Contágio escrita por MrArt


Capítulo 94
Estação 5 - Capítulo 94 - Convivendo


Notas iniciais do capítulo

Heeeey! Mais coisas novas acontecendo na fanfic, tipo muitas mesmo :v

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/505654/chapter/94

Robert acordou sentindo um pouco de frio. Havia dormido no sofá de sua nova sala e deixado a janela aberta. Ainda estava sonolento e então continuou deitado no estofado de couro, ouvindo o barulho do chuveiro no andar de cima. O loiro ficou olhando toda a sala enquanto despertava, até que viu uma silhueta na porta de entrada.

— Só falta ser mais um problema... – Robert procurou sua arma pelo sofá, mas não a achou – Porra! – Ele se levantou do sofá para ir ver quem era na porta, até que ela se abriu, revelando quem era – Porra Boone, quer me matar do coração?! – Robert voltou a sentar no sofá, frustrado com o amigo.

— Me desculpe – Boone fechou a porta e se sentou ao lado de Robert, vendo que o loiro estava deitado novamente – Kei me mandou passar aqui de manhã para vermos a equipe de segurança com Ozzy, mas parece que ela ainda não acordou.

— Ela deve estar tomando banho a essa hora – Robert colocou a cabeça e uma almofada – Como foi passar a noite num lugar desses?

— Foi tranquila, preferi dormir na varanda do que nos quartos, estava muito abafado – Respondeu.

— E está usando roupas de frio nesse calor. Vai te entender – Virou-se e começou a fechar os olhos lentamente.

— Eu sei, mas você sabe que esse é o meu estilo – Boone tentou puxar assunto com Robert, mas viu que o mesmo estava quase dormindo – Ei, estou falando com você! – Deu um murro no ombro do loiro.

— Seu desgraçado! – Robert avançou contra Boone e os dois começaram a se esmurrar no sofá.

— Quantos você tem?! – Boone ria enquanto continuavam aquela briga sem motivo.

— Eu que te pergunto quantos anos você tem! – Os dois se cansaram, até que Robert caiu em cima de Boone e ficaram se encarando por algum tempo. Próximos – Eu te odeio muito.

— Eu também te odeio – Boone e Robert riram, mas depois ficaram sérios novamente – Se a Kei não for, podemos ir ver os outros empregos hoje – Sorriu para Robert, mas aquilo foi uma questão de tempo até os dois começassem a se beijar no sofá da sala.

Boone abraçou Robert enquanto o beijo seguia calmamente. Robert que antes estava sonolento agora havia despertado completamente ao sentir os seus lábios no de Boone. Os dois desfizeram o beijo após a falta de ar e então ficaram se encarando, novamente.

— Acho que não esperávamos por isso – Disse Robert mordendo o próprio lábio enquanto via Boone embaixo dele segurar a risada.

— Vamos dizer que isso foi um pequeno deslize – Boone riu dessa vez. Ele tirou alguns cabelos que estavam na testa de Robert. Ficaram naquela posição conversando sobre diversos assuntos até que ouviram o barulho do chuveiro no andar de cima parar – Parece que não somos os únicos acordados.

— Não mesmo – Robert se levantou de cima de Boone e o ajudou a se levantar também. Se sentaram na sala até que viram Vasili descer arrumado – Tudo bem? – Perguntou.

— Sim, muito bem. – Robert via Vasili feliz pela primeira vez – Bom dia, Boone – Foi até a cozinha, que era ligada à sala – O que faz aqui a essa hora? – Abriu o armário principal, pegando um pacote de pão integral. Fazia muito tempo que não comia massa ou algo do tipo, e agora era hora de matar essa voltada.

— Estou esperando Kei acordar para irmos conversar com Juan, queremos fazer parte da equipe de segurança – Disse vendo o russo se sentar no balcão e tomar seu café – Ou de outra coisa que nos derem para fazer e você? Vai fazer alguma coisa?

— Vou ver os comércios que tem por aqui, já reparei que essa comunidade não é pequena como eu pensava – Falou – Ah, Kei está no banheiro tomando banho agora, ela não vai demorar muito – Na mesma hora Robert arregalou os olhos.

— O chuveiro se desligou na mesma hora que você desceu... dá licença né pai! – Robert se levantou do sofá totalmente indignado com que havia acontecido entre os dois. Robert rapidamente foi ao banheiro do andar debaixo e fez sua higiene e encontrou uma peça de roupa dobrada numa prateleira e a vestiu– Vamos dar uma volta – Falou para Boone e então os dois saíram da residência.

Minutos depois, Kei aparece, descendo as escadas e indo até a cozinha.

— Robert não dormiu aqui? – Perguntou, se sentando no balcão, Vasili permaneceu quieto – Ei, estou falando com você!

— Ele sabe – Respondeu e na mesma hora Kei se levantou do balcão, incrédula – Acabou de sair com o Boone quando descobriu.

— Isso não vai mais acontecer – Kei deu as costas para Vasili, mas voltou – Quer dizer, nunca aconteceu. Tenho mais o que fazer agora – Ela verificou se o seu revólver estava carregado e se retirou da casa sem ao menos tomar café, deixando Vasili risonho na cozinha.

Enquanto isso, Robert e Boone seguiam andando pelas ruas de El Distrito, o lugar era bem movimentado durante a manhã e as pessoas transitavam livremente sem medo de sofrerem algo ataque. Alguns homens faziam vigia nos muros e outros pelas ruas. Ao fundo podia se ver o portão para a área 1, mas nada que demonstrasse algum perigo.

El Distrito tinha vários quarteirões repletos de casas e centros comerciais, ao fundo podia ver um enorme prédio em construção na área 1. A expansão da cidade estava acontecendo mais rápido que o esperado, uma vez que não havia zumbis pelas regiões graças à equipe de segurança e de busca.

A dupla conheceu alguns vizinhos naquela rua e outras pessoas da comunidade, como a família Chen, que era composta por um casal chinês e sua filha adolescente, Kia. Uma moça chamada Stacy que morava ao lado da casa de Polly. Também conheceram um dos guardas daquela rua, Riki.

Polly saiu de casa bem arrumada, avistou Robert e Boone caminhando pela rua e foi até eles.

— Bom dia! Vão para a entrevista? – Polly apareceu prendendo seu cabelo. Ela estava com um sobretudo branco e um par de botas.

— Não me chamaram para ir e se me chamaram eu não estou sabendo – Robert e os dois passaram em frente a um campo com tochas apagadas, se assemelhando a uma arena – Esse lugar é bonito, mas também é estranho.

— Selecionaram pessoas do nosso grupo para a entrevista – Falou.

— E você foi? – Perguntou Polly. Não percebeu, mas logo em seguida esbarrou em um rapaz.

— Me desculpe! – O rapaz, visivelmente assustado, passou correndo por eles.

— Que cara estranho. Mas não, não fui selecionado – Respondeu Boone –Carol, Ozzy e Renata foram.

— Renata... – Robert debochou – Espero que ela não tente atacar o tal do Timothy – Os três riram.

No prédio de administração da área 2, o conselheiro Timothy já estava pronto para receber os selecionados para a entrevista. Os três estavam sentados em um grande sofá cinzento enquanto aguardavam o homem, apreensivos com o que poderia ser.

Uma moça loira estava realizando algumas fotografias dos três e enviaria para Timothy, antes de conhece-los.

— Tente dar um sorriso – Falou Fani segurando uma câmera. Renata estava com seu olhar de sem humor, como sempre – Timothy irá gostar de você se sorrir.

— Sério isso? – Renata revirou os olhos – Duvido que o Ozzy tenha sorrido para você.

— Ele sorriu – Fani deu uma risada baixa – E o sorriso dele é bem bonito.

— Pena que ele tem namorada – Renata deu os ombros. Carol ao fundo deu uma risada e Ozzy ficou sem graça.

— Você não presta mesmo – A enfermeira ria, folheando uma revista de moda.

— Bom... já que ela não quer – Fani não tinha outra escolha – Pode vir você – Chamou Carol, que se levantou e foi até um telão branco que ficava na própria sala de espera.

— Renata é antipática mesmo, não ligue para ela – Comentou Ozzy ao ver a amiga se sentar ao lado dele – E mais, eu e Taissa terminamos.

— O que?! – Carol quase engasgou enquanto tirava as fotos.

— É brincadeira – Ozzy começou a rir junto com Renata.

— Já vi que vocês são bem enturmados – Fani tirava a última foto de Carol. Pediu para Carol se sentar e aguardar – Vou levar as fotos para Timothy e ele logo os chamará – A loira sorriu e saiu da sala.

O silencio prevaleceu entre os três.

— Ela me lembra a Irina – Disse Renata.

— Quem? – Ozzy ficou confuso.

— Irina? – Carol encarou a moça.

— Ah, vocês não conhecem, ela morreu tem um tempo – Renata cruzou os braços, se lembrando dos eventos em Las Vegas.

Permaneceram em silêncio novamente até Fani voltar.

— Renata – A loira chamou e Renata logo se pôs de pé – Timothy aguarda apenas a senhorita na sala dele para a entrevista – Ozzy e Carol não entenderam o porquê de só Renata ser chamada, aliás, nem a própria entendeu – Vocês dois estão dispensados.

— Boa sorte – Falou Ozzy e logo foi embora do prédio junto com Carol.

— Por favor, me acompanhe – Disse Fani com um sorriso e então Renata, um pouco nervosa, seguiu a moça.

Na clínica médica da comunidade - nada comparada com a clínica construída na área 1 -, Uber, o único médico que atendia as pessoas, apresentava o lugar à Vinny, Amber e Tuppence. As duas enfermeiras pareciam empolgadas em voltarem a ajudar pessoas, mas Vinny estava um pouco chateado, uma vez que ele foi o único médico que saiu vivo do hospital.

— E aqui temos a sala de saúde mental – Disse Uber apresentando uma sala cinza e com apenas uma mesa de ferro – Geralmente mandamos pessoas recém-chegadas que ainda estão em estado agressivo. Por sorte ninguém do seu grupo chegou assim – O rapaz cacheado aparentava cansaço – Os plantões aqui funcionam de 12 horas, já que alguns caras da segurança ou da construção sempre se machucam – Seguiu de volta a recepção, vazia.

— Deveríamos estar participando do enterro do Josh – Sussurrou Vinny para Tuppence.

— Hunter está cuidando disso, pode ficar tranquilo – Respondeu Tuppence – Josh estaria feliz de nos ver aqui.

— Sei... – Vinny cruzou os braços.

— Ah, caso cheguem pessoas feridas devido a mordidas, não pensem duas vezes na hora de amputar – Uber pegou uma pilha de jalecos de uma estante e jogou para os três – Nós faremos as mesmas funções, já que não temos os equipamentos completos.

— Deixa eu adivinhar – Amber sorriu sarcasticamente – Estão na área 1?

— Exato... – Uber coçou os cabelos, um pouco envergonhado. Amber revirou os olhos.

Alguns minutos depois, Mark entrou na clínica com Hunter.

— Deu tudo certo, Josh agora está descansado em paz... – O dono dos olhos verdes foi até o grupo de médicos, dando a notícia por fim.

— E agora? O que vamos fazer? – Hunter colocou as mãos na cintura.

— Agora vamos viver novamente – Tuppence deu um beijo na bochecha de Mark e piscou para ele logo em seguida – Aconselho vocês dois a fazerem o mesmo.

— Ótimo, vamos iniciar o trabalho aqui na clínica! – Anunciou Uber, agora num tom animado.

 

— Arredores de El Distrito –

 

Após o constrangimento passado em casa, Vasili alcançou Kei e junto com Taissa, foram até uma casa de entretenimento presente na comunidade. O lugar estava um pouco vazio já que a maior parte da população estava trabalhando ou ajudando nos afazeres da comunidade.

— Tem certeza que não quer nada? – Perguntou Íris, segurando uma bandeja de bebidas.

— Não, obrigado – Vasili sorriu para a moça dos cabelos descoloridos. Taissa e Kei bebiam normalmente – Gostaria de falar com o dono do bar apenas.

— César a essa hora está ocupado – Íris colocou a bandeja, agora vazia, embaixo dos braços – Vocês são do grupo novo que chegou ontem, não é?

— Somos sim... – Kei sorriu gentilmente para a garota.

— Se estiverem interessados em emprego, é com ele mesmo – Falou Íris.

— Exato, estamos interessados em emprego – Falou Vasili no tom mais amigável possível. Kei o encarou – Pelo menos eu.

— Ah, se eu não conseguir um emprego na construção eu posso trabalhar aqui – Taissa olhou de cima a baixo o uniforme curto de Íris – Ozzy me mataria – Sussurrou para Kei, que desfez sua cara fechada e acabou rindo.

— Falarei com ele – Dito isso, Íris se retirou e foi atender outras mesas.

— É sério que você vai se submeter a trabalhar em um bar? – Kei mais uma vez deu um gole em sua bebida – Um lugar com mulheres tão... sei lá.

— Isso não é um bar, é um lugar cheio de mulheres gostosas! – Louis apareceu bêbado na mesa.

— Chega, eu to fora desse lugar – Kei se levantou, deixando o estabelecimento logo em seguida.

— Qual é cara, você trabalha na segurança e está desse jeito? – Disse Vasili, incomodado com Louis, até que o mesmo derrubasse parte de sua bebida no russo – Agora você está morto!

— Ei, calma! – Taissa tentou tirar Vasili de cima de Louis, mas não conseguiu.

Juan e Athena rapidamente vieram intervir, tirando Vasili de cima de Louis, que cambaleava completamente bêbado.

— Chega de confusões aqui! – César, o dono do local, apareceu descendo as escadas do andar de cima, com uma gravata folgada em seu pescoço – A próxima todos estarão para fora – Vasili olhou o homem baixo e revirou os olhos. Agora estava fácil tomar conta daquele lugar.

— Está tudo bem! – Juan puxou Louis – Louis agora vai para casa. Não é Louis? – Balançou o rapaz.

— Eu vou sim – Louis tentou dar um beijo de despedida em Athena, mas a moça desviou – Frescurenta.

Louis saiu do bar cambaleando pelas ruas da comunidade, algumas pessoas nem se importavam com ele daquele jeito e passavam reto. Andou mais alguns metros e encontrou algo, fazendo com que um sorriso se formasse em seu rosto.

— Ora só o que temos aqui – Disse Louis para si mesmo ao ver Bel regar o jardim de sua casa, sozinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer com a Bel?! D:
O que acharam dos personagens da cidade, quais os favoritos? Qual será a confusão da vez em El Distrito?!

Até o próximo!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contágio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.