
A menina sorriu e seus olhos brilharam de presunção, o lobo finalmente estava cedendo a ela, deixando que se aproximasse dele, o que fazia com que a atração que a caçadora sentia por ele aumentasse ainda mais, deixando de ser somente desejo e começando a surgir sentimentos que aumentavam lentamente no coração sofrido e endurecido dos dois. Eles simplesmente compreendiam a armagura e a dor um do outro, respeitavam seus traumas e limitações.
Derek observou o sorriso e a expressão travessa de Callie, a maneira como ela o analisou de maneira sugestiva e então simplesmente foi até ela e agarrou o seu quadril, fez com que seus pés saíssem do chão e finalmente a beijou. Seus lábios se chocaram com fúria e se moveram aflitos, a língua de Derek logo invadiu a boca da menina derrubando suas estruturas, suas mãos fortes a apertavam com força a fazendo estremecer em seus braços e logo ela agarrou seu cabelo, o puxando e arranhando sua nuca.
– O que você está fazendo?- O lobisomem perguntou rosnando baixo quando a garota se afastou.
– Eu preciso preparar minhas coisas. Temos que salvar um adolescente em algumas horas lembra?- Ela tinha um sorriso sínico e satisfeito quando se afastou do lobisomem inconformado. - E você merece ficar com esse gostinho de quero mais. - Ela piscou debochada e provocante antes de sair de perto dele.

###

Pov. Stiles

– Hum...Pelo visto não vou ser a primeira a brincar com suas costas.- Kate falou sarcástica, os dedos passando pelas marcas onde Malia havia me arranhando na nossa última noite juntos.
Eu novamente estava preso as correntes, virado de costas para Argent,sem nenhuma visão do que iria ela fazer e assustado com o fato dela já ter rasgado a minha blusa me deixando completamente vulnerável.
– Você sabe que merece isso não sabe?- Ela sussurrou perto da minha orelha.- Você é culpado por cada morte que aconteceu, foi você que matou Allison, por isso merece sofrer.
A culpa corria em meu estômago quando senti as garras da caçadora afundando em minha pele, gritei de dor e ela começou a arrastar as garras por toda extensão das minhas costas, a ardência e a dor eram insuportaveis, podia sentir meu sangue escorrer por onde ela abria feridas. As lágrimas salgadas banhavam meu rosto, o medo e a dor se misturando ao peso das palavras que a Argent me dizia o tempo todo, ela jogava a culpa das mortes em cima de mim, me lembrava a cada momento o quanto era miserável e que merecia morrer, falava da morte da minha mãe e o quanto era um filho desprezível. A cada minuto que se passava eu ouvia repetidas vezes que só fazia mal as pessoas que amava, que apenas destruía vidas. O pior era saber que cada palavra era verdadeira.
Eu não fazia ideia de quanto tempo permaneci preso sendo estraçalhado pelas garras de Kate, depois de um tempo ela começou a açoitar as minhas feridas e a única coisa que eu fazia era chorar silenciosamente, estava cansado de gritar, minha garganta já estava ferida de tanto berrar desde que acordei naquele lugar.
Há quanto tempo eu devia estar ali? Não fazia a menor idéia, meu estômago estava vazio e se contorcendo dolorosamente, eu não havia recibido nenhuma comida e a única água que consegui beber foi nas vezes que era afogado no balde. Três dedos das minhas mãos já haviam sido quebrados, meus pés estavam destruídos após ter pisado em cacos de vidro, tinha mordidas espalhadas pela cintura, quadril e braços, além de um corte enorme na coxa que ganhei ao xingar Kate.
O cheiro da bebida alcoólica ardia em minhas narinas, a Argent bebia ao mesmo tempo que me batia, estava totalmente descontrolada. Arfei e gritei de susto e dor quando senti o vidro se estilhaçar nas minhas costas e a bebida inundou minhas feridas como ácido, a dor era insuportável.Ela havia quebrado a garrafa da bebida em mim.
Kate abriu as correntes das minhas mãos e tornozelos, cai brutalmente no chão, minha cabeça latejou e minha visão ficou embaçada, mas mesmo assim pude ver que ela ria, os olhos correndo pelo meu corpo exposto, o tronco nú e a calça esfarrapada, estava melado de suor e sangue, ao encarar minha pele exposta não conseguia distinguir meu tom pálido, pois estava completamente imundo, poeira, vômito e bebida cobriam cada extensão do meu corpo.
– Ninguém se importa com você, Stiles.- Cada palavra espancava meu coração.- Você está aqui sozinho, desamparado. Onde estão os seus amigos agora?- Ela me olhava cruelmente ainda sorrindo e se abaixou perto de mim.- Eles te colocaram nesse mundo sobrenatural, mesmo com você sendo apenas um frágil humano e agora nenhum deles está se preocupando em como você esta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo....

"Dez segundos, foi o tempo que demorou até se ouvir o primeiro rosnado."

"...ele faria qualquer coisa para resgata-lo."



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Can't Go Back" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.