Lover Eternal - por Demetri Volturi escrita por Bia Kishi


Capítulo 24
Capítulo 24 - A Filha do Mestre


Notas iniciais do capítulo

Eu estava no subterrâneo, quando Renata apareceu.
— Corajoso você!
— Porque? Porque apertar o gatilho da guerra entre os Volturi?
— Não seu bobo – disse Renata colocando as mãos em meus ombros – por enfrentar Caius, coisa que todos nós sempre quisemos. A guerra era inevitável á muito tempo.



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      Eu continuei ali, segurando minha postura, enquanto mestre Aro continuava.

-           Sabe que terá que enfrentar a fúria de Caius, não sabe Demetri?

-           Não tenho medo de Caius mestre.

-           Ama Satine o suficiente para comprar uma briga com os Volturi, caro general?

Eu não entendia que tipo de pergunta era aquela. Não entendia qual seria a resposta certa. Então, eu arrisquei na verdade.

-           Eu a amo o suficiente para morrer apenas para que ela sorria, meu senhor.

Aro virou-se em minha direção. Um sorriso leve e discreto em seus lábios – eu não sabia o que pensar.

-           Não sei se você é corajoso Demetri, ou apenas louco; de qualquer forma, minha filha tem sorte em tê-lo com ela. Tanta devoção assim, só pode ser um privilégio.

      O mestre caminhou pela habitação, estalando os nós dos dedos.

-           Coisas deverão mudar, Demetri. Providencias deverão ser tomadas. O casamento de minha amada Satine deverá ser um acontecimento.

Casamento? – minha cabeça começou a rodar – será que eu havia entendido certo? Casamento! Casamento! Aro Volturi estava planejando um casamento?

-            Casamento, mestre? – eu perguntei fitando as tábuas do chão.

-           É obvio general. O que pensava? Que eu permitiria que tivesse com minha filha o mesmo relacionamento que manteve com Heidi por mais de um século?

           Eu engoli em seco.

-           Não mestre. Perdão. Penso que não me expressei corretamente. Tudo que eu mais sonhei sempre foi ter Satine para sempre. Fazer dela minha companheira. Só não pensei o que o senhor me permitiria algo assim. Pensei... Pensei...

-           Que não era digno de Satine? – Aro me interrompeu.

           Meus olhos se perderam no linóleo do chão.

-           Sim.

           Aro tocou meu ombro com sua mão, delicadamente.

-           É digno de Satine desde a primeira vez em que a aninhou em seu manto, general Demetri Volturi. Ela o escolheu e eu confio em minha filha, por isso você sempre foi digno dela.

Eu suspirei profundamente.

-            Obrigado mestre. Não sabe o quanto significa para mim.

            Mestre aro passou o braço por sobre meu ombro e me conduziu pelo corredor.

-           Agora conte, Demetri. Minhas duvidas estavam corretas? Satine é mesmo filha de Carlisle?

-           Sim mestre. Carlisle é o pai.

-           E a mãe meu amigo, era uma humana? Satine é mesmo uma mestiça?

      Eu engoli em seco novamente.

-           Não mestre, a mãe não era humana; ou não “apenas humana”. Mas sim, Satine é uma mestiça.

Aro me olhava com curiosidade típica, esperando ansiosamente que eu continuasse a história, quando Caius apareceu.

-           Caius, irmão, Demetri traz novidades á respeito de nossa princesinha.

      Caius não olhou em meus olhos – ele nunca olhava – ao invés disso, sorriu para Aro.

-           E como está a bela Satine? Sente saudades de casa?

-           Penso que nem tanto quanto eu gostaria, irmão. Satine já tem tudo que ama ao seu lado.

Caius continuou olhando para Aro, embora eu pudesse sentir, em seu olhar periférico uma fúria mortal.

-           Carlisle é o pai – Caius pontuou.

-           Sim – Aro respondeu.

-            Nenhuma novidade então, já pode dispensar o serviçal, temos assuntos do conselho para tratar.

Senti o ódio se espalhar por todo o meu corpo, como uma cólera – eu não poderia permitir que Caius se referisse á mim daquela maneira. Pensei em muitas coisas com as quais o atacar, mas decidi que o melhor era pegar seu ponto fraco – Caius odeia os “Filhos da Lua”.

-           A novidade mestre Caius, vem da mãe – eu interrompi – a mãe de Satine era uma Filha da Lua.

Os olhos de Caius brilharam de ódio e surpresa, enquanto o som da risada de Aro se espalhava pelas paredes de pedra.

-            Excelente! – gritou Aro empolgado – minha criança especial, é ainda mais especial do que eu pensava!

-           Sim mestre – eu confirmei – Satine é muito especial.

-           E o que houve com a mãe? Filhos da Lua vivem muito mais de um século.

-           Pegou a peste mestre. Morreu em Chicago, depois da grande guerra.

Aro e eu permanecemos conversando, como se fossemos muito mais amigos, do que mestre e subordinado. Caius estava ainda mais pálido que o de costume, fingindo agir naturalmente, enquanto nos acompanhava até a sala dos tronos.

-           Então não existe mais razão para que Satine viva longe de Volterra. Não a quero envolvida com nenhum cachorro pulguento – praguejou Caius.

            Eu não me contive.

-           Não se preocupe mestre Caius, eu a protegerei; como sempre.

            Caius encarou meus olhos e eu não me afastei – mais dia, menos dia, esse confronto aconteceria mesmo.

-           O lugar dela é ao meu lado, digo, ao nosso lado. Não acha irmão?

      Aro sorriu, como se sentisse prazer em nossa pequena discussão.

-           Não vai dar as novas á Caius, Demetri.

      Um sorriso malicioso brilhou em meus lábios.

-           Penso que o senhor mesmo deveria dizer, mestre Aro.

-           Como preferir Demetri – Aro clareou a garganta e sentou-se em seu trono, como se não fosse nada demais – concedi a mão de Satine á Demetri.

-           Isto sim é uma boa noticia! – a voz rouca de Marcus reverberou pelas paredes – Já era hora de que tornássemos publico o que já era tão visível.

            Marcus abriu os braços para mim, e eu o abracei.

-           Faça-a feliz, Demetri; ou eu mesmo arranco sua cabeça fora.

      Eu sorri.

-           Eu farei mestre Marcus.

-           Um insulto! Um disparate como este só pode ser um insulto á minha pessoa! – gritou Caius.

-           Porque ainda acha que tudo é sobre você, irmão Caius – perguntou Marcus sem emoção – não enxerga o obvio? Demetri e Satine se amam, sempre se amaram.

-            Blasfêmia! Satine é uma princesa. Minha princesa! Fato que sempre foi do conhecimento de todos! – ele caminhou a te Aro e apontou o dedo em seu rosto – inclusive seu, irmão! Inclusive seu.

            Mestre Aro levantou-se em um único movimento, no mesmo instante em que Renata apareceu como uma sombra, materializada bem atrás de suas costas.

-           Não aponte seu dedo para mim Caius, não tem idéia do que eu sou capaz.

      Caius soltou uma gargalhada triste.

-           Sim, eu tenho. Sei que seria capaz de matar sua própria irmã apenas por poder. Oh você o fez! Matou sua própria irmã apenas para manter maior controle sobre Marcus!

            Eu engoli em seco novamente – esse era um assunto proibido entre os Volturi.

-           Isso aconteceu á muito tempo, Caius. Não distribua sua irá sobre mim – ponderou Marcus.

-           É claro, o grande e poderoso Aro Volturi pode tudo! Sempre pôde! Agora resolveu brincar de pai. Veja só! Resolveu preocupar-se com os sentimentos banais da pobre criança.

Eu queria arrancar a cabeça de Caius com requintes de crueldade.

            Ele caminhou despreocupado pelo grande salão, e parou em frente á Aro.

-           Não me faça rir. O que espera agora? A fidelidade eterna deste serviçal? Terá isso mesmo que obrigue Satine a ser minha! – Caius gargalhou e virou-se de costas para Aro, deixando o salão – ele a ama tanto que nunca a deixaria.

Aro sempre foi o mais controlado, o governante, mas naquele momento deixou escapar o verdadeiro homem que existia dentro dele – o homem que o havia levado onde ele estava – o topo.

      Aro saltou de uma só vez, e segurou Caius pelo braço.

-           Não dê as costas para mim, irmão! – ele disse entre dentes.

      Caius livrou-se do aperto em um único puxão.

-                      Ah é claro que não, grande Aro; mas é melhor você não dar as costas para mim.

      Um arrepio frio percorreu minha coluna até a nuca – o destino estava selado.

***

      Eu estava no subterrâneo, quando Renata apareceu.

-            Corajoso você!

-           Porque? Porque apertar o gatilho da guerra entre os Volturi?

-           Não seu bobo – disse Renata colocando as mãos em meus ombros – por enfrentar Caius, coisa que todos nós sempre quisemos. A guerra era inevitável á muito tempo.

-           Ele não a ama Rennie, nunca amou.

-           Eu sei disso. Mestre Aro também. E todo o resto das criaturas deste castelo.

-           Vou ter que mata-lo.

-           Outra coisa inevitável.

-           Renata!

-           Eu sou sincera, você sabe! E não me diga que sente muito, porque seria mentira.

            Eu sorri.

-           Vou me casar com ela, Rennie. Enfim, eu vou.

      Renata me abraçou, apertado, como se não quisesse mais me soltar.

-           Já era hora de alguém ser feliz neste lugar maldito!

            Retirei a caixinha de veludo preto do bolso do casaco, e a abri.

-           Acha que ela vai gostar?

-           Demetri! É maravilhoso! Como conseguiu algo assim?

-            Pertenceu a minha avó. Ela era uma rainha.

-           É perfeito!

Segurei o pequeno circulo de diamantes em minha mão, o brilho das pedras cintilava com as luzes fracas da caverna. No cento, um rubi em forma de gota, vermelho como sangue; lembrava meus olhos. Olhos que nunca deixariam de contempla-la. Minha vampirinha.

-           Ai, ai general, quisera eu encontrar um amor assim – suspirou Renata.

-           Então não drene mais seus namorados! – eu brinquei.

      Renata me deu um soco no ombro e ajeitou o cabelo com as mãos.

-           Mestre Aro deseja vê-lo antes que parta.

      Eu permaneci junto á janela, olhando o pouco da rua que podia pela fresta.

-           Diga a ele que logo estarei lá.

-           Não precisa, diga você mesmo.

      A porta se abriu e mestre Aro entrou. Renata se foi em seguida.

-           Então é aqui que você se esconde?

-            Desculpe mestre, eu já ia ao seu encontro. Este não é um lugar para o senhor.

            Aro sentou-se ao meu lado.

-           Não seja bobo Demetri, eu já estive em lugares piores.

-            Desejava me ver, mestre. Algo que eu possa fazer?

-           Sim – Aro colocou a mão sobre a minha – estar ao lado de Satine, quando ela assumir meu lugar junto aos Volturi.

            Eu gelei.

-           Não está pensando em abdicar, não é?

      Aro se levantou e caminhou pelo pequeno espaço, tocando os moveis ao seu redor.

-           Não. Mas quero ter certeza de que estará preparado.

-           Mestre o senhor não tem que se preocupar com coisas assim. Nada mudará – eu me levantei e toquei seu ombro – eu não permitirei.

-           Tenha calma, Demetri. Não se preocupe. São apenas devaneios de um velho. Agora vamos, temos que começar a planejar a festa – o mestre parou e me encarou com seus grandes olhos leitosos – Já deu a noticia á Satine?


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