Contágio escrita por MrArt


Capítulo 80
Estação 4 - Capítulo 80 - Pumped Up Kicks


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeey! Está é a season finale da quarta temporada! Preparem-se para o que vai acontecer neste capítulo, a coisa não está nada boa para os personagens desta história.

Aconselho vocês enquanto lerem, a ouvirem a música que deu origem ao título do capíutlo: https://www.youtube.com/watch?v=bR-s4ReIxJo

Boa leitura!



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Tobbie se virou e viu Skinhead Anton descer de seu carro, junto de seus únicos aliados que restaram – Max e Helen -, após quase todo o seu grupo, inclusive seu irmão, serem assassinados por Robert, Polly, Nitori e Bel. Tobbie não entendia o que estava acontecendo, mas ele notou que Anton parecia muito irritado e podia notar o ódio e a sede de vingança em seu olhar.

— Por que está apontando essa arma para mim?! – Tobbie gritou desesperado – Eu não fiz nada, nem pertenço a esse lugar! – Anton apontou seu revolver para o rapaz, que continuava tenso. Max e Helen ficaram quietos, não podiam passar por cima da palavra de Anton.

— Você estava falando com aquelas mulheres no portão! Eu vi, e eles dois viram! – Anton gritou irritado, olhando por um segundo Max e Helen – Meu irmão morreu por causa do seu grupo, e todos vão pagar! – Ele apontou o revólver para a cabeça de Tobbie.

— Cara, por favor não faz isso! – Tobbie berrou, gesticulando suas mãos tentando parar Anton, que apertou o gatilho da sua Taurus 608, acertando em cheio a bala na testa de Tobbie, matando o rapaz na hora.

— Quero que peguem todos – Anton se aproximou do corpo de Tobbie, agora jogado no meio da calçada, junto do sangue que se misturava com a água da chuva – Não quero uma pessoa viva nesse cassino – Anton se certificou que o seu revólver estava carregado.

— E-Ele, estava socorrendo uma mulher sem braço, nós vimos do carro! Ele não tinha nada com aqueles caras que nos atacaram! – Helen gritou desesperada – Ele estava assustado! Você não podia ter feito isso, Anton! – A mulher colocou as mãos na cabeça.

— Vai dar para trás agora, Helen? A merda já está feita! – Anton falou irritado com a parceira – Meu irmão morreu nas mãos deles e eu não vou deixar essa injustiça acontecer!  - O Skinhead não iria deixar ser barrado por ninguém.

— Justiça não vai ser feita com mais pessoas sendo assassinadas! Temos que parar com essas coisas – Max suplicava para Anton, que não tirava sua ideia psicótica da mente – Deveríamos ter ido embora da cidade quando fomos atacados! Estaríamos bem longe e não tirando mais vidas! Parece que você não entende, Anton!

— Querem ir, estão livres para isso, não preciso da ajuda de ninguém – Anton falou com a voz calma, Max e Helen suspiraram aliviados, até que Anton apontou o revólver para eles – Vocês querem liberdade em suas vidas? Quem sabe em outras! – Helen começou a gritar quando Anton disparou repetidamente em Max, matando-o.

— O QUE VOCÊ FEZ?! SEU MALUCO! – Helen berrou desesperada e perplexa – ANTON, NÃO! – Anton disparou e atingiu em cheio o peito de Helen, fazendo ela se juntar no mesmo destino de Tobbie e Max.

— Vocês irão me pagar! – Anton verificou se havia balas o suficiente guardadas em seu casaco. O homem não estava com remorso algum de ter matado os seus amigos, apenas iria seguir em frente com sua vingança.

Dentro do cassino, os tiros foram ouvidos e a atenção de todos foi despertada com isto. Polly pouco se importou, uma vez que estava com grandes fones de ouvido e tentava fazer a transmissão para Robert e não prestava a atenção nas câmeras da entrada, que mostrava Anton abrindo o portão e andando até a entrada principal do cassino.

Bonnie após deixar Anne na clínica de Dimitri, voltou ao saguão junto com Horan e Danita, que também ouviram os disparos do lado de fora. Renata estava posicionada na escada, segurando uma faca por precaução, uma vez que não confiava em ninguém daquele cassino.  Akio apareceu logo em seguida, uma vez que ali era o seu posto.

— Eu ouvi tiros do lado de fora! E foram vários! – Danita falou assustada, segurando uma frigideira, que era sua única arma no momento – Será que o Vasili voltou?! Está tudo bem? – Ela olhou para Bonnie, que foi correndo até a porta principal.

— Ei! Onde está indo tão depressa?! – Akio perguntou irritado. Renata desceu alguns degraus da escada para saber o que estava acontecendo. A atenção agora voltou para Monna, que apareceu correndo no saguão.

— ELE ESTÁ LÁ FORA! – Monna foi desesperada até Akio – Tem um cara atirando lá fora! – A ex bartender estava com o rosto pálido – Eu vi pela janela, ele atirou no Tobbie e em outras pessoas! – Akio deixou de encarar Monna e viu que Bonnie estava para abrir a porta.

— Alguém para a Bonnie! – Akio gritou e Horan tentou ir até a mulher, mas já era tarde demais.

Bonnie abriu a porta principal do saguão e inesperadamente, viu Anton a sua frente, que disparou a queima roupa no rosto da mulher, fazendo a bala atravessar seu crânio e acertar em cheio uma pilastra.

— Porra! – Akio se abaixou no mesmo instante.

Renata correu para os andares superiores logo após ver Bonnie morta no chão do saguão e Akio foi logo atrás da moça. Enquanto Monna e Danita se escondiam atrás do balcão, Horan tentava correr para o corredor em direção à clínica. Akio estava no topo da escada e percebeu que Anton ia em direção à Horan, ele mirou sua arma e disparou as suas únicas balas em Anton.

Akio falhou miseravelmente, acertando apenas o antebraço do homem.

— Argh! – Anton gemeu de dor e caiu no chão, e com isso, avistou Danita e Monna escondidas atrás do balcão.

— Porra! Ele nos viu! – Danita se levantou correndo, pulando o balcão e correndo para o um dos corredores do andar térreo, deixando Monna sozinha, enquanto Akio já não se encontrava ali para protegera moça.

Monna colocou as mãos na boca, enquanto as lágrimas rolavam pelo seu rosto repetidamente. Anton se levantou do chão e pegou a arma logo em seguida, indo lentamente em direção à Monna, que começou a chorar ainda mais ao ver a arma do skinhead apontada para ela.

— Não! Por favor, não! – Monna suplicava enquanto sua pressão subia rapidamente. Anton não teve piedade e fez mais uma vítima. O corpo de Monna ficou no mesmo lugar, encostado no balcão enquanto sangrava.

Nos andares superiores, todos já estavam cientes do tiroteio e precisavam fazer alguma coisa para parar Anton e evitar mais mortes no cassino. Renata estava correndo em disparada no corredor de seu quarto enquanto Akio ia atrás da moça.

— Me espere! – Akio gritou desesperado, pegando um pé de cabra preso a parede do corredor no meio do caminho. Renata não queria saber de mais nada além de fugir daquele cassino – Renata! – Akio gritou mais uma vez.

— Quer calar a boca?! – Renata parou em frente ao rapaz – Não quero aquele maluco atrás de mim! Aquele corno, puto, desgraçado do Ford levou todas as armas e Robert ainda não voltou com o Vasili! – A mulher começou a esmurrar a parede e Akio foi obrigado a acalmar a mesma – Porra, me solta!

— Mischa falou para Bel que tem uma saída de emergência – Akio disse – Precisamos acha-la agora!

— E os outros, vamos deixar morrer? – Renata perguntou enquanto seguia Akio.

— Desde quando você se importa com os outros?! – Akio em parte ofendeu Renata, mas ela foi obrigada a concordar com o rapaz – Temos que pegar a Polly na sala de vigilância e encontrar a Bel, antes que aquele cara nos encontre desarmados!

Ao mesmo tempo que Akio e Renata tentava armar um plano de fuga e encontra Polly e Bel, a última estava na clínica ajudando Dimitri depois de ser tratada, terminando de enfaixar a parte amputada do braço de Anne, que estava deitada em repouso.

— Está acontecendo alguma coisa, eu ouvi uma gritaria lá fora – Bel falou lavando as mãos, que estavam sujas de sangue – Já posso andar sozinha, me recuperei rápido do acidente – Ela balançou os pés em cima de uma das camas, vendo seus sapatos novos.

— Tenha cuidado, deve ter algum zumbi por aí – Dimitri tentava não se estressar, uma vez que sabia do perigo que o cassino estava passando sem Vasili por lá – Pode ir, já está tudo organizado aqui – Bel foi até a porta – Ei, pode chamar a Monna para mim?

— Claro... – Bel falou saindo para o corredor. No meio do caminho, Bel viu a maçaneta de uma porta girando, ela estava a alguns metros da porta, até que ela se abriu e revelou quem estava lá dentro – Porra, Mischa! O que você estava fazendo aí?! – Ela deu um riso depois do susto.

— Me deixaram preso aí dentro! – Mischa falou sentindo uma forte dor na sua cabeça – Foram o Boone e o Tobbie, eles me apagaram! Sabia que não devia confiar neles! – A conversa dos dois foi interrompida por Horan, que surgiu no corredor, se apoiando nas paredes.

— Corram! Ele está vindo! – Horan gritou ao fundo do corredor, Bel cogitou ir até o amigo e o ajudar, uma vez que não entedia o que ele falava. Bel parou o seu caminho ao lado de Mischa, quando viu Anton cruzar o corredor e ir até Horan.

— HORAN! – Bel gritou enquanto via Anton puxava uma faca do bolso e acertava as costas de Horan sem parar, espirrando sangue no chão, nas paredes e nele mesmo – NÃO! – Ela virou o corredor em direção à clínica, entrando na mesma rapidamente, deixando Mischa para trás.

— MERDA! MERDA! MIL VEZES, MERDA! – Mischa tentou correr junto com Bel, mas se perdeu da mulher. Anton foi até Mischa, sacando a arma novamente e atirando em mais uma pessoa no corredor – Argh... – Mischa começou a cuspir sangue, enquanto se arrastava pelo chão de madeira.

— Vocês não têm para onde se esconder – Anton passou por Mischa, atirando na cabeça do rapaz. Anton carregou mais uma vez a arma e foi em direção à porta que levava a clínica.

— Cadê as chaves da clínica?! – Bel gritou desesperada ao retornar ao local. Ela fechou a porta.

— Elas ficam com a Irina, o que está acontecendo?! – Dimitri perguntou, ele ouviu o barulho dos tiros e ficou um tanto que apreensivo.

— Tem um maluco atirando em todo mundo! Ele acabou de matar o Horan e deve ter feito o mesmo com o Mischa! – Bel estava chorando sem parar – Ele me viu e vai entrar aqui, nós não temos nem a porra de uma arma! – Deu um chute numa mesinha, derrubando-a. Bel olhou Anne desacordada na cama, provavelmente havia sido sedada por Dimitri.

O silêncio se fez presente quando Bel viu a maçaneta da porta começar a girar.

— Se esconde! – Bel sussurrou para Dimitri, que ficou imóvel no meio da sala.

Bel entrou debaixo da cama de Anne e colocou a mão em sua boca, tentando tapar até mesmo o som de sua respiração. Ela olhou por debaixo da cama a porta ser aberta e uma pessoa entrar ali.

— Ei cara, tem uma pessoa doente aqui! – Bel ouviu as últimas palavras de Dimitri antes de ouvir o barulho do tiro e o rapaz cair morto no chão na frente de Bel, que viu o enorme estrago feito no rosto do médico.

— Pobre moça – Anton falou se sentando na cama, observando Anne desacordada – Esses putos tiveram a capacidade de te sedar para não te ajudar, é por isso que vim aqui fazer isto, essas pessoas não merecem viver.

Bel saia da cama pelo outro lado da mesma, sem ser notada por Anton, ela então tentou atacar o homem por trás com um bisturi, mas foi surpreendida quando ele a percebeu por seu reflexo. Os dois começaram uma luta, Bel tentava tirar aquela arma das mãos do homem, mas ele a segurava na mesma proporção. Enquanto um balançava o outro, a arma de Anton disparou duas vezes, uma acertando o teto e a outra, infelizmente, Anne.

— Droga! – Os dois pararam de lutar ao verem que haviam matado Anne. No único segundo de distração, Bel deu um chute na virilha de Anton, derrubando o homem no chão e saindo correndo da clínica, nem ao menos pegando a arma das mãos dele.

 

— Arredores de Las Vegas –

 

O carro de Vasili ia na maior velocidade possível, já estavam na metade do caminho e a única coisa que os três podiam pensar no momento era como o cassino estava, e é claro, estava bem ruim.

— Vasili! Digo... pai! – Robert falou no banco do lado, enquanto Kei permanecia em silêncio no banco de trás – Vai ficar tudo bem!  Polly, Nitori e Akio sabem atirar perfeitamente, eles sabem fazer uma boa segurança, sua família ficará bem! – Tentou pela primeira vez ser amigável com o pai.

— Não fale comigo agora Robert, você não entende o que está acontecendo! – Vasili gritou, com as mãos no volante.

— Como eu não sei o que está acontecendo?! Eu que me livrei da maior parte deles junto com o seu outro filho! – Robert respondeu, também ficando irritado – Se acha que isso tudo está acontecendo por minha causa, reveja seus conceitos!

— Olhe como fala comigo, moleque! – Vasili levantou ainda mais a voz.

— Dá para calar a boca vocês dois, que saco! – Kei falou intervindo – Já basta o perigo que está tendo e vocês ficam com essa discussão familiar idiota! – Kei olhou na janela do carro duas pessoas andando no meio da calçada – Devem ser eles.

Robert apontou sua arma para fora do carro e começou a disparar contra a calçada, enquanto Vasili dirigia numa velocidade menor o veículo, mas no fim das contas não eram quem eles esperavam.

— Porra! Somos nós! – Boone falou levantando as mãos junto com Ford.

— Ford?! – Vasili freou o carro e desceu, indo em direção de Boone – Que porra você estava pensando quando tirou o meu prisioneiro de sua cela.

— EI! EI! – Robert entrou no meio dos dois antes que Vasili descesse seu forte punho em Boone.

— Eu estou fora agora, não tem mais o que fazer – Ford disse encarando Vasili. Aquilo parecia um confronto de gigantes – Vai me matar por algo que não há motivo? A polícia sequer foi atrás de você quando eu te entreguei.

— Eu odeio traíras! – Vasili praticamente cuspiu aquelas palavras em Ford.

— Acho que deveria se preocupar com outra coisa – Ford falou e Vasili ficou sério – Vi aqueles skinheads indo para o cassino enquanto fugia, estávamos voltando agora mesmo para lá ajudar o pessoal – Aquilo atraiu a atenção de Kei, que viu duas bolsas nas costas de cada um.

— Por favor – Kei colocou a mão na testa – Me diz que isso não é as armas que estavam no cassino – A oriental encarou a dupla, que permaneceu quieta, Boone abaixou a cabeça enquanto Ford mantinha a sua erguida, uma vez que Vasili lhe lançava um olhar mortal.

— Precisamos voltar para aquele cassino agora! Quero que entrem na merda desse carro – Vasili falou – Isso serve para vocês dois também – Todos entraram no veículo que agora estava totalmente ocupado. Vasili deu partida mais uma vez no carro, indo definitivamente para o cassino, que ia de mal a pior.

 

— Cassino – Las Vegas Strip –

 

— Ei cara, que merda você fez?! – Anton havia acabado de sair da clínica, encontrando Anastásia no corredor, sentada no chão ao lado do corpo de Mischa. Ela chorava copiosamente, enquanto via o rosto do amigo empalidecer – Você matou tantas pessoas para quê? Qual o intuito disso tudo?! – Ela gritou – Seu desgraçado! – Anastásia fechou os olhos ao sentir o cano frio do revólver encostar em sua testa.

— Cale a boca – Anton disparou com a maior firmeza em Anastásia, que caiu em cima do corpo de Mischa.

O assassino andava ainda com dificuldade depois de ser agredido por Bel, que agora estava nos andares superiores do cassino, junto com todas as pessoas que permaneciam vivas ali e tentavam escapar.

— Ele não para de matar todo mundo e ainda não temos nada para defesa! – Danita disse baixinho corredor dos quartos, junto de Mikhail e Nitori.

— Eu sabia que era uma perda de tempo vir para esse cassino, vocês não me ouvem! – Nitori estava tomando banho quando o tiroteio começou a Danita foi a primeira pessoa que avisou sobre o incidente – A sorte é que a minha arma tem balas e nós podemos fazer alguma coisa.

Jenny Robson, Ygor e Irina apareceram no corredor.

— Não há mais ninguém ali embaixo, podemos escapar pela porta principal – Ygor falou para o grupo.

— E se encontrarmos ele na escada?! – Jenny perguntou com medo – Não vou descer enquanto não ver aquele cara morto! – Ela olhou Ygor buscar a mãe no quarto dela. Katya parecia estar tão assustada como eles.

— Relaxa, tem três escadas que dão acesso aos andares superiores – Irina disse pegando na mão de Jenny.

— O que vamos fazer sem Polly, Akio e os outros? – Mikhail perguntou.

— Vamos sem eles, não temos tempo, ora! – Nitori falou irritada e começou a ir em direção às escadas principais, com todos atrás dela. Quando Nitori virou o corredor de acesso e colocou o pé no primeiro degrau da escada, ela foi surpreendida por Anton.

Parecia que tudo aquilo foi ocorrendo em câmera lenta, Anton deu um enorme sorriso ao perceber que a moça que tinha orquestrado os ataques ao seu grupo estava bem à sua frente, a primeira coisa que ele fez foi esfaquear Nitori no abdômen, fazendo uma perfuração profunda, largando a faca dentro da mulher. Mikhail começou a disparar suas balas contra Anton, acertando de raspão sua orelha.

— Precisamos sair daqui! – Jenny falou puxando Irina para longe da escada, Ygor e Katya estavam em meio à fogo cruzado. Enquanto Danita descia as escadas, tentando se passar por despercebida – NÃO! – Anton deu um tiro em Danita, que desceu rolando as escadas e seu corpo parou no primeiro degrau da escada.

— Ygor, cuidado! – Katya entrou na frente de Ygor, uma vez que Anton havia disparado contra o rapaz. A bala atingiu os dois em uma sincronia perfeita, matando-os na hora com a perfuração no peito.

A gritaria só se intensificou, Mikhail tentou ir para cima de Anton, mas ele puxou a faca do abdômen de Nitori recém-assassinada e quando Mikhail iria tentar ataca-lo, foi surpreendido por um rasgão em seu pescoço.

— Ele é muito habilidoso! Nós não vamos ter chance! Vá em frente enquanto eu te cubro! – Irina falou pegando a arma de Mikhail que havia caído perto delas. Anton ainda continuava esfaqueando o rapaz, dando a oportunidade perfeita para mata-lo – Me deixe ir logo, Jenny! – Anton percebeu que ainda havia duas pessoas vivas.

— Não posso te deixar aqui sozinha! – Jenny tentou puxar Irina, mas ela jogou o corpo para trás e no mesmo momento Anton havia atirado aleatoriamente com a arma de Nitori, levando também a vida de Irina embora – NÃO! NÃO! – O corpo de Irina caiu violentamente no chão. Ela viu Anton se aproximar dela e a única coisa que fez foi correr, correr o mais rápido possível antes que tivesse o mesmo destino que todos ali.

Enquanto Anton seguia Jenny pelos corredores do cassino, Renata e Akio assistiam aquela cena com a porta entreaberta em um dos quartos. Renata segurava seu choro enquanto Akio rezava para Kei aparecer.

— Nós não vamos morrer – Renata falou baixinho, com a respiração pesada o semblante traumatizado – V-Vamos sair daqui com vida!

— Nós vamos, só precisarmos ter o momento certo – Akio falou ainda espiando pela porta, até que Anton mudou de direção e foi para o outro lado do piso, indo para uma nova rota inexplorada – MERDA!

— O que foi?! Ele está vindo? – Renata começou a chorar ainda mais.

— Ele está indo em direção à Polly! – Akio abriu a porta.

— Onde pensa que vai?! – Renata tentou fechar a porta, mas foi impedida – Não pode sair!

— Me escuta – Akio colocou suas mãos no braço da mulher – Tente sair daqui o mais rápido possível, ele não está mais nesse corredor, vou ir ajudar a Polly enquanto você foge, provavelmente vai encontrar a Jenny lá fora.

— Não posso te deixar sozinho! – Renata falou, com a aparência toda acabada.

— Renata, vá se salvar, agora! – Akio falou e Renata bateu o pé. Os dois saíram do quarto e logo avistaram os corpos de Nitori, Katya, Ygor, Irina e Mikhail no chão – Ei... – Akio deu um forte abraço em Renata, que não recebia um fazia meses e retribuiu com gratidão – Boa sorte!

— Você também! – Renata desceu correndo as escadas, quase que esbarrando no corpo de Danita ou de tantos outros que foram vítimas de Anton. Renata atravessou a saída encontrando o corpo de Bonnie e finalmente viu o céu começando a clarear, uma vez que a chuva havia parado e agora as nuvens de dissipavam.

Renata andou em passos lentos até o outro lado da rua do cassino, vendo o corpo de Tobbie logo em seguida, junto com o de Max e Helen. Renata foi em passos lentos, se apoiando numa árvore, suspirando pesadamente e em estado de choque. Nunca havia visto algo tão traumatizante em sua vida, em questão de minutos quase todas as pessoas que conhecia estavam mortas dentro do cassino.

— Ah não! – Renata começou a entrar em desespero ao ver alguém saindo de dentro de um beco perto de onde estava

— Sou eu Renata! – Bel saiu de lá, ela estava do mesmo jeito que Renata, as duas correram para se abraçar enquanto compartilhavam o pior momento de suas vidas, desde que fugiram da Califórnia após coisas horríveis acontecerem.

Dentro do cassino, Polly estava na sala de vigilância, ela ainda continuava com seus fones e com o walkie-talkie tentando fazer a transmissão para Robert, mas sempre cortava ou parava de vez. Polly estava de costas para as câmeras, enquanto elas filmavam tudo o que acontecia dentro do cassino.

— Vamos lá! Pegue! – Polly deu dois tapas no walkie-talkie – Robert? – Ela falou no objeto – Alguém? Que porra! – Ela lançou o objeto para o outro lado da sala. Polly se virou e olhou as câmeras, ela quase caiu da cadeira ao ver o que elas filmavam.

No saguão havia corpos, nos corredores, nas portas dos quartos, na clínica e na entrada do cassino. Polly começou a tremer na base, até que em uma das câmeras, era possível ver Anton ir em direção a onde ela estava.

— Porra! – Polly se levantou da cadeira e começou a olhar para os lados, procurando algum lugar para se esconder, não havia como pular a janela ou nem mesmo trancar a porta, uma vez que ela não tinha tranca.

Anton entrou na sala, agora com a última bala que restava na roleta. Ele olhou todo o ambiente, viu nas câmeras o trabalho que fez, enquanto Polly se encontrava debaixo da mesa escondida, bem de frente para ele.

Polly começou a ter toda uma retrospectiva de sua vida ao ver aquele cara começar a se vangloriar do que havia feito. Tudo estava bem, até Anton se abaixar e encontrar Polly ali, toda encolhida.

— Olha só que eu encontrei aqui! – Anton empurrou a cadeira que bloqueava a visão dele, ficando cara a cara com Polly – Eu vi você nos atacando – Ele sorriu, mostrando seus dentes nada bonitos – Que horror, você esteve aqui esse tempo todo assistindo essas pessoas serem mortas? Sabia que eu matei aquela tal de Nitori, quase matei também sua amiga de cabelo curto, mas ela conseguiu fugir, agora o que mais quero, é encontrar seu amigo de cabelo loiro – Polly congelou quando ele se referiu à Robert – Mas primeiro, vamos cuidar de você -  Ele apontou sua arma bem na face de Polly, que começou a gritar sem parar.

— SAI DE PERTO DELA! – Akio praticamente havia voado em cima de Anton e os dois se chocaram contra a parede, fazendo um enorme estrondo. Anton sentiu Akio subir em cima de suas costas e começar perfura-lo com uma faca de cozinha, dando um grito de dor.

Polly viu que era agora a oportunidade de matar Anton, ela foi até o homem, tentar tirar a arma de sua mão, enquanto Akio desferia vários golpes contra ele. Anton começou a se movimentar com Akio em cima dele, indo em direção para uma janela aberta que estava na sala de vigilância. Polly havia conseguido pegar a arma das mãos de Anton e estava pronta para efetuar o disparo fatal, mas num impulso que Anton deu em suas costas, Akio deixou sua faca cair e perdeu o equilíbrio e não percebeu que agora estava caindo em uma altura de sete metros.

— AKIO! – Foi a única coisa que Polly pode dizer ao ver o rapaz sumir depois de ser jogado por Anton.

— Vocês nunca vão me matar! – Anton deu uma risada muito perturbadora.

Polly ficou louca naquele momento, ela jogou a arma no chão e pegou a faca que Akio havia usado para esfaqueá-lo e então continuou o que o loiro havia começado, Anton tentou se defender, mas foi em vão, a loira começou a abrir a barriga do homem com diversos golpes, matando-o instantaneamente, finalmente acabando com todo aquele massacre.

— DESGRAÇADO! – Polly começou a gritar no meio da sala, ela correu para a janela e entrou em colapso.

Akio havia morrido na hora, seu corpo havia caído em cima das cercas de proteção e ele foi perfurado pelas lanças que ficavam sobre elas. Havia uma enorme quantidade de sangue escorrendo no chão.

— Isso é um pesadelo! – Renata gritou do outro lado da rua, após ela e Bel verem Akio despencar do prédio e ser perfurado pelas lanças. Bel ficou chocada, mesmo tendo um ódio real por Akio, foi um impacto ver ele morrer na sua frente e não poder fazer nada, como o que aconteceu com sua irmã.

Passou alguns minutos e Polly saiu do cassino, agora totalmente abandonado e lotado de corpos. Ela foi ao encontro de Bel e Renata. Jenny Robson havia aparecido logo em seguida, conseguindo escapar pelas saídas de emergência.

O maior choque foi um carro se aproximar e mesmo em movimento, uma porta do passageiro foi aberta, revelando uma Kei desesperada indo em direção ao namorado, que estava morto naquelas lanças cheias de sangue.

Robert desceu do carro e viu a primeira remessa de corpos na rua, podia se avistar o corpo de Bonnie na entrada do cassino. Ford continuou dentro do carro, com as mãos no rosto, mostrando total remorso do que havia feito. Boone segurou o choro ao ver Akio empalado na grade.

— Por favor... me diz que... – Vasili foi até as garotas e Renata começou a chorar novamente – Mas que maldição! – Vasili deu vários murros no capô de seu carro. A única coisa que Robert pode fazer no momento foi abraçar o pai, que estava totalmente desolado.

— Eu te entendendo como é perder as pessoas que ama – Robert segurou o choro, apoiando seu queixo no braço do pai. Ele pode ver Kei agachada na calçada, ainda observando o corpo de Akio.

— Sempre... sempre tentei ajudar as pessoas e sempre as perco – Kei disse, sem derramar uma única arma – Eu saí daqui hoje achando que iria garantir a segurança de todos e quando volto, tem cadáveres por todos os lados – A oriental botou as mãos no rosto, se segurando para não fazer uma besteira – Akio, como pude ser tão burra de te deixar... – Ela tentou tocar o corpo do namorado, mas não teve coragem. Kei desabou naquele chão, vendo que tudo para ela estava destruído.

Todos ali haviam perdido alguém que amavam muito e não havia mais como trazer nenhuma delas de volta, todas as esperanças, disposições e o mínimo de felicidade haviam sido destruídas. Todos estão sem um rumo e com os psicológicos destruídos. Não há mais como confiar em seres humanos.


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Notas finais do capítulo

Esse final de temporada realmente foi o mais chocante que escrevi. O número de personagens que se foram é alto, mas tudo isso mostra como as pessoas são ruins à ponto de fazer isto.
Agora o que fica em aberto é como esse grupo irá seguir depois de tudo isso acontecer. Vasili perdeu a esposa e o filho. O grupo perdeu Akio, que há muito tempo se encontra com eles. Ford e Boone terão de enfrentar todo esse remorso após o massacre do cassino.

Tudo isso será respondido na Estação 5 de Contágio.



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