– Robert On -

Fazia algumas horas que havia passado do tempo de Kei e os outros voltarem, estava de madrugada e eu e a Bel estávamos de guarda perto dos portões enquanto os outros dormiam nos galpões.

Havia apenas alguns errantes na rua, eles não tinham boa visão durante a noite, apenas seguiam quando ouviam algum som, uma vez que eles tenham boa audição, eles te seguem até te achar. Como esperado, os postes estavam desligados e apenas os edifícios ao fundo tinham energia e por isso eles se deslocavam para lá.

– Quem vai ficar no nosso turno? – Perguntou Bel bocejando enquanto andava.

– Provavelmente a Lia e a Fernanda – Fali enquanto segurava minha escopeta – Se o Floyd soubesse atirar, ajudaria muito.

– Ainda acho que você tem que ensinar o Mike a atirar – Bel disse com um sorriso fraco – Mesmo que tenhamos pessoas boas para defender aqui, uma hora sempre dá uma ‘’zebra’’ e precisamos de outra pessoa.

– Tudo tem seu tempo Bel – Respondi fazendo a mulher revirar os olhos.

– Acho que é eles... – Falou Bel ouvindo um barulho de carro.

– Vou abrir o portão... – Coloquei a arma nas costas e fui até o portão e tirei a trava e o puxei.

– Não são eles – Disse Bel no portão – É outro carro, merda Robert se abaixa! – Um tiro atingiu o portão fazendo um barulho, os dois se abaixaram e começaram a atirar contra o carro, que avançou contra o portão.

– CORRE BEL! – Sai correndo do portão até que o mesmo foi atingido por uma enorme pancada do carro, ficando entortado – Merda – Falei atrás de uma das cabines de segurança.

– Quem são eles? – Perguntou Bel assustada.

– Devem ser saqueadores – Falei – No mínimo, eles não vão fazer isso atoa.

– Verifiquem todos os galpões – Falou um homem armado – Ben, Bob e Vivian vão só vocês, pode ter pessoas armas aqui...

– Cuidado Yuri – Disse Bob armado – Pode ter pessoas aqui fora – Os três se afastaram de Yuri que olhou para os lados desconfiado.

– Tem calma – Falou outra mulher saindo do carro armada – Detonamos esse portão...

– Vamos por ali Sandra – Disse Yuri – Se os zumbis entrarem aqui, a gente sai pelo portão de emergência, já vi todo o local antes.

Atirei na arma de Yuri, fazendo ele soltá-la.

– Não se mova! – Falou Bel apontando sua arma para Sandra, que se rendeu.

– O que vocês querem com a gente? – Perguntei com a arma apontada na cabeça de Yuri.

– Estamos atrás de vocês... ordem do nosso líder – Falou Yuri – Não te devo satisfação.

Ri alto.

– Como assim, ordem do seu líder? – Me segurei para não rir novamente.

– Tenho certeza que o conhece... – Yuri que riu dessa vez – O Gus...

Congelei, assim como Bel que me olhou assustada.

– Sua outra amiguinha, a japonesa – Ele praticamente cuspiu as palavras – Matou dois do nosso grupo.

– Como vou saber se isso é verdade? – Perguntei assustado.

– Depois que matamos uma mulher do seu grupo – Deu um sorriso.

– DESGRAÇADO! – Gritei – VOCÊS MATARAM A BEVERLY! – Não hesitei e disparei um tiro em sua cabeça, fazendo Sandra gritar e alguns zumbis entrarem pelo portão.

– Deixa ela pros zumbis? – Perguntou Bel.

– Mata ela... – Falei me afastando de Bel – Vou atrás dos outros.

– Bel On -

Robert se afastou de mim e logo sumiu de minha vista, olhei para Sandra que retribuía o olhar assustada.

– Eu te deixo sair daqui – Falei tentando acalma-la – Eu não gosto de matar pessoas, mas me prometa que não vai voltar para aquele grupo.

– Nós matamos sua amiga – Sandra riu – E se precisar eu mato mais.

– Desgraçada – Dei um chute em sua barriga fazendo ela se debater no chão – Vou te deixar pros zumbis... – Atirei na sua barriga matando-a instantaneamente e saí dali enquanto os zumbis se aproximavam de seu corpo.

Corri até o galpão dos dormitórios, no meio do caminho vi as pessoas daquele outro grupo vasculhando a área mas não vi Robert em lugar algum, corri até o galpão e abri a porta e a tranquei rapidamente, subi as escadas e vi todos reunidos na sala de reunião.

– Ouvimos tiros lá fora – Disse Polly – Onde o Robert está?

– Invadiram aqui... – Falei deixando assustados.

– Como assim invadiram? – Perguntou Fernanda.

– Um grupo entrou aqui e destruiu o portão, agora eles estão procurando a gente e uma horda de zumbis invadiu aqui – Falei por fim.

– Mas por que estão procurando a gente? – Perguntou Mike assustado.

– Não posso explicar agora – Falei – A gente vai ter que dar um jeito lá fora, se não vamos perder o lugar.

Polly me olhou e saiu correndo pelos corredores, a segui junto com Lia e Fernanda, entramos na sala de armamento e encontramos Patrícia escondida, pegamos as melhores armas que tínhamos e outras alternativas e fomos para a saída do galpão.

– Qualquer problema... – Polly falou – Voltem para cá.

Saímos do galpão e havia alguns zumbis andando pelo pátio, atiramos contra eles e alguns caíram mortos no chão, Lia preferiu usar sua faca para não gastar as balas, Fernanda matava outros com uma bainha

– Robert! – Polly se aproximou do rapaz que saiu dentre os galpões.

– Consegui tirar eles daqui... – Falou atirando na cabeça de um zumbi.

– Tem certeza? – Perguntei matando outro.

– Eles fugiram pelo portão, não sei vão sobreviver lá fora, ainda tem bastante deles – Falou – Mas antes vamos matar os que estão aqui.

Miss Sophie saiu de seu galpão.

– Precisam de ajuda? – A mulher grisalha saiu com uma pistola na mão atirando na cabeça de um deles – Só por que sou velha não sei usar armas...

– Tudo bem então – Falei e continuamos a matar eles.

– EI! VOCÊ! – Lia correu de nós ao ver uma pessoa – Larga ela agora! – Ela apontou sua arma para um dos rapazes do outro grupo (Bob), que segurava a gatinha de Kei, a Fluffy.

– Vai me dizer que a vida dessa gata vale mais que a minha? – Bob riu – Vocês mataram a Sandra e o Yuri, no mínimo a vida dela custa essas mortes.

– Larga, essa gata agora! – Lia rangeu os dentes e avançou no homem o prensando na parede e desferindo várias facadas em sua barriga.

– Lia... – Me aproximei da minha irmã e fiz parar – Ele já tá morto, se acalma – Segurei seus braços – A gatinha tá bem... – Olhei o bichano que se escondeu debaixo de um dos carros.

– Eles são malvados... – Lia soltou uma lágrima – Não podemos deixar eles nos matarem... nem se for um animal.

– Tudo bem – A abracei e voltamos para o pátio, sem nenhum zumbi.

– Acho que matamos todos – Falou Robert.

Suspirei, havia vários corpos no chão, o cheiro estava insuportável, virei o rosto e vi duas pessoas passarem pelo portão destroçado.

– O que houve aqui? – Perguntou Kei se aproximando de nós.