Contágio escrita por MrArt


Capítulo 64
Estação 4 - Capítulo 64 - A Antipatia de Um Assassino Russo


Notas iniciais do capítulo

Heey!

Boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/505654/chapter/64

— Las Vegas Strip –

 

O estranho grupo havia se distanciado do Wal-Mart após a ameaça a bomba que houve ali e também por perderem Rhonda no processo. O grupo não era um qualquer como tantos outros que apenas saqueavam, matavam ou faziam algo para conseguir suprimentos a qualquer custo, mas sim a Máfia Russa que havia sobrevivido ao apocalipse e desde então mantinham Las Vegas limpa de qualquer elemento perigoso que ameaçasse a sobrevivência deles.

E há um elemento ‘’perigoso’’. Muitos elementos ‘’perigosos’’

— Ygor não sairá mais nas buscas ou vigias – Vasili Romanov, o chefe da Máfia havia descido do seu carro extremamente blindado – Avise para Irina que iremos abrir as celas e pegar uma das nossas prisioneiras que Gav capturou hoje mais cedo, temos acertos de contas muito graves resolver.

— Ocorreu tudo bem na negociação? – Irina, a secretária de Vasili perguntou segurando uma prancheta, verificando se todas as armas estavam sendo colocadas nos suportes pelos guardas de Vasili.

— Não houve negociação alguma, Rhonda acabou morta por um deles – Vasili falou um pouco irritado com a situação. O que era para ser uma negociação terminou em assassinato. O comboio havia interpretado aquilo como um sinal de ataque e colocaram todas as suas defesas a postos. Mas Vasili certamente não vai deixar isso passar a limpo. Todos os guardas de Vasili se encontravam atrás dele, incluindo seu filho Ygor, seu melhor atirador Gav e a secretária Irina – Estamos a um ano sem mortes, um ano sem hordas passando por Las Vegas, nós demos o aviso para eles irem embora quando matamos aquele rapaz na estrada, iriamos fazer uma negociação para tirar eles daqui devolvendo as mulheres deles, mas mataram uma das nossas. Rhonda sempre vai ser lembrada com sua imensa atividade na nossa família, mesmo não sendo naturalizada soviética – Todas as pessoas na porta de entrada do cassino permaneceram de cabeça baixa, em memória à Rhonda – Estão dispensados para atividades livres, amanhã de manhã a dívida daquele grupo será quitada conosco – Todos se dispersaram pelo cassino.

Vasili havia nascido na antiga União Soviética antes da mesma ser a atual Rússia – Também afetada pelo apocalipse -, Romanov e sua família sempre mantiveram a máfia Russa pela cidade de Las Vegas e os seus arredores, mas depois da infecção derrubar tudo, Vasili conseguiu reestruturar todo aquele local e mantê-lo limpo da infecção e de grupos inimigos que entrassem na cidade.

O líder da máfia e todos os outros que haviam sido salvos pela mesma ou já eram integrantes muito antes do apocalipse acontecer, se isolaram em um dos grandes cassinos de Las Vegas Strip, mantendo todos protegidos lá durantes quase dois anos depois de toda a sociedade se destruir, criando a sua própria para cerca de trinta pessoas que conseguiram manter uma cidade inteira sem ‘’perigo’’.

— As duas mulheres que estão nas celas se indentificaram como Selena Ortiz e Jenny Robson, aparamente tem a faixa dos 20-25 anos, as duas são do mesmo grupo no qual vocês mataram aquele rapaz – Irina falou olhando sua prancheta com todos os dados anotados logo atrás de Vasili, que ia para o seu quarto principal que ficava no em um dos primeiros andares do cassino

— Vamos colocar elas no carro e leva-las para o acerto de contas, uma delas irá pagar pela morte de Rhonda ou não me chamo Vasili Romanov – O soviético disse agora muito nervoso, tomando a prancheta das mãos de Irina, acostumada com esses acessos de fúria do rapaz – Mande Ygor para o Doutor Dimitri ver se tem algum ferimento nele.

— Tudo bem – Irina falou e rapidamente saiu daquele corredor atrás do filho do líder, enquanto o mesmo abria a porta do quarto onde vivia com sua esposa Katya, sentada numa escrivaninha fazendo rascunhos com os papéis.

Vasili retirou seu casaco de couro e colocou em um suporte.

— Soube que Ygor quase morreu em uma explosão – Katya falou sem olhar para Vasili, continuando a fazer seu rascunho de uma pintura – Não quero ele saindo nessas vigias correndo o risco de morrer – Vasili tentou falar, mas foi imediatamente interrompido pela esposa – Se Rhonda morreu ao lado dele, não quero saber nem o que ele viu na hora, ele não tem nem 20 anos Vasili!

— Você precisa de se acalmar, Katya! – Vasili também começara a gritar – Mataram a Rhonda e quase tiraram a vida do meu filho, se algo acontecer Vasili, eu sumo daqui de uma vez por todas – A mulher dos cabelos amarelados falou, confrontando o seu marido sem medo algum da figura que ele era.

Vasili abaixou a cabeça na frente da mulher e foi até a porta, saindo do quarto sabendo que não iria ganhar aquela discussão com Katya. Era sempre assim, Vasili demonstrava ser a pessoa mais temida do grupo perante os seus seguidores, mas ele era quem ficava quieto quando Katya lhe dava uma sessão de sermões.

— Senhor? – Gav, um dos guardas de Vasili apareceu no corredor e foi falar com o líder, o homem fez apenas um sinal com a cabeça, dando liberdade para Gav dizer o que queria – Irina já liberou as duas mulheres que sequestramos, o que nós vamos fazer com elas agora?

Vasili olhou para Gav, meio que intimidando o rapaz naquele momento.

— Preparem as armas e os carros, iremos arrancar dedos hoje – Vasili falou saindo daquele corredor junto com o rapaz.

— Arredores do Wal-Mart –

— Não deveríamos ter abandonado a Renata e os outros lá embaixo! – Polly disse andando em círculos pelo terraço, enquanto todos do comboio faziam a segurança – Tem prováveis assassinos espalhados por todo o estacionamento que podem tirar a vida daqueles quatro – Robert encarava Polly, com os braços cruzados – ROBERT! É SUICÍDIO ELES FICAREM ALI!

— Ei! Não fui eu quem deixou eles lá, a Renata ficou por causa do Ford, se levantarmos o dedo para esse cara vai saber o que acontece – Robert disse – Não podemos nos rebelar contra outro grupo novamente. Não agora pelo menos, eles são muitos – Polly teve que concordar com Robert.

— A Kei não vai deixar ninguém morrer, e tirem essa ideia de rebelar da cabeça, eles são pessoas boas, nunca fariam mal para gente – Akio falou irritado com a conversa de Robert e Polly, Ford se aproximou deles, com a atenção totalmente voltada para a conversa.

— Sabe que eu nunca obriguei ninguém a entrar no comboio, vocês apareceram na freira e ajudamos vocês desde então – Ford disse cruzando os braços – Vocês têm toda a liberdade de irem embora do grupo, mas reclamar não vai ajudar em nada.

— Não fomos nós que deixamos a Renata para trás – Polly falou também se estranhando com Fod.

— Ouçam isso – Bel falou e todos ali permaneceram em total silencio, ouvindo o barulho de tiros vindo dos andares inferiores – Parece que estão sendo atacados, nós precisamos fazer alguma coisa! – Bel foi correndo até Ford, mas no meio do caminho um forte tremou abalou o complexo, fazendo quase todos caírem no chão do terraço, inclusive Bel, mas foi segurada a tempo por Boone.

— Está tudo bem?! – Boone perguntou segurando os braços de Bel, impedindo que a moça caísse, Robert, Polly e Akio vieram ao socorro da moça depois de se levantarem do tremor – Deixa eu te ajudar – Boone levantou Bel e a colocou em cima de uma caixa de suprimentos.

— Eu acho que sim, só torci o meu pé – Bel disse com uma cara de dor e Boone levantou a sobrancelha – Tudo bem, me ajude aqui!

Ford foi até Bel, se solidarizando pela moça, mesmo depois de todas as coisas ouvidas vindo dela e de Renata. Ford tentava manter a calma mesmo com toda a confusão que estava acontecendo ali.

— Bonnie, quero que pegue o kit médico para ver se o pé dela não vai ficar ruim caso tenhamos que fugir – Ford falou olhando para Bel – Félix, Tobbie e Robert – O loiro encarou Ford por alguns segundos – Vamos precisar descer para ver o que está acontecendo.

— Eu posso te ajudar Boone e... – Polly falou preocupada com sua amiga.

— Ele mandou a Bonnie, não eu – Boone falou com os braços cruzados – Ford, temos problemas lá embaixo, essas explosões foram as bombas adesivas foram usadas

— Mas... – Polly ficou totalmente confusa. Havia um Boone e uma Bonnie, mas a pronuncia dos dois nomes era quase a mesma – Entrem em um acordo para não ter essa confusão de nomes toda hora.

— Depois nós fazemos isso, cuide de sua amiga! – Boone falou pegando sua arma do chão e deixando as moças para trás, descendo para os andares inferiores junto com Robert, Ford, Félix e Tobbie indo averiguar a situação que só iria piorar em questão de horas.

 

— Flashback –

 

Dia do Contágio. Boone sabia que iria para a cadeia se não entregasse todos os seus amigos, ele só havia duas alternativas: Perder suas amizades para sempre ou garantir sua liberdade e quitar sua dívida com a lei. Boone havia se envolvido num grupo de vandalismo e por incrível má sorte foi único que havia sido pego e levado para a Delegacia de Henderson, onde seria interrogado.

Boone tinha os cabelos pretos, usava vários piercings no seu rosto e tinha uma enorme tatuagem nas costas e uma no braço, sua roupa tinha um mero estilo gótico e com alguns símbolos ligados à gangues.

— Eu não tenho nada para falar – Boone estava frente a frente para o promotor de justiça, que anotava até as mínimas coisas em um grande bloco. Sabia que se entregasse algum deles teria problemas maiores do que com a polícia.

— Estamos a meia hora aqui, nós sabemos que você tem muito a falar – O promotor falou com suas mãos entrelaçadas sobre a mesa – Vamos Boone, nós podemos deixar você até mesmo como anônimo se colaborar, casos de vandalismo menores como o seu não chegam nem perto como assassinato e tráfico de drogas – O promotor deu uma última proposta para Boone – Se colaborar com a investigação, nós vamos te soltar.

— E se eu me recusar a falar? – Boone estava ficando tenso naquela sala.

— Sabe que vai passar pelo juiz, vai para julgamento, irão atrás dos seus ‘’amigos’’ de qualquer jeito e você vai pegar de seis a três anos numa prisão de segurança mínima – O promotor falou e Boone não tinha outra alternativa.

De repente o interrogatório foi interrompido por um policial.

— Me desculpe, mas precisamos de todas as unidades da delegacia para ajudar no centro de Henderson, inclusive do senhor, estamos sofrendo diversos ataques por lá, a guarda local não consegue conter a confusão – O policial disse e rapidamente saiu dali.

— Você vai ficar na delegacia em observação – O promotor havia encerrado o interrogatório, colocando as poucas informações obtidas por Boone em uma pasta azul, ele a guardou em um armário de metal. Ele levou Boone para o hall de entrada da delegacia, onde um único guarda ficaria vigiando o mesmo – EI, O QUE É ISSO?! – O promotor perguntou antes de colocar Boone algemado numa cela vendo um policial entrar com um homem descontrolado na delegacia, colocando a algema que o continha presa numa cadeira.

— Esse cara não para de morder os outros – O policial falou e o homem tentava se levantar da cadeira para tentar morder o policial. Boone olhava aquilo um pouco assustado e se afastava aos poucos do promotor, o olho do rapaz estava branco e uma enorme marca de mordida estava em seu pescoço – Eu dei três tiros na perna dele, mas ele não caia!

Aos poucos a delegacia ia se enchendo com gente do mesmo jeito que o rapaz, os policias os colocavam nas cadeiras com algemas ou os prendiam nas celas, mas eles atacavam os prisioneiros, que acabaram ficando do mesmo jeito, até que a situação começou a ficar fora de controle por ali.

— Você me disse que isso é no centro da cidade? – O promotor perguntou horrorizado com a situação.

— É na cidade inteira! – Uma policial falou vendo um deles indo para cima de policial, derrubando-o no chão – SAI DE CIMA DELE! – A policial tentou ajudar o colega, mas também foi atacada.

O promotor foi para cima do zumbi que matou os dois policiais, atirando no mesmo sem parar, até que finalmente havia acertado a sua cabeça e o mesmo havia parado de se mover, morrendo finalmente.

— Atirem na cabeça deles! Não tenham dó! – O promotor falou para os policiais e se virou para trás, vendo que Boone havia sumido dali – DROGA!

 

— Flashback OFF –

 

— Eles foram embora! – Kei gritou vendo Ford, Robert e os outros se aproximarem da mesma, a oriental estava com um arranhão no rosto devido os fragmentos da bomba.

— Eu usei as bombas, mas não matou nenhum deles, apenas os espantaram – Horan disse com a respiração pesada, seu cabelo estava grudado na testa devido o suor e ele mal conseguia se apoiar sozinho.

— Levem o Horan para cima – Ford disse para Tobbie e Felix – Precisamos dar um jeito de sair daqui antes que aquele grupo volte para fazer algo pior.

— A Kei matou uma mulher do grupo deles – Nitori falou e Kei a encarou com repúdio – É óbvio que eles irão voltar. Está na cara que eles vão se vingar matando a Selena ou a Jenny, ou se não mataram as duas.

— Não tem mais o que fazer por elas – Renata falou e Ford a ignorou – Vamos aproveitar a chance que temos de sair daqui antes que eles apareceram com coisas piores – Kei, Robert e todos os outros ficaram em silêncio – Poxa mano! Ninguém quer me escutar aqui? Robert! – O rapaz olhou nos olhos da garota – Você sabe que eu to certo, a gente só viu nossos amigos serem assassinados nesse último ano, não quero ver você, a Polly ou a Kei indo embora por causa de duas incompetentes – Aquilo foi estopim para Ford, ele havia ido para cima de Renata.

— EI! CALMA AI! – Robert largou sua arma no chão e foi para cima de Ford tentando tirá-lo de cima de sua amiga, Ford começou a apertar o pescoço de Renata e o rosto da moça começou a ficar vermelho. Tobbie e Felix encostaram Horan na parede e foram até Ford tentando arrancá-lo de cima de Renata, mas ele não a soltava de jeito nenhum.

— SOLTA ELA! – Kei deu um tiro na perna de Ford e ele finalmente havia soltado Renata, que foi amparada imediatamente por Boone e Robert. Kei continuou com sua arma apontada para Ford, enquanto Felix e Tobbie haviam acabado por ficar do lado de Kei. Ford havia perdido a razão ali – O que você tem na merda da sua cabeça?! – Ford encarou Kei, ele mal sentia a dor da bala alojada em sua perna.

— Vocês podem sair do grupo, eu não tenho responsabilidade mais alguma com vocês – Ford disse sendo ajudado por Tobbie a se levantar naquela situação crítica – Eu tenho duas mulheres para salvar, vocês não têm nada a ver com isso – O homem se levantou ficando de frente a frente para Kei, que ainda apontava a arma para ele – Peguem as suas coisas e saiam quanto antes...

— MEU DEUS! ME AJUDEM AQUI! – Nitori foi socorrer Horan que estava no chão com uma forte tontura – PELO AMOR DE DEUS! – Robert e Kei foram até Horan, enquanto Boone ajudava Renata a recuperar o ar.

— Espera aí... não agora Horan! – Kei disse desesperada checando o pulso do rapaz, que ficou desacordado de repente.

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM ELE?! – Nitori gritou desesperada, puxando os próprios cabelos.

— ELE ESTÁ INFARTANDO! A GENTE PRECISA LEVAR ELE PRA DANITA E A BONNIE AGORA! – Kei deu um grito, Félix e Robert vieram ao socorro dele, Boone colocou Renata em seu colo e levou a garota para onde o resto do comboio estava.

— Temos problemas! – Tobbie falou ajudando Ford a se mover. Os zumbis do supermercado estavam saindo dele agora vinham em direção ao grupo, eram vários deles vindo de diferentes direções.

— Meu Deus! – Kei falou desesperada. Félix tinha músculos avantajados e começou a carregar Horan, enquanto Robert fazia massagem cardíaca – Se certifiquem que ele não parou de respirar, precisamos manter ele respirando até chegarmos lá. Rezem para a Danita e Boone terem equipamento para salvá-lo – Kei atirou em dois zumbis que quase atacaram Tobbie e Ford – ANDEM LOGO!

Enquanto todos subiam para os andares superiores, Kei continuava matando os zumbis que ousavam avançar contra ela. Kei não tinha muito tempo até as balas acabar, era isso ou iria perder a vida ali. Kei pegou a única granada que tinha presa em seu cinto de couro e a lançou no meio dos zumbis e subiu a escada rapidamente antes que mais uma explosão a atingisse. Era o único tempo que tinham até uma ameaça pior surgir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O próximo capítulo finalmente será revelado o destino de Jenny e Selena. Até o próximo! :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contágio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.