Contágio escrita por MrArt


Capítulo 49
Estação 3 - Capítulo 49 - Rivals


Notas iniciais do capítulo

Boooa tarde!

e uma boa leitura e-e'



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– Narrador On –

– Vamos, você consegue – Kei segurava no braço de Akio, que se levantava da cama – Dá para ir?

– Acho que sim... – Akio se levantou e se apoiou na cabeceira da cama – Espera... aonde estamos? Parece que... faz dias que eu estou desacordado, nossa – Ela colocou a mão na cabeça.

– Isso você vai saber depois, estamos seguros aqui por enquanto – Kei colocou sua arma na poltrona ao lado da cama – Está com fome, precisa de alguma coisa...? – Ela olhou para a porta e viu Dorothy com um copo.

– Eu trouxe um pouco de chá para ele... pode ajudá-lo a ficar mais disposto – Kei foi até a porta e pegou o copo de Dorothy, que sorriu para ela e logo saiu.

– Isso é muito estranho, quem era ela? – Akio perguntou totalmente confuso, ele olhou para a janela, estava tudo escuro, apenas as luzes da casa iluminavam o lugar – E aliás, aonde estamos, você não me respondeu ainda.

– Estamos em uma fazenda, eles nos deixaram depois de... droga – Eles se assustaram ao ouvir barulhos de tiros pelo terreno a fora – Merda, não saia daqui, não pense em sair daqui! Eu vou te buscar se qualquer coisa acontecer – Kei pegou sua arma da poltrona e saiu correndo, fechou a porta do quarto de Akio e a trancou, correndo até a sala de estar, onde Dorothy e Cristine estavam nas janelas – O que está acontecendo?

– Acabamos de ouvir o barulho de tiros, não sabemos de mais nada! – Cristine segurava sua pistola e Dorothy uma faca.

– Vou sair e ver o que está acontecendo, se virem a Polly por aqui digam para ela não sair da casa, e cuidem do Akio e do Robert! – Kei saiu em disparada da casa, esquecendo até mesmo de trancar a porta de entrada.

– Plantação -

Bel corria o mais rápido que conseguia, segurava seu facão com firmeza, os outros iam logo atrás dela também armados, e claro, Don ia bem prevenido e bem nervoso, como é de sua personalidade.

– Não tem nada aqui! – Bel gritou e não via ninguém ainda, estava tudo escuro naquele milharal – Merda! – Ela ouviu o barulho de um errante.

– Meu Deus, Bel! Quase te perdemos, os outros se espalharam! – Renata falou chegando com Topher e Abner, que segurava uma lanterna – Isso é... DROGA! – Renata disparou.

– Jesus! – Afonso apareceu para eles dentre os milhos, com a mão no ombro – Você atirou em mim! Eu vim ajudar... Argh – Ele exclamou de dor.

– Me desculpe, achei que era um dos errantes! – Renata falou extremamente envergonhada – Fica atrás da gente, seu sangue vai atrair deles!

– Errantes?! Eu ouvi gritos da Louise e vim para cá correndo, não a viram?! QUE DROGA! – Afonso jogou seu boné no chão, com extremo ódio – Don vai me matar!

– Por que eu te mataria? – Don apareceu entre os milharais, apavorando a todos que estavam ali, com sua arma em mãos, um zumbi apareceu e ele logo o matou – Vamos matar esses zumbis logo, minha filha ficará bem – Ele sorriu.

– Que cara louco... – Bel disse baixinho – Em formação, vamos mata-los! – Alguns zumbis começaram a sair em direção deles, Renata atirava na cabeça deles, com a escuridão, Topher errava os tiros em alguns e começou a mata-los com um facão.

– CUIDADO COM ISSO! – Abner gritou de desespero quando quase teve o braço decepado por Topher.

– Me desculpe! Mas está difícil de enxergar! - Topher gritou após finalmente acertar o crânio de um deles - Eles são muitos!

– Mas não são infinitos! Vocês conseguem! - Don disse tentando encorajá-los, o homem percebeu um errante chegar perto dele mas não o matou, agarrou pela gola da sua blusa e o jogou para cima de Bel - Cuidado aí!

– Merda! - Bel gritou ao ver o zumbi ir em cima dela - Desgraça… - Ela tentava empurrar o zumbi com uma mão e a outra puxar sua faca do bolso - AAAH! - Bel chutou a barriga dele a conseguiu pegar sua faca, foi para cima do mesmo e acertou em cheio a faca em sua cabeça.

– Acho que já foram todos! - Renata estava com o pé em cima de um zumbi, ela mirou na cabeça dele e atirou.

– Vamos voltar logo! - Don gritou enquanto corria pelos milharais, em direção a onde estavam.

– Desgraçado… - Bel saiu em disparada atrás dele, deixando todas as suas coisas no chão - VOCÊ ENLOUQUECEU?! - Bel gritou para Don ao chegar na área das cabanas.

– O que aconteceu? - Kei chegou correndo até ela, junto com A.J e Helena.

– Esse desgraçado! Ele tentou me matar! - Bel apontou para Don, que fez apenas sua cara fechada.

– Como assim pai?! - Abner perguntou atordoado quando chegou com os demais até eles - Matar uma pessoa? Eles salvaram meus irmãos! Seus filhos!

– Que deixassem! - Don falou para todos que estavam ali - Olha a quantidade de pessoas que vieram para cá! - Gritou para Pablo, que havia acabado de voltar com os demais do milharal - Essa daqui já chegou dando ordens! NO MEU TERRITÓRIO! - Apontou o dedo para Bel, que estava furiosa.

– NÃO FUI EU QUEM OS SALVEI! E EU FUI AJUDAR A RESGATAR SUA FILHA ESTÚPIDA! - Bel cuspiu na cara de Don, que calmamente limpou o cuspe de seu olho e encarou Bel - SEU MERDA! ELE TENTOU ME MATAR PESSOAL, FAÇAM ALGUMA COISA! MELHOR, EU FAÇO! - Bel voou para cima de Don, socando sua cara.

– Sua vadia estúpida! - Ele caiu no chão com Bel lhe socando o rosto, mal conseguia se defender, mas um empurrão foi o suficiente para jogá-la longe - Isso já foi longe demais! Quero amanhã todos vocês fora daqui! - Ele apontou o dedo para Kei e Topher, que ajudavam Bel a se levantar - Já fiz demais salvando a vida do amigo de vocês! Chega com isso.

– Mas o que…? - Polly saiu da casa e foi até os demais.

O silêncio prevaleceu, Don saiu irritado e seguiu até sua casa, mas dessa vez, nenhum de seus filhos o seguiu, Dorothy e Cristine que estavam na varanda com Akio, também ficaram paradas e viram toda a atitude de Don.

– É, precisamos sair daqui - Veridiana falou, todos olharam para ela confusos - O que é? Não dá mais para viver com o Don, olha só no que ele se transformou! Quase matou a Bel!

– Matou? - Louise apareceu junto com Mitchell - Vimos zumbis por toda a parte, não sabíamos onde vocês estavam, tivemos que dar uma volta enorme pela fazenda…

– Pensamos que alguém tinha vindo atacar… ficamos preocupados - Mitchell falou com seu facão em mãos.

– Vamos sair amanhã daqui, só para avisar - Mitchell ia perguntar mas Kei foi breve - Depois alguém te explica o que aconteceu aqui, quando forem dormir, já arrumem todas as suas mochilas e se certifiquem que nada ficou para trás - Kei falou - Se algum de vocês quiserem vir conosco, a porta está berta.

– Isso é loucura, mal chegamos aqui e temos que ir embora - Mitchell disse indignado.

– Pode ficar aqui, mas garanto que não sobrevive dois dias sozinho - Kei falou pegando sua pistola e guardando no bolso - Levem a Bel para fazer um curativo, vou ir tirar o Akio da casa.

– Espera Kei… e o Robert? Ele acordou, mas não está muito bem para se locomover - Polly esperou todos se afastarem e foi até a oriental - O único jeito dele sair daqui é colocando ele em repouso em um carro, mas isso é o de menos - A loira bufou - Como vamos tirar tanta gente daqui? Não temos gasolina em dois carros e duvido que o Don vai deixar a gente sair com a caminhonete dele.

– É uma questão de tempo, amanhã você pode sair e procurar gasolina pela estrada - Kei falou e Polly a olhou feio.

– Por que eu?! - Polly perguntou totalmente irritada - Temos várias pessoas no grupo que podem ir buscar e…

– Elas vão morrer se tentarem sair - Kei disse cruzando os braços - Você já caminhou no meio de uma horda, sair disso não é quase nada, faça isso pelo bem do grupo.

– Kei, como eu te odeio… - Polly falou em tom de deboche - Eu vou, mas não sozinha.

– Eu falo pro Topher ir junto com você - A oriental falou enquanto ia em direção a casa.

Polly revirou os olhos totalmente desgostosa, ela guardou todas as suas coisas e foi para sua barraca descansar para ter forças para o novo dia que estava por vim.

– Flashback -

Polly havia acabado de sair da rodoviária, todos os ônibus de evacuação haviam ido embora, não tinha mais o que cobrir para o noticiário do estado, agora a vida dela estava em risco no meio da quarentena que o Governo estabeleceu em Denver, milhares de pessoas já estavam mortas ou rondado pela cidade e ninguém estava sabendo.

Todos sabiam apenas do atentado a bomba.

– Que merda... - Polly passou com seu carro em frente a uma escola e via várias flores e velas acesas por ali, tudo estava abandonado... exceto que havia uma mulher andando pelo estacionamento do ambiente escolar.

Ela estava transformada.

– Bennet? Você ainda me ouve? - Polly segurava seu celular enquanto dirigia até o bairro industrial, onde ficava um de seus escritórios do jornal.

– Estou te ouvindo... estão querendo nos levar para fora do Colorado, querem evacuar as cidades vizinhas - O homem falava no telefone - Tem vários caminhões do exército indo para a cidade, Polly, saia daqui enquanto tem tempo, não dá mais para falarmos, meu celular está descarregando, me desculpe - A ligação havia caído.

– Que ótimo - Polly não cessou e ligou para mais uma pessoa - Kei, pode me ouvir? Você ainda está na cidade?

– Claro que posso... - A oriental falava no telefone enquanto mirava em um zumbi com sua sniper - Sim... eu estou...

– Pode vir para o escritório? Precisamos sair da cidade antes que a radiação se espalhe e os militares nos peguem e nos levem para outra quarentena - Polly desceu do carro e deixou seu carro no meio da rua, correndo para o pequeno prédio do escritório - Merda... - Seu salto havia quebrado.

– Está tudo bem? - A oriental perguntou ainda na linha - Eu chego aí em breve.

– Estou, até mais - Polly disse direta e desligou o telefone, enquanto subia a escada indo para a sala de escritórios - Todos se foram... não acredito - A loira se sentou em uma das cadeiras vazias, vendo que alguns computadores haviam ficado ligados.

Polly foi até uma das janelas e olhou para a rua, vendo que os postes de luz começaram a se apagar.



– Manhã -



O dia amanheceu calmo e silencioso, ninguém sequer trocou uma palavra ou um simples ‘’Bom dia’’ com Don, que por si só, fez suas atividades diárias, como se nada houvesse acontecido na noite anterior, seus filhos foram remover algumas plantações que haviam sido destruídas pelos errantes e ao mesmo tempo removiam os corpos dos mesmos.

– Estamos prontos para sair - Polly colocou a bolsa de armas no banco do passageiro, enquanto Topher tentava ligar o carro - Dá para ir mais rápido?

– Se esse motor velho ajudasse um pouco… - Topher inúmeras vezes tentava ligar o carro mas não conseguia.

– Saudades do meu jipe… não tinha essas frescuras - Kei falou enquanto olhava a situação de Topher - Finalmente - Kei deu um breve sorriso ao ver o carro finalmente funcionar - Vão rápido, quero vocês aqui até o meio dia…

– Tudo bem, mas não garantimos que vamos voltar com muita coisa - Polly se sentou no banco do passageiro e fechou a porta - Tomem cuidado com o Don.

– Tomaremos - Kei colocou sua arma nas costas enquanto seguia até a casa.

Topher deu partida, o carro seguia numa velocidade estável, Abner fechou o portão logo que eles saíram, os olhou até o carro sumir pela vasta paisagem do campo e caírem em direção a rodovia estadual.

– A Dorothy me deu esse mapa, tem vários postos de gasolina riscados nele… não entendo - Polly olhava o mapa totalmente confusa.

– Esses postos de gasolina devem estar todos zerados… só pode - Topher de vez em quando deixava a vista da rodovia para ajudar Polly com o mapa - Tem numa cidadezinha… mas vai demorar para chegarmos lá.

– Vamos ter que procurar carros com gasolina - Polly disse vendo a rodovia totalmente vazia - Vai ser complicado…

– Agora reza pro freio aguentar a descida… - Topher falou enquanto segurava o freio do carro - totalmente desgastado - MERDA! MERDA! POLLY SAI DO CARRO! - Topher ainda segurava o freio do carro.

– Topher! NÃO! - Polly viu uma enorme manada de errantes subindo a rodovia em direção à eles, sem gasolina quase e o freio havia falhado por completo seria na certa que eles não voltariam com vida - TOPHER EU NÃO POSSO… - Topher abriu a porta com a outra mão e jogou Polly no asfalto, dando chance para ela se salvar - TOPHER! - Polly via o carro descer em direção aos errantes.

– Calma Topher - O rapaz falou para si mesmo, ele soltou o freio do carro e se jogou para fora do mesmo, o veículo desceu numa velocidade monstruosa em direção aos errantes, fazendo alguns destes serem mortos pelo choque do veículo - Merda…. - Topher se levantou vendo alguns errantes já próximo dele.

– Topher, vamos sair daqui! - Polly puxou o amigo rapidamente pelo braço, correndo dali imediatamente.


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