Contágio escrita por MrArt


Capítulo 159
Estação 8 - Capítulo 159 - Perdão




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Robert tinha sido arrastado no chão por Deb e Raphael, enquanto os Novos Fundadores do Apocalipse seguiam logo a frente, ouvindo o barulho do tiroteio contra o estádio. Ele não queria mais viver aquilo. Merle estava morto no chão por sua causa e não podia fazer mais nada, todos a sua frente provavelmente seriam mortos e ele torturado por Arthur e Jessica, que agora deixavam o estádio para trás, enquanto todos eram massacrados.

— A loira é minha – Julie anunciou, pronta para ir atrás de Polly.

— Vocês não podem fazer isso! – Robert jogou seu corpo contra Deb e a derrubou, Mozzo tentou ir para cima dele, mas recebeu um chute no queixo em resposta, que o apagou imediatamente.

— Apaguem ele – Jessica ordenou, com as mãos para trás, enquanto observava Robert lutar.

— Filhos da puta! – Raphael e Morello foram para cima do loiro. Robert não desistiu de lutar, deu um tapa tão forte na cara de Raphael que o seu rosto virou bruscamente. Morello também tentou fazer algo, mas o loiro continuou a resistir.

— Inútil – Arthur pegou a arma de choque do seu coldre e atirou nas costas de Robert, o derrubando.

Aquela corrente elétrica passando por Robert o deixou completamente contorcido e vulnerável no chão. Ele se sentia fraco e sem o poder de fazer nada, enquanto era levado por Arthur e Jessica.

A Elite era cruel.

— Eles vão levar o Robert! – Kei gritou para Polly e Vasili. Os três tinham voltado para dentro do estádio assim que o tiroteio começou.

— Sabe onde fica o lugar, não sabe? – Polly perguntou, por pouco não escorregando em uma poça de sangue.

— Cuidado... – Vasili apenas a segurou Polly pelo braço e botou no lugar, e então pegou sua arma novamente – Não vou deixar que levem o meu filho tão fácil assim. Eu vou pegar aquele casal maldito e costurar a pele deles e fazer um só – O russo disse, se lembrando da sua juventude na máfia russa.

— Depois que pegarmos eles, pode fazer o que quiser – Kei garantiu para Vasili – Mas primeiro temos que salvara vida do Robert – Falou, pensando no que levava a obsessão da Elite em matar tantas pessoas inocentes.    

 

 

Flashback

 

Início do Contágio.

A crise pelos Estados Unidos tomava rumos piores a cada hora que passava. Colorado tinha declarado estado de emergência e em questão de pouco tempo os Estados Unidos estavam em lei marcial.

Na sede do Departamento de Defesa dos EUA, o Pentágono, reuniões de emergência perpetuavam o local. A todo minuto agentes do exército, de entidades de segurança e saúde apareciam no local a procura de respostas sobre o surto ocorrido no país a ofensiva contra o Irã que tinha ocorrido naquela manhã. A situação já tinha tomado proporções mundiais e não acabaria tão cedo.

Em uma sala, o futuro era discutido.

— Santa Fé e Seattle falharam no protocolo anti-infecção e foram bombardeadas assim como Denver, perdemos a conexão com Los Angeles, Pittsburgh e Cleveland. Parece que há uma zona militarizada em Albuquerque e outra em Manhattan que funcionaram estão em ativa – Disse Tyler Langdon, o secretário de segurança. Ele tinha um enorme mapa dos EUA atrás de si com todos os lugares infectados, e se referia a todos os estados – O presidente foi evacuado com segurança para o país e não voltará.

— Então o presidente largou o próprio país em meio a esse caos? – Arthur disse em pé, a poucos metros de Tyler. Jessica estava sentada elegantemente na mesa, enquanto lia em seu tablet os distúrbios por todo o país – As pessoas estão virando criaturas bizarras e se matando por toda a parte e eu não garanto que chegarão aqui em poucas horas. Os militares falharam em Los Angeles há uma hora.

— É inaceitável que a maior potência do país tenha falhado deste modo. A bomba está espalhando Trioxina por todo o país e agora todos estão condenados. Há mortos saindo das covas. Esse caos não vai acabar nunca – Jessica colocou o seu tablet na mesa. Tinha visto coisas o suficiente para poder tomar partido da situação junto com Arthur – Nós queremos a autorização.

— Autorização? – Tyler olhou para o casal, confuso. Ele conhecia Arthur e Jessica não era

— Protocolo 210 – Arthur anunciou e Tyler por pouco não engasgou com o que ele tinha dito.

— Estão ficando malucos. Isso nunca funcionou e nunca vai funcionar – Tyler disse trêmulo – A indústria farmacêutica nunca vai autorizar que isso aconteça.

— Autorizar? – Jessica falou com tom de deboche, olhando Tyler de relance – Graças ao meu trabalho como senadora do Louisiana e o Arthur como governador do Texas, a infecção ainda não avançou no estado, mas é uma questão de tempo até que as criaturas apareçam.

— Nós temos a indústria farmacêutica do nosso lado, eles não vão arriscar perder tudo. O Doutor Byron Stevens não fugiu como o presidente – Arthur soltou um riso cínico ao comentar sobre a autoridade máxima do país – E acredito que ele também te deixou para trás, senhor Langdon. Há poucos funcionários federais em Washington, e você é um deles.

— Vocês têm noção do que é o protocolo 210? – Trêmulo, Tyler perguntou para o casal – Não usamos cobaias desde a guerra fria. Há réplicas de cidades na base de Corpus Christi e a base de Nova Orleans e do Mississippi são enormes demais para administrar.

— Colocaremos gente o suficiente para isso – Jessica disse – Há ainda muitas pessoas vivas e é uma questão de tempo até que as coloquemos em todas essas bases. Stevens vai nos ajudar na Califórnia, o resto fica por nossa conta.

— Estamos lidando com pessoas, não objetos... – Tyler insistiu.

— Pessoas que irão morrer a qualquer momento quando essa contaminação estagnar – Arthur apoiou seu braço na mesa – Olha, Tyler... garanto que no próximo mês os Estados Unidos será um cemitério ambulante de mortos vivos, e manter os sobreviventes em instalações subterrâneas pode ser a salvação.

— Será um recomeço. Comandado por nós – Jessica sorriu, sedenta pelo poder.

Mas com Tyler não seria fácil.

— Sou a última pessoa da segurança no país e não vou autorizar isso – Tyler deu sua palavra final. Porém, Arthur e Jessica não iriam jogar tudo fora com uma oportunidade grandiosa em mãos.

Tyler deu as costas para Arthur e Jessica e voltou a olhar o mapa, preocupado com o avanço do Contágio pelo país. Ao mesmo tempo, tentava ligar a todo custo para o Centro de Controle de Doenças, mas ninguém o atendia nas últimas horas. Suas tentativas falhas de tentar conter a infecção, traçavam um rumo ainda pior, e Arthur e Jessica agora tomariam o poder, Tyler querendo ou não.

— Por favor, eu preciso falar com... – Quando Tyler tinha a certeza de que tinha entrado em contato com alguém, uma rajada de tiros disparada por Arthur e Jessica o mataram violentamente.

O casal se aproximou do corpo de Tyler o observaram com desdém e depois se entreolharam. Ninguém os impediria de ter o poder e agora, se tornariam os aclamados Novos Fundadores do Apocalipse.

 

 

Bel correu para dentro do estádio assim que o tiroteio começou. Mal teve tempo de respirar quando viu Merle ser assassinato ao lado de Robert. Ninguém tinha chance de sair vivo daquela se não agissem quanto antes.

— Por favor! Me respondam! – Bel pegou o seu walkie-talkie preso ao cinto e chamou inúmeras vezes por Gina – Estamos sendo atacados! – Olhou para trás, percebendo que Caleb e Valon invadiam, lançando artefatos explosivos contra eles - Capturaram o Robert e acho que não vamos sobreviver a isso... Merda! – Se abaixou e acabou por derrubar o aparelho, correndo em seguida para salvar a si mesma.

— Bel! – Ozzy apareceu – Estamos sozinhos nessa – Disse exasperado, após uma breve briga com Boone, o impedindo de ir junto com Polly, Kei e Vasili, caso contrário, ficariam sem pessoas para conter o caos.

— Não podemos salvar todo mundo – Bel disse desesperada, enquanto pelos interiores do estádio com Ozzy.

— Mas salvaremos o máximo de vidas possível – Ozzy segurou na mão de Bel, com medo de perde-la no caminho – Tem zumbis entrando no estádio e isso vai virar um banho de sangue em minutos - Onde está o Boone? – Olhou ao seu redor e nada do tatuado.

— Ele não foi com os outros? – Bel tornou a perguntar.

— Não! Ele estava comigo! – Ozzy disse indignado, colocando a mão sobre a cabeça, sem saber onde o rapaz tinha ido parar.

Oscar, Miguel e Boone lutavam contra a invasão, atirando sem cessar em quem tentava passar a barreira que tinham feito, dando chance para que os outros fugissem. O clima piorou ainda mais quando Jason apareceu metralhando-os, furando o bloqueio e consequentemente dando passagem para seus homens.

— Se ficarmos aqui nós vamos morrer... precisamos recuar – Miguel disse, preocupado em ser atingido.

— Fugir em meio a uma luta?! Nunca! – Boone disparou de volta, acertando Caleb no peito.

— É uma questão de salvar a própria vida, caralho – Oscar recuou, deixando Boone e Miguel.

— Não vou colocar a minha vida em risco – No mesmo instante em que Miguel levantou-se, uma bala perdida atravessou sua testa.

Boone olhou para Miguel morto e não pode fazer nada senão pegar o pente de balas e uma faca que tinha em seu corpo. O tatuado saiu às pressas daquele lugar, ou morreria antes mesmo de encontrar Robert novamente. Caso ele encontrasse.

Muito próximo a Boone, o tiroteio continuava e Sandy, Mandy e Gibbs estavam escondidos atrás de um dos vestiários. Conforme Julie e Mozzo avançavam com Jason, o trio revidava com uma descarga de balas, mas o cerco estava se fechando para eles.

— Não vamos escapar a tempo... – Sandy disse desesperada assim que viu Marly ser pega e metralhada até a morte por Julie – Temos que sair agora mesmo! – Saiu de trás do vestiário, dando tempo para Mandy e Gibbs fugirem.

— Atirem neles agora! – Jason ordenou ao vê-los e então levantou seu revólver, disparando.

— Sandy, não! – Mandy gritou. Tentou puxar Sandy de volta pela gola de sua blusa, mas uma bala de Jason acertou a cabeça dela, a matando na hora.

— Não podemos ficar aqui, Mandy! – Gibbs puxou a namorada pela mão enquanto fugiam do tiroteio que tinham sido colocados.

— A Sandy morreu, que porra! – Mandy tentou voltar a amiga morta em um crítico estado de choque, mas Gibbs a impediu antes que ela fosse a próxima a morrer – Precisamos encontrar o Boone! – Pegou seu revólver e atirou contra Julie, mas ela tinha desviado facilmente das balas.

— Boone? Para que? – Gibbs perguntou, ofegante.

— Polly, Kei e Vasili desapareceram, provavelmente foram atrás do Robert, e o Boone é a única pessoa nesse lugar para pensar em algo! – Mandy disse desesperada, descendo as escadas do estádio em direção ao campo, com uma batalha sangrenta entre Elite e Resistência ocorrendo – Meu Deus...

— Não podemos ficar sem fazer nada – Gibbs recarregou sua arma, derrubando algumas balas usadas na arquibancada – Mataram a Sandy e não vou perdoar isso.

— Espero que a Melissa não esteja em apuros. Imagine se ela perde o outro olho ou um braço... sei lá – Mandy falou atordoada, segurando no braço do namorado, prontos para entrarem na luta – Vamos expulsar esses filhos da puta do estádio.

Enquanto a briga destruía o estádio e ceifava várias vidas, Polly, Kei e Vasili corriam contra o tempo, tentando entrar em contato com uma pessoa conhecida para salvar Robert e evitar que uma tragédia ainda maior acontecesse.

Arthur e Jessica o levavam Robert amarrado em um carro, escoltados por Deb e Zain de volta para a base da Elite, cursando todo o caminho ao lado do grande rio que cortava o estado. Alguns zumbis transitavam pela estrada e pareciam aumentar à medida que dirigiam em direção ao Mississippi.

— Eu vou cortar a sua garganta e fazer ela beber o sangue – Robert disse baixo, mas numa altura que Arthur e Jessica ouviram. Eles apenas olharam o loiro com desdém – Vou matar um por um, juro que vou matar – Forçou sua voz o máximo possível, mas o cansaço dominava seu corpo.

Robert estava fodido.

— Não antes de matar você primeiro – Arthur pegou no queixo de Robert e o encarou por alguns segundos – Merda! – Sentiu o veículo perder o controle e parte de trás ir ao chão, após um barulho quase lhe ensurdecer. Jessica voou do banco e Zain perdeu o controle do volante após Deb desmaiar em cima do painel, e então o carro saiu pra fora da estrada e capotou inúmeras vezes.

Como se tivesse sido atingido por uma bomba.

— Você é foda – Ao lado de Vasili e Polly, Kei bateu sua mão na de Gina, após abaixar os seus binóculos, apreciando o veículo capotado na estrada. A bomba lançada pela líder da Rota 55 tinha atingido em cheio o carro.

— Depois de você e Bel me implorarem ajuda pelo rádio, vi que a coisa estava feia de verdade – Gina cruzou os braços, observando o carro capotado – É melhor agirem rápido. Arthur e Jessica são espertos o suficiente para escaparem num piscar de olhos.

— Não vai conosco? – Polly perguntou e Gina a olhou de lado – Me perdoe pela morte da Bruna... Nós envolvemos vocês nisso.

— Bruna não vai voltar, e Bel ainda precisa da minha ajuda. Vocês têm um peixe grande para pegar – Deu dois tapas nas costas de Kei e então se afastou deles, indo para o estádio o mais rápido possível – Boa sorte! – Gritou.

— Até o outro lado! – Vasili fez um sinal de com os dedos para Gina, agradecendo pela ajuda. Voltou sua atenção ao veículo capotado, percebendo os mortos-vivos se aproximarem e ninguém sair, muito menos Robert, o que era preocupante – É hora de foder a cúpula da Elite.


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