Contágio escrita por MrArt


Capítulo 53
Estação 3 - Capítulo 53 - União


Notas iniciais do capítulo

Booooooooa noite :3

Mais um capítulo!



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O lugar continuava em silêncio completo, Louise estava abraçada ao corpo da irmã recém assassinada, Abner abaixou a cabeça e preferiu não ver aquilo. Mais uma pessoa da família estava morta.

— Foi... um acidente, eu tentei segurá-la – Alejandro disse tremendo, ele jogou sua arma no chão e as drogas também. Todos permaneceram em silêncio, Akio correu para perto de Kei, que mandou todos abaixarem as armas. Renata virou o rosto tentando disfarçar as lágrimas, Veridiana e ela rapidamente se tornaram amigas, mas tudo acabou por um erro de Alejandro.

— Desgraçado... – Abner pegou a arma que estava presa a cintura e apontou para a cabeça de Alejandro, que se abaixou antes da bala o atingir, furando a parede bege. Todos entraram em pânico com medo de serem atingidos por uma das balas que Abner disparava sem cessar, as balas acertavam as paredes, até que a última novamente mantéu o silêncio.

Louise que segurava o corpo de Veridiana, agora estava sobre ele, a bala havia acertado em cheio seu peito. Louise morreu na hora. Kei entrou novamente no quarto e apontou a arma para Abner, disparando inúmeras vezes contra o rapaz, que rapidamente caiu morto no chão, e uma enorme poça de sangue com aqueles três cadáveres começou a sair pelo corredor. Alejandro estava encolhido em um canto, com a calça e a face toda suja de sangue, aquilo tudo havia sido causado indiretamente por ele.

Os errantes estavam loucos do lado de fora tentando entrar, até que as grades começaram a se romper e cair com a pressão de tantos que estavam tentando passar de qualquer jeito, e o sangue dos corpos começava a exalar no ar, deixando-os ainda mais agressivos.

— Eu não entendo! - Polly gritou boquiaberta - Vimos praticamente uma família inteira morrer! Ainda mais quando chegamos para eles! Somos amaldiçoados, só pode! - Olhou os corpos horrorizada e mais uma vez gritou, estava com o revolver em mãos e o apontou para Alejandro - Você tem que morrer… eles se foram por sua causa! - Polly ao contrário das outras vezes, não derramava nenhuma lágrima.

— Abaixe - K-Rencita falou se aproximando calmamente de Polly, segurou o braço da mulher e o abaixou lentamente - Ele não teve culpa, foi acidental, Veridiana não soube se controlar - K-Rencita apaziguou a situação - Respire… - Polly fechou os olhos e respirou fundo - Isso… - Retirou a arma da mão de Polly - Está tudo bem pessoal… não vamos mais matar ninguém, aconteceu, sempre acontece, precisamos manter todos juntos melhor do que nunca… se não nunca iremos sobreviver.



— Flashback -

 

K-Rencita havia furado o bloqueio de evacuação em Tijuana e fugiu sozinha com Alejandro com uma caminhonete roubada, as pessoas da Califórnia estavam quebrando as cercas da fronteira e atravessando o país ilegalmente, sabendo que o México iria virar um caos em questão de horas, K-Rencita e Alejandro já haviam estocado tudo o que podiam para poder invadir o território americano.

— Tem certeza que vai fazer isto? - Alejandro perguntou para K-Rencita enquanto passavam por uma cerca quebrada, várias pessoas faziam o caminho oposto entrando no México, até que K-Rencita quase atropelou uma mulher - EI! Sai da frente! - Colocou a cabeça para fora do carro, o parando logo em seguida - Que ótimo - Falou com sarcasmo e saiu do carro irritada - Vão querer invadir o México mesmo? Essa peste já chegou lá.

— Espera… eu não sai de Denver de ônibus para ouvir isso… que maravilha - A mulher revirou os olhos e olhou para um rapaz - Dolov, não sei mais o que fazer, estamos a dias tentando sair da Califórnia, Los Angeles está lotada daqueles infectados, todos os centros de evacuação estão destruídos - A moça disse segurando uma lanterna e uma faca, o outro rapaz estava apenas com uma mochila nas costas.

— Estamos entrando na Califórnia enquanto aí se esvazia, não percebeu que com menos gente a concentração de infectados fica baixa? - K-Rencita perguntou mostrando os dados da queda de habitantes nos últimos dias - Fora os que vem morrendo ultimamente.

— Mas não viu na tv o que aconteceu com Denver? - A mulher perguntou indignada com K-Rencita - Saí de lá as pressas antes que fechassem a cidade, depois fugi vários dias em direção à Califórnia enquanto a infecção se espalhava… - Ela disse chateada - Depois encontrei Dolov num dos ônibus que nos tiraram de lá… agora estamos aqui - Falou levando um empurrão de uma pessoa.

— Temos que sair daqui… não tentem entrar no México, lá está ficando muito pior - K-Rencita disse abrindo a porta da caminhonete para os dois, Dolov protestou inicialmente com Lupita, achando que era alguma emboscada, mas não haviam tantas alternativas de fuga naquele momento e K-Rencita era a única pessoa que havia conseguido atravessar a fronteira de carro, e a única a ir pelo caminho oposto - Vocês vão morrer se atravessar essa fronteira - Disse acendendo um cigarro, enquanto ouvia os gritos das pessoas.

— K-Rencita… vamos logo - Alejandro disse dentro do carro - Alguém vai tentar nos saquear se ficarmos parados - Falou com seu revólver em mãos.

— ELES ESTÃO VINDO! - Um homem gritou fugindo com os filhos enquanto dois errantes se aproximavam das pessoas que atravessavam a fronteira, acabou deixando uma das crianças para trás que se perdeu no meio das pessoas.

— Temos que ir com eles… - Dolov finalmente havia concordado com Lupita, os dois rapidamente entraram dentro da caminhonete de K-Rencita, e então deram um jeito de sair daquele enorme caos.



— Palácio Oeste -



Os corpos de Veridiana, Louise e Abner rapidamente foram descartados em algum lugar do hotel, sem alguma cerimônia ou alguma fala, não tinham tempo para fazerem memoriais ou algo do tipo. Não era a primeira vez que perdiam pessoas e não era a primeira vez que deixavam seus corpos em qualquer lugar depois de morrerem de forma tão brutal, ou até mesmo pior.

Os muros estavam cada vez mais perto de se tornarem inúteis, uma vez que parte do Hotel estava destruído por causa de Alejandro, um número maior de errantes se aglomerou nos muros, provocando uma força extremamente superior.

Todos se aglomeraram no andar de cima e barricaram a escada de acesso caso os zumbis conseguissem invadir o local. Era um tempo muito curto para decidir o que fazer e todos saírem vivos.

— Mais uma vez - Kei falou extremamente irritada e cansada - Temos que fugir dessas pragas nojentas novamente, foi a mesma coisa no acampamento, no laboratório e na fazenda, agora aqui também? A gente tem um imã, ou melhor, vocês tem!

— Já passamos tanta coisa pior, eu lhes garanto - K-Rencita disse encostada na parede do corredor.

— Você não entende - Dessa vez Robert que falou - Todo o lugar que encontramos ou perdemos ele, ou acontece alguma outra coisa ruim, você mesmo disse que está aqui a meses, chegamos deve haver nem uma semana e já tem centenas de zumbis do lado de fora - O loiro disse indignado com o grupo em si - Agora mais uma vez precisamos de um plano de fuga.

— A ideia é que eu tenho… o caminhão e as armas -  K-Rencita disse - Pegamos tudo no armazém e saímos daqui matando quantos zumbis for necessário para nos dar tempo de fugir… o caminhão tem gasolina é uma boa ideia também - A mexicana falou e logo acendeu um cigarro.

— Alguém pode distrair os zumbis enquanto os outros fogem, pode nos dar bem mais tempo - Akio falou e Bel rapidamente o olhou totalmente irritada. Desde que Lia havia morrido Bel nunca mais havia conversado com Akio.

— Não ouçam esse japonês assassino! - Bel gritou e apontou o dedo para Akio, fazendo todos ali os olharem - Minha irmã morreu por sua causa! Desgraçado! - Ela quase voou para cima de Akio, mas Renata e Topher a seguraram.

—  Sem brigas, os dois! Tivemos coisas demais para um dia só! - Kei falou entre os dois - A nossa prioridade máxima agora é manter a Kimberly e o Robert a salvo - Ia terminar mas foi interrompida.

— Eu?! Como assim? - Robert indagou.

— Você tem uma parte da barriga que ainda está costurada - Polly falou ao lado de Robert - Se você começa a fazer movimentos mais bruscos, além dos que já fez, sua barriga vai começar a abrir… e eu não estou muito afim de ver suas tripas caindo no meio do caminho - A loira falou com um sorriso sarcástico e Robert virou o rosto, sem argumento algum.

— Enfim - Kei disse segurando o riso - Iremos sair daqui o mais breve possível, recolham tudo o que puderem, irei pegar o caminhão.

— Irei com você - K-Rencita disse jogando o cigarro no chão e pisando sobre o mesmo, pegou sua melhor arma e a carregou - Alejandro e Polly… levem todos para o caminhão enquanto distraímos os zumbis, nos encontraremos na rodovia, não se preocupem - K-Rencita disse e Kei revirou os olhos e deu um breve aceno para Polly.

— Vamos - Kei falou para K-Rencita e as duas saíram correndo do corredor e desceram as escadas, desmontando a barricada que fizeram e seguiram até a porta de saída do Hotel, ao finalmente chegarem nos jardins e no caminho para os portões, viram que alguns zumbis conseguiram entrar e estavam se espalhando por todo o terreno - Droga… - Kei falou olhando o outro lado dos jardins, onde o caminhão estava parado - Tem zumbis ali! - Falou com seu facão em mãos. A oriental deu alguns passos para trás - Não iremos conseguir passar o portão a tempo.

Kei e K-Rencita ficaram uma vira de costas para a outra, vendo os errantes entrar por entre as barras de ferro caídas. Kei sabia que iria dar problema o plano e que mais alguém iria morrer, era sempre assim. De repente, viu a porta de emergência ser aberta por Polly, que sem perceber os errantes no estacionamento, correu direto para o caminho junto com os demais atrás de si.

— Droga! VOLTEM! - Ouviu Polly gritar, mas alguns errantes já tomaram conta da porta de emergência.

— Precisamos ajuda-los! - K-Rencita disse atirando em alguns zumbis próximos de nós - Isso só está atraindo mais deles… - A mexicana falou enquanto eu estava em transe - KEI!

— Não sei… são muitos. - Ouvi um enorme barulho e nos duas nos viramos enquanto ouvia os gritos no estacionamento. O portão havia caído e ainda mais errantes começaram a entrar, deixando Kei e K-Rencita ainda mais receosas - Merda… Merda! - A oriental puxou K-Rencita, que ainda matava alguns zumbis pelo terreno, correndo em direção ao caminhão, que começava a ser cercado por eles.

— KEI! - Polly falou enquanto ajudava os outros a entrarem na carga do caminhão. Alejandro e Lupita tentavam eliminar alguns zumbis, mas cada minuto o número aumentava - NÃO SE APROXIMA! ELES VÃO PEGAR VOCÊS! - Polly derrubou um errante no chão e se desviando de outro.

— Robert! Dá partida logo nesse carro! - Kei griitou desviando de alguns zumbis com K-Rencita, vendo Robert e Bel na cabine do motorista tentando ligar o carro, atirava nos errantes que se aproximavam do caminhão, deixando algumas balas atravessarem o compartimento de carga, enquanto Alejandro e Lupita fechavam-no, com os outros lá dentro. Os dois e Polly foram ao encontro de Kei e K-Rencita, que continuavam a disparar contra os errantes que se aproximavam. O caminhão queria ligar e estava muito complicado conseguir sair dali com vida.

— Vamos ter que sair por outro local! - Alejandro disse empalando o facão na cabeça de um dos zumbis.

— O caminhão não quer ligar! - Robert gritou da janela da cabine, enquanto os outros matavam os errantes que não paravam de avançar contra eles.

— Isso não pode ficar assim - Kei falou e ouviu um berro.

— SOCORRO! - Lupita gritava enquanto um errante segurava seu tornozelo, ela tentatava acertar a bala na cabeça do errante mas não conseguia devido o desespero - NÃO! - O errante mordeu seu tornozelo e sua arma caiu no chão e uma quantidade de sangue começou a jorrar no chão. K-Rencita jogou todas as suas coisas para o alto e foi correndo ajudar a amiga, matando o zumbi rapidamente

 

— Flashback -

 

Haviam passado por Los Angeles, Santa Mônica e até mesmo por São Francisco. A última cidade havia sido destruída pelo governo para conter a infecção, mas tudo foi em vão e perda de tempo, apenas aumento o número de mortos-vivos. K-Rencita, Alejandro, Lupita e Dolov continuavam fugindo pela Califórnia, em acampamentos móveis a todo o momento.

Era frequente encontrar saqueadores por todo o local, mas durante os meses, foi mais difícil avistá-los pelas cidades ou estradas. Além de tudo isso, ficou mais difícil encontrar comida e água potável, uma vez que a maioria dos lagos e rios estavam infectados e os mercados saqueados.

— Já estamos longe da Califórnia… - Dolov falou fumando dentro do carro - Em breve estaremos em Nevada.

— Não há mais nada na Califórnia - Lupita dividiu o cigarro com Dolov, enquanto K-Rencita dirigia entediada pela estrada e Alejandro olhava para as estrelas no céu, que após meses sem poluição no ar, estava extremamente limpo - Precisamos encontrar um lugar fixo.

— Olha só… - Dolov falou enquanto olhava um mapa de Nevada e avistou um ponto preto - Tem uma cidade bem isolada… se chama Lemmon Valley, fica um pouco longe, mas podemos chegar lá antes do anoitecer - O moreno falou jogando o cigarro pela janela do caminhão. Os quatro estavam na cabine e todas as suas coisas na carga.

— Então… Vamos para Lemmon Valley - K-Rencita disse tomando o mapa das mãos de Dolov enquanto dirigia numa velocidade moderada. Traçou a rota e foi em direção à cidade.

 

— Palácio Oeste -

 

Enquanto Lupita berrava de dor e K-Rencita a segurava. Kei não parava de matar zumbis com toda a força que ainda lhe restava. Rapidamente K-Rencita levou Lupita para dentro do hotel enquanto Alejandro a cobria, matando outra quantidade de zumbis que tentavam entrar no prédio.

— Iremos ter que amputá-la! - Alejandro gritou Kei, dilacerando a cabeça de um errante - Faça o possível para que esses errantes não entrem aqui! - Gritou fechando a porta com força.

— Então tá né - Kei disse para si mesma e para Polly, as únicas que estavam armadas e vários zumbis ainda entrando no local e apenas as duas armadas - Vamos dar um jeito nisso agora… - Kei correu para cima de um zumbi, pulou e acertou o facão que Alejandro usava e acertou na cabeça do errante.

— Eles nos darão trabalho! - Polly falou enfiando uma chave de fenda na testa de um zumbi - São muitos!

— Eu mereço - Bel disse saindo da cabine do caminhão com um machado e logo matou um zumbi com a arma.

— Estão ouvindo isso? - Renata disse dentro da carga do caminhão - Elas precisam de ajuda! Vamos ir lá! - Renata pegou alguns bastões que havia dentro do caminhão e deu para Topher e Akio.

— Ei… e eu?! - Kimberly disse se levantando - Só por que estou grávida, não quer dizer que sou inútil - Pegou um dos bastões e se preparou - Vamos acabar com esses malditos, não deixaremos mais um lugar cair por negligência.

— Tudo bem… no três! - Renata disse, parou e revirou os olhos segurando o bastão - TRÊS! - Subiram o compartimento e pularam do caminhão. Renata já havia matado um errante logo de cara, enquanto Topher e Kimberly estavam juntos matando outros perto da entrada do Hotel, Akio enquanto estava no caminhão, havia preparado um coquetel Molotov caseiro, ensinado por Kei algum tempo atrás.

Robert assistia aquilo impaciente, vendo todos fazerem os zumbis caírem certamente, sem vida no chão e ele era o único parado naquele caminhão e tinha seu único facão em seu colo - Eles não podem ficar sem mim - Disse para si mesmo, olhando Polly matando dois errantes de uma vez - Robert passou para o outro banco e abriu a porta, saindo de dentro do caminhão, ouvindo todo o barulho dos errantes, que continuavam a diminuir seu bando.

— O que faz aqui?! - Polly disse ao lado de Robert, derrubando um zumbi no chão e esmagando sua cabeça com a bota.

— Vim ajudar… uma mão a mais sempre é melhor - Falou com um sorriso desanimado, mas por fim conseguiu matar os errantes.

Aos poucos, todos os zumbis começaram a diminuir e por fim, pararem de entrar no terreno do Hotel. Todos uniram as suas forças e um a um os errantes foram caindo, fazendo com que uma enorme quantidade de corpos ficasse em volta do Hotel, além de um cheiro totalmente desagradável no ar. Mas tudo aquilo havia valido a pena.

Por enquanto.

 

— Flashback -

 

Enquanto K-Rencita fazia a vigia junto com Alejandro, Lupita e Dolov estavam na cozinha do Hotel.

— Nem me lembro da última vez que comi carne - Lupita falou se encostado na bancada, junto com Dolov, que havia terminado de comer.

— Pois é… se fosse para comer carne mesmo, teríamos que matar uns aos outros - Os dois riras. Dolov se segurou na bancada.

— Você está bem? - Lupita colocou as mãos no ombro de Dolov - DOLOV! - Gritou ao ver Dolov vomitar sangue no chão da cozinha, sua pele ficou branca rapidamente, deixando Lupita ainda mais assustada. Ela o segurou enquanto o mesmo não continuava parado - SOCORRO! K, Alejandro! SOCORRO! - Ela berrava, num breve momento não conseguiu segurar Dolov, e ele caiu no chão.


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