Contágio escrita por MrArt


Capítulo 52
Estação 3 - Capítulo 52 - Liberdade


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura o/



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— Quatro dias depois –

 

Depois de todo o grupo ter se encontrado no Palácio Oeste, K-Rencita ficou admirada com o tamanho que eles eram, mas seriam maiores se A.J, Helena, Randall, Mitchell, Afonso, Cristine e Dorothy não tivessem morrido durante os eventos da fazenda e pós-fazenda. ‘’Acolher’’ aquela enorme quantidade de pessoas no Hotel seria boa para o trio que reside por lá, mas K-Rencita não seria burra de tirar os olhos deles.

— Como anda a vigia? – K-Rencita chegou ao topo do Hotel, onde Kei estava fazendo a vigia, olhando todo o quarteirão. A oriental estava com suas armas em uma mesa, assim como alguns alimentos e água cedidos por Lupita – Você é bem preparada...

— Isso não é boa preparação, é ser inteligente, se tiver que sair numa emergência, já tenho tudo em ordem – Kei disse – Aliás, o Akio está bem? – Perguntou.

— Está com os outros, ajudando nas barricadas das janelas -  A mexicana disse fumando um cigarro – Com mais pessoas aqui, melhor reforçar a segurança, os errantes começarão a vir para cá, antes só trancávamos as coisas quando saiamos para pegar alguma coisa, raramente – Revirou os olhos – Mas agora temos mais vantagens com a segurança.

— Uma coisa... não barrem as janelas de baixo com madeira, as chuvas vão vir e as madeiras irão apodrecer, vai ser inútil o esforço de vocês – A oriental disse colocando suas luvas de couro.

— O que você sugere? – K-Rencita perguntou cruzando os braços.

— Placas... partes de telhados... esses materiais de ferro que seguram as coisas, devem ter por aí no hotel, tentem usar as portas dos quartos desocupados... podem segurar também – Falou pegando sua arma – Qualquer coisa que não deteriore rápido demais.

— Tudo bem... vou usar sua dica – K-Rencita falou meio incerta, e saiu do topo do hotel, voltando ao encontro dos demais.

— Idiotas – Kei falou baixo enquanto pegava um cigarro. A oriental não era de fumar, mas nos dias que se passaram andou muito estressada – Isso já está velho... que droga. – Jogou o maço do terraço.

— Esse não está velho – Robert apareceu ao lado de Kei, quase que a assustando. Quase. Ele segurava um maço verde nas mãos – Isso tudo é uma droga mesmo – Ele pegou um dos cigarros e o fumou.

— Você ficou maluco? – Kei pegou o cigarro da mão de Robert e o fumou – Você está em recuperação ainda, não deveria nem ter vindo aqui – Ela tirou o cigarro da boca – Como está lá embaixo?

— A mesma mesmice que sempre fazíamos, estão tentando barricar tudo nos andares de baixo. Alejandro quer duas pessoas para ir pegar comida num mercado que tem aqui por perto – Robert falou colocando sua touca preta – Já percebeu que todo o lugar em que chegamos alguém sempre morre? Já perdi as contas de quantas cabeças já tive que dar um tiro nos últimos meses... onde será que toda essa gente deve ter ido? – Robert ficou meio paralisado.

— Em um lugar muito melhor que o nosso, ou não, o Gus e o Don não estão – Kei disse fumando outro cigarro, ela jogou a bituca no chão e voltou sua visão para uma das ruas próximas ao Hotel – Errantes... – Viu um grupo de sete deles vindo para as ruas do hotel.

— Mais dois... três, quatro! – Robert avistou mais alguns grupos de errantes entrando na rua do Hotel – Temos que avisar eles lá embaixo!

— Era só o que me faltava... aquela horda está vindo para cá agora! – Kei pegou um dos fuzis dado por Alejandro e correu para os andares inferiores junto com Robert, não demorando muito para encontrar alguém – Barricaram tudo?!

— Já conseguimos fechar todas as janelas e as portas... – Bel falou com um martelo em mãos – Algum problema?

— Errantes, vários deles vindo para cá, traga todos para os andares de cima e tranquem os corredores, vamos conseguir limpar eles daqui! – Kei falou jogando o maço de cigarro no chão e recarregando seu fuzil – Não deixarei mais ninguém morrer, preciso de você agora, Robert – Falou enquanto corria pelo corredor central olhava as janelas barricadas – Ache a K-Rencita, ela conhece todo esse lugar, precisamos de uma rota de fuga caso necessários

— Não vamos ter tempo para encontrá-la, esse hotel é grande – Robert falou com seu revólver em mãos, enquanto corria com Kei, tentava recarregar a arma, depois de dias sem usar uma -  O lugar está barricado, se formamos uma estratégia podemos desvia-los daqui – Os dois pararam ao ver Alejandro e K-Rencita saírem de um dos quartos, segurando duas armas.

— Isso é um... – Kei ficou totalmente perspicaz ao ver as armas deles – Lança granadas?

— Exatamente... – K-Rencita segurando a arma pesada. Kei se sentiu com inveja daquilo – Eliminaremos eles rápido e sem nenhum problema, podem poupar suas balas e as guardem, isso vai ser muito rápido... – Deu um sorriso, que pela visão de Kei, foi maléfico – Vamos subir para terraço e lançar as granadas, fiquem de olho se o hotel não vai sofrer danos com a explosão. Oi Polly! – Ela disse após se encontrar com a loira nas escadas.

Polly foi até nós e olhou confusa.

— Vocês viram aquilo? – A loira perguntou se referindo as armas de K-Rencita e Alejandro – Aquilo eram lanças granadas! Sabem o estrago que aquela coisa faz né? – Colocou seu pequeno machado no chão – Bel me falou dos zumbis, eu iria ajudar vocês... mandamos todo o pessoal para andares de cima – Polly disse e colocou as mãos na cintura.

— O lugar não é nosso, estamos de passagem, deixem eles fazer o que bem entendem – Kei disse retirando suas luvas pretas e as jogando no chão – Demos sorte de encontra-los quando estávamos naquela situação de risco.... Mas depois, reuniremos quem quiser vir conosco – A oriental falou ouvindo os barulhos das granadas explodindo do lado de fora.

— Isso... faz o hotel todo tremer! – Bel desceu correndo as escadas, quase que caindo – Têm certeza que eles estão matando aqueles errantes?! – Ela olhou para o lado e viu uma das madeiras de proteção cair devido ao hotel não parar de tremer.

— Eu falei que madeiras não deveriam ser usadas, mas ninguém me ouve... – Kei revirou os olhos – Uou! – Ouviram um impacto mais forte vindo dos fundos do hotel.

— Veio das saídas de emergência... isso não é bom – Bel falou correndo em direção do estrondo, os três a seguiram, um alarme havia sido acionado e um barulho infernal começou a ecoar nos corredores do andar térreo – Veio dali! – Tornaram a correr e viram que uma parte do corredor sul havia sido destruída.

— Belo trabalho que eles fizeram... – Kei falou vendo outro grupo de zumbis se aproximarem do muro do hotel – Algum dos dois retardados deixou uma granada escapar e caiu aqui... – A oriental continuou olhando os errantes.

— Olhem só... – Robert disse atentamente e as três mulheres o olharam – Eles não estão andando juntos... estão se espalhando pelos muros – Respirou – Como se quisessem no cercar.

— Eles estão nos seguindo desde a fazenda... só pode – Bel falou com as mãos na cabeça.

— Não é essa a questão que o Robert quis dizer... eles estão fazendo uma estratégia – Polly segurava o machado – Estão desesperados por carne... deve ter morrido tanta gente nos últimos meses que não vem sobrando nada para eles.

— Como eles não morrem de fome? – Bel perguntou angustiada – Não tem sentido.

— Eles são cadáveres ‘’vivos’’- Kei deu ênfase na sua última palavra – Cada dia que passa continuam em decomposição e não tem nenhuma necessidade... essas coisas estão dominando tudo – A oriental falou – Esses muros não vão aguentar por tanto tempo se eles se amontoarem, nem as grades.

— Estratégia? Grades? – K-Rencita apareceu segurando a arma, que saia um pouco de fumaça – Que merda... Alejandro é muito burro! Ele deixou duas granadas caírem aqui! Agora atraiu mais deles!

— Quer dizer que a munição acabou? – Kei perguntou parecendo preocupada por fora, mas ria por dentro.

— De fato, mas matamos uma grande quantidade deles – K-Rencita disse.

— E agora uma outra grande quantidade está se amontoando aqui – Polly cruzou os braços vendo mais errantes indo em direção ao muro do hotel.

— Não precisamos sair, o muro aguenta, já passou várias hordas por aqui, uma hora eles vão embora – K-Rencita disse – Essa parte do corredor... só barrarmos ela e não tem perigo nenhum – Ela jogou a arma no chão e a chutou para longe – Isso não vai ser mais útil... tomem cuidado – Saiu do corredor.

— Sempre uma ideia para tudo, incrível isso – Kei falou fazendo deboche da mulher – Muito prepotente, não sei como esse lugar ainda está de pé, que ódio!

— PESSOAL! PESSOAL! – Veridiana gritava pelos corredores e apareceu para nós correndo desesperada – ALEJANDRO E AKIO! – Kei ergueu a sobrancelha - Estão brigando!

 

— Flashback –

 

14 de abril de 2009, Veridiana Juarez de Luz é condenada a cinco anos de prisão por porte e tráfico de drogas no leste da Califórnia, outros comparsas como Lito Rodriguez e Carlitos Alvarado se encontram foragidos.

— Por aqui senhorita Juarez – A agente carcerária segurava Veridiana pelo braço e a conduzia para a sua cela na Prisão de Segurança Mínima de Los Angeles. Veridiana não esboçava nenhum sentimento, apenas odiava aquele uniforme laranja que estava vestindo – Bem-vinda a prisão – Ela entrou num bloco de celas com outra presa.

Tempos depois.

Com a pena reduzida em alguns meses, Veridiana seria liberada em março de 2014, estava prestes a ser liberada, estava com todas as suas coisas em uma mala cinza, como algum dinheiro depositado pelo tio Don e algumas cartas das primas Cristine e Louise. A nova agente carcerária havia dado todos os documentos de Veridiana para a mesma, que finalmente havia conseguido sair dali.

Estava em liberdade.

— É isso né... – A loira deu um suspiro e sentiu o ar da cidade de Los Angeles, já podia ouvir os barulhos dos carros e várias pessoas andando pelas ruas – Pois é mãe, não vamos poder nos ver – Disse para si mesma segurando a foto da mãe, que havia morrido em 2011 – O jeito é ir para o tio Don – Ela seguiu a pé com sua mala até a rodoviária da cidade, conseguiu pagar uma passagem para perto da cidade em que Don tinha sua fazenda e seguiu caminho.

A viagem seguia calma e serena, já estava quase amanhecendo o dia, quando uma notícia no pequeno televisor do ônibus, fez todos se voltarem a ele.

— Uma bomba, uma bomba atingiu a capital do Colorado – A repórter Beverly cobria tudo ao vivo, mostrando do alto de um viaduto de Denver, uma enorme fumaça branca vinda do centro da cidade, toda a cidade estava sendo evacuada por pessoas do exército – Há boatos de pessoas se atacando pela cidade, se você está na sua casa e perto da bomba, saia daí agora, em algumas horas a cidade entrará em quarentena absoluta, o motivo: radiação – Voltou ao ancora do jornal.

 

— Palácio Oeste –

 

— Eles estavam por aqui! – Veridiana falou enquanto subia as escadas correndo com os Kei, Robert, Polly e Bel. Podiam ouvir a gritaria de Alejandro e Akio do andar superior.

— O que merda está acontecendo aqui! – Kei entrou em um dos quartos e viu Alejandro apontar uma arma para a cabeça de Akio – EI, LARGA ISSO AGORA! – Todos os quatro apontaram suas armas para Alejandro.

— EI! – K-Rencita apareceu junto com Lupita, Louise e Abner – Alejandro?! – Olhou o moreno assustada.

— Esse rapaz folgado, começou a me afrontar – Alejandro ainda apontava a arma para Akio, extremamente irritado.

— Folgado?! Ele tem drogas nas mochilas dele! – Akio falou mirando o dedo para uma mochila vermelha atrás de Alejandro – Está cheio de entorpecentes dentro daquilo! Esse desgraçado ia drogar todos vocês.

— Drogas?! Você ficou maluco?! – Veridiana correu para cima de Alejandro para pegar a bolsa – Isso destrói a vida das pessoas, não posso deixar!

— EI, CUIDADO! – Alejandro tentou impedir Veridiana de pegar a bolsa, mas acidentalmente apertou o gatilho da pistola – NÃO! – A bala atravessou a cabeça da loira.

Veridiana caiu morta no chão.

Robert, Kei, Bel e Polly abaixaram suas armas, Louise foi correndo desesperada para o corpo de Veridiana. Todos estavam paralisados, Alejandro se sentou numa cadeira e colocou as mãos na cabeça, vendo o que havia acabado de fazer.

— O que aconteceu aqui... minha nossa – Renata apareceu com Topher e viu a cena, um enorme rastro de sangue começou a se espalhar no carpete marrom claro.

O local ficou em silêncio.


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