Contágio escrita por MrArt


Capítulo 144
Estação 8 - Capítulo 144 - Princepezinho


Notas iniciais do capítulo

Heeeey!

Mais um capítulo quentinho está sendo postado. Hoje um grande grupo será apresentado e eles terão um papel essencial para toda a temporada.

Boa leitura!



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Robert nunca tinha ganhado tanta atenção em sua vida desde que vários de seus parentes o visitou quando sua mãe morreu. Assim que foi reconhecido na Resistência, muitas pessoas foram até ele para saudá-lo ou simplesmente ver quem realmente Petterson era. Para a decepção de algumas garotas, Boone imediatamente segurou na mão de Robert usando sentiu Toni apertar sua bunda no meio da confusão.

 

— Não achava que Robert fosse loiro - Alice disse para Toni, após esta levar um tapa na mão por Boone devido sua inconvenicia.

 

— Ele parece um príncipe - Toni suspirou, encantada.

 

— Um principezinho, isso sim - Entediada, Alice voltou ao seu serviço.

 

Enquanto o grupo conhecia o lugar, a pedido de Scorpion, Polly foi encaminhada para uma sala reservada como enfermaria. Foi atendida por um rapaz chamado Dallas, e pela primeira vez depois de descobrir sua gravidez, teve um acompanhamento neonatal, mesmo que não fosse com um médico da área. Depois de alguns minutos de consulta, Dallas deixou Robert a sós, encaminhando uma enfermeira para que lhe entregasse algumas vitaminas que estavam em falta em sua dieta.

 

— Pam? - Polly chamou uma moça de cabelos castanhos assim que ela apareceu na sala segurando um pequeno cesto com remédios.

 

— Eu… - Pam se virou e ficou boquiaberta ao reconhecer quem era - Polly! - Imediatamente as duas correram para se abraçar.

 

— Meu Deus, quanto tempo! - Polly abraçou fortemente a amiga. Não a via desde o começo do apocalipse.

— Realmente, muito tempo - Pam disse ao desfazerem o abraço e ela ver o tamanho da barriga de Polly.

 

— Como chegou até aqui? Depois que a bomba caiu em Denver todos sumiram da sede e… - Polly disse e Pam imediatamente começou a se explicar.

 

— Tivemos que sair por causa da evacuação do exército, Polly. Ao mesmo tempo que queríamos fazer uma transmissão sobre o que acontecia em Denver, tínhamos que salvar nossas próprias vidas - Pam cruzou os braços e olhou para o carpete - Me separei do pessoal, queria ver meus pais, mas quando cheguei até Nebraska já era tarde demais - Limpou as lágrimas que desciam em suas bochechas.

 

As duas amigas se abraçaram novamente.

 

— Eu entendo, Pam. Mas é bom te ver novamente - Polly segurou nos braços da amiga e sorriu para ele - E ainda bem que você está a salvo.

 

— Segui viagem assim que saí do Nebraska, encontrei um grupo, mas me capturaram logo depois - Pam disse com a cabeça baixa - Acho que fiquei quase dois anos presa aqui em Nova Orleans, foi horrível. Não sei como estou viva.

— Robert, meu parceiro de grupo, também ficou preso em Corpus Christi - Polly falou tentando confortar Pam - Foi muito angustiante quando ele desapareceu.

 

— Grande Robert. As pessoas falam muito dele - Pam disse um pouco mais animada.

 

— Eu percebi - Polly riu de canto - Ele está fazendo um sucesso incrível no apocalipse zumbi.

 

— As coisas nesse novo mundo são engraçadas - Pam balançou a cabeça, segurando a risada.

 

A conversa das duas foi brevemente interrompida quando Scorpion apareceu na enfermaria. Pam sentiu um olhar intimidador vindo do cubano e acabou por ficar incomodada com sua própria amiga ao seu lado.

 

— Estou atrapalhando? - Scorpion perguntou parado na porta.

 

— Nós… - Polly ia falar mas Pam cortou o assunto.

 

— Eu já estou de saída, só vim entregar as vitaminas para ela - Pam disse com um sorriso sem graça. Entregou a cestinha com os suplementos para Polly e se retirou do local.

 

Polly queria entender o que se passava na cabeça de Scorpion desde que sua gravidez foi descoberta. Ele havia se tornado uma pessoa mais possessiva e agressiva com as pessoas, principalmente as de convívio. Tinha medo do que ele podia fazer.

Nos corredores do supermercado, Merle e Bel conheciam como funcionava o sistema de racionamento. Havia barracas espalhadas por todos os cantos com “vendedores” realizando trocas. Era algo parecido como funcionavam as coisas em El Distrito, só que em um espaço menor.

 

E mais caro.

 

— Eu não vou dar uma barra de chocolate por duas garrafas de água. Isso é um absurdo - Bel disse para um vendedor, escondendo seu doce dentro do casaco.

 

— O cacau está em baixa no mercado essa semana - Disse Filip, o vendedor que tirava a paciência de Bel.

 

— Você fala como se fosse “O economista” - Merle fez aspas com os dedos, debochando do rapaz de avental.

 

— Não estou obrigado ninguém a comprar nada. Meu preço é esse - Filip deu os ombros, pouco ligando para os dois. Merle e Bel ficaram indignados com aquela resposta.

 

Na barraca de trás, Melissa ficou chocada com o tanto de artigos de artesanato.

 

— Em que realidade você estava quando fez um tapa-olho rosa com lantejoulas? - Melissa arqueou a sobrancelha para Alice, ao pegar o acessório personalizado.

 

— Os coletores saem toda semana e algum sempre volta com uma parte do corpo faltando - Alice se apoiou na própria barraca e observou o tapa-olho preto de Melissa - Aquele bonitão, o Miguel, levou uma facada de um doido e quase perdeu o olho. Acho que é uma tendência que me traga lucros

 

— Ele deu sorte - Melissa bufou um pouco irritada, colocando o tapa-olho de volta ao lugae

 

— Como isso aconteceu com você? - Alice fechou o cenho, curiosa.

 

— As próprias pessoas que me salvaram fizeram isso. Talvez tenham errado a pessoa na qual queriam atirar - Melissa dedilhou a planície amadeirada da barraca - Prefiro acreditar em mim mesma a me revoltar contra eles.

 

Melissa e Alice começaram a trocar ideias sobre diversos assuntos, a maioria deles envolvendo a vida pós-apocalíptica. Muito tempo fazia que Melissa não conversava de forma sensata com alguém. Duncan e Sally ouviam a conversa da moça na barraca ao lado, enquanto viam alguns artigos de agricultura.

 

— Vocês têm áreas de plantação por aqui? - Sally perguntou, segurando um pequeno vaso de hortifruti.

 

— Há um posto nosso que fica em um estádio, usamos toda a área do gramado para plantação - Murilo, um rapaz de cabelos encaracolados e de um sorriso amigável, falou para Sally.

 

Sem prestar atenção na conversa sobre botânica de Sally e Murilo, Duncan olhou de relance para Alice e pode jurar que viu uma piscada. Ele ficou extremamente ele graça.

 

— Temos alguma coisa para trocar pelo vaso? - Sally sussurrou para Duncan e percebeu que ela estava em um devaneio - Duncan! - Gritou e então o rapaz despertou.

 

— O que?! - Balançou a cabeça, exasperado. Alice riu e voltou a conversar com Melissa.

 

— Está surdo, cacete? - Sally bufou.

 

— Ele me parece cansado - Murilo cruzou os braços, também tirando proveito da situação para rir.

 

— Cansado - Sally olhou Duncan de relance e voltou a falar com Murilo - Posso visitar esse estádio um dia?

 

— Claro! - Murilo respondeu em um tom animado - Amanhã vai sair uma equipe daqui para buscar suprimentos por ali, talvez eles possam te levar - Sugeriu.

 

— Ótimo! - Sally deu um sorriso animado, se interessando por Murilo.

 

Como o grupo inteiro havia se ocupado participando do sistema de vendas daquele posto, Robert e Kei participavam de uma reunião com Oscar, Miguel e Anthony.  Estavam em uma enorme sala de administração e podia ouvir tudo o que acontecia abaixo deles no supermercado, era um barulho que durava o dia inteiro, mas que faziam o local prosperar.

 

— Nosso sistema é dividido em quatro lugares, o Museu, o estádio, a praia e o supermercado. Aqui é o lugar mais lotado, mas temos uma quantidade de significativa de pessoas por todos esses postos - Oscar explicou como funcionava toda aquela civilização - Depois que derrotamos a base de Nova Orleans, conseguimos crescer rápido com esse sistema.

 

— Como conseguiram fazer tanta coisa em tão pouco tempo? - Robert perguntou. El Distrito levava séculos para construir uma simples casa.

 

— Graças a Nicolas. Ele que conseguiu unir todo mundo antes que todos fugissem de Nova Orleans na primeira oportunidade - Miguel disse, apoiando os braços na mesa, sentindo uma forte dor.

 

— Quem é Nicolas? - Kei arqueou a sobrancelha.

 

— Nosso líder. Ele está fora para resolver uns assuntos no posto da praia - Oscar respondeu um pouco irritado com a intromissão de Miguel - Sou o chefe responsável pelo supermercado, Nicolas fica apenas no Museu.

 

— Mas ele é quem chefia a porra toda - Anthony também cortou todo o poder que Oscar transparência para os recém-chegados. Para Kei, ele havia se tornado agora um mero submiss desse tal de Nicolas.

 

— Patético - Kei disse baixo e logo em seguida recebeu uma cotovelada de Robert.

 

— Se as bases de Nova Orleans e Corpus Christi não extrema mais... - Robert achou melhor cortar o assunto, principalmente pela cara que Oscar estava fazendo para seus parceiros - Onde possa existir outras?

 

— Não descobrimos ainda, mas acho que possa ser na Flórida por ser mais perto - Oscar respondeu - A última vez que vimos os homens uniformizados ja tem um mês.

 

— Estamos com medo deles localizarem nós novamente. Perdemos cinco pessoas em uma emboscada - Anthony disse se lembrando de sua ex-namorada, morta neste mesmo ataque.

 

— Mas vocês não tem noção de nenhum lugar que eles possam estar? - Robert perguntou.

 

— Eles sempre ficam em lugares subterrâneos. É difícil encontrar onde essas bases realmente então - Anthony disse.

 

— Sem contar as armadilhas que eles deixam no caminho para capturar as pessoas - Miguel completou.

 

— Mapeei alguns pontos que possam chegar até eles - Anthony procurou alguns papéis dentro de sua mochila e os abriu na mesa - Esses talvez cheguem no curso do Rio Mississipi e esses pela Flórida - Mostrou as áreas rabiscadas conforme suas hipóteses eram feitas - Mas pelo o que parece, essa base não é subterrânea e deve ser fácil para encontrá -la. Ou possa ser que eu esteja errado.

 

— Posso levar isso comigo? - Robert perguntou, com o mapa em mãos.

 

— Claro - Anthony deu os ombros.

 

— Ótimo - Robert balançou a cabeça positivamente, pensando no que poderia fazer para ajudar aquele enorme grupo.

 

Com mais alguns minutos de reunião, eles cessaram aquele assunto por hora e voltaram os seus afazeres na base. Kei, curiosa pela barraca de armas atrás de alguma coisa nova para o seu conjunto. Robert por outro lado, estava cansado de todo aquele burburinho em seu ouvido e foi até o lugar que reservaram exclusivamente para ele dormir.

 

Vantagens de ser um ícone pós-apocalíptico.

 

Era um espaço pequeno, mas o suficiente para poder tirar um bom cochilo. Robert se jogou na cama assim que a viu e deu um suspiro forte. Olhou uma última vez o mapa de Anthony, antes de cair no sono sem se importar com o perigo que estava se aproximando.











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Notas finais do capítulo

O capítulo de hoje nos mostra como Robert se tornou uma figura pós apocalíptica depois do que aconteceu lá trás, na Estação 6, quando ele ficou preso na base junto com o Topher, e parece que esse passado sombrio está para voltar, e atingir o grupo inteiro.



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