Meu destino é você escrita por Cecília Mellark


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Estou feliz com as minhas visualizações, e espero que todos estejam curiosos para mais um capitulo desta história. ♥



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Aqui no convento eu dou aula de musicas para as crianças, as ensino para o coral da igreja. Claro que musicam sacras, seria a única coisa interessante a ser ensaiada, mas existem tantas outras musicas lindas no mundo, musicas que eu me lembro de cor, e como eu não sou especialmente religiosa, eu não me sinto pecando ao ensina-las outras musicas. E hoje é sábado, é dia de ensinar outras musicas não religiosa.

O dia passa rápido, o convento fica em uma fazenda, então nos finais de semana para nos divertirmos, nós programamos passeios a cavalo, caminhada até o lago para nadar, ou brincadeiras, especialmente caça ao tesouro.

É realmente maravilhoso estar cercada de crianças, aqui é um lugar realmente feliz. Com o passar dos anos eu deixei de lado a minha opinião de órfãos abandonados num mausoléu, e recriei a opinião para órfãos deixados aqui para crescerem ganhando muito amor. Éramos apenas mulheres aqui, 12 freiras, eu e mais 3 voluntárias, e 8 meninas. Quando chegavam meninos, nós os encaminhávamos para um orfanato misto ou só de meninos, como ensinaríamos um pequeno a fazer xixi em pé?

Quando chega a hora de colocar as meninas na cama, eu faço questão de ir e dar um beijinho de boa noite em cada uma. Rue, que é a mais velha sempre me pede para contar uma história, ou para cantar uma canção nova. Geralmente eu conto histórias de príncipes encantados ou de aventuras, algumas histórias são verdades, lembranças da minha infância, lembranças do Peeta. Aliás, nosso príncipe encantado é sempre ele. É um príncipe sempre loiro, sempre forte, sempre doce, bondoso, e de olhos azuis como o céu de inverno. Cecilie, sempre me pergunta, “os olhos do príncipe são como os meus Kat?”. Uma única silaba brota nos meus lábios sempre, “Sim”.

Então depois dos beijos, não é Rue e sim Cecilie quem senta na cama e diz:

– Kat, conte uma história hoje?

–Claro querida, qual história vocês querem ouvir hoje? – eu estava me preparando para uns 15 minutos de discussão entre elas, mas Cecilie me surpreende quando diz, sem ser contestada:

–Queremos saber como você conheceu o Peeta de verdade. O seu príncipe encantado.

Eu não podia negar isso para minhas meninas, e talvez contando para ela, eu pudesse reviver um pouco daquele momento, então eu respirei fundo e comecei:

“Eu tinha 11 anos, e todo verão eu viajava com minha irmãzinha Prim para a grande fazenda do Haymitch, na época eu o chamava de Tio Haymitch. Ele não era parente de verdade, mas meus pais eram seus amigos, minha mãe dizia que papai e Haymitch lutaram juntos na guerra, e desde então se tornaram inseparáveis. E para não perderem nunca o contato, combinaram que todo verão eles se encontrariam. E foi assim, desde a juventude deles. Depois de alguns anos, Haymitch comprou uma grande fazenda na Austrália, e aventurou-se e criar gansos. Eu tinha 7 anos quando fui lá pela primeira vez... o lugar era mágico. Até que tinha uma pequena área onde os pobres gansos tentavam sobreviver, mas a maior parte da fazenda, era composta de uma floresta, com arvores que floriam, e no meio da floresta tinha um lago que meu pai e eu descobrimos e fizemos daquele lugar nosso ‘lugar preferido no mundo’. Então no verão dos meus 11 anos, meus pais não puderam visitar o velho Haymitch, mas como eu aguardava o ano todo para ir lá, eles nos mandou. Os dias na fazenda eram mágicos, Haymitch fazia tudo para nos agradar, ele não tinha filhos, dizia que o mundo era muito feio e que por isso não queria deixar herdeiros, eu não entendia exatamente o que ele queria dizer, mas era divertido. Naquele ano, Haymitch tinha duas novidades para nós: ele tinha comprado cavalos, lindos cavalos para nos ensinar a cavalgar, e tinha ganhado uma vizinha. Assim que chegamos lá ela veio nos ver, ela era esquisita, alegre, engraçada. Nós mal chegamos e lá estava ela, vestida com um macacão cor de rosa brilhante, mechas da mesma cor nos cabelo, Effie Trinket, nunca em um milhão de anos, eu poderia esquece-la, apesar do seu jeito muito peculiar de se vestir, ela era uma pessoa adorável. Passou o dia conosco, fez bolos e tortas, e antes do anoitecer se despediu dizendo que tinha que buscar um sobrinho na estação de trem. Assim que ela saiu, Haymitch começou a fazer uma lista de defeitos dela. Dizia que a odiava e que ela parecia louca e intrometida, na época, Prim e eu achávamos que ele estava era apaixonado por ela, e que por fim ele se casaria. Mas isso nunca aconteceu... Eu passei todo o meu tempo de férias aprendendo a montar e cavalgar, como meu pai não estava lá, eu não podia ir muito longe, nem ir ao lago, eu não sabia como encontra-lo sem meu pai. Então no finalzinho das férias, eu convenci Haymitch a me deixar cavalgar sozinha, eu disse que iria até a fazenda de Effie, eu queria me despedir. Mas na verdade eu estava planejando ir procurar o lago.

E assim depois de muita ameaça, e choro, ele me deixou ir. A liberdade de cavalgar sozinha era indescritível. Logo que eu o perdi de vista, eu comecei a galopar, fiquei tão embriagada com a sensação do vento no meu rosto, que não o vi até que estivesse muito perto dele... bem na minha frente, tinha um garoto, pelo seu tamanho ele deveria ter a minha idade, mas sua aparência... era de um anjo, pelo menos quando eu rezava para meu anjo da guarda era assim que eu o imaginava, pele clara, bochechas vermelhas, e os olhos... não tinha mais tempo, puxei as rédeas de uma vez, fazendo o cavalo empinar e me derrubar com força no chão... cai de costas e não conseguia respirar, fechei os olhos para tentar mandar a dor para longe, e quando abri, ele estava ali, me olhando assustado, e então eu vi, seus olhos era azuis, vividos, emanava bondade, calor deles.

Eu não conseguir falar, crendo que estava diante de um ser celestial, então ele disse: “Oi, você está bem? Foi um tombo feio, eu vou ajuda-la a se levantar.” E logo ele me pôs sentada, eu não conseguia deixar de olha-lo, então eu fiz a pergunta mais idiota que eu poderia: “Você é real?”. Ele sorriu timidamente, e se apresentou como Peeta Mellark, o sobrinho de Effie. Odiei Haymitch naquele momento, durante os dois meses que eu estive ali eu pedi mil vezes para irmos na fazenda de Effie, mas ele tinha tanta implicância com ela, que não me levou. Se eu tivesse ido antes, teria encontrado o anjo antes.

Estava perdida nos meus pensamentos, amaldiçoando Haymitch, quando ele tocou minha mão... o toque era quente, e eu comecei a me perguntar se ele não era mesmo vindo do céu, porque assim que ele pegou na minha mão meu coração explodiu, chegou a doer, e até aquele instante eu não sabia que um coração podia bater tão velozmente. As palavras, eu tinha que encontrar as palavras para não parecer muito boba... ele me ajudou:

“Bem, eu já disse meu nome, agora acho que é sua vez...”

–“Oh sim, desculpe-me, eu sou Katniss Everdeen. Estou na fazenda do Haymitch, ele é amigo da minha família”.

Ele me olhou divertido e disse

“Tia Effie fala tanto dele, da falta de modos, da grosseria, que eu poderia jurar que ela está apaixonada”.

Confessei para ele que eu também pensava isso, rimos muito da situação, eu queria ainda ir até o lago, mas estava anoitecendo e eu sentir dor para respirar, decidi que voltaria, e convenceria Haymitch a me levar para Effie no dia seguinte... Foi ai que Peeta me disse, que iria embora naquela noite, tinha saído para fazer um ultimo passeio, um ultimo quadro. Então eu vi, ele estava pintando quando eu quase o atropelei, no quadro, ele retratava um por de sol, parecia uma fotografia, eu fiquei hipnotizada com a beleza, o garoto era um profissional. Então ele me perguntou:

“Qual sua cor favorita?”

Eu sorri, e respondi “Verde, e a sua?”.

“Laranja, como este por de sol... Venha eu vou te ajudar a montar novamente”.

Quando eu estava pronta para subir ele me entregou um pacote e disse: ”Leve isto, fui eu quem fiz, assim você poderá lembrar de mim amanhã de manhã”.

De repente eu senti uma dor no peito em pensar que talvez não o visse mais, e sem pensar o abracei. Creio que ele sentiu o mesmo, porque ele me apertou forte em seus braços, beijou minha bochecha demoradamente, e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele colou seus lábios nos meus...castamente, inocentemente, era nosso primeiro beijo, eu queria congelar aquele momento, queria pedir que ele pintasse aquela cena para durar para sempre. Mas era tarde, eu não tinha experiência para cavalgar a noite, então eu parti, deixando meu coração para sempre ali.

Quando cheguei de volta na fazenda, Haymitch estava furioso com a minha demora, corri para dentro e abri o pacote, encontrei um pão, recheado de nozes e passas, salpicado de canela. Foi ele quem fez, foi o meu garoto do pão. Eu não resisti e contei tudo para Haymitch, que riu de mim até me deixar nervosa, e no fim me disse: “O primeiro amor, é para sempre Docinho, no próximo verão você poderá encontra-lo aqui, até lá eu vou descobrir o que eu puder sobre ele”.

Três dias depois nós estávamos na estação de trem prontas para partir quando avistei Effie, correndo desajeitada entre a multidão, carregando um pacote, quando ela nos viu deu seu grande sorriso, nos abraçou com carinho e me entregou o pacote dizendo: “parece que você roubou o coraçãozinho de alguém Katniss”.

Eu não tive tempo de formular a pergunta, e o trem apitou indicando a partida, assim entre abraços e beijos, dos dois, Prim e eu embarcamos. Eu olhava para o pacote e tinha medo de abrir, Prim me encorajou até finalmente me convencer e quando eu abri, lá estava o quadro do por de sol, parecendo uma fotografia, só que agora havia uma imagem nova, era uma garota, de cabelos negros, esvoaçantes pelo vento, cavalgando livremente...”.


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Notas finais do capítulo

E ai pessoal, gostaram? Espero que sim... Até o próximo! ;D



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