Meu destino é você escrita por Cecília Mellark


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!! Estou mega feliz com a quantidade de visualizações da minha fic. Espero que todos estejam gostando, agora chega de enrolação e vamos ao que interessa não é?



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Quando saímos do quarto das garotas, ainda eram 11 horas. Cedo demais para um sábado. Pelo menos para Delly e para mim. Nós sempre reservávamos os sábados a noite para nos divertir. Você poderia pensar que não há diversão num convento, no meio do mato, mas só porque não conhece Delly e Wiress e o estoque proibido de bebidas que mantemos no celeiro.

Entreolhamo-nos divertidas, e saímos quase correndo pelos corredores. Depois de contar para as meninas tanto sobre meu passado, eu realmente estava precisando era de bebida e de ar fresco.

Sentamos no mesmo banco de sempre, com visão para o pasto. Olhando as estrelas. Bebericando qualquer coisa alcoólica. Parecia que nós três tínhamos feito votos permanentes de silencio. Eu comecei a rir por dentro, imaginando Delly, tagarela, tendo que ficar sem falar pelo resto da vida. Creio que ela percebeu meu ar zombeteiro olhando para ela, então num impulso ela me disse:

– Ah Kat, que vontade que eu tenho de ir ver Tia Effie. Aquele verão foi o melhor da minha vida também.

– Você tem noticias dela? Porque Hay me escreve uma vez por ano, só por obrigação eu imagino, você sabe que ele nunca me perdoou completamente. – se nem eu me perdoei, imagina Hay.

– É claro que ele te perdoou querida, Tia Effie, sempre me dá noticias de tudo por lá, até das criações.

Eu comecei a rir, imaginando que Effie não fazia muita coisa por lá a não ser escrever cartas, verificar se Haymitch estava vivo, e alerta-lo quando as rações para os gansos estavam acabando. Na verdade, Effie é que era a verdadeira criadora de gansos ali na redondeza.

– Kat, eu estou pensando em ir visita-los nas férias, você não gostaria de vir?

De repente a bebida ficou amarga demais na minha boca. Eu sentia a bile subindo, só de imaginar sair dali, ir ver o velho e reencontrar Peeta.

– Delly, você sabe, eu tenho medo... Peeta com certeza já se casou novamente, tem família, e ele jamais deixaria de ir ver Effie durante as férias. Eu apenas quero continuar desaparecida. Você vai manter sua promessa, não vai?

– Claro Kat, sempre. – ela deu uma ênfase desnecessária na palavra.

Delly, a bendita sabia usar as palavras para me fazer voltar no passado. Sempre. Uma palavra, uma promessa. Ela sabia que havia me tocado agora no ponto certo para abrir minha ferida.

– Kat, conte para Wiress porque você fica neste estado toda vez que alguém te diz “Sempre”, antes de toda a parte melosa, tem uma história muito engraçada sobre você caindo de algum lugar para resgatar alguém... – ela diz isso com um brilho nos olhos, o alguém era justamente ela. Então eu comecei a conta irmã Wirees, certa de que teria sua atenção até o fim.

Quando partimos de Nova Iorque naquele verão, Haymitch nos informou que iriamos para a Itália, para buscar uma prima de Peeta. Peeta começou a rir, e disse que eu iria amar Delly. Era órfã, vivia em um orfanado com freiras. Mas de acordo com ele, era a melhor pessoa do mundo. E ele tinha razão. Quando chegamos, na porta do orfanato tinha várias garotas brincando, e então de repente, desceu Delly pela escadaria correndo, com os cabelos loiros penteados em tranças, uma roupa branca, delicada, mas que não combinava com sua forma roliça. Ela veio correndo até nós, pulou no pescoço de Peeta. Em seguida me abraçou, e parou analisando o Haymitch para dizer: “Até que você não é tão feio quanto Tia Effie disse. Acho que ela tem uma queda por você. Dizem por ai que quem desdenha quer comprar”. Com aquela frase ela me conquistou para sempre. E deixou Haymitch vermelho por horas. Estávamos todos felizes, tínhamos 16 anos, eu tinha reencontrado Peeta, e ganhado uma amiga. Peeta tinha me reencontrado e estava na companhia da prima que ele amava como irmã. E Delly, estava indo ver sua tia querida, acompanhada do primo, e com uma nova amiga.

Quando chegamos na fazenda, Effie, tinha nos preparado um verdadeiro banquete, depois de horas viajando, estamos os quatro famintos. Durante o jantar, ela e Hay praticamente se comportaram como crianças, um implicando com o outro. Era tudo divertido, tudo mágico.

Passamos dias, cavalgando, descobrindo lugares, numa tarde, eu encontrei o lago do meu pai junto com Peeta. Nós passamos a tarde ali. E ali aconteceu nosso primeiro beijo de verdade. Duas semanas depois quando voltamos ali, ele me pediu em namoro. Esta era outra lembrança maravilhosa, estávamos deitados na grama, ele estava brincando com meu cabelo, enquanto eu fazia uma guirlanda de flores delicadas que cresciam por ali. O dia estava terminando e a luz fraca e alaranjada do sol nos atingia. Eu lembrei que ele amava o tom laranja do por do sol. Então ele me puxou beijou-me com paixão, e disse: “Eu faria de tudo para congelar este momento Katniss, mas ele seria mais perfeito se você aceitasse ser minha namorada”. Eu não disse nada, eu nunca era boa com palavras, então eu o beijei mais uma vez, e lhe disse baixinho no ouvido como se fosse um grande segredo: “Eu aceito Peeta”.

E foi neste momento que escutamos um grito apavorado.

Saímos correndo, procurando o grito, nossos cavalos estavam por perto, montamos e começamos a procurar... de repente numa clareira nós a encontramos, pendurada pelo pé numa arvore, Delly. Nossa primeira reação foi rir demais, da situação dela. Como ela estava de cabeça para baixo o vestido dela, estava preso na cintura, e não conseguíamos ver nada a não ser o traseiro gordo dela. Eu sempre gostei de subir em arvores, tinha aprendido um pouco com meu pai. Então rapidamente, eu comecei a subir, ela estava numa altura de mais ou menos, uns 8 metros do chão.

Eu subi e ajudei-a a se segurar com as mãos em alguns galhos mais baixos, depois a ajudei a desprender o pé, e ela começou a descer desajeitadamente e chorando ainda pelo susto. Ela não tinha machucado. Quando eu comecei a descer, e me apoiei no galho que ela tinha prendido o pé, o galho quebrou, e eu cai, batendo em alguns galhos no caminho, mas eu cai bem em cima do meu tornozelo esquerdo.

O grito de Delly parecia um sussurro perto do meu agora. Eu tinha a sensação de ter quebrado todos os ossos do corpo. Delly ficou em estado de choque. Parou de chorar, não falava e não conseguia se mover, Peeta foi o único racional o suficiente, para lidar com duas mulheres em surto. Eu não sei como chegamos de volta na casa de Effie. Mas lembro de que com todo cuidado do mundo meu pé ganhou compressas de gelo, e pomadas. Algum tempo depois Delly já num estado mais normal, apareceu para me ajudar e em seguida Hay e Peeta chegaram com remédios e pijamas. Eu teria que ficar de repouso na casa de Effie mesmo. Passaria ali algumas noites, e se não melhorasse Haymitch me levaria para a cidade.

Peeta me carregou para o quarto de hospedes, me ajeitou na cama, com o pé imobilizado, e trouxe um chá com pães, os pães eram iguais aqueles do nosso primeiro encontro, tinha cheiro de açúcar e de canela, e o chá era de alguma coisa mágica que dava uma sensação de relaxamento, de sono...

Eu lutava para não dormir, não queria perder nem um segundo da minha vida com Peeta. Mas era tarde, Effie tinha horários para tudo, inclusive para dormir. Sem contar que para ela era inaceitável um homem ficar até tarde no quarto de uma dama desacompanhado. Peeta e eu achávamos isso a coisa mais divertida do mundo, secretamente achávamos que Effie vinha de algum conto de fadas.

Então naquela noite, sob efeito do chá mágico e de um monte de remédios para dor, eu me libertei do meu medo, criei coragem e fiz um pedido para Peeta que representava o meu desejo eterno: “Fique comigo”. A resposta foi quase um sussurro no meu ouvido... “Sempre”.

– Delly, mas que ideia de subir em ávores! Meninas que eu criei não deveria se comportar assim, Deus castigou você, deixando-a com o traseiro de fora para os outros rirem. – Wirees tentava falar sério, mas estava gargalhando ainda ao imaginar Delly pendurada.

Ela e Delly começaram uma sessão de lembranças engraçadas, mas depois de lembrar da promessa de Peeta, eu não podia mais estar ali. Despedi-me delas, e fui dormir, ou pelo menos tentar, rezando para que Peeta me perdoasse. Eu não sei quantas vezes eu pedi isso para Deus. Mas eu sempre pensava que se nem eu mesma conseguia me perdoar, imagine ele.


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Notas finais do capítulo

Até amanhã pessoal. Bejiinhos



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