Um Erro Inocente escrita por Lady Light Of Darkness


Capítulo 6
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

E ai meninas voltei, aqui mais um capitulo quente para vocês.



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...

_Creio que minha esposa parece um pouco cansada... Disse os olhos azuis iluminados por um brilho inquietante. –peço sua licença, Sr. Sid, para ir colocá-la na cama.

O religioso levantou-se prontamente.

_Sim, e claro.

Passando um braço, pelos ombros de Stella, Mac a conduziu para a porta com gentileza surpreendente.

_Venha minha querida... Ele disse.

É pela primeira vez em cinco meses, Stella não discutiu.

Taylor estava perturbado.

Enquanto conduzia a esposa pelo corredor e para a escada ele estudou de maneira discreta seu elegante perfil iluminado pela luz tênue.

Sabia que os pais dela haviam perecido num trágico acidente de carruagem e que ela não possuía parentes próximos do sexo masculino. O que não sabia era que ela havia sido forçada a assumir tantas responsabilidades em idade tão tenra, responsabilidades cujo peso certamente teriam esmagado muitas jovens menos resistentes.

Não podia negar uma considerável medida de orgulho por sua força de vontade. Diferentemente de muitos cavalheiros não temia uma mulher de coragem. Nem desejava uma companheira que dependesse inteiramente dele.

Admirava nas mulheres exatamente as mesmas características que admirava nós homens: Coragem, honra e lealdade.

Três qualidades que sua esposa tinha em abundância.

Mas, embora admitisse que Stella havia demonstrado rara determinação mantendo a irmã e assumindo todas as tarefas domesticas e a administração da propriedade, não podia negar um certo desapontamento por ela nunca ter falado sobre suas dificuldades. Como marido, devia saber sobre um tempo tão difícil em sua vida.

_Sem duvida, ela desabafava e aliviava a alma conversando com seu precioso Frankie Carter... Disse uma voz maliciosa no fundo de sua mente. Pensar nisso era desagradável e, pior, doloroso.

Subiram a escada em silencio, mas quando se dirigiram ao quarto, Stella o fitou apreensiva.

_Não e necessário acompanhar-me até a porta... Ela disse num fio de voz.

_Eu penso que e... Taylor insistiu, unindo as sobrancelhas de maneira a compor uma expressão carregada. –notei que estava pálida lá em baixo. O reverendo a aborreceu?

Houve uma breve pausa, e Taylor teve receio de que ela se recusasse a admitir sua inquietação. Mas, Stella encolheu os ombros.

_E sempre muito difícil falar sobre meus pais.

_O que, talvez possa explicar sua surpreendente omissão. É espantoso que não tenha me falado sobre como foi forçada a cuidar de si mesma e de sua irmã, após o acidente que as deixou órfãs.

Era impossível banir da voz àquela nota contrariada, e ela arregalou os olhos numa reação surpresa.

_Você sabia que eu estava em New York para supervisionar a apresentação de minha irmã a sociedade.

_Sabia que havia acompanhado sua irmã a capital... Ele corrigiu. –Mas presumi que a Sra. Weisz cuidasse de vocês duas.

_Tia Samara?... Ela riu com escárnio e espanto. –Por deus, ela nós procurou depois da morte de nossos pais para prestar condolências, mas nunca foi capaz de cuidar de nada que não fosse o cardápio diário.

A ruga na testa de Taylor tornou-se mais profunda.

_Quantos anos você tinha?

_Quando meus pais morreram?

_E sua irmã?

Uma onda de raiva o invadiu quando ele pensou em Stella, ainda tão jovem e indefesa, sofrendo com a morte dos pais, e ainda sobrecarregada com tamanha responsabilidade.

Maldição. Alguém devia ter se encarregado de cuidar dela, alguém que preservasse sua segurança e seu conforto durante o doloroso luto. Alguém que mais tarde, pudesse garantir que ela tivesse uma vida apropriada para uma jovem donzela.

_Então, nunca teve uma temporada sua? Não foi devidamente apresentada à temporada?... Ele quis saber.

Stella virou a cabeça repentinamente, tentando esconder seus traços tão expressivos.

_Nunca desejei viver uma temporada na corte.

Ele estalou a língua de forma a demonstrar incredulidade.

_Nem mesmo antes da morte de seus pais?

_Francamente Taylor. Não creio que possa está interessado em minhas fantasias juvenis... Ela respondeu num tom defensivo.

_Oh, mas eu estou interessado... Ele persistiu abrindo a porta e entrando nós aposentos da esposa.

Era a primeira vez que Mac visitava seu quarto, e foi com espanto que ele descobriu que a pesada mobília inglesa havia sido substituída por uma delicada madeira mais clara. O tom de pêssego que cobria as paredes se repetia no tapete de estampa floral e nas cortinas de seda, e no teto anjos roliços espiavam por trás de nuvens muito brancas. Era um ambiente inteiramente feminino, bem diferente do que esperava para uma mulher tão firme e corajosa quanto a sua esposa.

O conhecimento só reforçava a ideia de que sabia muito pouco sobre a mulher que recebera seu nome. Fechando a porta com determinação, ele se apoiou nela com um ar obstinado. Havia passado da hora de terem uma conversa muito seria.

_Quero saber a verdade... Mac declarou com ousadia.

Parada no centro do quarto, Stella o encarou com certo receio.

_A verdade... Sobre o que?

_Como uma jovem de dezessete anos foi capaz de administrar uma casa e a propriedade da família?

Ela parecia deseja expulsá-lo do quarto, mas, notando seu ar decidido, não exigiu que saísse. Resignada, ela balançou a cabeça com tristeza.

_Como disse o Sr. Sid, foi apenas uma questão de necessidade. Depois da morte de meus pais, foram poucos os parentes que se mostraram dispostos a receber em sua casa duas jovens solteiras. Os poucos que procuraram por nós estavam interessados apenas em por as mãos em nossa herança. Felizmente a propriedade não estava vinculada e não havia titulo, então, depois deram convencer tia Samara a solicitar nossa tutela, os abutres se afastaram de nós. Afinal, ela e nossa parente mais próxima.

Taylor pensou em si mesmo aos dezessete anos, nessa idade, ainda nem havia saído da escola, e era irresponsável como qualquer criança. Poucas coisas eram mais importantes do que o jogo de dados escapar aos olhares severos do diretor do educandário, e conhecer todas as formas de prazer proporcionadas por uma certa garçonete muito experiente.

Como teria reagido se seus pais houvessem morrido e ele houvesse sido forçado a assumir o papel de chefe de sua família? Taylor foi tomado por um certo desanimo ao constatar que não podia afirmar com certeza que teria tido a mesma firmeza da esposa. Por isso ele balançou a cabeça com um misto de inquietação e impaciência.

_Certamente, havia alguém com quem podia contar?

_Não queria contar com ninguém... o queixo delicado assumiu um ângulo orgulhoso. – Era perfeitamente capaz de cuidar de minha irmã e de mim mesmo.

_E claro que sim... Ele sorriu reconhecendo a expressão familiar que apreendera a admira em tão pouco tempo de convivência. Nessa ocasião, no entanto, ele não se deixou dominar pelo impulso de abalar àquela rígida compostura com alguma provocação. Em vez disso, forçou-se a considerar como a tragédia na vida de Stella a transformara em uma mulher tão poderosa. –creio que finalmente começo a entendê-la, minha querida.

Seus olhos foram tomados pela desconfiança causada pelo tom moderado.

_O que quer dizer?

_Agora entendo porque e uma mulher tão manipuladora e voluntariosa. Foi forçada a assumir o comando e da ordens ainda muito jovem.

Uma absurda expressão de ultraje dominou seu rosto encantador.

_Não sou uma mulher manipuladora!

Ele não conseguiu conter uma gargalhada incrédula.

_Minha querida, você e talvez a mais implacável valentona que jamais encontrei. Não havia cavalheiro em toda a sociedade que não tenha se sentido aterrorizado por você.

_Isso e absurdo... Ela protestou os olhos verdes brilhando de indignação. –Estou certa de que você nunca teve medo de mim.

_Não... Ele concedeu com generosidade e um sorriso súbito. – Mas só porque sou tão teimoso e indomável quanto você, o que, sem duvida explica porque estamos sempre nós enfrentando.

Como sempre, ela se recusou a admitir sua parcela de culpa na incomoda situação que viviam. Em vez disso, encarou-o com raiva crescente.

_ Estamos sempre nos enfrentando porque você e extremamente arrogante e um provocador incansável.

Taylor não se deixou perturbar por suas palavras ríspidas.

Estava começando a suspeitar de que ambos usavam deliberadamente palavras ferinas para manter uma certa distância segura entre eles. Por que sentiam necessidade de preservar essa distância era algo que não desejava considerar nesse momento.

_Você e uma megera de língua ferina... Ele retorquiu sem rancor.

Stella pós a mão na cintura.

_Creio que já Disse o suficiente por hoje.

_Ah, mas eu ainda não terminei... Ele declarou afastando-se da porta para caminhar na direção da esposa.

Stella ficou tensa ao vê-lo parar tão perto dela. Podia sentir seu hálito morno no rosto. Por um momento, Taylor limitou-se a encara-la.

Conhecera mulheres muito mais bonitas, algumas exuberantes o bastante para fazer parar até os mais compenetrados e sérios cavalheiros. Mas não acreditava ter conhecido antes alguém de comportamento fascinante. Tão estranha combinação de determinação obstinada e vulnerabilidade inocente o intrigava e atraia. E, é claro, que tinha de considerar também aquele toque sutil de sensualidade que queimava bem no fundo de seus magníficos olhos verdes e tornava-se ainda mais evidente no desenho tentador de sua boca carnuda.

Com o sangue pulsando mais forte nas veias, ele percebeu que não se cansava nunca de estudar aquele rosto. E esse interesse inabalável era um bom pressagio para o futuro que teriam juntos.

Com visível esforço, ela se obrigou a não recuar ou fugir da presença imponente.

_O que ainda pode ter para dizer?... Ela perguntou com tom desafio.

_Quero que saiba que também entendo compreendo seu fascínio pelo Sr. Carter

Como era comum ocorrer, suas narinas se dilataram num protesto instintivo.

_Jamais poderia compreender emoção tão pura.

_Pura? Não... Ele corrigiu sem hesitar ou desculpa-se

Com toda franqueza, já havia suportado por muito tempo essa crença estúpida de que seus sentimentos pelo tolo patético eram de alguma forma superiores as emoções humanas consideradas normais. Nenhuma mulher de intelecto podia considerar o tal Sr. Carter digno de qualquer sentimento que não fosse piedade.

_Estava acostumada a desempenhar o papel de mão para sua irmã, e quando ela saiu de casa, quando deixou o ninho, sem perceber você buscou substituir essa cria perdida. O desventurado e patético Sr. Carter foi a escolha perfeita.

Sua explicação lógica foi recebida com incredulidade e frieza. Era evidente que ela não se permitia considerar a ideia de que estivera desesperada para preencher um lugar deixado vazio em sua vida, ou de que tratara o Sr. Carter mais como um filho do que como amante.

_Não podia estar mais errado... Ela respondeu finalmente sem alterar a voz. – Eu amava Frankie.

O coração de Taylor se contorceu tomado por um sentimento que, ele garantiu a si mesmo. Só podia ser de contrariedade por ela se recusar a aceitar e admitir a verdade.

_Sim, como uma mãe ama um filho... Insistiu o marido irritado.

_Não.

Maldição, ela era teimosa! Não podia nem tentar ouvir a voz da razão? Então, lembrando repentinamente tudo que ela havia suportado e a coragem que demonstrara, seu aborrecimento desapareceu.

A realidade era simples: Stella sentia necessidade de alguém a quem pudesse amar e de quem pudesse cuidar. E, naquele momento, não se encontrava em posição de ter um filho.

Taylor foi repentinamente atingido por um lampejo de inspiração. Óbvio!

Mulheres como Stella precisariam sempre de alguém de quem cuidar. Não era de estranhar que ela se mostrasse tão inquieta e incapaz de aceitar o casamento com ele.

_Há uma resposta muito simples para sua frustração... Ele murmurou com tom doce.

Stella ergueu as sobrancelhas.

_Pretende desaparecer da minha vida num passe de mágica?... Ela devolveu com voz ainda mais doce, um excesso que sugeria ironia.

Taylor encarou-a com firmeza:

_Tenha um filho... Disse

...


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acham que ela vai responder a ele com esta pergunta súbita, e inesperada? Comente meninas vamos ver se estamos em sintonia.