Pov. Terceira pessoa

Malia ainda estava deitada na cama de Stiles quando ouviu o primeiro grito. Ela se levantou em um pulo, colocou uma roupa em segundos e desceu a escada correndo, passando na frente do senhor Stilinski que pegava a sua arma e a olhou surpreso, pois não fazia ideia que a coiote estava na sua casa.

Nem a sua velocidade sobrenatural foi o suficiente para impedir que o lobisomem levasse o menino inconsciente, quando Malia chegou perto de onde Lydia sangrava e gritava só deu tempo de ver um vulto do homem correndo com Stiles em seu ombro.

– O levaram.- Lydia falou tremula chamando a atenção de Malia- O levaram.- Ela chorava e suplicava com o olhar, suas mãos tremiam em torno do ferimento. – Traz ele de volta! Traz ele para mim!

Malia nem sequer pensou, a raiva queimava em seus músculos e ela se lançou para a frente, correndo com a maior velocidade que tinha. Assim que as árvores ao seu redor a escondeu dos olhares dos vizinhos, a coiote se transformou, deixou que suas garras e presas surgissem, seu rosto juvenil se contorceu em uma expressão animalesca, os olhos azuis brilhavam de ódio e um rosnado furiosos rompeu de sua boca.

Tudo a sua volta era um borrão vermelho, sua visão apurada estava concentrada somente no lobisomem a alguns metros a sua frente, ela aumentou a velocidade para alcança-lo quando se aproximaram da margem de um rio. O homem saltou sobre o rio e fincou as garras na panturrilha do humano para impedir que ele caísse, quando Malia viu o rosto inconsciente de Stiles batendo duramente contra as costas do lobisomem e o corpo pálido mole, indefeso nas mãos do lobisomem, ela enlouqueceu de raiva.

Malia tomou impulso e se jogou no ar, pulando de encontro ao lobisomem. Seus corpos se chocaram no ar e ambos caíram na margem do rio, Stiles desabou na água gelada e por breves instantes a ardência da ferida em sua cabeça fez com que soltasse um lamento de dor, um gemido arrastado escorreu de sua garganta e ele voltou a ter consciência de seu corpo, sem ser capaz de ser mover, nem sequer abrir os olhos.

A coiote e o lobisomem rolaram pelo chão, garras e presas se chocaram, mordidas e arranhões foram distribuídos por ambos, rosnados e grunhidos de misturando, enquanto a terra era inundada pelo sangue misturado que escorria das feridas que eles abriam na luta feroz.

Pela visão periférica, Malia viu quando uma mulher se aproximou sorrateira e pegou em seus braços o humano ensopado pela água do rio. A coiote se desesperou e lutou com fúria para se libertar das mãos restritivas do lobisomem que a segurava com força, a mantendo presa no chão.

– O leve até Kate- O lobisomem rosnou e a mulher loira concordou com o rosto e saiu correndo com o humano nos braços.

# Abertura#

– Melissa eu preciso ir vê-la!- O xerife Stilinski falou ansioso, as lágrimas tombavam tímidas de seus olhos.

– Ela está em estado de choque, não está respondendo a nenhuma pergunta, só fica repetindo a mesma coisa: “O levaram”. Você precisa dar um tempo para ela descansar- Melissa falou mais uma vez, tentando convencer ao xerife que Lydia não estava preparada para contar o que aconteceu.

– Mas é meu filho!- As lágrimas caíram com força e a Mccal não resistiu ao impulso de abraçar o homem desolado.

O xerife não conseguiu conter os soluços que prendia dentro de si e as lágrimas caíram de maneira constrangedora, mas ele não pode evitar, pois o garoto era tudo o que ele tinha e depois de ter passado por tanta coisa ele não suportava a ideia de perder o seu filho daquela forma bruta, após ter conseguido fazer que com ele voltasse ao normal depois de ter sido possuído.

Malia chegou no hospital mancando dolorosamente, estava com a roupa em frangalhos e suja de sangue, tanto dela quanto do lobisomem com quem lutou. A coiote se aproximou do xerife que chorava no corredor, abraçado a Melissa, na frente do quarto onde Lydia estava paralisada desde que levou pontos nos ferimentos da barriga.

– Oh! Meu Deus! Eu vou te ajudar! – Melissa exclamou ao ver a menina e tentou encostar no seu braço, mas Malia se afastou e rosnou para ela, pois mal a conhecia.

– Eu não preciso de ajuda, me curo sozinha. – A coiote falou com desconfiança, pois não confiava nas pessoas, logo em seguida encarou o senhor Stilinski com o olhar transbordando de culpa.- Eu não consegui impedir que levassem seu filho, eu lutei contra o lobisomem que o carregava, mas surgiu uma mulher e levou Stiles para Kate. – Ela falou de maneira rápida e confusa, mordendo a boca para evitar as lágrimas que ameaçavam a escorrer- Depois o desgraçado conseguiu fugir conseguiu fugir e eu não fui capaz de alcança-lo..- A voz da garota falhou e ela encarou o chão, sem ser capaz de suportar a dor transmitida na expressão do xerife.- A culpa é minha!- Ela murmurou para si mesma antes de se afastar.

Scott estava sentado ao lado de Kira no banco de espera do hospital e ouviu toda a conversa de longe. O alfa sentia todos seus músculos pesados e a cabeça explodindo de dor, a inutilidade o roía por dentro e ele ansiava sair dali e poder fazer qualquer coisa para ajudar o amigo, antes que o desespero o consumisse ao imaginar o frágil Stiles nas mãos de Kate.

– Eu vou falar com a Malia, fica aqui para falar com a Lydia quando ela sair do estado de choque.- Scott falou para Kira que assentiu com o rosto.

– Ei! Malia! O que você vai fazer?- Scott perguntou ao chegar perto da coiote que já estava na frente da porta do hospital.

– Eu só achei que o pai do Stiles precisava saber que haviam sequestrado seu filho para o levar até Kate, mas agora eu vou voltar a busca! Vou voltar ao último lugar que o vi e seguir seu rastro. – Sua voz era determinada e os olhos selvagens já começavam a mudar de cor, o castanho era invadido pelo azul gélido.

– Você não pode ir assim, não sem ajuda! Nós precisamos de um plano para ir atrás dele! – O alfa falou e os olhos da garota brilharam de ódio.

– Covarde! Seu melhor amigo foi sequestrado e você quer pensar em um plano enquanto ele pode morrer a qualquer momento?

– Malia! Não adianta de nada morrer tentando salva-lo, isso não vai o ajudar! – O lobo falou sério transmitindo confiança e autoridade.

– A culpa é minha ok? Eu devia ter o salvado, estava tão perto quando tudo aconteceu e mesmo assim não fui capaz de...- Ela baixou o olhar e desistiu de completar a frase, em vez disso encarou Scott novamente antes de falar- Eu não posso ser responsável por mais uma morte, não posso ter voltado a forma humana só para novamente ser responsável pela morte de quem eu amo.

– Malia a culpa não é...- Scott foi interrompido por um grito de desespero vindo de um dos quartos. – Lydia- O lobisomem murmurou temeroso e correu em direção ao quarto da menina, esquecendo de seus problemas com a Malia.

Quando o alfa invadiu o quarto de hospital encontrou Lydia sentada na ponta de sua cama, ela se contorcia e agarrava o lençol da força, ela chorava enquanto gritava, os olhos fechados e a expressão agoniada.

– Ei Lydia! O que aconteceu?- Scott perguntou preocupado abraçando a garota de modo fraternal, fazendo com que a menina parasse de gritar, apesar das lágrimas ainda escorrerem de seus olhos desesperados.

– Eu posso sentir a morte se aproximando dele Scott- A garota falou entre soluços. – Stiles... meu Stiles, eu consigo o sentir claramente, sentir a sua morte. As vozes me alertaram do perigo que ele está correndo.

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O humano estava preso a correntes, os braços e as pernas envolvidas pelo metal frio, o corpo pendendo para frente, a cabeça tombada para baixo, estava totalmente imerso na inconsciência.

Kate analisou Stiles por alguns instantes, seu corpo magro e pálido parecia tão frágil que a caçadora se perguntou o quanto ela poderia tortura-lo sem que ele morresse instantaneamente. A Argent não queria que o garoto tivesse uma morte rápida, pois além dele ter sido o responsável pela morte da sobrinha, tinha atrapalhado que ela sequestrasse a Banshee que ela queria usar para se proteger.

A caçadora se aproximou do garoto vagarosamente e encostou os lábios no ombro dele, seus dentes o morderam com delicadeza, aumentando a força aos poucos, até sentir a pele frágil do garoto ceder e o gosto de sangue invadir a sua boca. Stiles despertou gritando de dor, os olhos arregalados e a respiração descontrolado, a Argent forçou ainda mais os dentes e finalmente botou as suas presas para fora, o que fez com que a carne do menino se rompesse.

A Argent se afastou com um sorriso satisfeito no rosto, os lábios sujos de sangue e os olhos felinos analisando com prazer a expressão de dor do menino.

– Não se preocupe, eu não posse transforma-lo. – A mulher disse encarando o garoto desnorteado, seus olhos cor de âmbar se moviam aflitos, tentando se orientar.- Sabe, não foi nada inteligente você ter vindo no lugar da sua amiguinha, afinal, eu não ia machuca-la, pois eu preciso dela, mas você...- Ela balançou a cabeça com se desaprovasse suas atitudes.- Bem, mas não importa agora, pois mesmo sem a Banshee eu vou me divertir muito com você.