Meu destino é você escrita por Cecília Mellark


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

Muitas emoções para hoje! Curiosos? Eu estou! ;D



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Foi uma noite sem sonhos ruins. O que era estranho, porque quando eu comecei a despertar, a primeira coisa que lembrei foi que Peeta estava há algumas portas daqui. E em breve eu teria que encontra-lo. Mil borboletas explodiram no meu estomago. Eu levantei, fiz minha higiene, e abri a janela da sacada para escapar para meu esconderijo secreto. Quase secreto na verdade. O primeiro andar da fazenda era ladeado por uma sacada imensa que ligava todos os cômodos. E próximo da sala principal havia uma escada que dava acesso a um terraço. Hay fez ali um pequeno jardim, com flores em vasos, e algumas cadeiras para tomar sol.

É ali que eu preciso estar para tomar um folego antes de começar esse dia que para mim será tão importante. Vou reencontrar Peeta.

Eu deitei em umas das cadeiras, e fiquei absorvendo o calor do sol que começava a ganhar força. Sem perceber eu cochilei. O calor do sol me trouxe para a vida, sem abrir os olhos eu tentei lembrar qual era a roupa que eu estava. Eu seria dama de honra não queria estar com marcas horrorosas nos ombros. Abri os olhos, e ele estava ali, me observando. Então eu fechei os olhos de novo. É um sonho. Apenas a miragem dele, era o suficiente para meu coração lembrar-se de como bater descompassado. Contei até 60, abri os olhos novamente. E ele continuava ali, mas agora estava olhando para seus próprios pés. Eu sabia que o encontraria. Mas eu queria estar melhor preparada para o momento.

Pela primeira vez em nossos desencontros eu comecei a conversa. Afinal de contas, eu é quem queria conversar, pedir perdão.

– Bom dia Sr. Mellark. – Foi formal demais, mas eu não sabia se ainda poderia chama-lo pelo nome.

– Bom dia Srta. Everdeen, ou eu deveria chama-la se Sra. Alguma coisa?

O medo da minha resposta estava estampado no rosto dele. Serio mesmo que ele pensou que eu tinha reconstruído a minha vida, depois de tudo?

– Srta. Everdeen. Me chame de Katniss por favor.

– Bem Katniss. Foi você quem começou, eu nunca imaginei que você me reencontraria me chamando de Sr. Mellark.

Eu senti minhas bochechas queimarem, aquela era a hora. Hora de pedir perdão. Mentalmente eu vivi este momento todos os dias nos últimos anos, mas agora eu não sabia o que dizer. Meu despreparo era ridículo, cômico, e eu comecei a rir.

E junto com o riso vieram lágrimas. O riso virou um choro descontrolado, com soluções que faziam meu corpo balançar. Ele estava ali bem na minha frente. Apenas assistindo minha miséria. Vendo-me sofrer mais uma vez. Ele já tinha visto antes, mas acho que ele estava abalado demais para perceber. No fundo eu esperava que ele viesse me abraçar e dizer que eu não precisava mais de chorar, e que estava tudo bem. Mas isso não aconteceu. É claro que não, para ele eu ainda era a garota que não queria nossa filha, não queria o amor dele. Eu precisava pedir perdão e demonstrar meu arrependimento. Essa era a hora.

Eu não sei quanto tempo chorei com ele ali parado. 5 minutos? 1 hora? A vida toda? Quando finalmente eu comecei a recompor, eu o olhei e ele ainda estava com a mesma expressão no rosto. Eu havia me tornado uma incógnita para ele. Com um suspiro, me forcei a começar a falar antes que ele desistisse e fosse embora.

– Peeta, eu preciso do seu perdão. Eu sei que agi muito mal, por algum tempo eu culpei minha pouca idade por agir daquela maneira. Mas quanto mais os anos passam, menos motivos para ter agido daquela forma horrorosa eu encontro. Eu vivi cada dia pensando nisso. Todos os dias eu peço perdão a Deus. Eu peço para Deus cuidar da nossa filha no céu. Mas eu preciso do seu perdão para poder viver em paz Peeta. Perdão. – a cada palavra que eu dizia eu sentia sua postura desmoronar diante de mim. Quando eu terminei de dizer as lágrimas escorriam pelo seu lindo rosto. Como eu tinha vontade de esticar as mãos e secar cada um delas. O silencio dele parecia durar a eternidade. Mas finalmente eu tinha falado, ele sabia agora que eu precisava do seu perdão para poder viver. Ele me tinha em suas mãos. Ele sempre me teve.

Quando ele começou a falar sua voz parecia um balsamo, consolando-me, era musica para meus ouvidos. Não importa o quando ele poderia me ferir naquele momento, ouvir sua voz ainda me trazia aquele arrepio no corpo.

– Katniss, eu posso? – ele disse apontando para a cadeira de sol que eu estava sentada. Eu afirmei com a cabeça e ele sentou-se ao meu lado. Estávamos separados uns 20 centímetros mais ou menos. Mas eu podia sentir o calor que emanava dele.

– Sabe, por algum tempo eu odiei você. Até o dia que você acordou no hospital. Eu estava tomado por uma raiva, uma tristeza tão grande. Eu mal tinha 18 anos e tinha enterrado minha filha. Quando sua mãe me chamou dizendo que você queria ver a mim a nossa filha. Eu pensei que só podia ser brincadeira. E quando eu vi o estado de desespero que você estava, pensei que você merecia sofrer. Katniss, eu desejei que você sofresse.

Eu me senti mal depois por isso. Quando eu finalmente compreendi que o destino nos tinha feito agir daquela maneira, você com sua frustração por não conseguir o papel, em seguida perdendo nossa filha, e quase morrendo e eu surtando culpando você. Enfim, quando eu compreendi já era tarde demais. Você tinha ido embora, ninguém nunca me disse para onde você havia ido. Na verdade durante algum tempo eu acho que ninguém teve noticias suas. Porque eu ia à sua casa, e sua família chorava comigo. Todos nós ficamos desesperados, mas não tinha volta. Eu vim ver o Hay, quando cheguei aqui ele sabia de tudo. Choramos juntos. Ele me disse que sabia onde você estava e que nunca me diria, pois ele tinha prometido isso a você. E ele me aconselhou a dar tempo ao tempo. E foi isso que eu fiz. Hoje kat, eu posso te dizer de todo meu coração, eu te perdoo e eu preciso do seu perdão. Perdoe-me.

As suas palavras tinham um efeito estranho em mim. Eu chorava, eu sentia parte de mim morrer e uma parte que eu pensei que estava morta voltar a vida. Sem pensar em mais nada que não fosse naquele momento divino de perdoar que estávamos vivendo, eu apenas olhei pra ele por um minuto só pra registrar seu olhar, ele estava sendo sincero, então eu estiquei meus braços com receio, toquei seu rosto, envolvi seu pescoço e o abracei. Ele poderia não me abraçar de volta. Eu precisava sentir o cheiro dele de perto naquele momento, só para me certificar de que nada daquilo era um sonho. Ele ficou meio sem reação num primeiro momento, mas depois me abraçou de volta, e era real eu sentia suas lágrimas caírem no meu ombro.


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Notas finais do capítulo

Amanhã tem mais emoção rolando por aqui. Será que eles vão se acertar?



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