Simplesmente escrita por Kaline Bogard


Capítulo 7
Capítulo 07


Notas iniciais do capítulo

Obrigado especial a lobisomem alfa por incentivar a atualização dessa fanfic.

Não foi betada nem revisada.



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Simplesmente

Kaline Bogard

Capítulo 07

A segunda-feira começou um pouco diferente da rotina. Stiles acordou um tanto mais cedo, ainda de pijamas pegou uma vasilha com água e foi para o hall, molhar as plantas da senhora Amber.

Fez o percurso três vezes antes de conseguir cuidar dos seis grandes vasos. Ao terminar o trabalho voluntário ia voltando para o próprio apartamento quando a porta do 2101-A se abriu e um jovem negro passou pela porta, um rapaz alto e forte, muito sério. Ele cumprimentou Stiles com um aceno de cabeça e seguiu em direção as escadas.

Erica, segurando a porta de madeira, piscou maliciosa para Stiles.

– Seu namorado não é o único perfeito – falou alegre demais, fazendo Stilinski girar os olhos.

– Bom dia pra você também, Erica. Como sua avó está?

– Se recuperando bem. Obrigada por perguntar e por cuidar dos vasos. Vi que você aguou ontem também. Sempre esqueço deles!

– Deixa que eu passo aqui ela manhã e jogo um pouco d’água nas coitadas. Mas você tá alimentando esses bichos? – indicou os gatos que passeavam pelo interior da residência.

A loira balançou a cabeça.

– Claro. Ele não me deixam esquecer nunca – riu.

Então Stiles teve uma epifania e viu uma ótima oportunidade na conversa.

– Ei, você precisa cuidar melhor do obeso. Ele totalmente adora invadir meu apartamento... mas não sei como.

– Oh... – a moradora do 2101-A parou de sorrir, deixando Stiles extremamente desconfiado.

– Erica... o que foi?

Ela afastou-se da porta e saiu no hall. Então caminhou até a porta do apartamento de Stiles e abriu-a, tateando para encontrar a chave logo abaixo da maçaneta.

Stilinski apenas assistiu enquanto sua vizinha exibia o objeto de metal. Então a jovem enfiou na fechadura pelo lado de fora e deu uma volta, depois a segunda volta.

– Tem dias que você fecha a porta assim – testou a maçaneta, mas a porta bem trancada permaneceu fechada. Então ela desfez as duas voltas para abrir a folha de madeira.

Stiles assistia sem compreender exatamente onde a vizinha queria chegar. Então Erica repetiu os movimentos, mas ao invés de duas voltas, deu apenas uma.

– Mas tem dias que você fecha a porta assim, com uma volta na chave – em seguida ela torceu a maçaneta com força no sentido contrário e, incrivelmente, a porta se abriu apesar de ter sido trancada! – Está com defeito...

– Santo Deus! – o rapaz surpreendeu-se. Nem desconfiava daquilo. Então franziu as sobrancelhas – Como é que seu gato encapetado sabe fazer isso?

– Stiles, pelo amor, né? – ela perdeu a paciência – Não seja idiota. Eu abria a porta e colocava Ali Babá aí dentro.

– NÃO ACREDITO! – Stiles arregalou os olhos – Que filha da putagem... por que faz isso?!

A loira sorriu.

– Nah... só queria irritar você. Eu sabia que não ia bater ou judiar do meu gatinho. Então não tinha problema. Mas não vou fazer mais. Palavra.

O garoto fez um bico.

– Obrigado, eu acho – agradeceu incerto.

– Disponha. A tarde vou visitar vovó, digo que você está cuidando das plantinhas dela e que mandou lembranças. Ela vai ficar muito feliz.

– Valeu! – Stiles respirou fundo e sorriu largo – E diga que eu quero que ela totalmente volte logo, para continuar me paparicando com frutas...

– Se isso foi uma indireta, não colou – a mais velha seguiu de volta para o próprio apartamento e acertou um tapa na nuca do vizinho enquanto passava por ele.

Stiles massageou o lugar dolorido e também entrou. Passava da hora de trocar de roupa, comer algo, fazer a medicação e seguir para a faculdade. Hoje tinha que assistir aulas que davam créditos para o Mestrado, então seus horários eram uma loucura.

Ao chegar na Coordenação do curso descobriu feliz que as peças que precisava já tinham sido compradas. Reuniu três estagiários e começaram um verdadeiro tour pela faculdade, arrumando os hardwares em vários cursos. Ficaram ocupados com isso e tão entretidos que perderam a hora do almoço, tendo que comer um pouco mais tarde.

Do refeitório Stiles foi direto para a aula. Apresentou seu artigo que não estava tão adiantado quanto gostaria. Teve que usar as letras um pouquinho ampliadas e jurou que marcaria uma consulta oftalmológica para os próximos meses. Depois de apresentar seu artigo distraiu-se caçando receitas na Internet. Queria fazer um jantar especial para Derek, para agradecer o final de semana e desculpar-se por tudo.

Quando assistia aulas do Mestrado no período da tarde ele era dispensado do que restava do expediente. Derek Hale conhecia bem os horários do namorado e já se adaptara a eles. Por isso não foi surpresa para Stiles chegar ao estacionamento e encontrá-lo encostado na lataria do Camaro.

Trocaram um beijo rápido, antes de entrarem no carro e partir.

– Como você está? – Derek perguntou.

– Tudo bem. O dia está totalmente ótimo e rendendo. E você?

– Bem. Teve notícias de sua vizinha?

– Sim, Erica me disse que a senhora Amber está se recuperando bem. Ah, descobri o mistério de Ali Babá. Não era mágica... era a Erica que estava me sacaneando.

E contou com detalhes a conversa tida com a loira naquela mesma manhã. Derek ouviu tudo com um sorriso nos lábios. Acabou balançando a cabeça ao fim da história. Então rodeou um assunto que queria questionar desde que vira seu namorado.

– E os ataques de pânico? Nenhum sinal de...

– Não – Stiles cortou um tanto incomodado – Nada de ataques de pânico nem nada. Já sei que não estou preparado para enfrentar um volante. Mas não acho que seja motivo para preocupação. Não vou voltar ao psiquiatra nem...

– Okay – o mais velho assentiu – Não vamos procurar terapia ainda. Mas se voltar a acontecer não poderá evitar. E não quero que me esconda nada, Stiles. Já disse que não sou seu pai. Sou seu parceiro, para dividir não apenas o que é bom e divertido.

– Entendi, Mozão – o garoto sorriu, recostando-se no banco de couro – Vamos resolver tudo juntos, como um casal totalmente maduro. Vai dormir em casa hoje? Quero fazer um jantar especial.

Derek pensou no convite por alguns segundos. Acabou balançando a cabeça, impossibilitado de aceitar a proposta por completo.

– Posso subir para o jantar, mas tenho que ir embora – olhou rápido para a pasta esquecida no banco de trás do carro. Levava trabalho para casa. Peter viajara para Londres no final de semana, fato que significava o dobro de trabalho para Derek. Tinham clientes esperando, processos em fase de análise e desenvolvimento. Uma audiência marcada para a manhã seguinte exigia estudo detalhado por parte do advogado. Ele sabia que se passasse a noite na casa do namorado faria tudo, menos re-estudar o caso.

– Tudo bem. Peguei uma receita de Strogonoff que parece fácil de fazer. Até eu consigo!

A conversa terminou ali, pois tinham chegado ao prédio de Stiles. Seguiram juntos para o 2102-A e entraram.

– Pode tomar um banho ou assistir TV. Eu vou preparar o jantar, mas não ouse entrar na cozinha! Quero que seja uma surpresa! Entendeu, Sourwolf?

Derek sorriu e obedeceu, indo sentar-se no sofá para zapear os canais. Stiles guardou a mochila, arregaçou as mangas da camisa xadrez e começou a preparar a refeição. Teve um pequeno surto de desanimo enquanto procurava alguns ingredientes. Por sorte acabou encontrando todos, alguns esquecidos no fundo do armário.

Enquanto cozinhava, cantarolava uma musiquinha desafinada de sua própria autoria, totalmente inventada no momento e que, obviamente, não se recordaria da letra depois.

Pouco a pouco um aroma agradável se espalhava pelo ambiente. Quando provou uma pitada do que fazia Stiles sentiu-se satisfeito. O tempero estava ótimo! Todos aqueles anos como responsável pelas refeições de seu pai rendiam bons frutos agora.

Enquanto esperava os últimos segundos de cozimento, o jovem nerd arrumou a mesa, tirou o vinho da geladeira; a mesma garrafa que começara a beber com Derek na noite da briga por causa de Isaac. Parecia que tanto tempo se passara desde então! Não uns poucos dias...

Observou sua obra de arte. Estava uma mesa até que bonita.

– Mozãooo – cantarolou – Pode vir.

Poucos segundos depois Derek entrou na cozinha. Tinha tirado o terno e afrouxado a gravata. Sorriu ao ver a dedicação de seu namorado.

– Qual a ocasião especial? – perguntou enquanto se sentava.

– Uma taça apenas. Porque você está dirigindo – Stiles decretou enquanto servia a ambos com a bebida tinta – Sei lá. Eu ainda to totalmente bolado por ter sido um idiota esse final de semana. No fundo eu sabia que podia ter te ligado e pedido ajuda, mas... você me desculpa mesmo?

– Claro – Derek respondeu – Eu tenho minha parcela de culpa, Stiles. Fui um idiota com você também. Vou tentar não ser tão infantil por causa do seu vizinho. Em troca quero que confie em mim. Não estamos juntos a um ou dois anos. Não tem que me esconder coisas.

– Sei disso, mas é o meu jeito. Não gosto de me sentir fraco ou dependente. Esse lance de TDAH é uma porcaria. Eu... as vezes é difícil parecer e me sentir tão vulnerável, principalmente com os ataques de pânico.

– Não tem problema parecer ou se sentir fraco. Eu estou aqui para ser forte por nós dois. Gosto de você exatamente do jeito que é. Não precisa ter vergonha ou receio, Stiles. Pode entender isso?

O garoto acenou com a cabeça, agradecido e passou a servir o jantar. Uma característica inegável do relacionamento de ambos era o diálogo. Talvez não durante a crise, todavia sempre que o pior passava os dois conversavam e colocavam tudo em pratos limpos, sem mágoas ou rancor.

– Você é demais, Mozão. Amo você – finalmente tomou seu lugar a mesa, erguendo a taça para um brinde, antes de mais nada – A nós dois.

– A você – o mais velho também ergueu a taça.

oOo

Depois de terminar a deliciosa refeição, os dois ainda ficaram um tempo no sofá, trocando beijos e carícias. Até que o mais velho tivesse que ir para casa, estudar o processo que apresentaria na manhã seguinte.

Só após a despedida carinhosa Stiles se permitiu tomar um banho rápido, embora relaxante. Vestiu o pijama preferido: azul com nuvens brancas e foi para a cama, descansar do longo e produtivo dia. Adormeceu assim que se acomodou sobre o colchão e ajeitou o edredom sobre si.

Passava pouco das três da manhã quando o rapaz foi brutalmente arrancado de seu sono, dominado por uma dor de estômago forte o bastante para despertá-lo e tirar-lhe o fôlego. Ao mesmo tempo uma onda de calafrios fez sua pele arrepiar-se todinha, apesar de estar banhada em gotas de suor.

A única coisa que conseguiu foi arrastar-se pelo colchão, embolado no edredom e colocar a cabeça para fora da cama bem a tempo de ser acometido por uma ânsia e vomitar no carpete do quarto. Mal teve tempo de respirar e uma nova crise fez com que vomitasse, até que ficasse sem forças e nada restasse em seu estomago, a não ser bile.

E então veio a febre.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Totalmente desanimada com essa fanfic. Aproveitei um tempo extra na hora do almoço e digitei, mas o próximo... só vem quando o animo deixar.