P.O.V Temari

Chega a ser injusto esse tipo de coisa, como assim aquele cara mil por cento sedução nos achou estranhas? Não posso falar pelas outras, mas EU sou uma pessoa completamente normal e equilibrada.

Tivemos que explicar toda a situação para a Hokage e para os meninos, da parte em que encontramos Minato até a parte em que acabamos de uma vez com aquele maldito aniquilador de famílias. Depois que falamos tudo que aconteceu soltamos um suspiro pesado, foi desgastante toda essa bagunça, mas pelo menos agora poderemos ter um pouco de paz. Desde que os garotos apareceram em N.Y e falaram que precisávamos viajar para Konoha pois tinha um cara metido a vilão querendo acabar com tudo, meus dias de paz estavam no fim, mas agora posso deitar sem ter a preocupação e o peso de ter que literalmente salvar um mundo.

– Mas agora está tudo zen e eu posso aproveitar para colocar meus pés para cima e comer minha água de coco de boas na lagoa. – Tenten, que estava sentada em uma cadeira, colocou os pés sobre a mesa como exemplo.

A mais velha trocou um olhar com os garotos. Suspeito, bastante suspeito.

– Por favor, não me digam que teremos mais problemas. – Bufei enquanto cruzava os braços. – Estou até aqui – Apontei para minha testa. – de ter que batalhar contra algum vilãozinho de Anime que pensa poder botar moral nessa merda! Arrumem uma outra elementar da Água, pois essa aqui cansou!

– Problemática, não tem mais inimigo algum. – Shikamaru passou seus braços por meus ombros. – Não precisa ficar invocada por causa disso.

– O problema é outro. – Sasuke falou com a mão na cintura de Sakura. – Se é que podemos chamar de problema... Está mais para “solução”.

– Fala de uma vez. – Sakura reclamou. – Tem haver com o que?

– Seus elementos. – Todos disseram juntos.

Nós quatro nos olhamos sem entender. O que tinham nossos elementos? Eles estão quietinhos dentro de nós, prontos para serem usados para combater o mal! Que frase mais ‘herói da Marvel’.

– Não entendo. – Hinatinha balançou a cabeça negativamente e Naruto colocou a mão sobre seu ombro. – Pensei que estava tudo bem, por que precisam envolver nossos poderes? O Mago Mascarado não morreu? Eu vi.

– Não é essa a questão, Hina. – O loiro falou. – Algum tempo antes de acordarem estávamos decidindo se iríamos ou não manter os elementos afastados, ou seja, mantermos as quatro em algum lugar exilado para que ninguém possa tocá-las e assim termos mais um problema como o do mago.

Arregalei meus olhos, estupefata. Como assim nos exilar?! Acabamos de salvar essa porcaria de lugar e eles querem nos manter afastadas dos outros? Isso é completamente injusto e imoral com a gente! Exijo um advogado, imediatamente!

– Eu me recuso! – Falei irritada. – Se tentarem me prender irei fazer de tudo para fugir! Coloquem quantas algemas e quantas camadas de cimento quiserem, mas não deixarei que nos prenda em um lugar de araque!

– Exatamente! – Tenten me apoiou se levantando. – É contra a lei manter alguém em cativeiros é contra as leis! Irei chamar o IBAMA para vocês todos! – Apontou para cada um. – Vou explodir sabudega, não pensem que estou blefando, seus mentecaptos!

– IBAMA seria caso fossemos animais, Ten. – A perolada negou com um olhar de pena para a mais nova. – Mas apoio a ideia da Tema, também não quero ficar presa de novo!

– Isso é injusto! – Sakura segurou o braço de Sasuke. – Eu juro que bato nesses filhos da puta com esse filho da puta aqui!

Isso foi totalmente inútil. Já que apenas Hinata e eu usamos pontos bons e plausíveis, já as outras duas débeis apenas mostraram o porquê de precisarmos sermos presas. Bati em minha própria testa, nunca conseguiremos ser levadas a sério se eu deixar que elas falem alguma coisa.

– Ignorem o que as duas ali falaram! – Apontei para a rosada e a morena. – Mas é sério, não permitirei que nos mantenham presas.

Ficaram em silêncio me olhando, a loira deveria estar pensando em nossos argumentos, ou apenas dando esperanças para nós.

– Hokage, se permite falar. – Minato se pronunciou depois de um tempo. – Acho que as garotas não deveriam ficar exiladas, vimos muito bem que elas são responsáveis o bastante para se cuidarem. Elas conseguiram fazer algo que demoramos dezoito anos para conseguir: Derrotar o mago e deixar Konoha a salvo de seus planos. Sem que pedíssemos, elas demonstraram ser garotas de ouro e merecem nossa confiança.

– Falou pouco, mas falou bonito pai! – Naruto bateu forte nas costas do mais velho, que o lançou um olhar o repreendendo. – O que eu fiz?

– Como sempre, está mais do que correto, Minato. – Tsunade sorriu de canto para o loiro, que assentiu. Se virou para nós. – Permitirei que fiquem livres, mas se os elementos correrem perigo novamente serei obrigada a mantê-los seguros.

Esbocei um sorriso para a mais velha e abracei Shikamaru fortemente, logo sendo correspondida.

– Valeu tia! – Sakura se jogou e abraçou Tsunade. – Não vai se arrepender, seremos as pessoas mais fodasticamente cuidadosas do mundo com os elementos!

– Não me chame de tia, e me solte. – Falou rindo da infantilidade de Sakura.

Naruto sufocava Hinata pela décima vez em um abraço, sem deixá-la falar nada, essa apenas ria das bobagens que saiam da boca do loirinho idiota.

– Neji! Eu to livre! – Pulou novamente nos braços dele e depois apontou para o alto. – Para o alto e avante, o céu é o nosso limite, Rapunzel!

– Não pule sem avisar. – Riu enquanto falava. – E eu estou muito feliz em saber que continuará ao meu lado, Pucca. – Trocaram um beijinho de esquimó. – Mas sério, pare de me chamar de Rapunzel.

– NEVER! – Escondeu seu rosto na blusa dele.

Fiquei sorrindo igual uma idiota enquanto abraçava meu “namorado”. Não era necessário pedido para que soubéssemos o que éramos.

– Terá que me aguentar durante um bom tempo. – Falei olhando para seus olhos castanhos. – Como irá fazer para ficar ao lado dessa “problemática”?

– Esse será o problema mais perfeito que terei que resolver. – Selou nossos lábios. – Não pense que serão alguns pedregulhos que me farão parar de seguir esse caminho.

– Bom mesmo, ou seria obrigada a acabar com você. – Mostrei a língua. – E seria uma pena fazer isso.

Ouvi sua risada e sorri com isso.

– Só eu que me sinto um castiçal? – Itachi se pronunciou cruzando os braços.

– Vamos desfazer isso rapidinho! – Sakura sugeriu se aproximando do moreno, mas sendo puxada pelo namorado. – O que foi? Só estava socializando com sua família.

– Claro, prefiro que faça isso de outra forma. – Lançou um olhar mortal para o irmão, que ergueu os braços.

– Eu não fiz nada. – Reclamou o mais velho.

Da porta entraram mais dois garotos. Um ruivo de olhos verdes claros e uma tatuagem em japonês na testa e o outro um pouco mais alto com os olhos pretos, usava uma touca que parecia uma orelha de gato, sei lá.

– Ok, onde está minha irmã? – Perguntou o mais baixo com a face neutra.

– Eu? – Nós quatro falamos juntas erguendo uma mão.

Sério, o cara espera mesmo que uma de nós reconheça-o? Só pode ser brincadeira. Mas para minha surpresa, os dois vieram em minha direção e me abraçaram protetoramente.

– É... Oi? – Falei atordoada.

– Sentimos sua falta, Tema. – O mais alto (Me ultrapassava por alguns centímetros) disse me apertando. – Não deve se lembrar, mas sou Kankuro.

– Gaara. – Falou o pequeno me soltando aos poucos. – Não a vemos há tanto tempo.

Fiquei apenas ouvindo os dois falando coisas comigo, mas realmente não prestava atenção. Até que acenaram as mãos em minha cara e eu soltei um grito fino, logo os abraçando novamente e pulando.

– Irmãos! Eu sempre quis ter irmãos! – Disse animada e rindo. – Sou foda, tenho dois irmãos!

Pelo visto não foi toda minha família que foi dizimada.