Lover Eternal - por Demetri Volturi escrita por Bia Kishi


Capítulo 28
Capítulo 28 - Emboscada em Volterra


Notas iniciais do capítulo

Entrei pelos jardins do castelo, me esgueirando entre os arbustos até que encontrei. Se meu coração pudesse bater, naquele momento teria parado. A fumaça arroxeada e doce subia em uma nuvem espessa pelo canto do muro. Minhas pernas quase não se moviam, tamanho era meu desespero – eu não tinha certeza de querer saber qual dos meus amigos queimava naquela pilha, era assustador.



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Sentei-me na cama apenas pelo habito de parecer humano, e esperei. Eu não sabia quanto tempo Satine demoraria, mas não seria algo rápido. Ela não precisava apenas fazer o garoto entender, ela precisava entender também. Precisava lutar contra seus próprios fantasmas e encarar seus próprios medos.

            Fechei meus olhos e apenas relaxei – não ter que respirar e nem fingir que era humano ás vezes era muito agradável. Antes que pudesse me desligar por inteiro, uma batida suave na porta me despertou.

            Quando a porta se abriu, senti como se meus piores pesadelos tomassem forma – a vampira parecia ainda mais branca e seus olhos assustados me diziam que eu tinha razão.

-           Demetri! Graças a Deus Satine não está aqui – Alice disse, conferindo o interior do quarto.

-           O que houve? – eu perguntei sem querer saber a resposta.

-           Ainda não aconteceu – ela fez uma pausa e encarou o olhar do vampiro louro atrás dela – mas vai.

-           Diga de uma vez Alice!

-           Uma batalha. Em Volterra. Eu... Eu... Não consigo ver tudo, está nublado.

-           Aro! – eu repeti para mim mesmo.

            Não esperei Alice terminar, eu não podia. Tudo que eu havia pensado em fim, tudo que eu havia sentido, era verdade. Caius realmente não deixaria as coisas como estavam. Ele não permitiria que Satine se unisse a mim.

            Eu corri. Corri e corri o mais rápido que pude. Não importava como eu chegaria a Volterra, mas eu daria um jeito de proteger meu mestre.

            Enquanto via as arvores se perderem em um grande borrão verde, pensei em Satine – não sabia o que dizer a ela e principalmente porque nada no mundo seria capaz de impedi-la de me acompanhas e eu não podia permitir isso. Não podia deixar minha vampirinha em perigo. Eu sabia que Satine e eu seriamos o alvo mestre de Caius. Eu não podia permitir. Além disso, a vampira daria um jeito de contar a ela. Eles tinham muito mais jeito para isso do que eu.

            Cheguei a Volterra com o entardecer. Já não havia mais sol na cidade e então eu não precisei me esconder. Não havia ninguém no prédio da empresa – o que me deixou ainda mais preocupado – nem mesmo Diana estava lá. O lugar todo parecia mais fantasmagórico e assustador do que nunca. Caminhei pelos subterrâneos tentando encontrar algum sinal de vida – ou de morte – mas não encontrei nada.

            Entrei pelos jardins do castelo, me esgueirando entre os arbustos até que encontrei. Se meu coração pudesse bater, naquele momento teria parado. A fumaça arroxeada e doce subia em uma nuvem espessa pelo canto do muro. Minhas pernas quase não se moviam, tamanho era meu desespero – eu não tinha certeza de querer saber qual dos meus amigos queimava naquela pilha, era assustador.

-           Santo Deus! – a voz de Félix ressoou forte e agitada atrás de mim – você tinha razão!

            Eu não pude formar uma frase se quer – as palavras pareciam afogadas em minha garganta.

-           socorro! – Uma irreconhecível sussurrou entre o estalar de ossos.

            Eu corri. E Felix correu ao meu lado.

            Perto do ponto inicial da fumaça, Renata se contorcia tentando firmar o próprio corpo despedaçado.

-           Félix me ajude! – ela implorou em um sussurro afogado em dor.

            Enquanto Félix se apressava em juntar os pedaços do que havia sobrado de Renata, eu me concentrei na pilha de ossos queimando, quase não pude acreditar – Marcus estava lá, seu corpo queimando quase irreconhecível. O fogo e a fumaça o estavam consumindo, era tarde demais, não havia o que fazer por ele. Eu parei em frente aos ossos e cerrei minhas mãos em punho com um juramento – quem quer que tivesse feito aquilo, não se sentaria no trono de Volterra.

 

 

Olhei uma vez mais ao meu redor - todo o castelo estava destruído. Era como se eu estivesse novamente na guerra. As paredes milenares eram um amontoado de pedras no chão. A sala de mármore do trono estava rachada ao meio, e estava completamente vazia. Esgueirando-se como uma cobra, Heidi sorria para mim do canto norte do castelo.

-           Onde ele está? – eu gritei para a vampira.

            Heidi sorriu, seus olhos brilhavam com o doce sabor da vingança..

-           Qual o problema Demetri, não sabe o mestre está? Achei que não tinha mais um mestre.

            Eu corri e a segurei pelo braço.

-           Não seja tolo meu querido general, se me matar nunca mais verá seu mestre.

 

***

 

Jacob havia ido a alguns minutos, eu já sentia como se uma parte de mim tivesse sido arrancada. Eu não conseguia entender, mas de algum modo que eu não podia reconhecer ele havia silenciado a conexão entre nós, eu não podia ouvir nada. Nada além do silencio perturbador de estar sozinha novamente.

Eu estava tão concentrada em meus proprios pensamentos, que quase não percebi Alice se aproximar.

-           Satine querida, tem que me prometer que ficará calma.

Demetri! – minha mente repetiu em silencio.

-           Alice me diga que ele está bem.

            Alice parecia perdida em pensamentos, seus olhos eram como um borrão.

-           Uma emboscada, ele... ele... ele não teve chance.

            O mundo sumiu debaixo dos meus pés.

-           Oh meu Deus Alice! Não me diga isso! Não me diga que Demetri... – eu não conseguia terminar a frase.

            Alice parou por um instante.

-           Demetri? Oh não, não aconteceu nada com ele.

-           Eu não entendo.

            As mãos de Alice tocaram suavemente meu rosto no mesmo instante em que meu pai apareceu com Esme ao seu lado.

-           Tem que ter calma querida – a voz suave do anjo me encorajou.

            Por mais que eu quisesse permanecer calma, meu corpo não parecia obedecer, os tremores começaram bem no fundo do meu ser e lentamente foram ficando cada vez mais insuportaveis.

-           Alice – eu a segurei pelos ombros – me diga o que está acontecendo.

-           Um ataque. Em Volterra. Aro – eu não a deixei terminar a frase.

            Não esperei por ninguém, nem mesmo me despedi. Eu apenas corri. Corri e corrri o mais rapido que minhas pernas permitiram. As arvores passavam como um grande borrão verde em minha frente, eu corri e nadei e tudo que minha mente conseguia registrar era que meu pai estava em perigo e eu precisava salva-lo. Em um breve momento de consciencia, em meio a turbulencia de minha mente, eu me concentrei em Jacob. Pensei nele e em como era tranquilo ao seu lado. Em como estava dificil agora e em como eu o queria ali. Entre as muitas lagrimas que derramei n caminho até Volterra, algumas foram para Jacob, meu amigo.

            Os tremores estavam me consumindo e eu podia sentir todos os meus ossos estalando, enquanto eu me aproximava de casa. Eu não sabia se sairia viva de tudo isso. Não sabia se ainda seria eu mesma depois de tudo, mas de uma coisa eu sabia – Jacob não estaria ali para me acalmar.

            Entrei pelos portões do castelo com a roupa em farrapos. Meu rosto estava sujo e sangrava pelos arranhões que consegui no caminho. Minhas mãos sangravam também e meus pes estavam doloridos e cansados, mas eu estava lá.

            Corri pelos portões, mas meus pés pararam bem em frente ao grande salão. Minha visão se escureceu e pensei que fosse cair, mas não caí – mãos frias, suaves e gentis me sustentaram uma vez mais. Ele estava lá. Sempre estaria.

-           Demetri! Eu sussurrei entre soluços e lagrimas – eles destriram nosso lar.

            O rosto de Demetri era sombrio e ele era muito mais do general temido, do que do homem que eu amava tanto, mas mo assim, ele sorriu suavemente.

-           Não meu amor. O que eles destruiram nós podemos consertar. Eu estou ao seu lado minha senhora, e isso nunca mudará.

            Eu apertei sua mão junto a minha.

-           Nunca, meu general, isso nunca mudará.

            O som de palmas me fez abrir os olhos.

-           Lindo! – a voz aguda e sem emoção de Caius ressoou pelas pelas destruidas – isso é mesmo lindo de se ver! A princesa e o plebeu. Não percebe, doce Satine que foi justamente por isso que tudo isso aconteceu? Não percebe que foi essa atitude que o pobre e fraco Marcus está queimando naquela pilha de ossos?

            Eu engoli em seco, sem coragem para olhar a pequena fpgueira que ainda ardia. Eu amava Marcus como a tio e sabia que ele me avama também. Meu coração estava partido e eu não tinha idéia se seria possivel coloca-lo no lugar.

-           Onde está papa Caius? Onde ele está? -  minha voz estava esganecida, como um silvo, nem eu mesma me reconhecia.

-           Não se preocupe Satine, Aro ainda vive. Embora – Caius fez uma pausa e se aproximou um pouco mais – ele não mereça mais ser o lider. Você há de concordar comigo que alguém que sofre uma emboscada primaria como esta, não merece ser lider de coisa alguma. Não é, pequena Satine?

            Eu não sabia o que dizer.

-           Você quer a mim, Caius – Demetri disse – solte Aro e Satine e eu me entrego.

            Caius soltou uma risada de deboche.

-           Não me faça rir general, não é uma escolha sua – ele olhou de Demetri para mim – é uma escolha de Satine.

            Nesse momento, Demetri caiu no chão se contorcendo como se fosse dilacerado ao meio por uma faca de serra e ela apareceu – o demonio dos cabelos louros, alguém que eu temi por um longo tempo, Jane.

            Não espantou que ela estivesse ao lado de Caius. Na verdade, era compreensivel – Jane não gostava de mim, achava que eu tinha roubado seu lugar. Ela me odiava, assim como Heidi.

-           Liberte-o Caius! – eu ordenei.

-           É claro pequena Satine, eu o libertarei. Você só terá que escolher.

            Nesse exato momento, Heidi apareceu arrastando Aro desacordado. Meu pai parecia tão fragil em seus braços.

            Eu estava sem reação – Aro e Demetri estavam em lados opostos do salão. Jane de um lado, Heidi do outro, ao mesmo tempo, acenderam um fosforo e jogaram nos dois homens qu eeu mais amava no mundo, instantaneamente, o fogo se alastrou. Caius sorriu em satisfação.

-           Agora escolha Satine querida, sabe que não poderá salvar os dois. Escolha quem quer salvar!


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