Lover Eternal - por Demetri Volturi escrita por Bia Kishi


Capítulo 21
Capítulo 21 - Laços de Amor (parte I) *** Satine


Notas iniciais do capítulo

Pensei em Aro. Pensei em como ele havia sido bom para mim. Em como havia me dado carinho, afeto. Graças aqueles vampiros que todos odiavam tanto, eu havia me tornado essa pessoa.
Naquele momento, eu jurei para mim mesma que nunca esqueceria quem eu era. Jurei que nunca esqueceria que eu era uma Volturi. E que nunca abandonaria meu pai de verdade, Aro. Eu nunca o deixaria.



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A sensação do corpo quente e forte de Jacob me abraçando era tão confortável que eu suspirei. De olhos fechadas, entrelaçada nos braços do garoto, eu sentia como se nada pudesse me atingir. Billy continuou.

O bebê crescia rapidamente dentro dela, ela escondia como dava, não queria que ninguém soubesse, não queria prejudicar o jovem médico, caso ele voltasse. Foi quando os sintomas da doença começaram a aparecer nela, lentamente, um espirro, um febre branda. Ela se calou, tinha medo de que se fosse examinada alguém soubesse o que crescia dentro dela, ela não queria perdê-lo, não permitiria. Como ela havia previsto o médico voltou, envergonhado. Ela o consolou, disse que tudo estava bem. Que ela estava feliz, que não se arrependera em nada, que ele havia lhe feito o maior bem. Ele não entendeu, mas aceitou. Elizabeth piorou, acabou morrendo. Antes de morrer ela disse a Marie que o médico iria salvar o filho dela, que iria curá-lo transformando o garoto como ele. Marie pensou que talvez o médico pudesse salvá-la também, e a seu bebê. Mas, se ela congelaria naquele estado, pelo pouco que ela sabia respeito daquelas criaturas, era o que aconteceria se ele a tranformasse, então de que o bebê se alimentaria? Ele morreria. Não! Ela agüentaria, a doença não a levaria antes de ter o bebê. O filho de Elizabeth sumiu, o médico também. Apenas Marrie imaginou o que havia acontecido. Já não era possível esconder a barriga. Marie não sabia o que fazer, embora soubesse que seria a pior solução, voltou para a casa. Pelo menos não precisaria mais se casar. Quando o pai a viu naquele estado, percebeu que algo não estava certo. Pelo tamanho de sua barriga, ela só havia fugido a quatro meses. Ela soube de suas intenções, estava muito fraca para ficar sozinha, a doença chegara a seus pulmões. Quando sentiu que a hora estava próxima Marie chamou o irmão e explicou-lhe o que havia acontecido, que apesar de ser um vampiro, o homem por quem ela havia se apaixonado era diferente, era bom e humano. Explicou-lhe seu plano. Eles fugiram juntos, o menino entendeu, se era importante para ela salvar o bebê, também seria para ele. Além disso, se ele perderia prematuramente a irmã, pelo menos ela deixaria algo para que ele se sentisse perto dela. Foram para uma região em Olympic, uma grande clareira, onde estariam protegidos. Ela havia contado ao irmão que pesquisara tudo que era possivel sobre vampiros, contara a ele seu plano. Uma família na Itália, uma família de vampiros da realeza, e sobre a atração do chefe desses vampiros por talentos especiais. Ela sabia que ele se interessaria por seu bebê, sabia que a única chance do bebê viver era se ele o adotasse, todos na aldeia queriam matá-lo, achavam que ra uma aberração. E o irmão, era muito jovem para ficar com o bebê, morreriam os dois. Além disso ela não sabia do que o pequeno ser precisaria para viver. Era a única esperança. Ela havia pesquisado sabre a lenda de crianças imortais e sabia que esta era a maneira de atraí-los até o bebê. Com lágrimas nos olhos ela mandou a carta. Três dias depois, você nasceu

            Assim que você nasceu, ela a segurou em seus braços e a beijou. Era linda, uma linda menina, um bebê perfeito, coradinha e sorridente. Todo o sofrimento havia sido compensado, apenas por aquele pequeno espaço de tempo em que ela teve você em seus braços. Ela morreu algumas horas após seu nascimento, tranquila, apenas fechando os olhos, como quem se entrega ao inevitável. O pequeno Ephain escondeu o corpo da irmã, arrumou você no cesto e esperou escondido na floresta que os vampiros viessem pegá-la.

Meus pensamentos se foram para Demetri. Para o dia em que ele me encontrou. Para a maneira como tudo se deu.

Demetri havia sido tão corajoso. Havia assumido uma responsabilidade que não era dele. Com um bebê que não era dele. Havia me amado e cuidado de mim.

Pensei em Aro. Pensei em como ele havia sido bom para mim. Em como havia me dado carinho, afeto. Graças aqueles vampiros que todos odiavam tanto, eu havia me tornado essa pessoa.

Naquele momento, eu jurei para mim mesma que nunca esqueceria quem eu era. Jurei que nunca esqueceria que eu era uma Volturi. E que nunca abandonaria meu pai de verdade, Aro. Eu nunca o deixaria.

Como se pudesse ler meus pensamentos – o que, naquele momento, não me espantaria em nada – Jacob deslizou a mão em meu cabelo, brincando com uma mexa. O garoto não disse uma palavra, mas em nossa conexão eu podia sentir que ele não me recriminava. Podia sentir que ele entendia. Que aceitava.

Billy continuou.

-           Assim que eles a levaram ele voltou para a casa e revelou que mãe e filha haviam sido mortas por um bando de vampiros, o corpo coberto de sangue da Marie não deixou dívidas. A história se calou. Até que Ephain se tornou chefe. Ele tentou desesperadamente procurá-la, em vão. Quando enfim um vampiro diferente dos outros o procurou, para selar um acordo de paz, ele viu a única esperança em encontrá-la. Embora todos na reserva tenham desaprovado a proximidade com nossos inimigos, apenas ele sabia da verdade, da realidade daquele acordo. Ele pensava que era o mesmo vampiro, pelas descrições da irmã era sem dúvida, ou quem sabe pelo menos ele o conhecesse, fossem parentes, ou amigos. Quem sabe a criança não estivesse com o pai, e mesmo que não, talvez o procurasse um dia. Se você procurasse por ele, ou ele por você, nós saberíamos. Embora Ephrain Black apostasse todas as suas fichas nesse encontro, nunca aconteceu. Meu pai morreu achando que você havia morrido, se culpando por tê-la entregue aqueles vampiros, por não ter tentado aos menos, ficar com você. Ele me contou esta história, por precaução, caso alguém descobrisse algo sobre você. Ainda bem. Graças a ele, você está aqui

                Quando a história terminou, todos permaneceram em silêncio. Jacob me soltou um pouco e, embora eu estivesse muito confortável em seus braços, sabia que precisava ir. Eu não conseguia assimilar tudo em minha mente e eu não sabia o que fazer.

                Billy estendeu os braços para mim e eu segurei suas mãos.

-              Vai levar tempo, querida. Nós sabemos.

            Eu apenas assenti.

            Meus pés pareciam que estavam colados ao chão, embora eu quisesse desesperadamente sair correndo para fora. Eu não pude. Demoraram minutos que pareceram horas para que o primeiro pé conseguisse virar-se em direção á porta. Eu fui.

            Sem dizer adeus á ninguém e nem mesmo agradecer eu caminhei pela floresta sem rumo algum. Eu não sabia quem queria encontrar, ou o que queria fazer. Tudo que eu sabia era que precisava chorar.

            Assim que me vi á uma distância razoável da reserva, peguei o telefone do bolso e disquei. Não demorou muito – como nunca havia demorado – para que alguém atendesse do outro lado da linha.

-           Rennie eu preciso falar com meu pai.

Renata não me perguntou nada e não fez comentário algum sobre eu estar ou não aos prantos. Ela apenas assentiu.

-           Bambina! Come stai? Estamos com saudades!

O som musical da voz do meu pai fez com que um bolo se formasse em minha garganta – eu não conseguia responder.

Embora não pudesse ver nada sobre mim com seu dom, Aro me conhecia tão bem que eu tive certeza de que ele sabia que eu estava chorando.

-           Ti amo papà – foi tudo que saiu de minha boca.

-           Ti amo troppo bambina mia.

      Eu chorei mais.

      Aro respirou profundamente, como se ainda precisasse do ar em seus pulmões.

-           Não sei o que está acontecendo minha amada filha. Não faz diferença. Apenas siga seu coração. Eu confio que fará a coisa certa.

      Quando desliguei o telefone, eu sabia exatamente onde deveria ir.

Caminhei á passos lentos pela cidade – embora eu não estivesse cansada, andar parecia mais difícil do que nunca.

Era noite ainda, embora a fraca luz do dia começasse á romper o horizonte. Não havia pessoas na rua. A cidade toda estava tão deserta que me lembrava uma cidade fantasma. Era o que eu me sentia também – um fantasma. Um fantasma de mim mesma, sem reações, sem sensações. Eu sentia como se toda a história da minha vida, tivesse apagado quem eu pensava ser.

            Não demorou muito para que eu chegasse em frente á construção de concreto. Era simples e pequeno – diferente demais de tudo que eu estava acostumada. O hospital. O hospital em que eu poderia encontrar meu pai.

Pai – Parecia tão doloroso dizer essa palavra á outra pessoa. Aro era meu pai! Aro era meu pai! Então porque eu sentia tanta necessidade de encontrar novamente aqueles olhos de ouro liquido?

Entrei no hospital e me dirigi á atendente.

-           Eu preciso ver o Dr Carlisle – esse era o nome que Kate havia falado tantas vezes. O nome do meu pai.

            A garota não demorou muito á me mostrar um corredor largo que terminava na emergência. Ela não perguntou nada, não quis saber de nada. Enquanto andava pelo corredor, me escorando nas paredes, eu percebi porque – minha roupa estava suja e rasgada e eu estava despenteada e com cara de quem teria uma “síncope” a qualquer minuto.

            Minhas mãos pararam na porta – a sala estava vazia.

            Eu quis chorar. Quis me sentar no chão e chorar como se fosse um bebê. Eu quis o colo de Demetri e quis que ele me levasse de volta para casa. Quis estar segura e protegida pelos muros de Volterra. Quis ser novamente a princesinha dos vampiros e não sofrer. Mas eu não fiz nada. Não fui embora, não me sentei, nem mesmo chorei. Porque tudo que eu queria na verdade, era que ele estivesse ali. Tudo que eu queria era encontrar meu pai.


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Notas finais do capítulo

E eis que a "pessoa" aqui resurge do mundo dos mortos vivos e estudantes universitários... Kkkkkk...
Espero que gostem e... PROMETO NÃO DEMORAR PRA POSTAR DE NOVOOOOOOOO!!!

Bjusss