Contágio escrita por MrArt


Capítulo 85
Estação 5 - Capítulo 85 - Esperança


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Os primeiros raios de luz do sol começavam a iluminar o céu do estado do Arizona, um vento gelado era sentido pelos sobreviventes, que caminhavam pelos trilhos de trem, após uma noite perigosa cheia de zumbis e também, humanos. O grupo realmente estava cansado, mas a viagem ainda era longa até Phoenix.

Polly estava afastada dos seus amigos, andando ao lado de Taissa e Ozzy. Polly nunca havia visto um comportamento tão maligno vindo de Robert, Bel e Renata, para a loira era comum Kei e até ela mesma agir deste modo, mas não eles.

— Eles não desse jeito, posso afirmar isso com toda a certeza do mundo – Polly falou conversando com o casal, que parecia. Enquanto Kei ia logo a frente nos trilhos verificando se não havia zumbis ou outra ameaça possível, Polly fazia o possível para os outros não ouvirem a conversa dela com Taissa e Ozzy – Todos estão inseguros com algumas coisas que aconteceram tempos atrás, está difícil as coisas, sabe?

— Nós entendemos – Ozzy falou, tentando acalmar Polly – Enfrentamos também coisas ruins faz algumas semanas antes de encontrarmos vocês – Taissa estava quieta e não queria comentar sobre os ocorridos, mas a conversa estava fluindo – Muitas pessoas já tentaram nos matar por causa de uma lata de comida ou tentaram nos sequestrar para cometer... sabe...

— Canibalismo – Taissa falou, observando Effy andar nos ferros do trilho do trem – Foi difícil escapar deles, Ozzy quando ia ser morto por eles começou a lutar e os rendeu, foi o tempo dele me libertar e conseguirmos matar todos ali. Não tínhamos outra alternativa senão essa – Continuou observando Effy – Ela é muito estranha, não se preocupa com as coisas que estão acontecendo, isso me assusta.

— Não dá para confiar nela. Podem até confiar no Vasili, mesmo ele sendo perigoso o suficiente para matar todo mundo aqui em um minuto – Polly disse – Mas se não fosse ela, estaríamos todos mortos agora. Está tudo bem? – Perguntou para Kei, ao pararem perto de uma estação local.

— Estamos perto de Phoenix, essa é a última estação até a cidade – Kei falou para o grupo – Acho que chegaremos na cidade antes do meio-dia – Avistou a plataforma a alguns metros, com um trem parado nos trilhos – Vamos fazer uma pausa aqui, depois continuamos a viagem.

— E se a horda já estiver aqui por perto? Nunca se sabe o que está acontecendo lá trás – Bel questionou, preocupada em enfrentar zumbis novamente – Podemos continuar até Phoenix, temos comida, água e armas.

— É bom descansarmos um pouco, não paramos desde que os zumbis invadiram aquela cidade – Robert falou amarrando um pedaço de sua camisa num machucado em sua perna – Podemos vasculhar os vagões dos trens.

— Quando eu cheguei aqui no Arizona, eu estava em um dos trens – Effy fumava um cigarro e soltava a fumaça perto de Boone, todos mantinham o olhar para ela – Todos começaram a se matar lá dentro até chegarem em Wickenburg – Olhou Robert, tendo uma atração pelo rapaz – Eu fui a única a me esconder na estação e os zumbis foram atrás dos que sobreviveram no trem e assim começaram a infectar toda a cidade – Sorriu, mostrando uma parte de sua língua.

— Eu acho melhor a gente dar um jeito nela agora mesmo – Renata sussurrou para Robert, tirando a arma de seu casaco, mas foi contida pelo rapaz.

— Não vamos matar ela – Robert sussurrou de volta – Ela parece ser perigosa só quando é atacada ou se sente em perigo, tipo o meu pai – Olhou para Vasili, que ainda estava com uma enorme vontade de eliminar Effy da humanidade.

O grupo concordou e então, subiram a plataforma da estação, matando alguns zumbis que andavam por lá. Vasili, Kei, Robert, Polly e Boone foram vasculhar o resto da estação enquanto Bel, Renata, Ozzy, Taissa e Effy iam olhar os vagões de trem.

— Quer dizer que você não vai ajudar? – Bel perguntou, vendo Effy se sentar em um dos bancos de espera, pegando outro maço de cigarro.

— Eu tenho cara de quem quer ajudar? – Effy reclamou, apagando seu antigo cigarro no banco em que estava sentada, Renata fechou o rosto para a garota, extremamente irritada – Podem ir, se aparecer qualquer coisa eu aviso.

— É melhor irmos logo – Bel falou segurando seu machete, Renata foi até a amiga, esperando Ozzy abrir a porta de um dos vagões do trem – Eu peguei esse machete num mercado que invadimos uns dias atrás – Mostrou a arma para Renata, notando algumas lantejoulas em seu cabo – Eu personalizei, sabia? – Falou animada, fazendo Renata revirar os olhos.

— Estão prontas? – Ozzy perguntou e elas assentiram, Taissa segurava sua pistola com silenciador, mas não a apontava para nada. Ozzy puxou a porta e a abriu rapidamente.

Renata foi empurrada e caiu no chão por um rapaz que saiu do vagão, Taissa tentou atirar no homem, mas quase acertou a bala em Effy. Ozzy foi para cima do homem, mas ele havia tomado o machete das mãos de Bel.

— EI! Não tente fazer nada com isso! – Ozzy falou parando perto do rapaz, mas foi atacado pelo mesmo logo em seguida.

— ATIRA NELE! – Bel gritou para Taissa.

— EU NÃO CONSIGO! – Taissa gritou, enquanto o rapaz desviava inúmeras vezes das balas e tentava matar Ozzy.

— Me dá isso! – Bel pegou a arma das mãos de Taissa, ela mirou no rapaz e acertou um tiro no ombro do rapaz, derrubando-o no chão, Effy correu até o rapaz e o imobilizou antes que ele tentasse atacar Ozzy novamente.

Kei ao ouvir a gritaria e o tiroteio foi a primeira a chegar e o restante do grupo veio atrás, Vasili pegou o rapaz misterioso e o colocou contra o vagão do trem e Boone pegou o machete de Bel, apontando seu revólver para ele, Taissa foi socorrer Ozzy, que havia sofrido um corte no braço.

— O que aconteceu aqui? – Kei perguntou e ninguém respondeu. A oriental foi até o rapaz misterioso – Quem é você?! – Kei estava pronta para mata-lo – Não vai falar é? – A oriental retirou sua faca da bainha.

— Não atirem ele! – Uma moça grávida apareceu de onde o rapaz havia surgido, parada na entrada do vagão do trem, ela colocou a mão na barriga e foi em passos lentos até Kei. Bel se recusou a apontar sua arma para a moça grávida, assim como Robert e Polly – Ele não estava tentando fazer mal nenhum, apenas me protegendo!

— Kei, pode ser verdade! – Boone falou – Ela está num estado avançado de gravidez!

— Ângela, volte para dentro do vagão! – O rapaz gritou, com medo que ela fosse rendida por eles. Ele tentou se soltar de Ford, mas não conseguiu – Por favor, não façam nada com ela!

— Por quê tentou atacar ele? – Vasili perguntou, se referindo a Ozzy.

— Estava tendo de levar vocês para longe, para Ângela não correr perigo! – O rapaz disse suando frio, com medo de ser morto por Vasili ou Kei – Nós não somos pessoas ruins! Estamos nos escondendo todos os dias das pessoas.

— Está com quanto tempo de gravidez? – Renata perguntou.

— Estou entrando no oitavo mês, estamos tentando a qualquer custo chegar em El Distrito, só que esse lugar é no Novo México, não iremos chegar a tempo! – Ângela falou angustiada – Por favor, soltem o Patrick...

— Se tentar fazer alguma coisa, arrancamos sua cabeça fora – Vasili orientou Patrick, que assentiu no mesmo instante – Estamos fazendo isso pela sua mulher, não por você – O russo tirou o rapaz de suas mãos, que foi até Ângela.

— Vocês falaram de uma comunidade no Novo México? Pode repetir o nome? – Ozzy perguntou para o casal, que estava rodeado pelos membros do grupo.

— El Distrito, estamos a semanas tentando cruzar o estado, mas está difícil pelas condições dela – Patrick respondeu – Vocês também estão indo para lá?

— Estávamos indo dar uma passada em Phoenix, mas vocês falam tanto desse lugar no Novo México que estou pensando em ir para lá – Kei falou batendo o pé no chão, agoniada por estar ali – Precisamos sair daqui o barulho dos tiros pode ter atraído zumbis.

— Mas foi uma arma com silenciador – Taissa disse.

— A gritaria de vocês não foi com silenciador, estamos arriscando demais – Robert falou – Tem um ônibus de passageiros na rua da estação, podemos pegá-lo e ir para Phoenix, quem sabe dá para irmos até o Novo México com ele – O loiro procurou um mapa em sua mochila e jogou para Kei – Marcamos uma rota sem zumbis e vamos por ela.

— É uma boa ideia – Vasili falou guardando sua arma no cós da calça – Mas não confio nele – Encarou Patrick, deixando o mesmo com um enorme medo de Vasili.

— Tudo bem, ficamos longe de vocês, mas por favor não nos deixem aqui, passamos coisas horríveis com saqueadores – Ângela falou sentindo uma pequena dor na barriga – Eu não quero perder esse bebe, é a única coisa que tenho além do Patrick.

— Tudo bem... – Vasili falou vendo a angustia da moça – Vamos ir logo, eles já estão aqui – Os primeiros zumbis começavam a aparecer nos trilhos, indo em direção à estação de trem. Aquela grávida havia sensibilizado quase todo o grupo, principalmente Polly, que ultimamente andava extremamente sem esperança nas coisas que aconteciam na humanidade.

E o pior de tudo, era que Renata lembrava de Topher, que havia sumido no mundo com Kimberly do mesmo jeito e então, nunca havia dado notícias.


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