Contágio escrita por MrArt


Capítulo 158
Estação 8 - Capítulo 158 - Ausência


Notas iniciais do capítulo

A guerra está partindo para um fim incerto, e os nossos personagens continuam lutando por suas vidas, em uma crise tão profunda quanto as outras...

Boa leitura!



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Era madrugada. O estádio estava em um silêncio praticamente ensurdecedor, nenhuma luz acesa ou pessoas vagando atoa pelas arquibancadas. A maioria das pessoas dormiam nas barracas montadas no campo de treinamento ou nas dependências do estádio, exceto os guardas, que faziam uma vigia rigorosa para a garantir a segurança do local após combaterem tantos zumbis nas horas anteriores.

Algo estava estranho.

— Não consegue dormir? – Robert por pouco não assustou Merle, que estava em uma das entradas principais do estádio. A única coisa que podiam ver a partir de lá era o estacionamento com vários corpos de zumbis estirados.

— Eu troquei o turno com a Kei, geralmente eu tenho insônias fodidas – Merle bufou, entediado por estar ali – E você? Kei me disse que ficaria no turno da manhã, mas parece que está bem adiantado.

— É o estresse, não dá para fechar os olhos agora. Acho que estou ficando paranoico com todas essas merdas – Robert respondeu e Merle olhou para o horizonte completamente escuro além do estádio.

Assustador, de fato.

— Por enquanto está tudo calmo, e prefiro que continue assim – Merle colocou os braços para trás, respirando aliviado. Robert o olhou de relance.

— Não diria isso com tanta tranquilidade – O loiro argumentou. As palavras tinham poder e no mesmo instante Petterson pode sentir um mau agouro tomar conta de si.

— Pode ficar tranquilo. Eu sei o que digo – Merle estava com uma autoconfiança tão boa que chegava a assustar Robert.

— Enfim... Se quiser que eu te dê cobertura, posso... – Robert mal teve tempo de terminar de falar quando Merle foi alvejado e atingido no ombro. De inesperado, foram colocados em meio a uma rajada de tiros – Porra! Merle! – O loiro agarrou Wolf pela blusa e o arrastou para trás de uma parede. Os tiros não paravam de forma alguma, e a essa altura, todos no estádio tinham sido acordados – Merle, acorda! – Bateu no rosto do rapaz, e então percebeu o barulho de passos se aproximarem – Essa não...

 

Flashback

 

 2014. Horas antes do Contágio.

Merle odiava morar em Denver, apenas estava ali por conta da sua família e a sua boa condição de vida. Sempre pensando que aquela cidade nunca iria para frente e nada de novo iria acontecer, e mesmo que o destino colocasse a vida de todos a deriva nas próximas horas, Wolf ainda tinha tempo de aproveitar a sua vida. Mesmo que da forma negativa.

— Reclamar de onde você mora não vai te tirar daqui – Aliyah, a mãe de Merle, dizia para o filho, enquanto preparava o jantar.

— Sabe que eu detesto Denver. Moro nesse lugar desde que nasci e quase nunca viajamos – Merle falou, encostado no balcão da cozinha – Deveria estar em Seattle nesse momento – Wolf vinha martelando a própria mente desde que havia reprovado no exame para ingressar em uma universidade no estado de Washington.

— Filho, sabe que as coisas não são como nós queremos na maioria das vezes – Aliyah tentava a todo custo confortar Merle – Aqui em Denver temos uma vida estável, você não precisa se preocupar com trabalho e tem tudo o que precisa.

— Mas não tenho o meu pai. Ele se foi e eu nunca tive a oportunidade de me despedir dele – Merle falou amargurado. A ausência de seu pai o afetava de forma absurda. Aliyah ficou calada e ele percebeu como a mãe tinha ficado pelo comentário – Eu vou sair.

— Merle, são quase oito da noite, sabe que não é seguro sair durante a noite – A mulher apontou o dedo para o relógio digital.

— Combinei com a Kala e a Monick de ir para a boate. E eu preciso relaxar a cabeça – Merle suspirou, tentando cortar o clima pesado que tinha ficado na cozinha – Te vejo mais tarde.

Merle mantinha um conflito interno consigo mesmo. Aceitar a realidade em que vivia, e a ausência do seu pai que tinha sumido desde que ele era pequeno, fez ele acreditar que as pessoas eram facilmente descartáveis e criar vínculos com quem quer seja, era um erro fatal.

O que restava para Merle naquela madrugada era aproveitar a vida noturna de Denver. Depois de encontrar suas amigas no centro da cidade, seguiu direto para a boate, apesar de reclamar que a vida noturna da cidade não era tão boa quanto as de Los Angeles ou Las Vegas.

— Falei para você não encher a cara tão cedo. Não é nem uma da manhã e você já está péssima – Merle disse sentado em uma das mesas junto com suas amigas, Kala e Monick. Puxou um cigarro da sua cartela e o acendeu no mesmo instante.

— Vou ficar bem, foi o gin que eu tomei. Forte para caralho – Kala respondeu, balançando as mãos no ar como se tivesse acabado.

— Sua cara está péssima – Monick disse debochadamente, segurando um copo de vodca com limão em uma mão e um cigarro em outra. Ela parecia bem menos pior que Kala.

— Cuida da sua vida, sua fumante ridícula – Kala balbuciou.

— Cara, você está horrível de verdade – Merle apoiou seu braço na mesa e encarou Kala – Não acredito que vou ter que colocar você no táxi porquê sequer consegue lembrar a senha do seu celular – Olhou para baixo e percebeu que o aparelho da amiga estava no chão – Tem certeza que está bem? – Perguntou mais uma vez, preocupado.

— É claro que não Merle, olha a cara dela – Monick apontou o dedo para a cara de Kala, que estava prestes a cair no sono.

— Pessoal, aproveitem a vida enquanto ainda temos tempo. Eu bebi para caralho e estou muito feliz, parece até que a última vez que vou beber – Após dizer isso, Kala dormiu com a cabeça na mesa, enquanto Merle pensava em suas palavras.

— Eu sabia que isso iria sobrar para eu resolver – Merle apagou seu cigarro no cinzeiro, irritado.

— Merle, sabe como a Kala é emocionada e não pode ver uma festa que já quer causar – Monick observou a amiga apagada em cima da mesa – Às vezes eu odeio essa puta.

— Vamos deixar ela dormir, quero ir dançar. Vem comigo? – Merle se levantou da mesa e estendeu a mão para Monick.

— É claro que vou – Monick largou suas coisas na mesa e pegou na mão de Merle, indo para a pista e se juntando com aquela multidão na boate, enquanto Kala dormia como se estivesse em casa.

Merle e Monick passaram a madrugada inteira dançando naquela boate, sem cansarem uma vez sequer. Os feixes das luzes coloridas, a música eletrônica estourando em seus ouvidos tornaram uma noite que parecia demorar para terminar, tinha passado tão rápida quanto a embriaguez de Kala.

— Obrigada pela noite incrível – Monick disse fora da balada, enquanto colocava Kala em um táxi, parcialmente grogue – Preciso levar essa coisa para casa. Até mais, Merle – A morena se aproximou de Wolf, e então deu um beijo na sua bochecha.

— Até mais, me liga quando chegar – Disse Merle e então Monick entrou no mesmo táxi com Kala, que logo deu partida e deixou a rua da balada.

Era de manhã e Merle estava muito cansado. Tinha perdido a noção do tempo por conta do álcool que tinha consumido com Monick e o cigarro que fumou escondido com a mesma. Sua cabeça latejava e de minuto em outro, sentia suas pernas bambearem.

Assim que pegou o celular para pedir um táxi e ir para casa, percebeu que tinha 32 ligações perdidas de sua mãe.

— Eu estou fodido – Merle disse para si mesmo, batendo a mão na própria face. A princípio, pensou que um leve tremor tomou conta de si, mas logo em seguida Wolf caiu no chão ao sentir um forte impacto no solo, vindo de um enorme estrondo que tampou seus ouvidos.

Merle mau percebeu que estava jogado no chão da calçada, seus ouvidos ainda pareciam estar tampados quando uma mulher o ajudou a se levantar. Olhou para os lados e percebeu que a balada era rapidamente evacuada enquanto várias outras pessoas corriam para uma direção oposta, de onde vinha uma enorme cortina de fumaça.

Assustador.

— É terrorismo! – Ouviu os gritos da mesma mulher que o ajudou a se levantar.

A fumaça subia ao fundo daquela avenida, Merle não sabia onde o incêndio ocorria, mas não demorou para que ouvisse o barulho da sirene da ambulância, polícia e bombeiros por todas as ruas e o trânsito de Denver começar a ficar caótico.

— Merda! – Merle corria na mesma direção que as outras pessoas. Ele segurava o celular extremamente trêmulo, enquanto ligava para a sua mãe – Me atende, porra! – Gritou, perdendo a paciência com as inúmeras chamadas perdidas.

Olhou para os céus assim que ouviu o barulho de um helicóptero.

— Que porra está acontecendo, meu Deus? – Merle observou que era um helicóptero militar sobrevoava Denver na direção do atentado.

— Cuidado! – Uma moça morena o puxou para longe da rua, assim que um carro desgovernado por pouco não matou Merle. O veículo logo em seguida se chocou contra a entrada de um restaurante – Dolov, temos que sair daqui! – Chamou pelo o amigo e então se juntaram ao tumulto na rua.

— O que está acontecendo? Ei! – Merle chamou pela mulher que tinha salvo a sua vida, mas ela não lhe deu ouvidos – Eu falei com você! – Colocou a mesma contra um carro estacionado – Que porra aconteceu nessa cidade?!

— Ei! Lupita! – Dolov foi até a mulher, tentando tirá-la das mãos de Merle – Tira as mãos dela seu cuzão de merda.

— Tá tudo bem! – Lupita disse a Dolov e então olhou fixamente a Merle – Caiu a porra de uma bomba no centro de Denver e agora as pessoas começaram a atacar as outras do nada! Eu vi um cara todo queimado correr atrás de outro como se estivesse ótimo. É assustador para caralho! – Pela face de Lupita, algo assustador ocorria e Merle ainda não estava ciente de tudo.

— Meu Deus! Meu Deus! – Dolov gritou desesperado e apontou o dedo para dois rapazes severamente machucados avançarem contra um policial, que não hesitou em atirar neles, mas não resolveu.

— Caralho... – Merle assistiu junto com várias pessoas o policial ser morto a mordidas.

— É melhor sairmos daqui. Isso só vai piorar! – Lupita disse ao ver um caminhão do exército invadir a rua com vários soldados.

— Temos que ajudar aquele policial! – Merle tentou ir até o homem sendo morto, mas um soldado o impediu – Qual foi?! Aquele cara tá sendo morto na sua fre... – Mal teve tempo de falar e viu o mesmo homem ser metralhado pelos soldados junto com as pessoas que o atacaram.

— Cara, para de ser louco! – Lupita agarrou Merle pela blusa o tirou de perto daquela situação.

Merle, Lupita e Dolov não tinham muitas alternativas do que fazer, visto que os militares começaram a tomar conta de Denver e em menos de uma hora um protocolo foi ativado para evacuação de toda a área. A todo custo, Wolf tentava chamar a sua mãe por voz, vídeo e até mesmo usou o celular de Lupita e Dolov, mas perdia as esperanças de encontrar Aliyah a cada segundo.

Os militares os direcionaram para a rodoviária de Denver sem dar explicações concretas com o que realmente acontecia na cidade. A quantidade de helicópteros que poluíam todo o céu de Denver e de ônibus saindo da rodoviária a cada segundo, deixavam os civis ainda mais assustados e agoniados.

— Não precisa colocar a mão em mim! – Wolf levantou as mãos assim que um soldado tentou empurrá-lo para a fila.

— Eles não podem fazer a gente entrar num ônibus sem saber o que está acontecendo. Ou podem? – Dolov perguntou logo atrás de Merle e Lupita.

— Eu não sei, Dolov. Não percebeu que acabaram de fazer um exame médico em nós? – Lupita disse agoniada. A moça olhou para os lados e percebeu que várias pessoas tinham sido tiradas da fila e levadas para tendas de assistência médica.

— Aqui não é lugar de gravação! – Um militar gritou para a repórter Beverly, que fazia as primeiras transmissões do surto em Denver para todo os Estados Unidos.

— Não podem me censurar! – Beverly gritou assim que o militar abaixou o seu microfone – Filma isso, John! – Gritou para o seu cinegrafista, que tentava filmar toda a ação da repórter.

— Essa merda vai sair fora de controle – Merle falou preocupado agora não só com a sua mãe, mas sim com todas as pessoas envolvidas naquele surto, antes de entrar no ônibus e partir para um destino desconhecido.

 

Kei imediatamente saiu do seu sono quando a primeira bala foi disparada, ela saiu para um dos corredores e viu o caos que tinha sido formado por conta do tiroteio. Inevitavelmente, Kei se juntou a aquela multidão segurando a submetralhadora, indo atrás de Robert antes que aquilo ficasse ainda pior.

Do outro lado do estádio, Bel e Ozzy corriam pelo saguão principal, enquanto as janelas eram estilhaçadas pelas balas, atingindo no processo Vinicius e Leah, que caíram feridos no chão. Bel os ajudou a se levantar e os tirar dali, enquanto Ozzy revidava os tiros por uma das janelas. Montserrat, Mozzo, Julie e Raphael estavam os atacando sem cessar, enquanto Valon e Caleb pareciam acender um artefato junto com uma pessoa que Ozzy não via há tempos.

— Desgraçado! – Ozzy suspirou de ódio ao perceber que Zain estava do lado inimigo. O árabe usava a sua arma com uma mira de alcance extremamente alto, e Ozzy percebeu que estava sendo apontada para a sua direção.

— Ozzy, cuidado! – Bel gritou na janela ao lado, e então o moreno se abaixou antes que fosse atingido pela bala – Precisamos tirar todos daqui, antes que isso termine em um banho de sangue – Os dois correram para o corredor de acesso as arquibancadas, enquanto Oscar, Miguel e Toni se posicionavam nas janelas – Saiam! – Gritou para Camz, Winnie e Agnes, passando as pressas sem saber por onde fugir.

— Kei foi atrás do Robert e não faço ideia onde a Polly tenha parado, talvez ela esteja com o bebê dela – Fomos cercados. Não tem para onde fugir! – Ozzy percebeu que todos se reuniam no campo, visto que todas as entradas tinham sido bloqueadas.

— Precisamos criar uma ofensiva. Deixar essas pessoas paradas não vai ajudar – Bel segurava um facão.

— Quer colocar metade de um pessoal que não tem noção de como usar um rifle? – Ozzy perguntou, perplexo.

— Achei que o nome do grupo fosse Resistência fosse por algum motivo – Bel disse com um tom de deboche, mas que foi levado a sério por Ozzy – Eles vão morrer parados, e isso é pior que morrer lutando. Vamos salvar essa gente do nosso jeito – Caminhou em direção ao campo.

— Bel! – Ozzy segurou no pulso da moça. Ela apenas o olhou de volta – Tem certeza disso?

— Nunca tive tanta certeza como agora – Bel sorriu, sentindo um pingo de esperança dentro de si – Ei! O que vocês estão fazendo parados aqui sendo que está havendo a porra de um tiroteio lá fora?! – Gritou, chamando a atenção de todos os que não estavam lutando. Ainda.

— Não podemos sair e ir encarar aqueles caras. Vão nos matar como mataram a Aline – Conrado falou, junto com o seu grupo da Praia Palm, agora liderado por Leah.

— Exatamente, uma pessoa nos traiu aqui dentro. Não podemos mais lutar por algo que não vale a pena – Marly balbuciou.

— Vocês estão brincando com a porra da minha cara?! – Bel subiu em um dos caixotes de alimentos – Há homens nas janelas atirando para nos proteger, ou os neurônios de vocês comeram seus ouvidos que nem podem ouvir o tiroteio que rola ali fora?! – Ozzy cruzou os braços, assistindo o discurso da moça. Para ele, era apaixonante ver Bel numa postura nunca vista antes.

Mas o tempo estava correndo, e a Elite avançando contra o estádio.

— Eu entrei nesse grupo ouvindo vocês proclamarem o nome do Robert como se ele fosse um Deus do apocalipse, e agora cabe a vocês honrar o que tanto defendem. Ou todos vamos morrer – Bel percebeu de longe Vasili, que olhava de maneira neutra para ela, entretanto, não se deixou se intimidar por isso – Ou pegamos nessas armas e damos um fim nessa Elite de uma vez por todas, ou eles darão um fim na gente.

— Nós não temos alternativa – Leah disse para o seu grupo, que permaneceu no silêncio em resposta. – Você está certa, eles vão acabar conosco se não fizermos nada. Estamos dentro.

— Também estamos dentro – Vinicius disse e então bateu seu cotovelo em Aryane bem ao seu lado.

— Sim. Nós estamos – Aryane anunciou com zero animação. Sally a olhou de relance, enquanto Aaron e Schindler recarregavam suas armas.

— Ótimo – Bel pareceu um pouco mais conformada.

— Parece que é hora de deixar os artesanatos de lado – Miguel sussurrou para Aline.

— Ao menos eu sei fabricar facas, isso não vai ser um problema – Aline disse segura de si.

— É a hora de nós irmos para cima da Elite – Bel levantou a sua arma para todos os membros da Resistência, recebendo um grito dos presentes e a confiança de que eles ganhariam aquilo.

Enquanto Bel e Ozzy juntavam forças no estádio para lutarem contra a Elite, Polly a todo custo tentava manter a sua filha segura na enfermaria junto com Pam, que protegia a porta ao instalar bombas deixadas por Gina. Proteger os feridos, crianças e idosos era a sua obrigação uma vez que Dallas não estava mais vivo.

— Onde você pensa que vai?! – Pam percebeu Polly tinha deixado de repousar e ir para a porta.

— Desarme isso, está acontecendo alguma merda lá fora e eu preciso saber – Polly pediu, parada na porta junto com Pam – Anda logo, Pam do caralho!

— Não posso deixar você ir sozinha. Vou contigo – Pam olhou para Polly, que apenas arqueou a sobrancelha em resposta – Como nos velhos tempos.

— Tá bom. Mas quem vai largar toda essa gente sozinha? O Zachary não sabe atirar – Polly olhou para os refugiados na enfermaria com o único médico presente.

— Temos pessoas suficientes aqui para proteger todo mundo – Ângela garantiu, enquanto segurava Matthew.

— Quem entrar nesse lugar, vai levar bala na cara – Miss Sophie recarregou sua espingarda, pronta para estourar a cabeça de alguém.

— Vão fazer o que é necessário. Eles precisam da minha ajuda e a proteção de vocês. Agora! – Zachary falou, enquanto ajudava Kimberly se encostar na maca.

Polly e Pam saíram pelo corredor as pressas, e então se juntaram a multidão composta por Bel, Ozzy, Marilyn e Vasili, que rumavam com todos os outros membros da Resistência até a entrada do estádio. Armados até os dentes, os combatentes se juntaram a Kei, parada na porta principal enquanto observava as forças inimigas a sua frente.

A troca de tiros tinha sido cessada, apenas por alguns instantes.

— Onde está o Robert? – Polly perguntou para uma Kei parada e de cabeça erguida.

A oriental apenas apontou o dedo em direção a Elite.

— Merda... – Bel parou no mesmo instante, preocupada. Não tinha como voltar para trás.

— Não. A porra do meu filho não! – Vasili tentou avançar, mas Patrick e Oscar o seguraram.

— Filhos da puta... - Boone colocou a mão na cabeça, nervoso.

Robert e Merle tinham sido capturados pela Elite.

— Não pensei que esse dia fosse chegar. Mas ele veio e trouxe meu prêmio junto – Arthur sussurrou no ouvido de Robert, ajoelhado a sua frente junto com Merle, enquanto Zain, Julie e Mozzo mantinham as armas apontadas para eles – Robert você vai ficar muito bonito na minha sala.

Jessica riu ao lado de Arthur, e então voltou seu olhar desafiador para a Resistência.

— Muitos colaboradores da Elite morreram ou traíram essa grande reforma apocalíptica que eu e o Arthur construímos com tanto sacrifício. Não vamos tolerar que mais pessoas do nosso lado percam sua vida por rebeldes sem causa – Jessica disse com as mãos entrelaçadas – Capturar Robert é um ato de coragem e mostrar que mesmo em um mundo tomado por criaturas, ainda existe regras. E o maior sempre vai vencer, independente de quantos tentarão destruí-lo – Mantinha a sua voz tranquila, olhando fixamente para Kei, Polly e Bel e depois para Robert, totalmente inofensivo e nas suas mãos – Conseguimos capturar nosso objetivo – Se virou para os membros da Elite, decidida – Não quero uma pessoa atrás desse loiro. Podem passar por cima desse lugar e eliminar todos. Começando por ele.

— O que?! – Merle esbugalhou os olhos desesperado.

— Vocês não podem fazer isso! Merle! – Olhou para Wolf, incapacitado de agir. Julie colocou o revólver na cabeça de Merle e disparou a bala na frente do loiro. Caiu morto no chão, bem em frente a Robert.

Merle tinha sido executado. Covardemente executado na frente de todos, e ninguém podia fazer nada.

Atônito, Robert apenas olhou para frente, logo que um novo tiroteio começou.


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Notas finais do capítulo

Conhecemos a história de Merle, mas infelizmente o perdemos! :(

Até o próximo!



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