Trânsito escrita por Salada


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

oi galera, essa é minha primeiríssima one shot, mas eu pretendo postar mais. Eu escrevi essa mini situação pra minha aula de produção textual, mas gostei tanto de meu trabalho que resolvi postar. Espero que gostem :)



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- O bebê está nascendo!

Bastaram essas 4 palavras para meu coração disparar. Eu meto bruscamete o telefone no gancho de meu cubículo minúsculo do trabalho e me jogo da cadeira. Saio em disparada com a mão tremendo enquanto tento pegar as chaves do carro no bolso, desesperado. A dono da frase era minha cunhada, Larissa. Ela havia passado em casa noutro dia para visitar minha mulher, que estava grávida de 8 meses e acabou por ficar lá por um tempo para fazer companhia a Paulina, minha amada. Havia se passado 3 semanas quando recebi a ligação, e com essas simples palavras eu entendi o que estava acontecendo.

Voei na sala de meu chefe, e o gritei que minha mulher estava parindo. Ele, cumprindo o estereótipo de chefe cabeça dura, me fez para, me acalmar e explicar o que estava acontecendo exatamente. As pessoas não entendem como funciona o sistema do desespero e pressa?!

Enquanto eu tentava falar com pausas que minha mulher estava prestes a ter uma criança, Gregório olhava para mim com desprezo. Chegou uma hora que não aguentei.

- Me demito!- grito enquanto chuto a cadeira a minha frente. Eu saio em disparada pela porta e chego ao elevador. Clico no botão e espero, suando feito um louco. Meu coração bate com tanta força que sinto que vou explodir. Finalmente, as portas de metal se abrem e eu entro, num salto torto. Escuto um barulho de metal batendo e olho para baixo. Minhas chaves estão prestes a cair no poço. Meus olhos se arregalam e eu me abaixo violentamente, mas é tarde demais. Dou um gemido doloroso e vejo as portas se fecharem a minha frente. Aguardo. Aguardo. Não posso mais aguardar. Abram essa porta- Até que enfim- suspiro aliviado enquanto corro para fora da cela de metal, e saio do prédio de minha empresa. Quer dizer, antiga empresa. Faço o sinal de táxi e um para em minha frente. Abro a porta e pulo no banco. Dito o endereço do hospital apressado e suspiro, esfregando as mãos suadas na calça preta social. De repente uma mensagem.

"Onde diabos você está?????????"

Vejo o contato. "Lari".

Eu suo frio, e percebo que estou tremendo. De repente ficou tão quente, e eu olhei para a direção do carro. Havia uma fileira de milhares de carros na nossa frente. Estávamos parados. Enquanto meu filho nascia. Era completamente desesperador. O calor e angústia rapidamente me dominaram, e me senti sufocado naquele lugar.

Nós não andamos. Já se passaram 10 minutos e cotinuamos no mesmo lugar. Tenho 12 ligações perdidas de "Lari", simplesmente porque atender me deixaria mais nervoso do que estou, o que eu considero quase impossível.

Meu celular toca de novo, e não consigo evitar. Aperto o botão atender e coloco o celular na minha orelha, devagar. Escuto gritos. Paulina está parindo, e eu estou há quilômetros no hospital. Desligo antes de ouvir minha cunhada, e olho ao redor, inquieto. Tem que haver alguma maneira de sair daqui e chegar lá; tem que ter! Mas não tem. Meu olhos se enchem de água e eu começo a gritar e bater na janela, insano. Bato mais forte e mais forte, e o motorista me manda parar, irritado.

Eu dou um berro e ele me expulsa dali, exclamando:

- Sai daqui, seu maluco!

Cambaleio para fora do automóvel, tonto pela gravidade da situação. O telefone parou de tocar, e a imagem de Larissa segurando a mão de minha mulher enquanto a mesma faz força e grita vem a minha cabeça, e começo a chorar pra valer, de pé na calçada. Minha veia do pescoço saltava loucamente, e eu queria gritar. Mas não sai nenhum voz, então eu abro a porta de outro táxi aleatório, sem se preocupar se já estava ocupado. Não estava. Eu dito o endereço com dificuldade por causa do meu lábio tremulante e ele parte. Estou indo. Estou andando. A sensação é maravilhosa e...

Iééééé!

O carro freia, assim como meu sentimento de calma momentâneo. Nós paramos no trânsito novamente, e vários xingamentos surgem em minha cabeça fervendo. Lágrimas saem de meus olhos enquanto eu aperto o peito, tentando reprimir a dor angustiada que sentia no momento. Não há saída. Não há saída. Simplesmente não há.

O telefone apitou. Mensagem nova.

"Não precisa mais vir"


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