Um Erro Inocente escrita por Lady Light Of Darkness


Capítulo 5
Capitulo IV


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta com um capitulo quentinho para minhas amadas leitoras.



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_Admito que sempre soube apreciar as mulheres.

Seus traços foram endurecidos pelo desgosto.

_Uma apreciação que desaparecia com a mesma rapidez com que surgia. Não serei mais uma em sua ampla coleção... Stella revelou o encarando.

_Não entendo porque continua trazendo á tona meu passado menos que puritano com tão monótona regularidade. Tem medo de acabar esquecendo que sou um devasso, um libertino?

_Nunca... Retrucou.

_Esse e um período de tempo considerável, minha preciosa... Taylor adiantou-se alguns passos numa atitude deliberada, progredindo até sentir-se envolvido pelo doce aroma de amoras. –especialmente quando me pede para desempenhar o papel de marido devotado.

A veia voltou a pulsar em seu pescoço.

_Era exatamente isso que eu desejava discutir com você.

_Não tenho sido suficientemente atencioso?... A indagou em voz baixa, erguendo a mão para brincar distraído com um caracol que emoldurava seu rosto. –desculpe-me, mas havia prometido ao meu administrador que tomaria providencias para mandar reparar a carroça, e ainda tive de supervisionar o trabalho da ponte. Asseguro que, a partir de hoje à noite, você pode contar com a minha atenção integral. Para ser bem franco, pretendo estar ao seu lado noite e dia... Sorriu ao ouvir a súbita inspiração que denotava tensão, ele foi tomado por um forte entusiasmo.

_Agora está sendo absurdo... Stella protestou com os olhos bem abertos surpresa.

_Estou? Pensei que quisesse convencer o bom reverendo Sid de que estamos loucamente apaixonados.

Stella umedeceu os lábios com a ponta da língua, e o entusiasmo ganhou novas nuances. E maior urgência. Maldição! O que não daria para pressioná-la contra a porta e provar o doce sabor daquela boca.

_Apenas solicitei que fosse civilizado. Não pedi que se expusesse ao ridículo... Stella falou com um tom um tanto irritado.

_Peço desculpas... Falou enquanto a mão dele se moveu inquieta para afagar a linha de seu rosto. Taylor considerou testar a sorte tentando roubar um beijo, mas concluiu que apreciava muito o desenho de seu nariz para expô-lo a um soco.

Tenho seis irmãs casadas, e presumo que todos os noivos tenham se comportado como idiotas. Meus cunhados não escaparam dessa exposição a que se refere.

_Sid bem sabe que nosso casamento não foi o esperado desfecho para um noivado normal. Será suficiente sermos polidos um com o outro.

_Discordo... Ele protestou.

_Como disse?... O olhou surpresa.

_Sid estava preocupado de verdade, ou não teria viajado de tão longe só para vir visita-la. Não creio que ele possa ser tranquilizado por uma civilizada fria entre nós.

Ela arou como se considerasse sua lógica, embora com alguma relutância. Com muita relutância, Mac corrigiu-se notando como seus lábios tornavam-se mais finos e pálidos por conta da frustração.

_Sim, talvez devamos demonstrar um certo... E um certo afeto caloroso.

Ele estalou a língua, os dedos brincando com os lábios apertados.

_Um certo afeto caloroso... Sim, se não quiser que Sid retorne a Blue Island levando a noticia de que oficializar nosso casamento foi um terrível engano. Cavalheiros como o reverendo são românticos incorrigíveis por natureza. Independentemente das nossas razões para um casamento apressado, ele vai desejar testemunhar nossa exuberante felicidade.

Stella recuou um passo, mas suas costas encontraram a porta.

_já expôs seu ponto, Taylor. Entretanto, isso não dá a você o direito de...

_Sim?... Ele a encorajou com um sorriso malicioso.

_De me tocar.

Ele deixou escapar uma estridente gargalhada.

_Não pode está tão indignada por causa de algumas caricias ingênuas e um beijo rápido!

Os olhos verdes ganharam um novo brilho provocado pelas palavras de provocação.

_Você não me engana. Está usando está situação como oportunidade para punir-me. Porque não aceitei em minha cama...

_Agora e você quem está sendo absurda, Stella.

_Realmente?

_Não tenho nenhum desejo de castiga-la... Ele ofereceu aquele sorriso arrogante que, sabia , tinha o poder de atingi-la. – não quando sei com toda certeza que e só questão de tempo até me receber em sua cama de bom grado. E tão inevitável quanto o nascer do sol todas as manhãs.

Stella respirou fundo numa árdua luta para manter-se calma.

_Você deve está perdendo o juízo.

Os olhos dele buscaram a exuberância daqueles lábios fartos.

_Não esqueceu como tremeu em meus braços, esqueceu? Não, eu também não esqueci. Mal havia encostado meus lábios nós seus, e seu corpo já clamava por mais.

Era impossível negar a evidente verdade de suas palavras.

_Eu estava dormindo... Ela tentou argumentar, mas a sua justificativa soava oca, tola.

_E sonhava com Sr. Carter?

_Eu... Sim.

_Mentira... Taylor debochou. –se ele ocupasse seus pensamentos, você não teria se derretido em meus braços com tamanho abandono.

_Como se atreve?

_Atrevo-me porque sei bem que, se tivesse respondido aquele tolo cara-de-pudim com a prontidão com que reagiu as minhas caricias, hoje não seria uma donzela inocente que e.

Ela ao ouvir isso corou, mas Taylor não saberia dizer se de ultraje ou de culpa.

_Você e horrível.

Ele encolheu os ombros.

_Horrível ou não, você me deseja. E, no final, esse desejo vai acabar superando este seu ridículo orgulho... Ele sorriu de canto.

Stella balançou a cabeça sem sequer tentar esconder o desespero.

_Isso será possível, só quando as caveiras dançarem valsa... Ela respondeu indignada.

Taylor riu, segurando o queixo da esposa entre os dedos indicador e polegar.

_Ouço a orquestra afiando seus instrumentos... Piscou.

Mesmo que tivesse percorrido todos os Estados Unidos de um extremo ao outro, Stella não teria sido capaz de encontrar cavalheiro mais arrogante, mais irritante, mais... Odioso que lorde Taylor, e fora se casar justamente com ele.

Quase quatro horas depois de sair apressada dos aposentos de seu marido, ela ainda lutava contra um terrível nervosismo.

Já era mais do que difícil lidar com as reações provocadas pela presença de Taylor. Agora, sabendo que ele também tinha plena consciência dessas respostas, gostaria de poder abrir um buraco entre as tábuas do chão e desaparecer sobre elas.

Pior ainda era súbita percepção de que, longe de estar conformada com aquela declaração de que jamais seria realmente sua esposa, ele estivera brincando com ela como um gato persegue e encurrala um rato indefeso, apenas ganhando tempo até seu orgulho vacilar e ela suplicar pela presença do marido em sua cama.

Stella estremeceu, desejando poder ter certeza de que desatino tão humilhante jamais seria possível. Infelizmente, era honesta demais para fingir não estar enxergando o perigo. Pelo menos tinha um breve descanso para recompor-se, ela pensou com um suspiro fraco.

Depois do jantar Taylor fora abordado por seu administrador, que solicitara alguns momentos de seu tempo. Agarrando a oportunidade, Stella conduzira o reverendo Sid ao salão, onde o entretinha sem a perturbadora presença de seu marido.

Olhando para o outro lado do aposento, onde o religioso sorvia seu Brandy com evidente apreciação, ela forçava os inúteis pensamentos sombrios para fora de sua mente. Esses problemas teriam de ser deixados de lado por enquanto. Era mais importante apaziguar as inquietações do reverendo.

_Espero que tenha ficado satisfeito com as suas acomodações Sr. Sid... Ela disse com um tom leve, resultado do esforço que fazia para ocultar a própria agitação.

_Sim, certamente. E devo dizer que você tem uma artista em sua cozinha. O salmão estava simplesmente divino.

_A senhora Felícia e muito competente. Imagino que também vai gostar muito dos pães e bolos.

O reverendo bateu no próprio estômago, e um brilho entusiasmado iluminou seus olhos.

_Ah, percebo que não esqueceu o meu amor pelas massas... Sorriu.

_EH, evidente que não. E já providenciei que haja muitos bolos e tortas para o seu deleite.

Ele emitiu um suspiro de contentamento.

_Estava certo de que apreciaria essa visita a sua adorável propriedade. Agora não tenho nenhuma duvida de que sentirei saudades daqui.

Uma porção de desconforto que a atormentava desapareceu diante do humor delicado do religioso.

_Bem, espero que possamos oferecer mais do que alguns doces e pães para entretê-lo.

_Minha querida, você não sabe o que está dizendo. Com o tempo vai aprender que, quando um cavalheiro atinge minha idade avançada, atender as necessidades de seu estômago e um entretenimento mais do que suficiente.

_Bobagem... Ela protestou sorrindo. – o senhor sempre foi um cavalheiro mais incansável que jamais conheci. Lembro-me de tê-lo visto sentado à cabeceira de um paroquiano enfermo durante toda a noite e ainda passar os dias visitando as casas vizinhas, informando-se sobre as carecias do povo de sua paroquia, e ainda enfrentar um tedioso jantar com aquele horrível diretor-geral colonial holandês Peter Minuit sem deixar escapar nem mesmo um bocejo.

Sid balançou a cabeça com tristeza.

_Este tempo já passou minha querida. Na verdade, logo estarei me aposentando e partido para minha humilde casa de campo.

Stella arregalou os olhos numa reação horrorizada.

_Vai se aposentar? Não pode estar falando sério!

_Estou minha cara menina, e garanto que espero ansioso por meus dias de ócio. Quero dedicar todo o tempo que puder aos cuidados de minhas invenções.

Stella quase não conseguia imaginar o colégio interno sem o reverendo Sid.

_E o que povo daquela humilde cidade vai fazer sem a sua presença?

Ele moveu uma das mãos com aparente indiferença, mas havia um toque de gratidão no gesto.

_Todos vão sobreviver sem mim, pode estar certa disso. O novo reverendo e bastante jovem e tem se mostrado muito disposto a por o colégio em ordem.

Stella balançou a cabeça, sabendo que ninguém poderia substituiu homem tão generoso e piedoso. Jamais.

_Não vai ser a mesma coisa, estou certa disso.

_Tudo vai ficar bem... Ele decretou com firmeza. –E hora de me retirar e descansar.

Antes que Stella pudesse argumentar, a porta se abriu repentinamente e Taylor entrou no salão. Acenando para o reverendo, que se aconchegava na poltrona, ele atravessou toda a extensão do tapete para ir se sentar no sofá ao lado de Stella, que foi tomada por uma rigidez tão intensa quanto inevitável.

_Perdoe-me por ter demorado tanto... Ele murmurou, apoiando um braço no encosto do sofá e deixando os dedos tocarem com suavidade um ombro arredondado. – meu administrador acredita que desejo ser informado de todos os detalhes concernentes a minha propriedade, inclusive os mais insignificantes.

_Em minha opinião, ele não deve estar muito enganado em sua crença... O reverendo comentou.

Taylor riu.

_Talvez não. Espero que Stella o tenha mantido bem entretido.

_Mas e claro.

Censurando-se pela tolice de não ter escolhido uma das muitas poltronas, em vez de sentar-se no sofá, Stella forçou um sorriso.

_O Sr. Sid estava justamente me falando de sua intenção de aposentar-se. Será uma perda dura. E uma grande lastima para todos.

_E muita bondade sua minha querida, mas será bom para o colégio contar com um novo líder... Sid retorquiu com admirável modéstia. Em seguida um brilho um pouco mais atrevido iluminou seus olhos. –não e bom criar raízes em um só trecho do caminho. Um pouco de mudança faz bem ao ser humano. A todos eles.

O sorriso de Stella com este comentário desapareceu.

_Nem toda a mudança e boa.

O reverendo recolheu os ombros.

_Alguns podem ser desconcertantes, por certo, mas com algum esforço e, é claro, com a disponibilidade para buscar o melhor em cada situação, toda a mudança pode ser transformada em algo positivo.

_Palavras muito sabias Sr. Sid... Taylor opinou, ainda afagando a pele sensível de Stella. – lutar contra o inevitável e sempre um esforço perdido. Melhor tirar proveito do que e nós dado.

Stella olhou para o marido como se quisesse preveni-lo de que, se os dedos descessem mais um centímetro por seu ombro, ela os quebraria, com ou sem reverendo.

_Mesmo quando o que e nós dado não nós interessa?... Ela o olhou com um sorriso falso.

_Isso e bobagem minha pombinha... Apesar do tratamento carinhoso, os olhos azuis lançavam um aviso silencioso e gelado. – vai acabar fazendo nosso bom reverendo acreditar que fala sobre sua própria situação, o que seria absurdo. Ou não seria?

Consciente do olhar interessado e sério de Sid, ela se apressou em distraí-lo.

_E claro que sim. Desculpe-me, Sr. Sid. Houve ocasiões em que o inesperado não foi totalmente agradável.

O cavalheiro de corpo esguio e idoso mostrou-se contrito.

_Lamento muito minha querida. Certamente se refere ao acidente envolvendo seus pais. Que falta de sensibilidade a minha. Não desejava despertar lembranças tão dolorosas e difíceis.

Ela baixou os olhos. Não havia nem pensado no acidente, mas a menção de seus pais provocava uma dor intensa e um conhecido vazio no peito. Sentia saudade deles, e o sentimento tornava-se mais forte nós momentos de turbulências em sua vida. Como o que enfrentava agora. A dor devastadora da perda havia sido aplacada pelo tempo, mas nunca os esqueceria.

_Isso ficou no passado... Stella respondeu tensa.

_Mas ainda e presente em seu coração.

_Bem... Sim... Trepidou por um momento.

_Stella, você revelou impressionante coragem mantendo sua casa e criando sua irmã sem nenhuma ajuda... Sid persistiu, como se, estranhamente, não percebesse a relutância da mulher em discutir o terrível passado. –muitas moças nunca teriam tido sequer considerado tentar tal proeza, e raras teriam alcançado sucesso tão admirável.

Stella sentiu uma onda de calor inundando seu rosto.

_Foi mais necessidade do que coragem... Ela Disse.

_Não... O reverendo protestou balançando a cabeça. –podia ter confiado sua irmã a um parente e solicitado que outro cuidasse da propriedade.

_Eu jamais teria tirado Jessica de nossa casa num momento tão difícil. Ela já sofria demais com a morte de nossos pais. E, para ser bem honesta, poder ocupar meus pensamentos com a questão da propriedade foi uma grande benção. Assim não me restava muito tempo para viver a tristeza.

Sid ainda não estava satisfeito. Estivera perto para testemunhar todo esforço de Stella e a coragem com que ela impusera sua opinião e sua autoridade sobre os colonos, bem como toda astúcia que havia empregado para impedir os mercadores locais de tirarem proveito de sua inexperiência. Como reverendo da igreja que ela frequentava, estivera presente em alguns dias mais difíceis, quando, esgotada pelo peso da responsabilidade e pelo trabalho duro, ela mal podia manter os ombros eretos e a cabeça erguida.

_Diga o que quiser minha querida, mas a verdade prevalece. Podia ter transferido a outra pessoa o fardo que foi posto sobre seus ombros. Em vez disso, sacrificou a própria vida para assegurar a felicidade de Jessica.

De repente os dedos de Taylor ficaram rígidos sobre seus ombros, e Stella percebeu com grande desconforto que Sid revelava mais aspectos do seu passado do que ela teria desejado anunciar.

_Francamente Sr. Sid, apenas agi de acordo com minha vontade. Não foi nenhum sacrifício... Tentou argumentar.

_E claro que foi... Ele argumentou com firmeza. –mas agora Jessica está casada e protegida, e finalmente chegou o momento de pensar em você. Por isso estive tão preocupado e ansioso pra certificar-me de sua felicidade.

Bastante embaraçada pelos elogios exagerados, Stella mudou de posição demonstrando grande desconforto.

_Agora sabe que tudo deu certo... Disse em voz baixa.

O reverendo franziu a testa ao ouvir essas palavras, como se o tom de voz o inquietasse, em vez de tranquilizá-lo.

_Sim, é o que você que diz... Respondeu.

Sem aviso prévio, Taylor levantou-se e, com ar determinado, segurou a mão de Stella, para obrigá-la a fazer o mesmo e.

...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado meninas, foi trabalhoso mais muito produtivo, e adoraria saber o que acharam deste capitulo.