Um Erro Inocente escrita por Lady Light Of Darkness


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Sem revisão



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A semana havia sido intolerável. Stella suspirou enquanto, distraída, despedaçava uma fatia de torrada em seu prato. Não esperava que Taylor ficasse satisfeito com sua insistência para que Frankie pudesse ficar. Na verdade, sabia que ele ficaria furioso com essa idéia de sua esposa abrigar um ex-noivo sob seu teto. Mas não esperava o tratamento gelado que parecia encher todos os espaços da casa com um sopro de indiferença.
Ele já não era mais o conquistador divertido de antes, nem mesmo o adversário irritante que conhecera logo após o casamento. Agora era distante, totalmente inalcançável.
Para seu desânimo, Stella descobriu-se sentindo falta da incessante perseguição. Ridículo, considerando que havia ficado apavorada pela idéia de sucumbir à sedução experiente e ensaiada. Devia estar celebrando essa distância fria. Mas, na verdade, experimentava um profundo sentimento de perda quando ele passava por ela no corredor e limitava-se a um cumprimento formal, ou quando se sentava à mesa do jantar como se nem notasse sua presença.
Pior ainda, Frankie estava provando ser um hóspede muito exigente. Era como se não conseguisse dar um passo sem vê-lo a seu lado. Desde que se levantava até a hora em que se recolhia, ele buscava incessantemente sua companhia, enchendo o ar com sua conversa vazia, queixando-se de como era maltratado pela mãe.
Mais de uma vez, Stella havia sido forçada a morder a língua para conter uma resposta ríspida e não demonstrar a irritação que sentia diante dos espetáculos de autopiedade. Como nunca havia percebido o egoísmo desse homem? Ou como podia ser arrogante e autocentrado?
A verdade era que Taylor estava certo. Não conhecia Frankie tão bem quanto imaginava, não o suficiente para pensar em se casar com ele. E começava a reconhecer com alguma relutância que havia sido mais piedade que amor a principal motivação para a fuga.
Sentindo-se miserável, ela olhou para o outro lado da mesa, onde Frankie devorava uma impressionante porção de comida. Taylor e o Sr. Sid já haviam aprendido a evitar o salão de café-da-manhã sempre que Frankie nele se encontrava. Infelizmente, ela não se encontrava em posição de fazer o mesmo.
— Devo lhe dizer, Stella, que insisti muito em não acrescentar botões nesta jaqueta — ele estava dizendo, indiferente a sua falta de atenção. — Mas o alfaiate se recusou a aceitar minha idéia.
— A jaqueta é sua, Frankie. Se não queria os botões, não devia tê-los aceito.
Ele se mostrou previsivelmente escandalizado pela sugestão.
— Oh, não, o homem alegou que qualquer outro arranjo arruinaria o efeito. Não queria ter uma jaqueta esquisita.
— Imagino que não.
— O que você acha?
—Do quê?
— Dos botões, é claro. Acha que devo trocá-los por outros?
— Oh... — Ela olhou para os botões sem nenhum interesse, tentando entender como se metera em situação tão intolerável. Seu marido estava furioso, o pobre Sr. Sid havia desaparecido, e esse cavalheiro acabaria por levá-la à loucura. — Os botões são ótimos.
— Não são muito grandes?
— Não.
Frankie suspirou, como se os botões tivessem importância crucial.
— Não imagina como me tranqüiliza com isso, Stella. E tão inquietante tomar tais decisões sozinho! Preferia quando estava sempre comigo, lidando com esses detalhes aborrecidos.
Stella estremeceu, percebendo de repente como estivera perto de tornar-se uma constante subordinada desse homem. Nunca teria um instante de paz, nem a menor esperança de dedicar-se a interesses próprios. Como poderia, se teria de tomar todas as decisões por Frankie? A constatação a enervava.
Decidindo entrar em ação, Stella ergueu os ombros num gesto determinado. Embora ainda não acreditasse que Frankie pudesse estar envolvido com o perigoso Sr. mascarado, não podia negar inteiramente que era estranho que as jóias da mãe dele houvessem desaparecido ao mesmo tempo em que esse homem surgia em Manhattan. Talvez houvesse alguma ligação que eles ainda não pudessem determinar.
Além do mais, a essa altura estava pronta para discutir qualquer assunto que não fossem os botões.
—Frankie...
— Veja estas botas, por exemplo — ele continuou sem ouvir a interrupção. — Creio ter sido enganado pelo comerciante. Se você estivesse comigo...
— Frankie — ela repetiu em voz alta.
Ele piscou surpreso.
— Sim, minha querida?
— Você me disse que discutiu com sua mãe por causa de algumas jóias desaparecidas...
Uma expressão aborrecida dominou o rosto quase juvenil do cavalheiro, como se a repentina mudança de assunto o incomodasse ou insultasse.
— Prefiro não recordar aquele horrível confronto.
— É claro. Mas estive pensando em seus problemas, e fico me perguntando... É possível que essas jóias tenham realmente desaparecido?
— Isso tudo é um absurdo. Minha mãe não sabe onde as colocou, só isso.
Stella pensou brevemente na mulher alta e forte que governava tudo e todos à sua vontade com punho de ferro.
— Perdoe-me, Frankie, mas sua mãe não parece ser o tipo de mulher que perde uma fortuna em jóias.
— Ela deve tê-las perdido.
— Está realmente convencido de que elas não foram roubadas?
De repente, Frankie jogou o guardanapo sobre a mesa e empurrou o prato com um movimento ríspido.
— Por Deus, Stella, não pode estar pensando que roubei as jóias de minha própria mãe!
— É claro que não.
— É o que espero. Francamente, já suportei demais de minha mãe. Pensar que você também pode me acusar de algo tão hediondo é mais do que posso suportar.
Stella obrigou-se a contar até dez. Também já havia suportado mais do que julgava ser possível.
— Já pensou que outra pessoa pode ser responsável pelo roubo?
Frankie a encarou com ar estupefato.
— Quem?
— Não sei. Quando sua mãe sentiu falta das jóias?
Ele encolheu os ombros, como se estivesse incomodado por ter de discutir assunto tão desagradável.
— Ela afirma ter notado o desaparecimento logo depois de nós... de nós fugirmos. Ela presumiu que as houvéssemos levado para pagarmos parte da viagem até a Escócia e esperava que, uma vez de volta a Londres, eu as devolvesse.
A total ausência de preocupação com o prejuízo sofrido pela mãe dele a espantava.
— E não acredita que deve tentar descobrir o que aconteceu com as jóias?
Um certo constrangimento bailou em seu rosto depois da questão em tom de censura.
— O que posso fazer?
— Bem, podia ao menos ter revistado os lugares onde acha que ela poderia tê-las deixado, ou interrogar os criados.
— Pelo amor de Deus, eu estava furioso demais para me preocupar com essas jóias! Além do mais, ninguém pode esperar que eu me ocupe de tais coisas. Meus nervos são muito delicados, como sabe, e facilmente abaláveis.
— Mas...
— O quê? — ele indagou apreensivo quando ela interrompeu o discurso.
— Nada —Stella desistiu, compreendendo que Frankie realmente julgava ter os nervos fracos demais para fazer qualquer coisa que o desagradasse. Um excelente truque, para quem conseguia mantê-lo. — O que faremos hoje?
Agarrando a oportunidade de deixar de lado o inconveniente assunto sobre as jóias desaparecidas, Frankie suspirou.
— Acho que devo escrever para minha mãe e informá-la sobre onde estou.
— É claro...
— Por mais zangado que esteja com ela, não seria conveniente preocupá-la.
— Não.
— Não que a tenho perdoado — ele acrescentou apressado, como se temesse que Stella o considerasse apegado demais à saia da mãe. — Exigirei um pedido de desculpas.
— É claro... — ela concordou sem se importar.
— E também vou exigir que pare de mandar me seguir por aí como se eu fosse uma criança.
— Muito bem.
— Serei tratado como um adulto.
— Sim.
Houve uma longa pausa antes de Frankie fitá-la com ar de súplica.
— Pode me ajudar a escrever a carta? Não sou muito bom nessas coisas.
— Oh, Frankie... — Um movimento além da janela chamou sua atenção. Intrigada, ela se levantou para ir olhar o jardim.
— O que foi, Stella?
— Meu marido — ela respondeu, deixando de lado todos os pensamentos relacionados a Frankie enquanto, apreensiva, via Taylor caminhar determinado para o estábulo. Como ele se atrevia? Havia prometido que não deixaria a propriedade sem companhia! Pois bem, dessa vez ele não escaparia tão fácil.
Sem considerar a própria atitude, Stella segurou as saias e caminhou apressada para a porta.
Ela só parou por um instante quando viu Frankie se levantar.
— Vai me deixar?
— Preciso falar com Taylor.
— Mas e a minha carta?
A vontade de dizer exatamente o que pensava sobre essa carta absurda foi rapidamente contida. Não devia desafiar o destino.
— Creio que seria melhor se escrevesse para sua mãe sozinho.
— Oh, não, eu não poderia...
A paciência de Stella estava chegando ao fim. Tentara realmente ser generosa com Frankie, não só por conta de uma antiga amizade, mas, mais importante, para esconder de Taylor que ele estava absolutamente certo.
Teria sido infeliz ao lado de um homem tão infantil. Mais do que isso, teria sido prisioneira de suas exigências egoístas. Mas o orgulho exigia que ela ocultasse a desilusão do único cavalheiro que parecia conhecê-la de verdade.
De repente tinha pensamentos mais importantes do que acalmar Frankie ou até esconder de Taylor seus mais recentes sentimentos.
Apressada, ela desceu a escada e passou pela porta que o mordomo quase não conseguiu abrir a tempo. Stella corria para o estábulo, e conseguiu interceptar o marido quando ele já deixava o jardim.
—Taylor!
Ele parou assustado.
— Bom dia, Stella— disse, assumindo uma expressão indecifrável.
— Aonde vai?
Como era de se esperar, ele sorriu de sua atitude arrogante, como se debochasse de sua suposta autoridade.
— Bom dia, Sra. Taylor— disse com tom sardônico. — Dormiu bem? Ora, espero que sim. Como está atraente nessa bela manhã.
Há alguns dias as palavras de provocação a teriam enfurecido. Hoje, no entanto, ela se sentia feliz por ouvi-las. Qualquer coisa era melhor do que a frieza e o distanciamento de antes.
— Desculpe-me — pediu com um sorriso embaraçado. — Dormiu bem?
— Muito mal.
Preocupada, ela franziu a testa sem perceber que o sol filtrado pelo fino tecido do vestido oferecia uma imagem bem clara de seu corpo.
— Qual é o problema? Sente dores no ombro? –Ele respirou fundo.
— Você sabe muito bem o que está me incomodando, meu amor.
Foi impossível impedir o súbito rubor que tingiu seu rosto ou o desejo instintivo de abordar assuntos menos perigosos.
— Ainda não me disse para onde está indo.
Ele sorriu, percebendo o truque por ela empregado, mas se deixou conduzir por esse caminho inofensivo.
— Lorde Sinclair está pensando em vender o terreno vizinho à nossa propriedade. Quero ir conhecer o local antes de fazer uma oferta.
Ela pôs as mãos na cintura e o encarou com expressão severa.
— Sozinho?
Taylor encolheu os ombros.
— Não é longe.
— Você me prometeu...
Com movimentos deliberados, ele cruzou os braços e a encarou sério.
— Sim, eu sei, mas não pensei que pudesse me agradecer por tirá-la de perto de seu precioso Sr. Carter.
— Ele não é meu precioso Sr. Carter. Ele é apenas um amigo que precisa de minha ajuda.
— Ele precisa é de fibra.
Odiando a idéia de discutir Frankie ou sua presença inoportuna em sua casa, Stella assumiu uma atitude ainda mais determinada.
— Se me der alguns momentos, preciso mudar de roupa.
— Quer ir comigo?
— Não quero que saia sozinho.
— E o Sr. Carter?
Ela suspirou impaciente.
— Vai esperar por mim, ou não?
— Para sempre, se for necessário.
Foi como se todo o ar deixasse seu corpo, tal o impacto provocado pelas palavras simples. Por um momento, ela se perguntou se estava sendo sensata buscando deliberadamente esses momentos de privacidade e solidão com o marido. Já não sabia como estava se tornando vulnerável à sedução persistente e experiente? Já não aceitara que gostava mais dele do que pretendia? Não estava cada vez mais certa de que seu suposto amor por Frankie não havia passado de uma fraude que já não servia para proteger seu coração?
Os pensamentos passaram rapidamente por sua mente, sendo ignorados com a mesma velocidade.
Embora não houvessem visto nem tido notícias do Sr. Mascarado na semana anterior, isso não significava que o perigo havia desaparecido. Não permitiria que Taylor voltasse a se arriscar.
— Voltarei num minuto.
Balançando a cabeça num gesto resignado, Taylor continuou seu caminho para o estábulo a fim de ir providenciar as montarias. Havia decidido que permaneceria composto e distante na presença da esposa. Como se não bastasse aturar Carter colado nela como um parasita, ainda teria de suportar o ridículo de expressar todo seu ciúme? Nunca!
Ela jamais suspeitaria de que todos os criados da casa estavam vigilantes, atentos a seus movimentos. E também não saberia que ele, seu marido, passava as noites andando de um lado para o outro, consumido pela sombria necessidade de tomá-la nos braços e deitá-la em sua cama, onde era seu lugar.
Fingiria estar acima dessas emoções imaturas.
Acabaria surpreendendo o cavalheiro praticando algum ato condenável, ou, o que era mais provável, o idiota voltaria rastejando para sua querida mamãe. De qualquer maneira, ele estaria longe de sua casa, e Stella teria de aceitar que sua vida estava ali, ao lado do homem com quem se casara.
Sim, podia esperar por essa conclusão, se não arruinasse tudo enfurecendo Stella além de qualquer possibilidade de perdão.
Balançando a cabeça, Taylor levou os cavalos para o pátio. Talvez fosse inútil alimentar a esperança de se manter indiferente à esposa. No momento em que a via era tomado de assalto por uma gama de emoções, como impaciência, luxúria e o mais estranho sentimento de ternura. Estava dividido entre o desejo de jogá-la sobre a cama mais próxima e apertá-la entre os braços para protegê-la do mundo.
Essa confusão acabaria por levá-lo à loucura, ele decidiu apreensivo. No momento, tudo que podia fazer era agarrar-se ao conhecimento de que ela ao menos se preocupava com sua segurança. Era um começo.
Stella já o aguardava quando ele chegou ao pátio, e depois de ajudá-la a montar, ele também se acomodou sobre a sela.
— Pronta? — perguntou.
— Sim.
— Então, podemos ir.
Enquanto cavalgavam, ele estudava com discrição a mulher que atormentava seus pensamentos há meses. Ela cavalgava bem, movendo-se com uma graça fascinante e inesperada. Fascinante demais, ele reconheceu, desviando o olhar para a estrada.
— Acha que o Sr. Sid pode assegurar o entretenimento do Sr.Carter?
— O Sr. Sid foi visitar o reitor local, e Frankie está escrevendo uma carta para a mãe.
— Ah, o filho dedicado — ele debochou, incapaz de controlar o impulso.
Um olhar de censura foi a punição pelo pequeno deslize.
— Pretende manter essa atitude de provocação durante a manhã toda?
— De jeito nenhum. É tão raro tê-la só para mim, que hoje pretendo me comportar muito bem.
— Por que será que não consigo acreditar nisso?
— Não faço a menor idéia.
Ela balançou a cabeça antes de tentar escapar de seu olhar penetrante.
— Já conseguiu alguma outra informação sobre o Sr. Mascarado?
Taylor fez uma careta de desgosto ao ser lembrado de que ainda não conseguira encontrar pistas do velhaco. Nem mesmo a conversa com o magistrado servira para elucidá-lo sobre a identidade do indivíduo que tentara invadir sua casa.
— Nada. Sei que ele não retornou à hospedaria desde a noite em que tentou acabar comigo. Só isso.
— Talvez tenha ficado amedrontado ao saber que o feriu. É bem possível que tenha deixado à área de Manhattan.
Taylor não tinha essa esperança. Era mais provável que o criminoso houvesse enviado Carter para procurar pelas jóias em sua casa enquanto ele permanecia escondido.
Mas, dessa vez, ele teve a sabedoria de não manifestar sua opinião.
— Talvez — murmurou. — De qualquer maneira, quero que continue tomando muito cuidado até esclarecermos toda essa questão.
— Caso tenha esquecido, era você quem estava tentando sair sozinho — ela respondeu irritada.
— Como já expliquei antes, não imaginei que desejasse ser interrompida. — Ele ficou em silêncio por um instante. Gostaria de saber o que Stella sentia com a presença de Carter em sua casa, mas, ao mesmo tempo, temia ouvir a resposta. Um terrível dilema para um cavalheiro que sempre havia preferido manter ligações casuais e temporárias a viver a complexidade de um relacionamento.
— Gostou de receber a visita do Sr. Carter?
As mãos delicadas puxaram as rédeas, até o cavalo balançar a cabeça em protesto. Com esforço evidente, ela relaxou e até conseguiu forçar um sorriso pálido.
— É sempre muito bom encontrar um velho amigo — disse com neutralidade irritante.
Intrigado, Taylor aproximou-se dela, estudando seus traços em busca de algum sinal do verdadeiro conteúdo de seus pensamentos.
— Ele foi mais do que um mero amigo.
— Pensei que não tinha a intenção de me provocar.
— Não estou tentando provocar ninguém. E não acredito que algo impróprio tenha acontecido desde a chegada desse cavalheiro à nossa casa. Só estou interessado em saber o que sente por conviver com o homem que um dia amou, agora que ele está além de seu alcance.
Houve um silêncio tenso antes de ela encolher os ombros.
— Tem sido... difícil.
Taylor experimentou a sensação de ser atingido no peito por um soco violento.
— Seus sentimentos por Carter não se modificaram?
— Prefiro não discutir esse assunto, Taylor.
Uma repentina tensão dominou seu rosto enquanto aquela horrível onda de ciúme o invadiu. Devia estar sendo castigado por ter vivido toda uma vida de ligações frívolas.
— Não quero incomodá-la, Stella, mas, como seu marido, acredito ter o direito de saber se ainda se sentem ligados um ao outro.
Ela umedeceu os lábios antes de responder:
— Suponho que meus sentimentos sofreram uma certa modificação.
— Em que sentido?
— Eu... —Stella suspirou exasperada. — Começo a me perguntar se não cometi um engano com Frankie.
O ciúme deu lugar a uma onda de esperança igualmente rápida e intensa.
— Um... engano?
Ela se recusava a encará-lo, mas Taylor não deixou de notar o nervosismo estampado em seu rosto. Alguma coisa a perturbava, e isso era evidente.
— Quando estivemos juntos em New York, foram apenas encontros breves, ocasiões sempre tumultuadas pela presença impositiva e autoritária da mãe dele. A mulher estava tão decidida a vê-lo casado com uma herdeira que fazia tudo que estava ao seu alcance para separar-nos.
Taylor sorriu.
— O que garantia encontros secretos e apimentados pelo delicioso prazer de enganá-la, certo?
Ela o fitou espantada.
— Sim!
O lorde balançou a cabeça.
— Nunca deixo de me surpreender com a falta de sensatez das pessoas que decidem separar um casal de amantes. Por que persistem em fazer tudo que vai unir ainda mais essas pessoas? Poucos seres humanos conseguem resistir ao proibido. E, é claro, mantendo um casal separado, permite-se que essas duas pessoas teçam as mais ridículas fantasias, em vez de se conhecerem como realmente são.
Stella respirou fundo.
— Tive poucas oportunidades para entender a verdadeira natureza de Frankie, ou para questionar seus motivos para desejar estar comigo.
— E agora? — ele indagou com voz suave, contendo a respiração sem se dar conta da própria expectativa.
Stella reuniu a coragem necessária para fitá-lo nos olhos.
— Agora sei que nunca o amei.


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