Apesar da irritação, ela não era capaz de ocultar a preocupação estampada em seus olhos. Percebê-la despertava uma doce ternura em seu coração. Por mais que ela fingisse frieza, importava-se com ele em alguma medida.
Com um movimento rápido e firme, poderia puxá-la para a cama e tê-la nos braços, ele pensou entusiasmado. E esqueceria completamente as horas difíceis que havia passado encolhido na escuridão, apenas para ver o bandido pressentir a armadilha e fugir.
Ela se levantou devagar, pondo um fim em sua esperança de tê-la junto ao sei corpo, e Taylor deixou escapar um suspiro fraco.
Tudo indicava que teria mais uma noite longa e fria em sua cama vazia.
Recostado contra o travesseiro, ele sorriu para esposa.
—Eu disse que havia sido apenas um ferimento superficial. –A olhou nos belos olhos verde e sorriu.
—Mesmo a mais inocente ferida pode matar se não for tratada apropriadamente. –Seu tom seco o fez sorrir, por sua preocupação aparente.
—Sim, minha querida. E está disposta a permanecer zangada para sempre? –Fez manha.
—Você se expôs a riscos desnecessários e absurdos. – O encarou irritada.
—Não quero este vilão andando pela vizinhança. –Explicou calmamente.
—E dever do magistrado capturá-lo. –Retrucou.
—É meu dever e garantir a sua segurança. – Ele segurou as mãos dela delicadamente. –Não descansarei enquanto este lunático não estiver preso ou morto.
—Eu... –Era como se as palavras se perdessem enquanto uma onda de calor invadisse o seu rosto.
O toque de vulnerabilidade a tornava ainda mais encantadora. Taylor tinha esperança de que ela pudesse precisar dele, afinal, mesmo que não estivesse preparada para admitir.
—Está surpresa da minha intenção de protegê-la minha esposa?
—Não estou habituada a ter pessoas se ocupando com minha proteção. –Confessou envergonhada.
—Então já e hora de alguém cuidar disso. –Ele beijou uma de suas mãos. –E para lhe ser sincero é muito agradável ser o seu defensor.
Por um momento houve um brilho intenso em seus belos olhos, como uma ânsia que ganhava vida. Um forte desejo de amar e ser amada. Mas quando Taylor beijou a parte interna de seu pulso, ela se retraiu e retomou o papel de esposa severa e desapontada.
—Não será meu defensor por muito tempo se continuar arriscando sua vida de forma tão absurda.
Taylor conteve a impaciência provocada pelo argumento persistente.
—Soa muito austera minha querida. –Sorriu.
—Apenas estou tentando fazê-lo ouvir a voz da razão.
—Nenhum marido deve ser razoável quando defende sua esposa. Esse e um momento para ser ousado e destemido.
–Será que pode falar serio?
—Mas eu estou falando serio. –E nunca havia sido tão sincero. Pensar no bandido apontando uma arma para o coração da mulher com que ele se casará o enchia de uma fúria cega e letal. –Hoje ele conseguiu escapar, mas não terá a mesma chance da próxima vez.
—O que pretende fazer?
—Já mandei alguns criados vasculharem todo o terreno da propriedade, e o dono da hospedaria prometeu mandar m avisar assim que o senhor ameaçador retornar aos seus aposentos. Em pouco tempo terei o encurralado.
—Prometa que não voltara a se aproximar dele sem a ajuda do magistrado.
—Não posso prometer nada, Stella.
Sem aviso prévio ela sentou-se a beirada da cama e segurou as mãos dele.
—Quero que me prometa. – Insistiu.
Uma onda de calor o dominou, resultado da proximidade de seu corpo e do dela. As boas intenções de não pressioná-la estavam chegando ao seu limite máximo.
—Aprecio muito este seu lado minha querida. –Ele comentou com um toque suave.
—Que lado? –Stella soltou as mãos dele como se queimasse.
Sorrindo ele afagou seu braço, subindo até alcançar seus ombros e a lateral de seu pescoço, até chegar ao cetim de seus cabelos e começa a remover os clipes que o mantinham presos num coque severo.
—Toda está preocupação com meu bem está e realmente encantadora.
—Taylor...
—Sim minha querida? –Ele perguntou enquanto deslizava os dedos por seus cabelos.
— O que está fazendo?
—Proporcionando-lhe um pouco mais de conforto.
—Esta ferido não deve se movimentar tanto.
Taylor não se sentia doente. Na verdade nunca estivera melhor e mais vivo do que neste momento. Todos os sentidos haviam sido intensificados, até que todo seu corpo cantava com a consciência da mulher sentada ao seu lado. O cheiro de seus cabelos, o aroma da sua pele alva, a curva exuberante e descomunal de seus seios, a pressão do quadril contra sua coxa...
Tudo o inflamava de maneira incontrolável e veloz.
—Já disse que só foi um arranhão.
—Mesmo assim precisa de repouso.
Ele riu.
—Prefiro um beijo.
—Taylor. – Ela reagiu tentando se mostra escandalizada, mas conseguindo expressar apenas surpresa e encantamento.
—Arrisquei minha vida por você Stella. Não mereço uma recompensa? –Fez biquinho em protesto.
—Merece ser castigado por sua inconsequência. –Ela respondeu embora s voz houvesse perdido o toque de severidade.
—Seja generosa, minha esposa. Não poderei descansar enquanto não receber uma pequena prenda de minha protegida.
Houve um silêncio longo e tenso antes de ela se inclinar para frente. Taylor conteve a respiração ao ver os lábios carnudos se aproximarem dos dele.
Incapaz de conter-se ele tocou um seio e sentiu-se eletrizado pelo contato. Nunca antes havia desejado outra mulher com tanta intensidade.
E, no entanto não tentou se quer retê-la quando ela recuou.
De repente percebia porque tinha de esperar, porque não desejava possuí-la contrariando sua vontade e o desejo de seu puro coração queria que ela se entregasse de verdade, incondicionalmente.
Stella levantou-se agitada alisou o vestido com as mãos tremulas retirando o enrugado seus olhos fitavam o chão pela timidez que o beijo lhe causou.
—Agora vou deixar você descansar. –Disse. –Se precisar de alguma coisa, só terá de chamar.
–Obrigado minha querida. – Rolou os lábios em um sorriso de contentamento.
—Boa noite. –Respirou ofegante.
Ele cruzou as mãos sobre o estomago enquanto Stella caminhava para a porta. Em breve, dizia a si mesmo tentando acalmar-se. Logo ela seria realmente dele em coração, alma e corpo.
Não poderia aceitar menos que isso.