Um Erro Inocente escrita por Lady Light Of Darkness


Capítulo 8
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Descobrindo os sentimentos...



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...

Depois de quase sessenta anos de vida, poucas coisas ainda conseguiam assustar o reverendo Sid.

Já havia levado um tiro, quando havia se aproximado demais de um bando de ladrões. Fora forçado a fazer um parto no meio de um serviço religioso, na igreja. Vivera até o escândalo de se deparar com uma visita inoportuna no meio da noite, quando uma viúva desesperada por um marido invadira seus aposentos.

Mas o sofisticado reverendo não podia negar que estava chocado depois de ter entrado na biblioteca e se deparado com um homem pulando a janela.

Assustado, ele parou e gritou antes mesmo de pensar em se conter.

Como era de se espera, o invasor ficara paralisado pelo terror ao ser descoberto. Em seguida, com velocidade espantosa, ele se havia atirado pela janela e desaparecido na noite.

Percebendo que o malfeitor fugia, Sid correu ate a janela para tentar localizá-lo ou, ao menos, poder indicar que direção ele havia seguido.

Maldição!

Não devia ter alertado o intruso de sua presença. Pelo contrário, devia ter ficado bem quieto e saindo da biblioteca para ir buscar os dois lacaios fortes e musculosos, homens jovens e valentes que teriam detido o vilão.

Agora era tarde demais.

Praguejando contra a própria estupidez, Sid se virou e encontrou Stella entrando no aposento com uma expressão preocupada.

_Reverendo Sid, o que aconteceu?... Ela perguntou. –Sofreu algum acidente?

Sem se dar conta de que o grito havia ecoado por toda a casa, Sid oferece um sorriso embaraçado.

_Não, não. Me perdoe por ter criado toda essa confusão... Ele murmurou enquanto caminhava para a jovem protegida. –Sinto-me um tolo.

Ela franziu a testa se tentar esconder a desconfiança.

_Alguma coisa deve ter acontecido.

_De fato... A voz máscula e sombria.

As palavras breves anunciaram a chegada de Taylor, que já entrava na biblioteca.

_O que ouve senhor Sid?... O olhou.

O reverendo refletiu rapidamente. Não desejava causar nenhuma preocupação desnecessária ao casal. Afinal, era inteligente o bastante para perceber que o casamento dos dois não era tão satisfatório quanto ele desejavam fazer parecer. Não era tão tolo a ponto de não notar o tenso antagonismo que pairava no ar entre eles, nem o pânico de Stella cada vez que o marido a tocava. Era óbvio que eles precisavam se concentra no futuro e na construção de uma vida a dois, em vez de lamentarem o passado que julgava ter perdido. Não queria que um infeliz incidente os distraísse dessa difícil e necessária missão.

Por outro lado, Taylor tinha o direito de saber que sua casa havia sido invadida. Quem podia imaginar que a intenção tinha o vilão? Não podia permitir que todos os moradores daquela residência fossem expostos ao perigo em consequência de seu silencio.

Suspirando profundamente por está acrescentando ainda mais um problema a enorme lista da pobre Stella, ele ajeitou os cabelos grisalhos.

_Sim, bem, eu já havia me recolhido ao quarto para me deitar, quando me dei conta de que havia esquecido meu relógio na biblioteca. Receio que está não tenha sido uma ocorrência incomum, na verdade. Estou sempre esquecendo o relógio em algum lugar. Um terrível inconveniente, como podem imaginar.

_Sim, eu posso imaginar... Taylor respondeu com paciência forçada. –Mais ainda não explicou a razão de seu grito.

_É claro... Sid sorriu como se pedisse desculpas por ter desviado do assunto. –Como eu dizia, esqueci meu relógio, e decidi voltar á biblioteca para buscá-lo enquanto ainda conseguia lembrar onde o vira pela última vez. Mas, assim que entrei naquele aposento, vi um cavalheiro pulando a janela.

_O quê?... Stella reagiu horrorizada.

Taylor atravessou todo o espaço da biblioteca para ir verificar a janela deixando aberta.

_confesso que fiquei assustado demais para raciocinar... Admitiu o reverendo. –Agora percebo que devia ter ido procurar um dos criados para agarrar o ladrão, em vez de gritar e assustá-lo daquela maneira.

Stella levou uma das mãos no coração.

_Bom Deus, então crê que tenha sido mesmo um ladrão?

_A trava da janela foi forçada... Taylor anunciou do outro lado da sala, com apreensão.

_Mais por quê?... Stella balançava a cabeça. – O que um ladrão poderia desejar aqui?

Taylor ergueu os ombros, o rosto tomado por uma súbita rigidez.

_e difícil dizer. Restauramos toda a propriedade recentemente, a há poucos objetos de valor por aqui. A maior parte de minha coleção de obras de arte e manuscritos raros ainda está em minha casa em Chicago. E, é claro, as joias Llewellyn permanecem em poder de minha mãe.

_Talvez a prata e a porcelana que seus pais nós deram por ocasião do casamento?... Ela sugeriu sem muita confiança. –Ou o ladrão não sabia que vocês eram novos na vizinhança... Sid opinou.

Taylor balançou a cabeça e fechou a janela. Obviamente, não se sentia satisfeito com as explicações vazias, Sid tinha de admitir que também as julgava implausíveis.

_Não faz sentindo... O dono da casa persistiu enquanto atravessou a biblioteca. – porque um ladrão escolheria logo está pequena propriedade, quando existem outras mais ricas e maiores tão perto daqui? Ou por que, considerando que houvesse alguma coisa de valor aqui, ele decidiria entra enquanto estamos em casa?

O religioso ergueu as duas mãos.

_Suponho que o desempenho pode levar a um homem a ações que não são inteiramente compreensíveis para outros. A esperança perdida faz adoecer o coração, mas um desejo realizado é uma arvore da vida,

Taylor não se deixou comover pela citação do reverendo. Pelo contrario, ele parecia inabalável. Havia um brilho frio e perigoso naqueles olhos azuis que provocava arrepios em sua coluna. Não gostaria de ser o pobre tolo que tanto enfurecera lorde Taylor.

_É capaz de se lembrar de alguma coisa do invasor?... Quis saber Mac.

Nervoso com aquele olhar penetrante, o reverendo tentou forma uma imagem do homem que vira tão rapidamente. Não era uma tarefa fácil, considerando que estivera bastante perturbado naquele momento.

_Deixe-me pensar... Ele murmurou. –Ele era jovem. Não muito mais velho que Stella, acho. Era magro... E tinha cabelos claros. Castanhos claros.

_E quanto ao porte físico? Ele era alto ou baixo?

O reverendo balançou a cabeça, pedindo desculpas, lamentando não ter prestado mais atenção ao desconhecido.

_Realmente, não posso dizer. Ele estava pulando a janela quando o surpreendi, e meu grito o assustou. É claro que ele escapou antes mesmo de concluir a invasão. Além do mais o pouco que pude ver era coberto por uma capa preta.

_Uma capa?... A voz de Taylor era cada vez mais incisiva.

Sem saber ao certo por que uma capa assustaria tanto o nobre cavalheiro, Sid moveu a cabeça em sentido afirmativo.

_Sim. Uma capa de cetim.

_Não creio que esse seja o trajeto típico de um bandido comum.

_Não, meu lorde... Finalmente compreendida a surpresa de Taylor. Que criminoso desesperado poderia pagar por uma capa de cetim? Um homem disposto a roubar provavelmente vestiria roupas rusticas e simples, não um acessório propicio a uma noite na ópera.

_O que é?... Stella perguntou intrigada.

_Agora que penso nisso, ele parecia mais um nobre do que um comum... Sid confessou com tom pensativo.

_Isto está ficando mais estranho a cada momento... Opinou Taylor. –Não e capaz de pensar em nada que jo0s ajude a reconhecê-lo?

Concordando com a estranheza da história, o reverendo vasculhou a mente em busca de alguma coisa que pudesse ser útil.

Infelizmente, não conseguia pensar em nada.

É muito difícil descrever um rosto com palavras.

_Espere. Tenho uma ideia... Stella interferiu animada. –Voltarei em um instante.

Sem dar aos cavalheiros uma chance para protestar, ela saiu da sala. Surpreso com a súbita partida da mulher, Sid notou como Taylor dava um passo na direção da porta, como se relutasse em deixar a esposa escapar do alcance de seus olhos.

Um sorriso de satisfação bailou em seus lábios, mas ele o escondeu rapidamente. A demonstração inconsciente do que todas as outras propositais exibições de afeto oferecida pelo cavalheiro anteriormente.

Esperaram num silencio tenso pelo retorno de lady Taylor. Sid aproveitava para estudar com discrição as linhas apreensivas do rosto do lorde que, inquieto, andava de um lado para o outro.

Momentos mais tarde, Stella entrou na sala levando um bloco de papel e pedaços de carvão. Ela seguiu diretamente para a mesa, onde ajeitou uma folha limpa.

_O que está fazendo?... Seu marido perguntou com a testa franzida.

_Devemos criar um rosto que possa ser reconhecido... Ela respondeu com simplicidade, voltando sua atenção para Sid. - Agora reverendo, diga-me mais uma vez como eram os traços desse homem. Disse ele era magro... Mais magro que Taylor?

Intrigado com a ideia de Stella, Sid aproximou-se da mesa e ficou em pé atrás da cadeira onde ela sentara, olhando por cima de seus ombros para as poucas linhas que ela já havia traçado.

_Sim... Concordou, tentando dar maior nitidez ás lembranças vagas que tinha o invasor. –E mais alto, comum queixo pontudo.

_E o nariz?

Quase meia hora depois, Stella o interrogou desejando tomar conhecimento dos detalhes de cada traço, até que depois de pelo menos uma dúzia de esboços diferentes, Sid se deu por satisfeito. Ela havia conseguido capturar no desenho a imagem básica do desconhecido.

_Ai está... Pronunciou orgulhosa, segurando o desenho entre as mãos. –Este aqui e bem parecido.

Taylor aproximou-se e, em pé ao lado do religioso, sorriu para a esposa com evidente surpresa.

_Muito astuto, minha querida.

Uma onda de calor tingiu de vermelho o rosto de Stella, que se levantou.

_Usaremos o desenho para interrogar os criados e os colonos. Talvez um deles tenha notado na vizinhança algum cavalheiro com essas características.

_Sim... O Sorriso de antes deu lugar a determinação endurecida no rosto do lorde. –Gostaria muito de poder trocar algumas palavras com esse invasor.

Stella fitou-o preocupada, como se sentisse que o marido estava disposto a ir às últimas consequências para descobrir quem ousara invadir sua casa.

_Mas não hoje, espero... Ela disse.

Taylor parou, como se relutasse em admitir que não havia nada que pudesse fazer àquela hora da noite. Finalmente, ele encolheu os ombros.

_Não, já e muito tarde. É melhor ir para a cama, minha querida.

_Sim... Ela concordou distraída. –tem razão. Boa noite... Ela virou-se para sair, e Sid conteve um sorriso quando Taylor a seguiu apressado.

_Stella... Ele chamou, detendo-a antes que pudesse passar pela porta.

_O que é?

As mãos buscaram seu rosto e, segurando-o, ele se inclinou para depositar um beijo em sua testa.

_Tranque a porta do quarto.

Assustada demais para protestar, ela se afastou com passos apressados pelo corredor silencioso.

Depois de assistir o momento de terna preocupação, Sid não pode deixar de sorrir.

Finalmente. Stella parecia ter encontrado um defensor disposto a protegê-la.

...


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demorar... Eh que meu tesão como escritora esta se apagando, creio que esta seja minha ultima ficção a ser escrita.

Comente o capítulo, okay.