Contágio escrita por MrArt


Capítulo 50
Estação 3 - Capítulo 50 - Último Suspiro


Notas iniciais do capítulo

50 CAPÍTULOS!


ESSE ESTÁ ESTRONDOSO! SOCORRO!

Boa leitura o/



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— Narrador On -

 

Kei ajudava Robert a se levantar e leva-lo até a sala de jantar, o rapaz já estava bem, só precisava se recuperar depois da cirurgia que foi feita. Dorothy havia preparado o almoço do dia, e desta vez, todos iriam participar da refeição. Don por sua vez, não estava presente com sua família, ele disse para a esposa que iria passar a tarde cuidando de sua vasta plantação e recuperar a que foi perdida pelos errantes.

— É bom ter vocês aqui – Cristine falou para Kei, colocando os pratos na mesa, enquanto Abner e Afonso montavam algumas mesas na varanda – Não temam o Don, ele é uma pessoa muito difícil, mas não ao ponto de matar.

— Depois do que a Bel fez durante a madrugada, não espero mais nada dele – Helena falou enquanto mexia o ensopado que Dorothy havia preparado – Bem provável que ele foi ficar sozinho para refletir sobre o que ele fez.

— Eu não consigo entender nada – Robert sussurrou para Kei.

— É bom ficar sem entender... – Kei sussurrou de volta para Robert – Como vai Akio? – Kei viu o oriental na porta de entrada da cozinha.

— Estou melhor... consigo andar sem dificuldade – Akio disse enquanto se encostava na parede da cozinha, enquanto via os outros arrumarem a cozinha – Quanto tempo... que eu não como um bom ensopado – Ele foi até Helena, que ainda mexia no ensopado.

— Se você encostar um dedo nessa panela, corto sua mão de noite – Helena falou extremamente irritada para Akio, que foi para perto de Kei.

— Pode ir se acostumando, tem gente demais aqui – Kei falou enquanto colocava suas luvas pretas – Vou sair um pouco para tomar um ar e ver se a Polly e o Topher estão vindo – A oriental foi para fora da casa – Uou... – Kei parou na porta ao ver Bel entrar com total fúria e saiu da casa.

— O almoço está pronto? – Bel se sentou ao lado de Robert, com a cara lotada de curativos.

— É.… ainda não – Robert olhou Bel totalmente confuso, vendo a situação que a garota havia ficado – Você está legal?

— Eu? Muito bem – Bel colocou sua pistola na mesa e começou a trocar o pente da mesma – E você... que bom que está andando agora, fiquei preocupada quando você levou aquele tiro.

— Só você? – Kimberly entrou na cozinha com Renata e Randall – O Derek se matou por causa disso, foi uma coisa muito doida, você deveria ter visto, foi muito doido, mas pelo menos você ficou bem.

— Espera... O Derek se matou? Como assim? – Robert perguntou preocupado olhando Kimberly, que levou um beliscão de Renata – ME RESPONDAM!

— Ele foi atacado na verdade logo depois que... ele atirou em você, um errante acertou uma mordida em seu pescoço e ele acabou se matando – Bel tinha que mentir, ela sabia que seria pior a verdade vir à tona para Robert.

— Cara a gente deveria se preocupar com o Topher e a Polly, eles até agora não voltaram... eles saíram muito cedo – Renata falou aflita, de vez em quando olhava para a janela – E se tiver acontecido alguma coisa no caminho.

— Calma Renata... – Randall disse tentando conforta-la – Eles podem estar trazendo mais coisas ou acharam outro carro, não dá para saber, só espera eles chegarem.

— Você não entende, eu quase nunca saio de perto do meu irmão, ele é minha responsabilidade... se ele morrer, eu estou sozinha – Renata foi até a janela e olhou o campo totalmente sem graça.

— Flashback –

 

Los Angeles havia caído, os militares não suportavam mais a quantidade de pessoas que estavam sendo evacuadas para o México, as fronteiras haviam sido todas bloqueadas para conter a infecção que só aumentava a cada minuto pela Califórnia, o prefeito de Los Angeles havia morrido e governador do estado havia morrido em uma queda de avião perto da fronteira com o Canadá.

Dos seus quase quatro milhões de habitantes, a maioria já estava morta, as pessoas tentavam sair da cidade por contra própria, os shoppings estavam sendo saqueados e as ruas vandalizadas, até mesmo o aeroporto sofreu com tais atos.

— Precisamos sair daqui... – Renata colocou seu casaco e saiu do seu quarto, ela encontrou seu irmão Topher no corredor – O que faz aqui? Devia ter saído enquanto podia, os militares não estão mais evacuando.

— A universidade só foi autorizada a nos deixar sair agora – Topher falou com sua mochila nas costas – Mas várias pessoas saíram por conta própria – Topher suspirou enquanto via vários de seus colegas correrem para fora da república – Vamos sair enquanto tem tempo...

— Mas vamos para onde? Para a casa da mamãe? Ela disse que já foi removida pelo exército, ela já está no México, ficamos dias presos aqui por causa do governo – Renata socou a porta do seu quarto.

— Vão sair ou não? – Dexter, ex-namorado de Renata saiu do seu quarto segurando seu bastão de beisebol – Não vou sair daqui sem me sentir seguro, é tudo ou nada! – Gritou, correndo até a porta de saída da república.

— Merda... vamos logo – Renata saiu correndo atrás de Dexter, Topher seguia a irmã, totalmente assustado, logo que saíram da república, viram que o campus havia se tornado um palco de guerra – Que coisa...

— Minha nossa... – Topher via uma garota sendo mordida no pescoço por um dos jogadores de futebol americano – Eles chegaram aqui!

— Que porra... – Dexter falou irritado, vendo a bibliotecária e uma líder de torcida, todas transformadas – Cuidado.

— DEXTER! – Outro jogador de futebol americano avançou no rapaz, mordendo seu braço, as duas mulheres o atacaram, mordendo seu ombro a bochecha – FUJAM! LEVEM O BASTÃO! AAAAAH! – Dexter estava sendo dilacerado.

— Merda... MERDA! – Renata pegou o bastão e puxou Topher, tentando fugir dali imediatamente.

— Fazenda -

 

Todos se encontravam agora na casa almoçando, algumas mesas foram montadas na varanda devido ao grande número de residentes no momento, Dorothy cozinhava muito bem, e não era atoa que muitos queriam repetir a comida.

— Isso é muito bom – Kei falou mastigando rapidamente, a oriental se levantou e pegou um prato com alguns pães cortados – Faz um tempão que não como algo tão gostoso.

— Depois de tudo o que a gente passou, e memorável comermos algo tão delicioso – Robert comia da sua sopa, Dorothy os olhava com total satisfação – Ah, Dorothy, pode guardar um pouco para a...

— Eu guardo para eles sim – Dorothy disse com um breve sorriso, ela foi até o balcão e pegou um prato, o enrolando numa toalha – Alguém... pode levar para o Don, ele está até agora na plantação... deve estar com fome.

— Eu levo – Mitchell levantou e colocou o prato de porcelana em que comeu na pia – Estava muito bom – Ele deu um sorriso, retribuído por Dorothy, o jovem pegou o prato e saiu da casa.

O terreno de toda a fazenda era gigante, sua extensão era dominada por pomares e plantações de trigo e milho, cujo Don vendia antes de todo o inferno começar, sua família era relativamente rica com o fornecimento de comida para grandes fábricas, mas tudo aquilo agora é só seu sem ter que vender nada para ninguém. Mitchell estava procurando Don pela plantação de milho, era muito dificultoso andar por ali, já havia perdido a localização do seu ponto de partida

Mas não era o mesmo para o homem.

— Ei... Don? – Mitchel viu Don agachado, jogando várias folhas no seu carrinho de mão, com uma pá presa ao solo – A sua mulher pediu para entregar esse prato para você e.… está tudo bem? – Mitchell notou que o homem estava muito quieto – Eu vou indo, está aqui se quiser comer – O jovem colocou a toalha no chão e o prato em cima da mesma e saiu em direção a casa.

— Você... não vai a lugar algum – Don se levantou, ele deu um tapa no carrinho de mão o derrubando, Mitchell olhou para trás assustado – Não ouse correr... eu falei – Mitchell saiu correndo, Don pegou a pá e foi atrás do garoto, que gritava desesperado por ajuda.

— SOCORRO! – Mitchell tentava correr entre os milharais, mas era difícil – AAAARGH! – O rapaz caiu no chão ao sentir um forte impacto em suas costas – Alguém... me ajuda... – Mitchell cuspia sangue, se arrastando no chão.

Don ergueu sua pá, olhou friamente o garoto se arrastar no chão, deixando um grande rastro de sangue na terra. Don foi cruel, ele bateu sem cessar nas costas de Mitchell, o mesmo ao menos pode gritar de dor, sua morte foi muito rápida. O assassino pegou a pá e a olhou, estava totalmente torta e ensanguentada.

Mas isso era só o começo para ele.

— O que...? – Don ouviu o barulho de errantes, havia passos por todo o lugar – Essas coisas de novo... – O homem pegou a pistola que estava presa ao cinto e se preparou para atirar – PORRA! – Don viu vários zumbis se aproximarem dele e a única coisa a fazer no momento era correr dali.

Todos na casa haviam acabado de comer, Dorothy e Cristine estavam lavando tudo enquanto A.J e Afonso bombeavam água para a casa, mal sabiam a ameaça que estavam os cercando. Todos estavam realmente despreocupados.

— Quer ir na entrada para ver se eles estão vindo? – Abner perguntou descendo a escadinha da casa, indo até Kei que estava sentada afiando sua faca.

— Bem... não tem muita coisa para fazer – A oriental se levantou e colocou faca presa ao cinto, pegou o rifle e o colocou pendurado no ombro – Uma coisa... ainda não confio em você, então nada de assunto? Me entendeu?

— Tudo bem... – Abner falou meio intimidado por Kei – Merda... MERDA! – Os dois pararam assustados ao ver vários errantes acumulados nas cercas, algumas partes já estavam prestes a desabar.

— PORRA! – O portão de entrada havia caído e os errantes começaram a entrar – CORRAM! CORRAM TODOS! – Kei gritou para Afonso, A.J, Bel, Renata e Randall, o resto do pessoal estava todo na casa e mal sabiam o que havia acabado de acontecer – Meu Deus do céu... – As cercas caiam a mais zumbis entravam sem cessar – Espero que o Topher e a Polly estejam vivos.

— TOPHER! NÃO! – Renata gritou desesperada sendo segurada por A.J, enquanto os outros corriam para dentro da casa.

— Puta merda... – Don parou na frente da casa, vendo a enorme quantidade de zumbis que estava seguindo para sua direção.

— Entra logo! – Kei empurrou Don enquanto puxava Renata com A.J para dentro da casa.

— São centenas deles, não vamos conseguir mata-los – Abner trancou a porta enquanto Afonso e Bel empurravam uma estante na frente da mesma – Isso não vai aguentar.

— MEU IRMÃO! – Randall gritou desesperado até Don – Aonde ele está?!

— Seu irmão...? – Don perguntou despercebido, olhando um Randall totalmente desesperado – Eu não o vi, ele estava atrás de mim?

— Eu o mandei levar comida para você... – Dorothy gritou enquanto fechava as janelas da cozinha – Que coisa! Ele está lá fora por minha causa! – A mulher começou a chorar.

— Calma, mãe! – Cristine segurou em seus braços tentando tranquiliza-la, mas a mulher estava totalmente descontrolada com todo o clima naquele lugar – Temos que fazer alguma coisa!

— Vamos todos ter que sair daqui imediatamente, se eles entrarem todos nós morreremos – Kei falou tensa enquanto todos a encaravam – Don, agora como nunca precisamos das suas caminhonetes, não adianta negar! Provavelmente perdemos duas pessoas para ir buscar gasolina já que você não ia deixar a sua! – A oriental falou nervosa.

— Isso foi culpa de vocês! Só entraram aqui para causar todo esse alvoroço na minha fazenda – Don deu grande ênfase na sua última palavra – Minha família me detesta, eu agora pouco sujei minhas mãos de sangue por...

— VOCÊ O QUE?! – Randall gritou desesperado, Helena e A.J tiveram que o segurar antes que ele avançasse para cima de Don, que permaneceu imóvel. Dorothy e Cristine o olhavam Don com extremo desgosto, Kei viu o jovem em desespero e logo falou.

— Temos que... ir pegar os carros – Kei falou perplexa – Helena, A.J, levem o Randall, Veridiana e Louise para a caminhonete – Suspirou – E o Robert...

— O QUE?! – Robert se levantou da cadeira totalmente irritado – Eu preciso ajudar vocês!

— Pelo amor de Deus Robert, olha o seu estado! – Kei falou perdendo sua paciência – Você vai sim, ainda temos o carro preto?

— Estão todos atrás da casa... acho que os errantes ainda não chegaram lá – Louise falou descendo as escadas com uma mochila em suas costas – Precisamos ir rápido, eles já estão chegando perto daqui.

— Minha nossa... eles são muitos! – Veridiana falou perplexa – Precisamos de armas, não vamos conseguir nos defender com as mãos.

— A bolsa... – Akio falou segurando-a, ele jogou para Kei – Minha coluna... Argh – Falou baixo.

Kei abriu a bolsa rapidamente, ainda havia várias armas nela, entregou uma Colt Phyton para Veridiana e outra para Louise, uma Desert Eagle havia ficado com Helena e a única Shotgun foi para A.J.

— Eu já tenho com o que me defender – Bel estava com seu machete – Me sinto completamente nua usando uma arma

— Então tá... – Kei olhou para Bel totalmente estranha - Isso fica com vocês... – Kei entregou os rifles para Renata e Kimberly – Ânimo Renata, você não vai encontrar seu irmão chorando o dia inteiro – Vocês ficam bem com essas armas? – Viu Afonso com sua espingarda e Pablo com um facão.

— Ficamos bem... – Pablo falou com total confiança – A Cristine vai precisar de uma...

— Tudo bem... – Kei jogou a última pistola que havia sobrado para Cristine, que estava ao lado da mãe – Isso fica comigo... – Ela pegou a Mp5 - Só atirem se for extremamente necessário, vocês não vão matar todos eles – Olhou para Don – Se você tentar alguma coisa com alguém desse grupo, arranco seus olhos fora – A oriental o encarou – Akio, vêm comigo! – Kei abriu a porta da casa.

— Você vai sair? E eu?! – Randall perguntou para Kei, vendo que havia deixado o garoto desarmado.

— Fica quieto e tenta não morrer para nenhum deles – Kei falou correndo para fora da casa junto com Akio – Bolem um plano e saiam daqui! Vou tentar afasta-los daqui! – Ela gritou antes de desaparecer da visão de todos.

— Tudo bem... como a Kei disse – Kimberly falou olhando para Helena e A.J – Levem que ela mandou para a caminhonete e vazem daqui, alcançaremos vocês, não se preocupem com nenhum de nós, já vimos violência o bastante ultimamente, nós damos nosso jeito – A garota prendeu os seus longos cabelos – Ficaremos bem.

— Flashback –

 

O sol estava muito forte, Kimberly havia passado o bronzeador no corpo, suas amigas Crystal e Libby estavam tirando fotos da praia de Santa Mônica. Enquanto estava deitada na sua toalha, acendeu seu cigarro e o fumou, o movimento na praia estava muito fraco, já que o governo havia aconselhado todos a ficarem em casa.

Kimberly estava no auge da sua carreira, havia conseguido uma vaga de maquiadora num concurso de beleza em Las Vegas, mas infelizmente havia sido cancelado por causa do risco de bioterrorismo e da suposta infecção no país. A moça era Nova Iorquina, mas se mudou para Los Angeles logo que completou três anos de idade.

— Precisamos voltar Kimberly – Libby falou com sua câmera em mãos, ela pegou sua bolsa que havia ficado com a amiga – Está ficando muito vazio, pode ser perigoso.

— É meio dia ainda – Kimberly falou ligando a tela do celular – É boato que aquelas estão aqui... e mais, aquilo foi no Colorado, os militares já tomaram conta disso, me poupe – Colocou seus óculos escuros.

— Merda... – Crystal falou nervosa vendo um homem andando em direção dela – Vou embora daqui, até mais, se quiser ficar aí Kimberly... boa sorte – A garota falou pegando suas coisas e colocando tudo na bolsa de uma vez – Estúpidas... AAAAAH! – Um salva-vidas havia derrubado Crystal, ele rapidamente mordeu o pescoço dela.

— PUTA MERDA! – Kimberly gritou totalmente assustada, ela se levantou desesperada, enquanto o salva-vidas arrancava um pedaço do pescoço de Crystal – DESGRAÇADO! – Kimberly tentou tirar o homem de cima de Crystal, mas a garota já estava morta, o homem se virou para Kimberly, olhando diretamente em seus olhos – DROGA, CORRE LIBBY!

— DE ONDE ELE VEIO?! – Libby perguntou nervosa enquanto ligava para a polícia, mas não havia sinal. Enquanto corriam, acabaram vendo que a cabine do salva-vidas estava com a janela lotada de sangue – Minha nossa... isso é real! – Elas se esconderam atrás de um quiosque, que estava fechado – Ele... ele arrancou um pedaço dela! Kimberly isso não é real! Não pode... eles mataram a nossa melhor amiga – Lágrimas caiam sem cessar do rosto de Kimberly.

O errante que elas haviam avistado ouvia o choro escandaloso de Libby, ele por meio da sua audição sensível, achou o paradeiro das garotas escondidas.

— Temos que fugir daqui. LIBBY! CUDIADO! – O homem que elas haviam avistado apareceu atrás da Libby, Kimberly tentou puxar a amiga, mas ele deu uma enorme mordida em seu ombro.

— AAAAAAH! – Libby gritava de dor – KIMBERLY! SOCORRO!

— Não... isso não é real... não pode estar acontecendo comigo – Kimberly não pensou duas vezes e saiu correndo da praia enquanto a amiga era devorada por um errante, sem ter nenhuma ajuda sequer.

A praia estava inteiramente vazia.

— Fazenda –

 

— A porta dos fundos tem uma pequena escadinha, um dos degraus estão soltos, cuidado com eles, meu pé já ficou preso neles – Dorothy falou enquanto descia as escadas do andar superior com um livro.

— Tem certeza que ficarão bem? – A.J disse segurando a shotgun – O outro carro está com pouca gasolina...

— Nós vamos conseguir sair, nem que seja cruzando o rio – Cristine falou se levantando do sofá e foi até a janela – Ainda bem que eles não nos viram aqui dentro – A loira via a enorme quantidade de zumbis transitando pelo terreno da fazenda.

— Vão... rápido – Pablo falou para A.J, que rapidamente assentiu, ele pegou a mochila e entregou outra para Helena.

— Que ótimo, não posso fazer nada – Robert reclamou colocou um casaco dado por Pablo, Helena o puxou, saindo da sala junto com Randall, Veridiana e Louise.

— Boa sorte, pai – Louise falou friamente antes que Don dissesse alguma coisa. Era a última vez que veria a filha.

— Espero que sobrevivam, eu desisto de todos vocês – Don se levantou de sua poltrona pegando sua arma – Acabou tudo por aqui – Todos que haviam ficado na sala o encararam com total desgosto – Eu irei sobreviver sozinho agora – O homem empurrou a estante abriu a porta da casa e viu vários zumbis transitarem pelo terreno, ele desceu e seguiu em direção a eles.

— Desgraçado! – Bel fechou a porta antes que os errantes os vissem lá dentro, Pablo e Abner empurraram a estante de volta para a porta – Vamos pegar o carro agora, teremos que nos organizar em um plano e tentar fazer que ele funcione ou então, todos nós morreremos aqui.

— Eu preciso ir no banheiro pegar o kit médico... eu já venho – Dorothy falou angustiada e logo saiu da sala.

— Tenha cuidado – Pablo falou enquanto ouvia os barulhos de tiros vindo do lado de fora – Só vamos ficar com um carro? Pode dar para todos irem?

— Espera... são cinco lugares no carro - Renata falou olhando a janela – Não caberia nem se colocássemos o resto no porta malas... e caminhonete já ficou com o A.J, vamos ter que cruzar esse rio então.

— Acho que a parte de trás não foi totalmente invadida por eles, os pomares ficam por lá e são melhores para andar, só rezem para que eles realmente não tenham chegado lá – Abner falou e Bel ouvia atenta.

— Então se certifiquem que suas armas estão totalmente carregadas, não deixem as mochilas pesadas e não usem sapatos quando forem correr – Bel colocou um sorriso em seu rosto – Nós vamos sair daqui ou então isso será minha morte.

— Flashback –

 

Bel e Lia estavam no celular enquanto Red dirigia o carro, estava muito escuro, depois do atentado a bomba que havia acontecido no lugar e todo o isolamento implantado pelo governo, precisaram parar num pátio que ficava ao lado da rodovia.

— Então boa sorte, e muito cuidado – Sabrina, uma das amigas de Bel falou via webcam – Qualquer eu ainda tenho a cartela – Ela mostrou uma cartela com quadradinhos.

— Tudo bem, até mais amiga – Bel desligou o celular, enquanto olhava a rodovia, a cada hora que passava as filas de carros aumentavam para sair da cidade, alguns ocupavam até a contramão para sair dali.

— Se lá agora é uma área radioativa, não deveríamos estar saindo daqui também? – Lia perguntou enquanto olhava seu Twitter, Colorado e Radiação era os assuntos mais comentados das últimas horas – Nós não vamos morar em Englewood?

— Sim, mas essa área também foi isolada... e se é radiação, não poderemos nem entrar na cidade – Red disse enquanto abria a janela – Então, fodeu para nós três – Ele acendeu seu cigarro e o fumou.

— Não acredito que vamos ter que voltar para Detroit, UOU! – Lia virou seu rosto e viu o enorme tumulto que havia tomado a rodovia, as pessoas estavam abandonando seus carros e iam embora deixando tudo para trás – Merda! – Os três ouviram o barulho de um tiro e se abaixaram.

— RED, CUIDADO! – A janela estava aberta, Bel deu um berro ao ver um homem totalmente desfigurado agarrar Red e morder seu crânio.

— AAAAARGH, QUE MERDA! – Red gritava de dor enquanto uma enorme quantidade de sangue escorria de sua cabeça.

— SAI DO CARRO! – Lia gritou retirando seu cinto, ela abriu a porta do carro desesperadamente junto com a irmã, as duas logo se encontraram atrás do carro e saíram correndo gritando por socorro no pátio.

— Fazenda –

 

— Vamos! – A.J gritou enquanto todos desciam a escada de entrada, a caminhonete já estava logo a frente deles, alguns errantes já estavam vindo na direção deles. Helena ajudava Robert a descer as escadas junto com Randall. Louise e Veridiana correram para trás da caminhonete, subindo rapidamente nela.

— Vamos! – Helena, Randall e Robert estavam muito atrás, A.J já estava no banco do motorista a espera deles – Merda... – Ele olhou pelo retrovisor alguns zumbis se aproximarem dos três.

— VENHAM! – Veridiana saltou da caminhonete, os errantes se aproximaram dela, Randall viu que a loira ia ser mordida e a empurrou, fazendo com que o errante caísse em cima dele – RANDALL! NÃO! – A loira foi levantada por Helena, que conseguiu colocar Robert na caminhonete – RANDALL!

O rapaz já estava morto, os errantes o cercaram e rapidamente estraçalharam todo o seu corpo, era visível a enorme quantidade de sangue por ali, Veridiana estava paralisada, Helena e Louise tiveram que levá-la o mais rápido possível para a caminhonete antes que os errantes a pegassem também.

— Ele está morto... por minha causa! – Veridiana tremia sem parar, lágrimas caiam sem cessar do seu rosto, enquanto A.J dava partida do carro e se afastavam da fazenda, ela viu o amontoado de zumbis até perder vista deles.

Robert finalmente estava a salvo, a caminhonete conseguiu sair do terreno de Don, havia mais errantes entrando por lá a todo o momento, por intuito, A.J teve que quebrar uma das cercas com carro para poder sair dali, conseguindo manter todos que estavam com ela a salvo daquele todo inferno que seria para eles.

Mas outros estavam sofrendo com isso.

— Colocaram casacos bem firmes? Se eles tentarem nos morder pode ser que falhe – Bel falou enquanto segurava seu facão – Lembrem-se que vocês não vão matar todos eles, só usem se eles chegarem perto de nós, vamos ir correndo até o pomar o mais rápido possível, nossa sorte é que eles não cercaram a casa – Colocou suas luvas de couro.

— Minha mãe, ela ainda está no banheiro... – Cristine falou meio aflita – Já venho – A jovem subiu as escadas para o andar de cima e foi em direção a porta do banheiro que ficava no fim do corredor – O que é isso...? – Ela viu uma pequena quantidade de sangue começar a passar por debaixo da porta – MÃE! MÃAAE! – Cristine tentava abrir a porta, mas ela estava trancada – PELO AMOR DE DEUS MÃE! – Cristine jogou seu corpo contra a porta e ela finalmente abriu.

Dorothy estava morta.

— Não, pelo amor de Deus não! – Cristine se jogou no chão e abraçou o corpo da sua mãe, vendo seus dois pulsos cortados na vertical, uma enorme navalha estava no chão. Cristine estava totalmente perplexa, não queria aceitar que a mãe estava morta.

Mas Dorothy mexeu as mãos.

— Mãe? Você está bem? – Dorothy abriu os olhos, eles estavam acinzentados – O que? AAAAAH! – Cristine levou uma mordida no pescoço, o sangue espirrou na pia e na banheira, ela tentava se soltar da mãe, mas não conseguia, ela só sabia gritar enquanto era morta – SOCORRO!

Os gritos começaram a ser ouvidos do andar de baixo, onde todos estavam.

— Merda... – Pablo e Abner ouviram os gritos e subiram rapidamente para o andar de cima, mas quando chegaram, já era tarde demais para fazer alguma coisa – Puta merda! – Pablo deu um murro na parede e segurou as lágrimas ao ver Dorothy reanimada andando em direção a eles e Cristine estirada no chão entre o banheiro e o corredor, com uma enorme parte do seu pescoço em falta, havia sangue por todo o chão, o forro da parede estava com alguns respingos. Pablo olhou sua irmã que a qualquer minuto poderia reanimar, Abner já havia saído dali, não queria ver a Cristine ser executada.

— Precisamos ir rápido – Bel falou atrás de Pablo, pegando a arma da cintura e dando um tiro na cabeça de Dorothy. Pablo ficou totalmente paralisado, vendo a sua mãe e a irmã mortas.

— Bel, não temos tempo – Renata subiu correndo até o corredor, com sua arma em mãos – Os errantes estão se amontoando na porta da frente, se não sairmos a tempo, eles irão bloquear a porta dos fundos se ficarmos aqui! BEL! – Renata dessa vez gritou tensa.

— Merda... – Bel puxou Pablo pelo pulso, e o mesmo olhou Cristine abrindo os olhos, logo, saiu daquele andar, no andar debaixo, Abner e Kimberly seguravam a porta de entrada, que estava sofrendo uma enorme pressão dos errantes, Afonso atirava em alguns deles que quebravam as janelas da cozinha. Bel correu até o sofá e pegou sua mochila e uma pistola abandonada por alguém. Enquanto as janelas da frente eram destruídas pelos errantes, não havia tempo de fazer nada para salvar a casa, todos correram para a porta dos fundos em desespero - Espera… AFONSO?! CADÊ O AFONSO? - Bel voltou correndo para o corredor que ia em direção a cozinha, vendo vários zumbis invadirem todo o cômodo - AAAAH! - Ela viu Afonso ser cercado por vários errantes, mas não cessava em atirar neles.

— CORRA BEL! - Afonso gritou ao perceber que sua espingarda estava sem balas - ANDA! - Foram suas últimas palavras antes de ser morto por todos aqueles errantes.

— Minha nossa - Bel saiu correndo, algumas lágrimas eram vistas no seu rosto. Todos já estavam saindo pela porta dos fundos, a moça dos cabelos curtos foi breve e fechou a porta, abafando os gritos de Afonso que ecoavam por todo o lugar, atraindo mais deles.

— Cuidado! - Abner gritou atirando na cabeça de um zumbi que subia a escadinha de saída.

— Vamos logo! - Renata puxou Kimberly, que massageava sua barriga se preocupando com algo e Pablo, que estava totalmente atormentado, correndo em direção ao pomar, desviando de alguns zumbis que avançavam.

— Vá com eles… estarei indo bem atrás - Bel falou para Abner e jogou o pente já usado na terra fofa, alguns errantes já se aproximavam e se amontoavam - ANDA! - Abner assentiu e saiu correndo, entrando no pomar - Desgraçados! - Bel terminou de colocar o pente na arma e atirou em uma zumbi que quase a mordeu - Bem… é tudo ou nada agora - A morena pegou o sinalizador preso ao sinto e atirou em direção ao celeiro. Todo aquele sinal vermelho flechando a fazenda foi visto e sentido pelos errantes, indo em direção a ele - Deu certo! - Bel abriu um sorriso ao ver sua ação ter sucesso, mas havia alguns zumbis na direção dela - Me poupem… - Correu em direção ao pomar, logo ouviu um tiro vindo em direção ao celeiro. Bel estava com uma enorme dor nas pernas, sua camisa estava molhada de suor e seus cabelos grudados na testa, era horrível ter que passar por isso quase todos os dias.

— AAAAAAAAAAH! - Os gritos de Renata eram ouvidos pelo pomar, Bel procurava sua localização.

— Minha Nossa Senhora… - Bel os avistou e viu Kimberly com as mãos na cabeça, Renata estava sentada no chão chorando ao lado do corpo de Pablo, que estava com duas mordidas no pescoço e no tronco.

— Tentamos tirar os errantes de cima dele… mas não conseguimos - Kimberly falou com a mão na boca, ela tirou o casaco que vestia e colocou no rosto de Pablo - Abner… por favor, você tem que ser forte agora… vamos te ajudar e…

— Eu… perdi toda a minha família agora - Abner se apoiou em um dos pomares, olhando para cima - O que eu faço…

— Você tem nós! Iremos estar do seu lado, não se preocupa! - Kimberly foi ao lado do rapaz e o olhou.

— O rio está bem perto… vamos atravessá-lo e ir achar seu pessoal… - As moças assentiram brevemente e os quatro correram em direção ao rio, conseguindo fugir daquele inferno.

 

— Arredores do Celeiro -



Don corria o mais rápido possível, havia perdido as contas de quantos zumbis havia matado até o momento, sua arma estava sem balas e havia perdido no meio da sua fuga, ouviu vários barulhos de tiro vindos de sua casa, que agora está vazia e sem nenhuma vida por ali. Agora era ele sozinho, desviando e matando os zumbis.

— Mas o que…? - Ele viu um sinalizador cruzar todo o terreno da fazenda, os errantes agora estavam vindo em sua direção. Don viu que seu enorme problema havia se quadruplicado, eram muitos os que estavam avançando contra ele.

No alto de uma árvore, alguém estava de olho.

— Até mais amiguinho… - Kei mirava em Don com sua sniper, brevemente ela apertou o gatilho e a bala acertou a barriga do homem, fazendo ele gritar de dor e cair no chão, uma enorme quantidade de sangue estava entrando em contato do solo, os errantes não perderam tempo e foram até o homem para estraçalhar todo seu corpo - Na mosca...

— Isso foi muito cruel… - Akio em cima de um tronco, tendo a visão um pouco prejudicada pelas folhas em à sua fronte - Pelo menos nos livramos de uma ameaça.

— Uma ameaça? Esse cara é um psicótico em potencial - Kei suspirou enquanto ouvia os gritos de morte de Don, para ela não importava mais - Espero que todos estejam vivos… tomara que eles tenham conseguido sair da casa em segurança - Kei olhou em direção a casa, com nenhuma janela aberta ou com alguma luz acesa.

— Será que todos conseguiram? - Akio perguntou, Kei deu os ombros - Quando o carro zarpou deve ter ficado muita gente, não daria para todos irem ao mesmo tempo.

— Bem… - Kei olhou para baixo e viu que um zumbi estava batendo na árvore - Bel deve ter usado um pouco de sua inteligência para fazer algo que preste ou então… vai saber o que aconteceu com eles… - A oriental tornou a olhar em direção a casa.



— Flashback -

 

O segundo aviso de decolagem do voô havia sido anunciado, a senhora Tahada, Akemi e Kei estavam no ponto de embarque, Kei segurava sua bolsa preta com alguns pertences e o ticket do avião, estaria indo para Denver trabalhar para uma companhia jornalistica.

— Se arrumar encrencas nos Estados Unidos e te mandarem de volta, te mandarei para um internato imediatamente - Yuzuna Tahada falou com as mãos para trás enquanto Kei se despedia de Akemi - Sem abraços, ainda iremos nos ver em breve, espero que mande alguma carta ou um postal para mim - Falou ainda séria - Tenha uma boa viagem.

— Tchau para você também mãe - Kei falou entregando o seu ticket para o homem do embarque, ela olhou para trás e viu Akemi acenando para ela sorridente ao contrário de sua mãe, que a olhava sério e sem transmitir nenhum humor - Até mais Japão… - A oriental seguiu em direção ao seu avião.

 

— Estrada -

 

— Isso não é bom, isso não é definitivamente nada bom! - Polly falou para Topher vendo a enorme quantidade de zumbis que iam em direção a fazenda, os dois por sorte estavam no alto de uma colina - Eles… eles estão vivos - Ela disse para si mesma.

— É, estão… - Topher falou enquanto olhava preocupado - Vamos ir procurar algum lugar para nos refugiarmos ou seguiremos caminho? - Perguntou.

— O primeiro estabelecimento que acharmos eles estarão lá, isso é completamente deserto - Polly falou vendo toda aquela área verde, vamos logo… - Eles começaram a andar pela estrada, totalmente atentos para qualquer perigo que estivesse por perto.

— Opa… para aí… - Topher avistou alguma coisa vindo em direção deles, no fundo da estrada.

— Que droga… - Polly viu que um caminhão estava vindo em direção deles - CORRE!


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Notas finais do capítulo

Nem sei o que dizer s.o.s dasdfsadfasdf



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