Contágio escrita por MrArt


Capítulo 151
Estação 8 - Capítulo 151 - (Sobre) Carga


Notas iniciais do capítulo

Heeey meus leitores!

Alerta para violência neste capítulo, que é totalmente focado no Boone.

Boa leitura!



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Arthur estava estarrecido. A Elite ser atacada era um sinal de que tudo o que restava da organização tinha um enorme de risco de ser exterminada de uma vez por todas. A sua má administração com Jessica fez com que diversas bases fossem perdidos ao longo dos anos de apocalipse, os títulos de Novos Fundadores do Apocalipse, começassem a ser motivos de dúvidas pelas pessoas que eles subordinavam, principalmente seus atiradores e cientistas.

Com Robert destruindo tudo o que via pela frente conforme o seu plano de ataque, Arthur fez uma série de transmissões por rádios para que todos os seus postos de guarda espalhados pelo Mississippi e em partes do Louisiana, agora sendo alvos das equipes que Robert enviou para prejudicar ainda mais seu sistema de defesa.

"Acabe com todos eles" - Robert falou em meio uma transmissão no walkie talkie de Boone, se preparando para seu primeiro ataque.

Ao longo da estrada, um posto de guarda em um banco local era vigiado por Talmer e Allie, membros do alto escalão da equipe junto com varias outras pessoas comandadas por Felipe, agora substituindo o assentamento do frigorífico por conta da ausência de Deb. O banco era conhecido por ter um bom sistema de segurança e os seus geradores de energia ainda estarem funcionando depois de tanto tempo de apocalipse.

— Acho que está acontecendo alguma coisa na base da Elite - Talmer tentava conectar-se com Arthur através do rádio.

— Devíamos no preocupar? - Allie perguntou atrás de um dos balcões, entregando uma nova leva de alimentos para Rayssa e Thiago, outros atiradores da equipe.

— Vou tentar entrar em contato com o Felipe, a energia aqui parece caindo - Talmer percebeu que algumas luzes ao longo do saguão piscavam incessantemente - Odeio esse lugar.

— Está certo - Allie deu os ombros. Talmer saiu e foi para os fundos do banco, em direção a sala de máquinas para verificar o problema na energia.

E não foi mais visto.

— Talmer está demorando demais - Rayssa reclamou, desconfiada.

— Arrumar a energia não é simples - Allie olhou de relance para a moça, percebendo que ela estava atoa - Não fez a verificação dos suprimentos que eu te pedi? - Arqueou a sobrancelha para Rayssa.

— Arrumar suprimentos não é tão simples - Rayssa olhou debochadamente para Allie.

— Você vai arrumar para a cabeça - Thiago olhou preocupado para a irmã.

— Ela vai se ver comigo. Engraçadinha - Allie pegou a caixa de suprimentos. Ela mesma faria o serviço sem ter que depender dos outros para isso. Se não fosse por Allie, aquele lugar já tinha caído a muito tempo.

Segurando a caixa pesada com certa dificuldade, Allie se escorava nas paredes do setor de administração, tentando não derrubar os suprimentos. Em um instante, Allie achou estranho a porta da sala de máquinas estar aberta, e então se aproximou.

Tendo uma horrivel surpresa.

— Essa não! - Allie ficou estática ao ver o corpo de Talmer jogado em cima de um dos geradores, completamente ensanguentado - Nã…! - A moça mal teve tempo de gritar quando Sandy cortou sua garganta profundamente.

— Silêncio... - Boone pediu para Sandy, assim que ela derrubou o corpo de Allie na porta da sala. Os dois, junto com Miguel e Sid, correram até o saguão do banco, matando silenciosamente os outros que ali estavam no meio do caminho.

— Thiago cuidado! - Rayssa berrou ao ver Boone aparecer armado. Ela correu na frente do irmão, se sacrificando para salvar a sua vida, o que não adiantou.

— Peguem eles! - Boone apontou a arma para dois rapazes que correram pela saída de emergência, mas Miguel os alcançou a tempo de matá-los - Não quero nenhum desses caras vivos nesse condado.

E e então, os ataques continuaram impiedosamente.

— Deb acabou com esse lugar - Felipe olhou ao redor de todo o frigorífico destruído.

— Já tirei os corpos da Lucy e do Morgan. Quem os matou fez um estrago fodido - Sonic cruzou os braços. Ele não estava nada bem por ter visto o rosto de Lucy ter sido desfigurado.

— Vamos pegar os putos que fizeram isso - Felipe disse e então eles foram para fora do frigorífico, onde o restante de sua equipe estava.

— Ficaremos aqui quantos dias? - Madeleine perguntou, ajudando Boyde a descarregar um engradado de cervejas.

— O suficiente para que durem todas essas cervejas - Felipe respondeu.

— Então não ficaremos aqui nem doze horas - Boyde revirou os olhos - Ainda acho que a equipe da Montserrat tinha que fazer a limpeza dessa porra de frigorífico, não a gente.

— Cale a boca antes que eu faça você engolir essa garrafa inteira - Felipe tinha puxado uma das cervejas do engradado, mas antes que a abrisse, uma bala destruiu a garrafa - Mas que porra…?

Boone apareceu atirando contra eles dentro de um carro em que Sid dirigia. Mais três veículos estavam atrás deles, com seus passageiros disparando sem cessar, matando diversos homens e mulheres da equipe de Felipe.

— Desgraçados! - Felipe puxou a sua pistola do cintos e revidou.

— Acabem com todos eles! - Boone disse para Sid e Sandy, que desceram dos veículos e ficaram atrás das muretas de proteção da rua. Alguns membros da Praia Palm, como Cody e Devon também os ajudavam na batalha.

— Cuidado aí brô! - Miguel piscou para Boone e estão se escondeu atrás de uma lixeira, por pouco não sendo atingido por uma bala vinda de Boyde.

Sandy tinha conseguido matar Madeleine ao mirar em seu pescoço e alvejá-la com um tiro certeiro. As balas perdidas atingiram várias garrafas de cervejas  e destruído várias outras mercadorias, deixando Felipe ainda mais irado pelo número de perdas que teve em questão de segundos.

— Isso é melhor que transar! - Sid gritou animado, enquanto atirava aleatoriamente.

— Toma cuidado Sid! - Sandy falou preocupada. Ela ergueu o corpo para visualizar o campo de ataque.

— Eu estou tomando, não se preocupe - Sid piscou uma última vez para Sandy. Ele havia colocado o corpo para fora da barricada e Felipe não perdeu a oportunidade de atirar no moreno, acertando o seu peito.

— SID! - Sandy se arrastou até o corpo do namorado, agora morto. Largou a arma no chão, esquecendo completamente da luta que acontecia.

— Sandy nos não podemos parar! - Cody tentou correr até a moça, mas também havia sido alvejado e morto logo em seguida.

— Estamos perdendo a equipe! - Miguel gritou para Boone, que observou Devon ser morto no mesmo instante.

— Droga… - Boone rangeu os dentes - Vamos ter que colocar o plano B em prática.

Miguel concordou prontamente. Os dois retiram cada um um coquetel molotov que carregavam no equipamento. Acenderam o artefato com um isqueiro e após uma contagem rápida de Boone, lançaram as bombas caseiras contra Felipe e os que estavam ao seu lado, fazendo com que as chamas tomasse conta de seus corpos.

— Porra! S-Socorro! CARALHO! - Felipe berrou desesperado devido a ardência das chamas em seu corpo. Ele gritava em desespero por não ter que o que fazer. Não demorou para que Boyde e Sonic também morressem depois das chamas o consumirem por completo.

Nenhum tiro foi disparado ou ouvido. Agora um extremo silêncio reinava onde agora vários corpos carbonizados lançavam um odor podre. Não havia restado nenhum inimigo vivo sequer, mas as baixas na equipe de Boone também foram das piores, especialmente para Sandy.

Miguel e Boone foram até a moça, que chorava copiosamente abraçada ao corpo de Sid. O trabalho para tirar Sandy de perto dele foi difícil, uma vez que o seu choro piorou.

— Vem comigo… - Boone abraçou Sandy delicadamente e a levou com toda a calma possível de volta ao carro, a deixando no banco de trás do passageiro.

Boone suspirou. Agora ele tinha que recolher os corpos dos seus amigos.

— Como você consegue ser assim? - Miguel perguntou para Boone, enquanto ele cobria o corpo de Devon com um pano branco.

— Assim como? - Boone o olhou, confuso.

— Assim… você tem tanta atenção com as pessoas mesmo em um momento tão negativo - Miguel olhou para o chão asfaltado e depois voltou-se a Boone - Boone, tu é um cara bom.

— Obrigado… Você não é a primeira pessoa a me dizer isso - Boone pareceu mais incomodado do que se sentindo bem com aquele confortável - Eu era uma pessoa muito ruim antes disso. Já causei muito mal aos outros bem antes disso tudo começar.

— Todos nós cometemos, não se culpe pela vida ter se tornado assim - Miguel colocou o corpo de Devon atrás da caminhonete.

— Estamos conversando como se tudo estivesse normal. Nossos amigos acabaram de morrer e há corpos carbonizados na nossa frente. Isso é algo para se sentir culpado - Boone colocou um par de luvas para pegar o corpo de Sid e o deixar atrás de uma caminhonete

— Robert é um cara de sorte - Miguel disse.

— Ele deve ser mesmo - Boone olhou de relance para Miguel - Me ajude aqui - O tatuado pediu e então Miguel foi até ele para levantarem o corpo de Cody.

Após removerem todos os corpos do chão, os dois se apoiaram na caminhonete, cansados e ainda com os ouvidos zunindo devido a intensidade do barulho que as balas fizeram. Miguel olhou Boone ajeitar o cinto de sua calça, chamando a sua atenção cara vez mais com o rapaz.

— Está tudo bem? - Boone notou a investida de Miguel.

— É só que… eu estou me sentindo estranho - Miguel cruzou os braços e olhou para o nada, tentando disfarçar a sua vergonha.

— Não é todo dia que saímos por aí queimando pessoas - Boone fez um comentário maldoso que fez com que Miguel caísse no riso.

— Devo retirar meu comentário sobre você ser uma pessoa boa? - Miguel perguntou ironicamente.

— Há controvérsias. É melhor ser conhecido como um homem bom no meio desse caos do que um filho de uma puta sádico. Vide o pai do Robert - Comentou e então Miguel riu novamente - Espero que eles estejam dando conta disso.

— Como você acha que as coisas estão do outro lado do condado? - Miguel questionou, voltando a se preocupar com o conflito que ocorria.

— Não faço ideia. Mas espero que as coisas não tenham saído fora de controle - Boone disse preocupado com o destino de todos, e principalmente o de Robert.

Voltou para dentro do carro com todos os corpos recolhidos e com Sandy chorando, Boone agora tinha uma verdadeira interrogação com as palavras de Miguel fluindo em sua mente. Ele havia deixado escancarado que os seus elogios iam além de suas intenções com o tatuado. Ficar com uma pessoa em meio em um conflito armado e com várias pessoas  era algo bizarro, e pior ainda por desrespeitar e trair a sua confiança com Robert.

Totalmente insano.

A única alternativa de Boone era voltar para o ponto de encontro, antes que o clima entre ele e Miguel ficasse ainda pior se estivessem juntos.

 


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