Meu destino é você escrita por Cecília Mellark


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal estão todos convidados a viverem esta aventura comigo. Aproveitem! ♥



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Abro os olhos e encontro a escuridão. É noite. Mas meu corpo parece nunca ter se adaptado ao fuso horário. Dizem que em apenas uma semana nós nos acostumamos com um novo fuso, mas eu, com certeza, sou um caso a ser estudado. Já fazem 7 anos que moro neste lugar, mas eu nunca, nunca me acostumei.

Decido me levantar mesmo assim, talvez eu possa fazer um bolo de chocolate para as meninas, olho para o relógio e confirmo ainda são 4 horas, mas as irmãs da cozinha, com certeza já estarão lá preparando o café para a missa das 6 horas.

Bem, eu não sou uma freira, mas moro em um convento. Foi aqui que eu encontrei a paz necessária para recomeçar a viver. Um lar, cheio de irmãs caridosas que me acolheram, e também um orfanato, aqui vivem 8 garotas órfãs e eu as amo de todo meu coração, pensando nelas é que eu tenho forças para levantar todas as manhãs depois de uma noite cheia de pesadelos.

Existe uma menina em especial, ela se chama Cecilie Mason.

Lembro-me exatamente o dia que ela chegou aqui... faziam 15 meses que eu morava aqui, e eu tinha feito um voto de silencio, eu nunca mais iria falar, pensei que essa poderia ser penitencia por ter falado demais, por ter destruído minha vida, meu noivado, minhas palavras ásperas, ditas no momento de raiva, acabaram com o meu mundo. Mas naquele dia chovia tanto, e eu estava limpando o saguão de entrada quando ouvi as fortes batidas na porta, corri para abrir, preocupada com quem quer que fosse e estivesse naquela chuva torrencial. Quando abri a porta, me deparei com uma mulher toda vestida de preto, ela carregava um bebe conforto e uma pequena mala rosa, eu não consegui ver seu rosto por causa da chuva e também porque ela usava um véu preto que cobria quase todo seu rosto, deixando apenas seus olhos castanhos e assustados de fora, e ela foi muito rápida colocando o bebe conforto pesado em minhas mãos jogando a mala no chão e correu de volta para a chuva, sumindo rapidamente em um carro com os vidros escuros. Demorou alguns segundos para minha ficha cair, aquela era mais uma criança abandonada que cresceria num convento, sem pais, sem família, ignorada, jogada fora. Eu pensava naquelas meninas com dor, me colocava em seus lugares, imaginava-me crescer sem meus pais, sem minha irmã, embora meu pai tivesse morrido quando eu tinha apenas 11 anos, mas pelo menos me lembrava dele, eu tinha fotos, eu tinha memorias, coisas que ele me ensinou e que eu nunca esqueceria.

O choro vindo do bebe conforto me tirou do meu estado de choque e me jogou duramente na realidade, corri para dentro, peguei o pequeno ser dentro do bebe conforto, e desembrulhei, naquele momento, não foi meu voto de silencio que me deixou sem voz, foi o rosto pequeno, redondo, com bochechas vermelhas, os cabelos loiros, caiam em cachos umedecidos e os olhos... era como se eu estivesse olhando para os olhos dele novamente, azuis, vividos, cheio de ternura, bondade... toda a minha dor, toda a minha vida, nada parecia tão horrível agora, nada mais poderia me fazer perder o sentindo, toda minha sanidade voltou com força total e eu entendi o motivo de estar ali, eu tinha que proteger aquela pequena desconhecida que tinha os olhos, os cabelos, a pele clara como a dele, ela era um pedaço de Peeta tão vivo diante de mim, que encontrei minha voz, a abracei e disse no seu ouvido “vai ficar tudo bem querida, eu vou proteger você”.

Sorrio ao me lembrar dela, e decidi passar no quarto das meninas antes de descer para fazer o bolo. Às vezes ela perdia o sono também, e corria para o meu quarto, ela sempre dizia que gostava do meu cheiro, e gostava de dormir mexendo no meu cabelo.

Corri os degraus pulando de dois em dois, me sentindo meio adolescente de novo. Abri a porta do quarto devagar, todas estavam dormindo, passei em cada uma das camas, olhando-as dormir, todas pareciam ter sonhos felizes. Quando cheguei à cama da Cecilie, corri meus dedos por sua bochecha, afaguei seus cabelos, e quando ia me retirar para descer para a cozinha, ela me deu um sorriso banguelo e disse “se você estiver indo fazer bolo de chocolate, eu quero ajudar”.

Quando chegamos na cozinha, Delly já esta toda suja em farinha, esperando uma fornada de pães sair. Rimos muito com ela, de todas as irmãs e voluntárias daqui a Delly é uma das mais engraçadas, ela ama estar aqui, ela ama todas nós, ela ama as pessoas de verdade.

Observo Cecilie colocando os ingredientes, vou instruindo-a a mexer delicadamente, aumentar os movimentos, peneirar a farinha... Tenho vontade de chorar quando a vejo assim, aprendendo a cozinhar, de repente ela me joga uma mão de farinha para me fazer a voltar para a realidade, e este gesto simples, me traz lembranças tão felizes que dói.

Flashback On

“Katniss, você não pode ficar me olhando deste jeito enquanto eu te ensino a fazer massas, desse jeito eu não vou terminar, vou ter que te agarrar aqui mesmo, na cozinha”...”Oh, Peeta, você não seria tão bondoso a ponto de realizar esse meu desejo” E os olhos deles se acedem com a minha sugestão, ele corre para perto de mim, colando seu corpo no meu, e quando sua boca está a poucos centímetros da minha eu sinto sua mão cheia de farinha passando pelo meu rosto e cabelo me deixando completamente branca, e assim começamos mais uma guerra de farinha na cozinha da padaria dos Mellark, mais uma vez meu desejo ficaria para mais tarde...

Flashback Off

“kat?” Uma voz doce me tira das minhas lembranças felizes e eu mal tenho tempo de olhar para ela, quando sinto a farinha no meu rosto, e ouço sua gargalhada gostosa... vai ser um dia divertido. Nada me deixa melhor do que começar o meu dia vendo a Ceci preencher a saudade que eu sinto de Peeta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, fiz com muito carinho esta história. Alguém está curioso para saber como tudo isso aconteceu? Aguardem o próximo capitulo em breve ;D