Contágio escrita por MrArt


Capítulo 160
Estação 8 - Capítulo 160 - De Volta à Vida


Notas iniciais do capítulo

Heeey leitores!

Este é o último capítulo da temporada 8 de Contágio! O desfecho da guerra, dos nossos dos personagens e muitas outras emoções ocorrerão aqui! Então prestem atenção e foquem em todos os destalhes! É um capítulo grande, dada a circunstância de tantas coisas que ocorreram.

Boa leitura!



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O veículo estava capotado no acostamento da estrada. Quem presenciou a fatalidade, imaginava que todos os passageiros estivessem mortos. Havia zumbis se aproximando, provavelmente por terem sentido o cheiro de sangue no ar, o que deixava a situação ainda mais perigosa.

Uma das portas foi ao chão com um empurrão. De lá saiu Zain.

— É melhor parar aí agora mesmo – Zain estava no chão, e levantou a cabeça ao ver que Vasili mantinha uma arma apontada para sua cabeça – Se mover esse corpo, eu juro que vou estourar a cabeça – Disse, enquanto Polly e Kei cuidavam dos zumbis.

— Patético – Zain riu, olhando para Vasili com nojo – Você e seu filho são dois patéticos.

— Eu nunca fui com a sua cara. Traidor – Vasili estava a ponto de apertar o gatilho e acabar com a vida de Zain.

— Traidor? – Zain riu sem medo nenhum do perigo – O cara que causou mais mortes que essa guerra em El Distrito, me chama de traidor. O poder combina com você Vasili, mas não da forma que você quer – As palavras de Zain atingiram em cheio o ego de Romanov, a ponto que ele perdesse a atenção por alguns segundos.

— Porra! Eu tinha que desmaiar logo agora... – Deb foi a próxima a sair do veículo e então percebeu Polly aparecer na frente dela – Merda.

— Meu sonho de te pegar está apenas se realizando – Polly cerrou os olhos para Deb, a agarrando pela nuca e a derrubando no chão e montando em cima de si.

— Desgraçada! – Deb tentou cobrir o rosto enquanto a loira a esmurrava, que intercalava os golpes com suas mãos. Mal teve tempo de ser defender, principalmente pela fúria de Polly.

— Eu estava grávida! – Polly então apertou o pescoço de Deb, que estava com a boca e o nariz sangrando – Você mandou que me batessem com porretes. Seu monstro do caralho – Cuspiu no rosto de Deb – Deveria te jogar para que os zumbis te comessem – Deb tentava se soltar da loira, batendo em seus braços, mas a cada segundo perdia o sentido das coisas.

— É melhor não se empolgar por muito tempo – Foram as únicas coisas que Deb disse, antes de Polly desistir de mata-la e fazer como refém.

— Merda! – Ouviram Kei gritar e então a atenção se voltou para Arthur e Jessica, que finalmente saíram do veículo – Tirem as mãos dele agora, porra! – A oriental gritou nervosa e com medo do rumo que aquilo levaria.

Jessica ainda estava grogue e levemente desnorteada por conta do acidente, mas sua condição não a impedia de manter um revólver apontado para a cabeça de Robert, enquanto Arthur com um grave machucado na cabeça, o segurava por trás, com uma faca rente ao seu pescoço e impedindo que ele se soltasse. O loiro já tinha passado por tantas experiências de quase morte naquela última hora, que sair vivo seria um verdadeiro milagre.

— Essa é a chance para acabar com essa maldita guerra – Kei disse, com os olhos vidrados em Arthur e Jessica – Está sendo derramado um sangue desnecessário naquele estádio e matar o Robert não vai resolver essa rivalidade. Vamos continuar matando uns aos outros até não sobrar ninguém.

— Você e nem ninguém nunca vão entender o nosso propósito! – Jessica gritou, enraivecida. A sua vontade era de descarregar todas as balas no rosto de Robert. Polly e Vasili olhavam aquilo aflitos enquanto mantinham Zain e Deb reféns – Esse apocalipse foi a melhor coisa que nos aconteceu. Finalmente eu e Arthur pudemos chegar ao poder queríamos. E nós conseguimos – Olhou para o lado e encarou Robert – Até você aparecer e foder com tudo – No olhar de Jessica tinha raiva e a sede por vingança.

— Construíram uma nova sociedade e ensinaram as pessoas a serem violentas umas com as outras – Robert disse para Jessica, enquanto Arthur o segurava.

— Desde quando esse apocalipse é seguro? As pessoas aprenderam consigo mesmas a serem violentas – Arthur disse no ouvido de Robert, como se ele tivesse dito a coisa mais idiota do mundo – Ou ainda não entendeu como funciona essa porra de apocalipse? Sonso do caralho.

— Me prenderam na porra de uma base onde eu era torturado, fui obrigado a matar pessoas inocentes – Robert disse com raiva. Todos ouviam as reclamações do loiro – Injetaram tantas drogas em mim, no Topher e até na Marilyn, que deixaram ela estéril. São monstros do caralho, sabe quantas vezes eu fui abusado em Corpus Christi? Aposto que não – Um tom de repúdio envolvia Robert - Tudo culpa de vocês.

Arthur e Jessica permaneceram quietos, assim como os presentes ao redor.

—  Por muito tempo eu acreditei que a humanidade podia mudar, mesmo depois de ter conhecido tantas pessoas ruins durante esses anos. Mas vocês são o pior tipo de pessoa que eu pude cruzar o caminho – Robert continuou falando enquanto encarava Jessica, e Arthur aos poucos ia lhe soltando conforme o ouvia – Mas dessa vez eu vou ter certeza de que nunca mais vou ter que ver vocês novamente – Aproveitando novamente a chance, Robert jogou seu corpo contra o de Arthur e o derrubou no chão.

— Filho da puta! – Jessica tentou ir para cima de Robert, mas foi baleada no ombro por Kei, a derrubando também. Ela caiu no chão rindo, e Kei se aproximou dela.

— Para de rir, sua puta! – A oriental ordenou, em uma raiva extrema.

— O jogo ainda não acabou – Jessica encarou Robert e ao mesmo tempo observava Arthur se levantar atrás do loiro.

— Robert! Não! – Polly gritou desesperada e saiu as pressas para ajudar o loiro, largando Deb para trás e fazendo com que Kei perdesse a atenção com Jessica, que se levantou e tomou a arma das mãos da oriental num movimento rápido o suficiente para agir contra ela bem entendesse – Robert! – Continuou a gritar, antes de sentir seu corpo ser atingido por uma bala.

— Hoje não, loira – Jessica disse próximo a Polly, em uma ação olho a olho, após derrubá-la no chão com um tiro fatal.

Ao mesmo tempo em que Vasili teve que conter Deb e Zain, Kei perdeu o mundo naquele momento. Mas Robert... Robert nem sabia como reagir.

— P-P-Polly? -  Robert observou sua ex-namorada cair no chão como se estivesse em um movimento de câmera lenta. Jessica tinha a atingido no peito, e conforme Polly desabava, ela o observava, ainda como se estivesse tentando alertá-lo do perigo – N-Não... – Robert andou alguns passos para trás, antes de Arthur aparecer novamente na sua frente, e cortar horizontalmente seu pescoço com a faca.

 

Flashback

 

Base - Corpus Christi.

Algemado, Robert estava era encaminhado por dois homens fortemente armados atrás de si. Trajava um uniforme azul e tinha apenas um crachá de identificação com a sua foto recém tirada. Ele não entendia absolutamente nada do que estava acontecendo, mas a única coisa que vinha em mente, é que tinha abandonado Vasili em um penhasco e logo em seguida perseguido por alguém.

Assustador para caralho.

Pelo o que tinha deduzido, estava em um lugar subterrâneo por conta da ausência de janelas e diversas pessoas utilizando o mesmo uniforme que o seu transitarem por todos os lados. Olhou para os lados, vendo várias portas barradas por um sistema automatizado. Mas, o que mais chamava atenção de Robert, era a quantidade assustadora de pessoas presas, e ele ainda não entendia o motivo de estarem ali sem nenhuma chance de revidarem. Robert não podia ficar naquele lugar que não conhecia.

— Segurem ele! – Um guarda gritou quando Robert escapou ao chutar o guarda atrás de si e sair às pressas pelo corredor com as mãos atadas. Um outro guarda o abordou mais a frente, apenas para receber outro chute no queixo e o derrubando fatalmente. Robert desviou de mais outro e então sufocou o guarda agredido por ele até a morte com as suas pernas. Em seguida, foi contido e apagado com uma injeção letal recebida no pescoço, que o apagou.

Robert foi pego pelos braços e pernas, arrastado para fora do corredor. Um monte de reclusos daquela base se amontoou para saber o que estava acontecendo. Dentre todos naquela multidão, incluía-se Topher, que ficou abismado ao reconhecer que era Robert desmaiado e havia um guarda morto no chão. Aquilo traria graves consequências e Topher sabia disso, com medo para onde o loiro tivesse tido levado.

A medida em que Robert sumia naquele corredor, Topher se perguntava como ele tinha sido pego. Era estranho ver ele sozinho, em relação da última vez em que se viram no Palácio Oeste, o grupo estava enorme. Várias hipóteses surgiram em sua cabeça sobre o que tinha acontecido com o grupo, e o pior, se ele ainda tinha conhecimento do paradeiro de sua irmã.

Enquanto a preocupação tomava conta de Topher, os guardas levavam Robert para uma das áreas de saúde da base. Robert aos poucos acordava, sentindo uma dor em todo seu corpo, e quando percebeu, estava em um enorme espaço com paredes brancas e uma mulher com um avental azul bem ao seu lado, lhe causando um susto.

— Mas que porra... – Robert tentou mover os braços, mas percebeu que estava acorrentado – Me tira daqui porra! – Gritou para a mulher vestida de azul, segurando uma prancheta.

— Qual seu nome, por favor? – A mulher perguntou, sem olhar sequer para Robert.

— XXXBlonde – Robert disse com um tom de deboche que não agradou a mulher – Agora me tira dessa merda de maca! – Mais uma vez gritou. A mulher deu as costas para Robert, e apenas voltou segurando uma seringa com um líquido azul – Que porra é essa? – Olhou preocupado, se encolhendo na cama, enquanto a mulher se aproximava com a seringa – Você não pode injetar isso em mim! Não! – Berrou desesperado e pedindo por ajuda. Seus esforços ao tentar se mover na maca eram inúteis, e então ele novamente foi picado no pescoço. A pupila de Robert estava do menor tamanho possível e ele não sentia mais o seu corpo.

Robert sentiu a própria alma sair e voltar ao seu corpo diversas vezes em questões de milésimos. Sua visão mudou para uma realidade absurda e enigmática, que não via desde a época de sua adolescência, e de hora enxergava cores muito fortes a cores fracas que lhe deixavam ainda mais atordoado. Parecia que não estava mais dentro de si mesmo, visto que a energia que sentia era indescritível.

As horas se passaram, e Robert foi despertando novamente. Ele não tinha noção de nada, mas ao menos ele não sentia os efeitos que do que tinha sido injetado no seu corpo. Sua visão estava turva e aos poucos ele recuperava-se.

— Finalmente você apareceu – Topher sentou ao lado de um Robert com os braços apoiados na mesa completamente sonolento – Porra... – Topher deixou sua bandeja na mesa e colocou sua mão nas costas de Robert, preocupado. Eles estavam no refeitório da base e pelo o que deduzia, era cinco da manhã – Achei que não fosse resistir.

— S-Se... Se... – Robert tentava falar, mas sua voz mal saia.

— Não sei o que ele está tentando dizer – Topher olhou para Marilyn, sentada logo a frente deles. Os olhos de Robert estavam tão fundos que ele parecia um zumbi.

— Eu acho que ele está com sede – Marilyn percebeu Robert tentar alcançar com os dedos o copo de sua bandeja – Pega aqui – Entregou o utensílio para Topher, que imediatamente levou a boca do loiro, o ajudando a se hidratar – Ele que matou o guarda semana passada?

— Foi... É um milagre ele ter sobrevivido – Topher disse, ainda segurando o copo de água para Robert, que ouvia sem entender a conversa dos dois – Quem some durante tantos dias na clínica, geralmente não volta com vida – Olhou para o loiro, ainda preocupado – Já fomos do mesmo grupo e tinha muita gente da última vez que os vi. Não faço ideia do que trouxe somente ele aqui.

— Será que ainda estão vivos? – Marilyn perguntou. Ela tinha perdido a fome ao ver o estado de Robert.

— Não sei, mas eu espero que estejam – Topher olhou para o lado e percebeu que um guarda tinha passado por eles – Minha irmã estava com eles.

— Caralho... – Marilyn estava boquiaberta - Você me contou sobre o seu antigo grupo, mas não tinha ideia que um deles estaria aqui um dia.

— Muito menos eu – Topher suspirou pesadamente. A conversa deles foi interrompida quando Stan North, o chefe das operações apareceu no refeitório e foi até a mesa deles segurando um aparelho eletrônico.

— Marilyn Hardesty, Topher Williams e Robert Petterson – Levantaram imediatamente, exceto Robert – Robert Petterson! – Gritou, mas o loiro continuou parcialmente desacordado na mesa.

— Eu acho que ele não vai levantar tão cedo – Marilyn disse.

— Robert Petterson! – O homem não queria saber. Ignorou Marilyn completamente e fixou seu olhar em Robert. Topher sabia que as coisas poderiam piorar e então ele foi até Robert e o levantou, segurando-o.

— Ele está aqui. De pé – Topher disse, incomodado com aquela situação. Aquele lugar tratava as pessoas como lixo.

— Vocês farão a simulação na cúpula três. Recriação de Pittsburgh – Stan anunciou. Topher e Marilyn se entreolharam preocupados, como se perguntassem para si mesmo por telepatia como levariam Robert com eles. Eles querendo ou não, jogariam Robert na simulação.

— Ele não aguenta levantar um copo de água e querem jogá-lo em uma simulação?! – Marilyn estava inconformada.

— Marilyn... não – Topher sabia que seria pior se ela discutisse com Stan.

— Cinco minutos para se preparem – Stan deu as costas para os três.

Topher e Marilyn foram para o vestiário com muito custo, segurando Robert o caminho inteiro. Vestiram as roupas pretas de treinamento e pegaram o equipamento que lhes foi disponibilizado por Stan, enquanto diversos guardas estavam de olho neles caso fizessem algum motim. Como Robert seria um peso morto por hora, apenas deixaram alguns equipamentos presos ao seu uniforme, como acessórios médicos e pentes para balas. Seria uma manhã difícil.

— Fodeu – Topher disse, antes de entrar no Domo 2.

Simulação Contágio em Pittsburgh; Ativada.

A voz da mulher foi ouvida por toda o domo. Topher e Marilyn olharam por todos os cantos da cidade recriada, preocupados com o que aparecia e ainda mais preocupados por terem que tomar conta de Robert e evitar que ele não morresse durante o processo.

— Nós temos que atravessar Pittsburgh para sair do domo – Topher segurava uma fotografia, mostrando uma localização onde apenas tinha árvores, e provavelmente seria a saída.

— Diga isso para os zumbis – Marilyn destravou sua arma ao ver as criaturas saírem dos prédios falsos e tomarem conta da rua – Toma conta do Robert, eu cobro você até chegarmos lá – Disse e então correu para matar alguns zumbis que prejudicariam o trajeto.

— Beleza – Topher disse, com uma mão na fotografia e outra no braço de Robert, que apesar do seu estado, conseguiu prestar atenção no objetivo na mão do amigo – O que foi?

— A... A... – Robert aos poucos recuperava a sua fala, mas ainda tinha muita dificuldade – A saí... a saída é para lá – Apontou o dedo para um parque repleto de árvores.

— O que? – Topher olhou confuso para o loiro – Tem certeza do que está falando? Ou você está alucinando? Porra! – Desviou de um zumbi que veio para cima deles e foi morto por Marilyn em seguida.

— As... As árvore... árvores não balançam – Robert prestava atenção no movimento do parque e em como era a estrutura das árvores – Elas são... elas são falsas. As árvores da rua não balançam – Tossiu, sentindo uma dor na garganta.

— Droga Robert... – Topher sabia muito bem que Robert poderia estar blefando e os levar para uma armadilha ou simplesmente para o nada, mas resolveu seguir a sua intuição – Marilyn, por ali! – Apontou em direção ao parque.

— O que?! – Marilyn segurava um zumbi pelo pescoço, então atirou em sua testa – A saída é por lá?

— Não tenho certeza, mas é um palpite! – Topher falou, enquanto corria ao parque em direção ao local.

O trio correu para o parque, enquanto atrás deles a rua enchia de zumbis. Seria impossível conter todos os zumbis no caminho e possivelmente aquilo era um truque de Stan para que os três morressem, mas quando chegaram ao local, Topher percebeu que o palpite de Robert estava certo.

— Você disse que as árvores são falsas não? – Topher perguntou e Robert assentiu.

— É melhor ir rápido com isso – Marilyn estava começando a ficar sem balas para matar os zumbis, e eles estavam os cercando. Topher largou Robert no chão e começou a mexer nas árvores e elas realmente eram falsas.

— Vamos lá... – Topher continuou mexendo e então encontrou um botão avermelhado. Não pensou duas vezes e esmurrou o botão, paralisando imediatamente a simulação e fazendo com que uma porta de emergência fosse aberta no domo, revelando um elevador que os levava de volta a área segura – Agora, Marilyn! – Puxou-a junto com Robert. Os três caíram no elevador, e a porta foi fechada antes que os zumbis o pegassem.

Simulação Contágio em Pittsburgh; Desativada.

— Droga! – Exclamou uma Marilyn tremula, ela olhou para Robert, que estava com uma severa dor ao ter batido as costas no chão – Como sabia que a saída era por aqui?— Perguntou, ofegante.

— Eu não sabia – Topher estava do mesmo jeito. Ergue-se e levantou – O Robert que nos salvou.

— Impossível, ele mal consegue distinguir o que é esquerda e direita – Marilyn olhou para o loiro várias vezes, reparando no seu estado.

— O Robert é um cara inteligente demais. Provavelmente é a pessoa mais ágil que conheci até agora. As vezes tinha uns ataques de burrice, mas são casos isolados – Da mesma forma, Topher olhou para Robert. Era uma questão de tempo até que ele se recuperasse da desidratação e fadiga que sofria, e começar a liderar o trio – O apocalipse o transformou, e isso parece que o tornou mais forte do que quando o conheci.

 

 

 

Jason largou tudo para trás. Ele vinha correndo para fora do estádio logo à frente de Raphael, Morello, Julie, Montserrat, Mozzo, Valon e dezenas de outros soldados da Elite. Todos os membros da Elite fugiam as pressas com a Resistência em peso atrás dele, graças a uma ajuda de Gina e os remanescentes da Rota 55, que invadiram o local a tempo de virarem o jogo e finalmente encerrarem aquela batalha.

— Atrás deles! – Patrick gritou, apontando o dedo para os fugitivos. Ele e Ângela não eram os únicos naquela caçada.

Bel, Ozzy, Marilyn, Boone, Oscar, Aaron, Schindler, Sally, Mandy, Gibbs, Melissa, Gina e muitos outros membros da Resistência vinham armados com facas, revólveres, submetralhadoras e diversos outros objetos cortantes. Assim como a Elite, deixaram o estádio e não deixaram de os perseguir pela estrada. Nenhum membro do grupo inimigo teria piedade se fosse pego por qualquer um deles.

— Não deixe nenhum deles escapar – Bel disse para Ozzy, Marilyn e Boone, que continuaram a correr atrás dos membros da Elite, principalmente de Jason – Você nos salvou. Não tenho nem como te agradecer – Olhou para Gina, que ajeitou o seu boné para trás, observando o cenário de perseguição na estrada.

— É uma guerra. E precisamos colocar um fim nela – Gina respondeu, segurando sua arma – A Elite não vai passar depois dessa.

— Atrás deles! – As duas olharam para trás ao verem Leah dirigir uma caminhonete com Conrado, que disparava balas no intuito de atingir os pés de Valon e Julie para que eles caíssem.

— Preciso que me faça um favor. Mais uma vez – Bel disse para Gina.

— Dependendo do que for, posso fazer um esforço – Gina não podia dar muita garantia em seu serviço, mas poderia tentar.

— Vá até a base da Elite antes que o Jason ou qualquer um deles chegue. Há pessoas inocentes que não merecem ficar ali – O Ozzy sabe do que eu estou falando.

— Certo. Ainda há gente do meu grupo presa naquele lugar maldito – Antes de Gina ir até sua nova missão, fez um sinal de gratidão de Bel, que então continuou a caçada com seus companheiros.

Bel alcançou Ozzy, Boone e Marilyn, a tempo de encurralem os membros da Elite a algumas milhas da ponte Driver e ainda mais perto do acidente do carro onde Robert estava.

Percebendo que o cerco tinha se fechado e não tinha mais alternativa para ou lutar ou sequer fugir, os membros da Elite começaram a se render. Valon, Morello e Raphael foram os primeiros a ajoelhar na estrada com as mãos levantadas, seguido de Mozzo, que tentou fazer uma última coisa para salvar-se ao tentar pular no rio Mississippi na esperança de não ser pego e ninguém lhe tocar, mas Aaron e Schindler o interceptaram a tempo.

— A gente... eu me entrego! Eles eu não sei, mas eu me entrego – Morello mantinha as mãos levantadas, com os joelhos tocados no chão, dizendo por si só – Aconselho você a fazer o mesmo – Disse, de relance para Raphael, que percebeu a gravidade da situação.

— Não queremos mais fazer parte disso – Raphael estava com o coração na mão. O medo de morrer falava muito mais alto que qualquer coisa.

— Nunca me pegarão viva! – Montserrat tomou a arma das mãos de Julie e fez menção em atirar, mas rapidamente foi agarrada por Pam e Toni, que a derrubaram no chão e amarraram seu pulso.

— Cara, meu sonho era pegar essa vagabunda – Bel olhou para Julie completamente indefesa junto com Jason – O Merle vai ser vingado – Deu uma risada que assustou Ozzy e Marilyn – Ah, ele vai ser muito bem vingado! – Estralou os próprios dedos.

— Acabou – Jason balançou a cabeça negativamente ao observar vários membros da Elite se renderam. Percebeu que pela primeira vez a Elite seria derrotada e provavelmente nunca mais entraria em ascensão. Era sua última chance se quisesse ficar vivo.

— O que?! – Julie olhou indignada para Jason – Como pode deixar a Elite perder por menos?! Nós éramos os donos dessa porra de território.

— Disse certo, Julie. Nós “éramos” – Jason tomou coragem e também se ajoelhou – Agora não somos mais, e eu não vou correr o risco de ser morto no final disso. Não tenho nem ideia de que Arthur e Jessica vão sobreviver e aconselho você a fazer o mesmo em se entregar. Garanto que essa gente não vai condecorar com flores e uma coroa por tudo que você aprontou.

— Estamos fodidos... – Julie disse, sendo a última a ser rendida a força por diversas pessoas que lhe odiavam. Ela sabia que dentre todos os membros da Elite ali presentes, seria a última que teriam piedade.

— Quero que saibam que não fiz parte de nada disso. Fui induzido pela Elite a participar dessa anarquia! Eu não mereço morrer! – Valon auto declarou-se inocente.

— Cala a boca – Ozzy deu um tapa na cabeça, antes dele ser amarrado por Murilo - Todos foram rendidos. Só falta o Arthur, Jessica, Deb e o Zain – De todos os nomes, o último foi que mais causou ódio em Ozzy.

— Estou preocupado com o Robert. Polly, Kei e Vasili não entraram mais em contato conosco no walkie-talkie. E eles estão com sistema ativo – Boone segurava o aparelho, a todo momento tentando entrar em contato, mas ninguém o retornava.

— Acho melhor irmos atrás deles. Gina disse onde eles tinham parado – Bel agora tinha a consciência mais tranquila de que ninguém mais correria perigo com a Elite, apenas alguns zumbis atraídos por conta do tiroteio – E temos que ir agora!

— Vamos! – Marilyn bateu no peito de Ozzy, e eles correram o mais rápido que podiam, para os alcançarem.

Enquanto Bel, Ozzy, Boone e Marilyn corriam contra o tempo para encontrar o restante do grupo, Gina com as suas forças invadia o que tinha restado da base da Elite. O prédio tinha sido deixado para trás pelos combatentes, com um grave risco de ser invadido pelos zumbis e deixar a situação dos seus residentes ainda pior. O que tinha restado, era Jasmine, seus pacientes, crianças agora órfãs e outros prisioneiros.

— O que está havendo?! – Jasmine levantou-se de sua cadeira quando Aryane e Vinicius entrassem. A doutora destacava estar visivelmente cansada de estar na clínica cuidando de tantas pessoas com recursos limitados.

— Viemos resgatar todo mundo. A Elite caiu e a Resistência está do nosso lado – Aryane anunciou, deixando uma Jasmine boquiaberta – Sabe onde está o tal do Nicolas?

— Escondido em dos quartos dos soldados. Acho que ele sabe que estão aqui – Jasmine respondeu, atônita.

— Podem retirar eles, há cadeiras de rodas lá trás – Vinicius disse ao entrar na clínica com Gina e seus aliados, Marlena, Wade, Hisa e Quincy, procurando por zumbis e outros inimigos no prédio da Elite – Oi, Jasmine – Pareceu feliz em ver a médica.

— Para onde vamos? O que aconteceu com o Arthur e Jessica? – Jasmine observou todos os seus pacientes, inclusive as crianças serem retiradas por Marlena. Agnes, Winnie e Camz também ajudaram na evacuação, uma vez que elas conheciam todos os locais possíveis da base da Elite.

— O que aconteceu com o Arthur e a Jessica nós não sabemos – Winnie auxiliava uma senhora de idade a sentar-se na cadeira junto com Agnes

— Mas o Jason se fodeu com todos os outros. Se depender do pessoal da Resistência, ninguém vai sair vivo – Disse Agnes, apoiando o braço da senhora no seu – Pode ter certeza que eles não vão mais voltar para cá.

— Nós fizemos a coisa certa em mudar de lado a tempo. Sabe Deus o que aconteceria conosco – Camz sentiu um grande alívio por ter feito a coisa certa depois de conviver com a Elite e fazer coisa errada – Ouvi boatos de que o pessoal vai para a forca.

— E nós? – Jasmine tornou a perguntar.

— Vamos evacuar todo o prédio. A Resistência está nos protegendo desde que fomos levados pela Kei – Vinicius disse e Jasmine pela primeira vez sentiu-se aliviada – Zachary precisa muito de sua ajuda, pois mataram um médico deles e os feridos estão aumentando a cada hora.

— Rezei durante todos esses dias para que essa guerra acabasse de uma vez – Jasmine falou, agora esperançosa.

— E parece que suas preces foram ouvidas – Aryane sorriu de volta, sentindo-se uma pessoa melhor por ajudar quem realmente precisava.

Com a base da Elite evacuada, a ameaça do grupo contra a Resistência tinha agora sido neutralizada, entretanto, Jessica e Arthur eram os únicos que tinham algum poder em reverter a situação, mas não era o que iria acontecer. Aquilo levaria um ponto final de uma vez por todas, principalmente quando Bel, Ozzy, Marilyn e Boone encontraram Robert, Kei, Vasili e Polly no meio da estrada, junto com os seus maiores inimigos de todo o apocalipse zumbi.

— Para o chão! Vão agora para o chão! – Ozzy segurava uma Glock. Correu até Vasili, que precisava de ajuda para combater Zain. Deb estava no chão caída, por conta dos ferimentos causados por Polly – Seu desgraçado, eu disse que ia te pegar! – Zain tentou revidar Ozzy, mas acabou levando um tiro no braço.

— Filhos da puta! Segura aquela puta, Vasili! – Kei gritou para o russo, uma vez que ela lutava contra Jessica pela posse da arma. Lutar contra aquele casal foi a prova de vida mais turbulenta que a oriental tinha passado – Desgraçado! – Com a sua arma de volta, baleou Arthur e o derrubou novamente.

— Oh, não! – Marilyn percebeu alguém caído no asfalto – Não!

— O que aconteceu?! – Boone perguntou desesperado ao ver Robert com as mãos no próprio pescoço, tentando estancar o sangramento. Ele não podia mover um músculo sequer ou falar – Polly?! – Mais atrás de Robert, a loira estava no chão, ofegante.

— Mas que merda... – Bel correu desesperada até Polly. Estava tão fora de si que escorregou duas vezes até chegar à loira – Polly! Pelo amor de Deus, mas que porra fizeram com você... – Colocou Polly em seus braços, tentando tampar o ferimento de bala em seu peito, mas era tarde para tentar salvá-la – Não! Polly você não pode me deixar... não pode nos deixar assim! Polly! – As lágrimas incessantes de Bel se misturavam com o sangue de Polly.

— Cuidem da Alaska, eu imploro – Polly ainda tinha um mínimo de forças para segurar a mão de Bel da forma mais firme possível. Ozzy e Marilyn mantinham Zain e Deb na sua mira, da mesma que forma que Vasili mantinha Jessica de joelhos e Arthur no chão baleado. Kei se aproximou lentamente, em estado de choque. Boone foi até Robert, o a socorrendo, mas não deixando de ouvir cada palavra de Polly, que a cada segundo perdia forças - Eu amo vocês. Cada um. Foram a melhor coisa que aconteceram na minha vida depois que essa merda de mundo apareceu.

— Estamos contigo – Kei não gostava de despedidas, mesmo depois de ter perdido tantas pessoas queridas. Era difícil se acostumar com aquilo, mas ao mesmo tempo era inevitável. Acariciou os fios de cabelo loiros de Polly, observando o seu rosto sereno em meio tanto caos.

— Tenho um último pedido – Polly disse, tossindo.

— O que você quiser. Só não posso te prometer um jantar – Bel falou em meio um momento tão sensível, mas que arrancou um sorriso de Polly.

— Matem esses desgraçados. Não deixem nenhum deles fazer mal a vocês novamente – Polly agora falou de forma séria. Kei e Bel se entreolharam, elas sabiam o que teria de ser feito, e iriam fazer – Salvem o Robert. Eu amo muito vocês – Olhou uma última vez para as suas melhores amigas. Uma lágrima desceu por sua bochecha, antes de seus olhos fecharem para sempre.

Silêncio.

O silêncio perpetuou entre todos.

As horas se passaram. A guerra tinha acabado e o que restava para os sobreviventes, era reconstruir novamente o que se tinha perdido, e seguir em frente com a pessoas que se foram.

Difícil recomeço. Nova Orleans estava devastada.

— O furacão causou menos estragos do que essa guerra – Marilyn disse, sentada na escada de uma das casas próximas ao estádio, observando várias pessoas do Supermercado, o Estádio, o Museu, a Praia Palm e a Rota 55 comemorando o fim da guerra por várias ruas daqueles quarteirões. Alguns zumbis eram atraídos pelo barulho e facilmente eram mortos.

— Inaceitável tanta gente ter morrido por causa de uma seita maquiavélica – Oscar falou, segurando uma latinha de cerveja – Quer? – Ofereceu.

— Não... eu estou de luto – Marilyn respondeu, pensando em Polly o tempo inteiro – Um luto extremamente difícil de superar – Dentro de si, Marilyn sentia um vazio, mas não imaginava como estariam as pessoas que estavam com Polly desde o começo.

Com o fim da guerra, a clínica tinha sido expandida por toda o campo do estádio. Não só o número de feridos, mas todos os pacientes da Elite agora estavam ali para receberem tratamento. Graças a Jasmine, eles conseguiam atender a todos na medida do possível, mesmo com algumas perdas, impossíveis de terem sido salvas, dadas as circunstancias.

— Os suprimentos estão limitados. Vamos usar apenas para casos emergenciais – Keegan disse para Jasmine, segurando uma caixa com alguns antibióticos e anti-inflamatórios.

— Ótimo – Agradeceu a mulher, fazendo o seu trabalho em múltiplas tarefas, mas sempre precisando de ajuda - Preciso que pegue mais plantas medicinais, não temos remédios o suficiente – Jasmine pediu para Miss Sophie, enquanto ajudava Kimberly a tratar uma infecção que tinha sofrido por conta da amputação.

— Eu vou ficar bem? – Kimberly perguntou, deitada em sua maca improvisada.

— Vamos garantir que sim – Pam sorriu gentilmente, após aplicar uma injeção para tirar a sua dor – Obrigada por ter vindo – Olhou para Jasmine, que apenas sorriu de volta.

Não tão longe, Zachary tinha terminado de realizar um atendimento de emergência, e por sorte, tudo tinha ocorrido bem.

— Não se mova para nada, foi muito difícil estancar o sangue – Zachary falou com avental completamente sujo. Robert estava deitado na maca com um punhado de curativos colados em seu pescoço. Sua pele estava mais branca que o normal, visto as olheiras escuras que surgiram.

— Onde está a Polly? – Perguntou o mais baixo possível. Bel, Kei, Vasili, Ozzy e Boone estavam ao seu redor. Ninguém soube responde-lo.

— Você precisa descansar – Vasili puxou uma cadeira e sentou ao lado de seu filho. Era hora de largar sua rotina acelerada e cuidar de Robert pela primeira vez – Nós estamos cuidando de você, não tem que se preocupar.

— Vamos ficar o tempo que precisar – Boone sorriu, massageou as pernas do namorado, tentando tranquiliza-lo.

Enquanto observavam Robert deitado e sem entender o que estava acontecendo por conta das medicações, Marilyn apareceu no estádio e foi até o grupo.

— Está na hora. O pessoal começou lá fora – Marilyn avisou para o grupo o que iria ocorrer em alguns minutos.

— Estamos indo – Ozzy guardou sua arma no coldre.

— Você vem? – Bel perguntou para Kei, que balançou a cabeça negativamente.

— Eu preciso descansar e o Robert precisa de mim. Vou ficar com o Boone e o Vasili – Kei respondeu com um sorriso sem graça – Vá. Bel, você está no controle da situação agora.

Bel engoliu a seco quando Kei disse aquelas palavras e então deu as costas para a oriental. Antes de deixar a enfermaria, pode observar Matthew, Andrew e Alaska em algumas macas improvisadas para eles ficarem em segurança, enquanto Ângela os alimentava. Bel suspirou pesadamente, pensando no futuro que aquelas crianças teriam, e principalmente Alaska, agora completamente órfã.

Ao deixar o estádio, Bel percebeu a muvuca que estava do lado de fora com tanta gente ainda comemorando o fim da guerra. Enterrar os mortos tinha sido complicado, mas saber que a Elite tinha sido finalmente derrotada era algo a se festejar sem ter peso na consciência.

— Não posso acreditar que há pessoas tão felizes – Bel cruzou os braços, andando com Ozzy no meio das pessoas.

— Essas pessoas queriam o fim da Elite. E pudemos ajuda-las com isso – Ozzy disse, pegando uma latinha de cerveja com Aaron.

— Vai participar disso? – Bel perguntou, pegando a latinha da mão de Ozzy e dando um gole.

— Não. Vou apenas observar, eles querem isso tanto quanto nós – Ozzy e Bel viraram a rua do quarteirão, seguindo o fluxo. Desceram uma avenida que ficava perto de uma colina, onde tinha várias árvores com galhos incrivelmente grandes – Essa guerra vai muar a gente para sempre.

— Sabe Ozzy... Estamos perdendo tradições em meio uma crise de fé nesse caminho de volta a vida. Por mais que matamos pessoas para salvar outras e isso é macabro demais de se pensar... – Bel disse, descendo a colina com o rapaz – Eu espero que isso tenha servido de lição para ambos os lados, e não volte a se repetir.

— Tenho medo de nos tornamos as pessoas pela quais lutamos para derrubar – Ozzy falou, parando em um canto com Bel, observando o que estava prestes a acontecer.

— Eles vão realmente fazer isso... – Marilyn disse a frente deles.

Várias pessoas, em especial Oscar, Gina, Leah, Gibbs e Mandy, estavam em posse de Arthur, Jessica, Julie, Zain e Nicolas. Os principais responsáveis pelo conflito tinham sido presos após suas respectivas capturas antes de serem linchados até a morte por tanta gente que tinham raiva deles – e não era um número pequeno -, mas não era algo que os livrariam do destino que os reservava.

— Os galhos são fortes o suficiente? – Gibbs perguntou, enquanto Murilo e Toni puxaram Arthur do chão, amarrado nas mãos e com uma mordaça na boca.

— É a maior árvore dessa colina. Ela vai aguentar – Oscar respondeu, olhando Arthur com o maior ódio do mundo.

— Vamos acabar logo com isso – Mandy levantou Jessica do chão.

— Cara, eu não queria estar na sua pele – Melissa foi até Julie, levantando-a com Aline – Muita gente quer a sua cabeça – Vamos começar com isso! Tragam as cordas!

— O que?! – Nicolas olhou desesperado para tantas pessoas gritarem com repúdio o seu nome – Eu não tive nada haver com a morte da Alice! Eu imploro piedade para vocês, Oscar?! – Olhou para o moreno, que nada respondeu.

— Cala a sua boca! Traidor – Vociferou Leah.

Um a um, os selecionados foram amarrados com as cordas sem nenhuma pressa, apenas para serem pendurados nos galhos daquela única árvore. A visão de ter cinco pessoas sendo enforcadas como um espetáculo para tantas outras, fazia Bel se perguntar se um dia eles chegariam ao nível das ‘’vítimas’’ a sua frente.

— O Zain se fodeu – Ozzy disse, observando o cara que um dia foi seu amigo, tentar segura a corda no seu pescoço na esperança de afrouxá-la, mas se tornava mais difícil por conta de um braço baleado e a falta de respiração.

— Estão tentando soltar a corda! – Schindler gritou no meio da multidão.

— Atirem! – Gina ordenou e não demorou para que Wade, Quincy, Marlena e Hisa começassem a disparar simultaneamente entre Arthur, Jessica, Julie, Zain e Nicolas, os matando finalmente e cessando pôr fim a Elite.

 

— Acabou – Bel disse para si mesma e fechando os olhos em seguida, sentindo um silêncio entre si, mesmo com a multidão aos berros ao seu redor.

Polly sentia-se leve e respirando um ar puro, sem o clima negativo que o apocalipse trouxera. Ela percebeu trajava um vestido inteiramente branco, igual ao dia da sua formatura, na turma de jornalismo. Parecia estar em um momento em paz tão reconfortante consigo mesma, que ela jamais queria que aquela sensação acabasse.

Olhou para o solo e percebeu que suas antigas roupas manchadas de sangue estavam no chão.

— Achei que não te veria aqui. Não agora – Polly olhou para o lado e percebeu que Scorpion falava com ela – Eu sinto muito por tudo o que eu causei.

— Eu te perdoo Scorpion – Polly agora estava entendendo tudo. Olhou para frente, tirando sua tenção do ex-namorado – Mas nunca vou esquecer as coisas que você fez e disse, a nossa filha vai ficar muito mais segura com as pessoas lá embaixo do que teria ficado com você. Tenho pessoas mais importantes aqui para me encontrar.

— Pode ter certeza que sim – Merle disse ao seu outro lado, seguido de Renata – Muitas pessoas aqui estão comentando de você.

— Polly, você é uma mulher linda – Renata sorriu para a amiga, feliz por reencontrá-la.

— Tão linda que fui casado com ela – Andrew disse ao lado de Scorpion, que revirou os olhos, mas arrancou uma risada de Polly.

— Temos quanto tempo para ver todo mundo? – Polly perguntou para as pessoas ao seu redor.

— O tempo necessário para que esse apocalipse termine – Topher respondeu, abraçado a sua irmã.

— Então vou ter tempo o suficiente – Polly respondeu com um tom de deboche, mas fizeram todo rir, exceto Scorpion – Vamos? – Perguntou e então todos assentiram, a seguindo enfim.

Polly deixou tudo, inclusive suas roupas para trás, e o problemas que o apocalipse lhe trouxeram, finalmente, para quem tinha ficado.


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Notas finais do capítulo

A guerra terminou e infelizmente perdemos Polly... Depois de 8 temporadas, se despedir dela é realmente difícil, mas vida segue e em breve, a temporada 9 irá começar!

Até lá!



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