Enquanto corriam pelas ruas de Winckenburg até a estação de trem, o grupo matava a maior quantidade de zumbis possíveis para chegarem a tempo no local. Bel e Renata matavam os zumbis com suas armas de corpo a corpo, Robert e Vasili atiravam em alguns que vinham da biblioteca, enquanto Kei e Polly preparavam uma bomba caseira em meio a avenida perigosa.

— Andem logo com isso, minha munição está acabando! – Boone falou empurrando um zumbi na vitrine de uma loja, a quebrando – Morre desgraçado! – O rapaz derrubou um zumbi no chão e o matou a chutes na cabeça.

— Estamos quase lá! – Polly falou cobrindo a bomba com uma espécie de massa, Kei tentava acender a pólvora a qualquer custo – AGORA KEI! – Finalmente a oriental havia conseguido acender o material.

— SAIAM DE PERTO! – Kei falou para o grupo que estava disperso na avenida matando os zumbis, que ao fundo do asfalto se mantinham num enorme grupo – BOONE, JENNY, SAIAM! – Kei lançou o artefato em chamas que estava prestes a explodir no monte dos zumbis.

— Estamos indo! – Boone pegou a mochila de suprimentos do chão e saiu correndo até Vasili e Robert, que seguiam Bel e Polly até à estação, enquanto Jenny ainda estava muito atrás.

O artefato explodiu e um enorme incêndio se iniciou na rua e vários zumbis ficaram em chamas e o cheiro de carne podre sendo queimada começou a tomar conta do ar. Enquanto isso, mais um grupo de zumbis surgiu em um beco da avenida.

— Ai que merda! Socorro! – Jenny gritou tentando fugir dos zumbis, mas logo foi agarrada por um deles, sendo imediatamente mordida no pescoço e no braço esquerdo! – S-SOCORRO! – Jenny caiu no chão devido a força das criaturas, sendo devorada por eles.

— Kei! – Robert gritou para a moça, que tentava ajudar Jenny, mas nada poderia ser feito ali. Robert voltou correndo até a moça e a puxou pelo pulso.

— A-ANDEM LOGO! SAIAM DAQUI! – Jenny cuspia sangue enquanto todo o seu corpo era destruído pelos zumbis, até que finalmente foi cercada por todos eles e seus gritos não puderam ser ouvidos.

Kei e Robert eram os únicos na avenida, os dois correram até a estação de trem enquanto Jenny era devorada pelos zumbis, dando uma distração para eles. Enquanto corriam no meio da avenida a alguns metros da estação, onde Vasili os esperava em uma das portas, um casal de sobreviventes apareceu, vindos de uma rua paralela.

— Por favor nos ajude! Os zumbis estão atrás de nós! – Um rapaz moreno disse, segurando a mão de sua namorada.

— Por ali! – Robert apontou com sua arma a estação de trem e logo em seguida ele, Kei e o casal entraram rapidamente no local.

— Quem são eles?! – Polly perguntou ao ver que Robert e Kei haviam entrado com duas pessoas – Onde está a Jenny?! – Ela foi até Robert, querendo saber de notícias da amiga.

— Ela está morta! – Kei falou no lugar de Robert – Os zumbis a pegaram de surpresa, não deu tempo de fazer nada! – A oriental falou olhando a pela janela da estação, vendo que os zumbis vinham em direção ao lugar – Puta merda! Eles não param de nos seguir!

— Nós vamos morrer aqui! – Renata se agachou e colocou as mãos na cabeça, enquanto soava frio – Tem muitos deles, desde o Palácio Oeste que não vemos uma onda de zumbis gigantesca – Renata ouvia o barulho dos zumbis e ficava ainda mais assustada – Acabamos de perder a Jenny e nós não sabemos quem vai ser o próximo.

— Vocês vieram de onde? – Vasili ignorou as lamentações de Renata e olhou para o casal, que parecia tão assustados como eles.

— Me chamo Ozzy, essa é minha namorada Taissa – Falou Ozzy, o rapaz moreno - Chegamos a dois dias na cidade para abastecer nosso carro, estamos tentando cruzar o estado e ir para o Novo México! -  O rapaz falou – Dizem que há uma comunidade segura por lá e nós estamos a semanas nas estradas.

Nosso carro está do outro lado da cidade, provavelmente os zumbis não chegaram lá ainda, mas enquanto fazíamos buscas, fomos cercados por eles e não tinha como voltar – A moça falou – Há deles por toda a cidade.

— Vocês que os trouxeram para cá! – Uma garota misteriosa apareceu entre eles dentro da estação e todas as armas foram apontadas para ela – Podem atirar em mim, em algumas horas todos estaremos mortos.

— Quem é você?! – Robert quase deu um tiro na garota devido o susto que havia tomado.

— De onde essa coisa surgiu?! – Boone falou incrédulo, olhando a garota dos cabelos castanhos e um olhar extremamente sombrio – Ela me assusta – Sussurrou para Bel, que concordou. A mulher andou até eles sem medo de tomar um tiro.

— Me chamo Effy, Effy Stonem – Effy passou lentamente entre todos que estavam ali – Vocês estão no meu abrigo – Ela puxou um cigarro do bolso e o acendeu com um pequeno isqueiro – E agora meu abrigo está sendo cercado por zumbis – Olhou nos olhos de Kei, notando a frieza na oriental – São só os humanos chegarem que tudo vai por água a baixo.

— Essa estação estava toda aberta, você acha que somos malucos? – Vasili olhou incrédulo para a dona dos olhos azuis, notando que a garota permanecia muito calma com a situação lá fora – Qual é a porra do seu problema? Tem zumbis por todas as partes e você fica com esse olhar... eu vou fazer ele mudar agora! – Vasili levantou sua arma e a apontou para Effy, que continuou do mesmo modo.

— Ei, abaixa isso! – Robert repreendeu o pai, que estava louco para matar alguém e Effy era a sua oportunidade – Nós já vimos quatro pessoas serem mortas hoje, não queremos que esse número aumente! – O loiro disse olhando a avenida pelas grandes janelas que a estação de trem possuía – Nós temos que fazer alguma coisa antes que eles cheguem aos trilhos, ou não teremos mais nenhuma escapatória.

— Os trilhos tem um caminho sem erro para Phoenix, caso esse seja o destino de vocês – Effy falou olhando suas unhas – Mas eu não arriscaria sair por ai de bobeira, deve haver zumbis nessa rota.

— Se você for ajudar em alguma coisa é melhor ficar quieta – Vasili carregava sua arma em cima de uma mesa da estação. Renata estava sentada em um dos bancos de espera enquanto Bel e Boone vasculhavam os balcões de atendimento.

— Se querem algo para distraí-los, tem uma sala no subsolo com sinalizadores – Effy disse – Mas está cheio de zumbis e a energia acabou tem algumas semanas – Ela alisou seus cabelos castanhos, encarando Boone – Tenham cuidado se forem lá.

— Nós não precisamos nos arriscar – Polly proferiu – Deve ter algum outro modo de sair dessa cidade.

— Polly, se pegarmos os sinalizadores e atirarmos para o outro lado da cidade, é o mínimo que iremos fazer para tirar eles da nossa rota, se não todos nós morreremos no caminho – Kei falou pegando seu machete – Estou pronta para descer.

Vasili pegou a adaga russa de sua bainha, Robert um machado de emergência da estação e Ozzy já estava com seu martelo, com diversos resquícios de sangue. Effy foi até a porta que dava em direção às escadas que levavam ao subsolo.

— Levem isso – Renata se levantou do banco e tirou uma lanterna que estava preso no cós de sua calça e o entregou para Robert – Estaremos aqui em cima esperando vocês! – Falou ouvindo os zumbis baterem na construção – Vão e voltem rápido!

— Tem certeza que ficará tudo bem? – Robert perguntou, um tanto que aflito com a quantidade de zumbis lá fora – Posso ficar aqui enquanto eles vão.

— Duas mãos são melhores do que uma, anda logo! – Polly falou batendo ao pé, agoniada por estar lá dentro – E tentem encontrar mais armas de corpo a corpo, meu facão já era – Ela jogou o objeto totalmente amassado no chão.

— Amor... Boa sorte – Taissa deu um beijo na testa de Ozzy, que sorriu para a moça. Robert e Polly olhavam aquilo com um tom de reprovação. Kei revirou os olhos.

— Eu estou indo. Dá licença! – Kei gritou com Effy, que saiu de perto dela. A oriental abriu a porta de metal, encontrando uma descida totalmente escura – Porra...

— Vamos indo então – Robert desceu logo atrás da moça, com a lanterna ligada, em seguida veio Ozzy e por fim. Polly estava parada na porta, também iluminando as escadas.

Os quatro desceram numa espécie de conjunto. O subsolo era um lugar totalmente escuro, apenas uma lâmpada ao fundo não parava de piscar, a maior parte das salas estavam abertas e o ruído de zumbis começava a aparecer.

— Os sinalizadores devem estar em algum deposito, deve ser alguma sala do fundo! – Vasili falou matando um zumbi que havia acabado de aparecer – Eu vou por aqui! – O russo entrou em uma sala, matando uma quantidade de zumbis significativa.

Ozzy entrou sorrateiramente nas salas do fundo, com Robert ao seu lado, os dois começaram a vasculhar todas as prateleiras, gavetas e até mesmo o lixo, mas encontravam apenas papéis e objetos de escritório, até que encontraram um armário de metal em meio a escuridão. Kei continuava no corredor em alerta caso algum zumbi aparecesse, mas tomou curiosidade ao ver uma porta trancada.

— ACHEI! – Kei ouviu Robert gritar, após ela finalmente abrir a porta que estava trancada. Quando Kei percebeu, atrás da porta havia diversos zumbis – MERDA! – Robert ao sair da sala com Ozzy colocou a luz da lanterna nos zumbis.

— SUBAM AGORA! – Kei falou descendo o machete em dois zumbis, cortando suas cabeças no mesmo instante. Ela empurrou um dos zumbis na parede que foi morto por Vasili ao terminar sua busca.

— Estamos subindo! – Ozzy foi o primeiro a subir as escadas, seguido por Robert. Um zumbi quase havia pego Kei, mas um tiro de Polly que se encontrava na escada os esperando, foi certeiro na criatura.

Kei e Vasili subiram as escadas que foi fechada por Polly logo em seguida, enquanto os zumbis restantes subiam na mesma e começavam a bater na abertura de metal. O tiro de Polly fez os zumbis da rua serem atraídos em direção à estação de trem. O tempo estava se encurtando.

— Saiam daqui! – Vasili gritou para o grupo, enquanto os zumbis começavam a quebrar a porta principal da estação. Ele percebeu que Effy continuava no mesmo lugar ao contrário do grupo, que fugia daquele lugar – Você não vem conosco.

— Do que adianta? Vamos todos morrer lá fora... – Effy falou fumando seu cigarro, Vasili foi até a garota e a puxou pelo braço, levando a mesma em direção à plataforma dos trilhos – Eu não quero ir!

— Não é questão de querer, você vai morrer se ficar lá! – Kei falou ajudando Effy a descer na plataforma dos trilhos, todo o grupo já estava correndo pelos trilhos – Tem alguém lá?

— Ninguém, precisamos ir agora, os zumbis estão lotando tudo – Vasili falou descendo da plataforma, e então ele, Kei e Effy abandonaram o lugar, seguido o grupo em meio aos trilhos de trem, naquela cidade inteiramente tomada por zumbis.