“Nii-san, o que você está fazendo?” Na cozinha, Sasuke se aproxima de Itachi, quem parece estar fazendo algum tipo de cozido. Ele faz careta, mas evita dizer algo sobre a aparência monótona e pouco apetitosa da comida. Seu irmão nunca foi um mau cozinheiro, então o fato de que isso não aparece apetitoso deve ser porque...

“Sakura disse que está faminta,” Itachi respondeu evasivamente, não olhando para Sasuke.

“É uma hora da madrugada.”

“... Sim, bem, mulheres. Mulheres grávidas.”

Sasuke acena solenemente.

A gravidez de Sakura já estava se concluindo, pelo que Sasuke se lembra. Desde o anuncio dela sobre a gravidez, Mikoto insistiu para que ela vivesse com eles no Complexo Uchiha, para que assim eles possam cuidar dela, e claro, para que ela se acostume ao ambiente, já que assim será quando ela e Itachi se casarem, o que provavelmente sucederá o nascimento do bebe. (Esse pensamento ainda deixava Sasuke nauseante, assim como qualquer coisa relacionada com a vida sexual de Itachi.)

“Voce se importa?” Itachi aponta para a chaleira com agua fervente e a xicara vazia que está esperando ser enchida com chá. Sem mais palavras, Sasuke começa a preparar o chá para Sakura.

A dieta da família toda mudou desde que Sakura começou a morar com eles. Antes, Sasuke nem sequer sabia que tantos cuidados devem ser dados a mulheres gravidas, já que parecia que qualquer coisa poderia machucar o bebe ainda no útero da mãe. Sempre quando Itachi estava ocupado em missões, Sasuke tinha que acompanhar Sakura pra toda lugar e fazer os trabalhos mais triviais, como carregar suas coisas, comprar comidas saudáveis, mantê-la longe de café e álcool– uma vez, ele negligenciou o trabalho só por uma noite e, no próximo dia, quando Itachi descobriu que Sakura havia tomado uma taca de champanhe, Sasuke ficou mancando por uma semana.

Itachi, o shinobi, é assustador. Mas Itachi, quase pai, é ainda mais assustador.

“Assegure-se que ela tome calmamente,” ele advertiu Sasuke, enquanto este levava o chá para Sakura.

“Ela sabe como tomar seu próprio chá,” ele murmurou entre dentes, abaixando a cabeça quando uma faca veio na sua direção, acertando a parede.

CONTINUA