Contágio escrita por MrArt


Capítulo 135
Estação 7 - Capítulo 135 - Rave


Notas iniciais do capítulo

Boaa noite! Esse capítulo está muito cômico e muitas coisas irão acontecer nele!

Boa leitura!



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Polly estava com os olhos vendados e sabia que estava em um carro pelo barulho do motor engasgado. Não era a primeira vez que estava sendo sequestrada, mas aquela era vez que mais sentia medo. Pelas intenções de quem havia levado ela e Scorpio, aquilo não acabaria tão cedo e muito menos de maneira amigável. Tentou localizar Scorpion com o tato, mas seus pulsos também estavam amarrados, impedindo qualquer movimento.

Qualquer palavra ou barulho que tentasse proferir, ela levava alguma coronhada e desmaiava por alguns segundos. Acordava totalmente perdida e só depois conseguia se lembrar do terror que estava passando com aqueles homens.

— Estamos chegando, Carrow – Ouviu a voz grossa e assustadora de Trevor – Cuidado com os zumbis na ponte, não quero ter problemas com esse carro novamente – Ouviu Trevor se aproximar e logo em seguida uma forte batida ocorrer – Eu mandei você parar de se mexer! – Scorpion havia apanhado novamente de Trevor por ter tentando desfazer as amarras em seus pulsos.

O veículo havia parado e o motor desligado repentinamente.

— Pode apagar os dois. Por enquanto – Trevor falou para um dos irmãos.

— Tem certeza? – Billy perguntou com a voz receosa. Polly começou a se contorcer para sair dali em meio ao desespero.

— Billy, me obedeça! Que porra... – Trevor gritou com o irmão mais novo e então viu Polly se contorcer – Já falei para ficar quieta! – Lançou um objeto cortante contra a loira, fazendo um corte em sua perna. Polly arfou de dor durantes alguns segundos, até ser novamente atingida por algum objeto pesado e ficar inconsciente.

 

 

 

Polly aos poucos despertava. Sua cabeça latejava e seu corpo doía devido as agressões que havia sofrido. Aos poucos foi percebendo que estava em um quarto, extremamente escuro, porém bem cuidado. Havia uma cama de madeira e um armário. Uma janela fazia entrar pouca luz solar e bater em seu rosto. Olhou para todos os lados e Scorpion não estava ali, o que aumentou seu desespero.

Foi até a única porta e tentou abri-la. Obviamente estava fechada e desistiu. Caminhou até a janela e olhou pela brecha. Estava prestes a anoitecer a gora se encontrava presa em um terreno enorme, cercado por muros altos e acinzentados. Seu corpo estremeceu ainda mais, pois sair daquele lugar daria um trabalho e tanto.

Havia pessoas passando pelo gramado a todo o momento e nenhuma delas reparava em Polly. Ela reparou bem as roupas fora do comum que usavam: Calças skinny, croppeds, saias curtas e outros estilos que só havia visto muito antes do apocalipse começar. Estava achando muito estranho tudo aquilo.

Ouviu a porta começar a ser destrancada e então se afastou. Cogitou em pegar algum material de construção que estava jogado por ali, mas só havia pequenos bastões com luzes neon e caixas repletas de roupas iguais às que as pessoas que vira nos terrenos. Sua única saída era usar violência com as próprias mãos.

Assim que a porta abriu uma moça morena apareceu segurando um revólver, fazendo com que Polly recuasse, desistindo de qualquer ação. A loira foi encarada por alguns segundos e então a moça andou até ela segurando um copo de água, que lhe foi entregue sem grandes dificuldades, uma vez que a mesma morria de sede.

— Onde eu estou? – Polly perguntou, tentando manter a calma.

— Isso não vem ao caso agora – A mulher respondeu e então encarou Polly, guardando o seu revólver ao perceber que a loira não a atacaria – Me chamo Sandy e sou a responsável por você. Trevor quer que você vista aquelas roupas – Apontou para a cama, onde havia um traje feminino, típico de uma rave, algo que Polly nunca havia usado em sua vida – Quero que esteja pronta em meia hora – Falou firmemente e então deu as costas para Polly, prestes a sair do quarto e deixa-la sozinha.

— Espere! – Polly falou, colocando o copo de água em um canto qualquer. Sandy apenas virou o rosto de lado, para ouvi-la – Por favor, me diga onde estou. O que aconteceu com o meu amigo?

— Isso não me cabe a lhe dizer – Sandy disse rispidamente – Esteja pronta quanto antes – Fechou a porta com uma forte batida e o barulho de da chave trancá-la. Virou-se para a cama e encarou a roupa. Perguntou-se mentalmente onde que havia se metido.

 

Flashback

 

Um ano antes do Contágio.

— Posso saber aonde que a senhora estava com a cabeça de publicar essa matéria no jornal? – Gunnar Campbell, o pai autoritário de Polly perguntou. O homem de terno estava em sua sala de reuniões, sentado em uma extensa mesa com sua filha bem ao fundo. Ele lançou o rolo de notícias para a filha, onde seu rosto estava estampado com uma manchete que o acusava de corrupção. A loira apenas encarou a folha, sem resposta alguma – Estou aguardando uma resposta, Polly! – Se levantou, dando um forte tapa na mesa.

— É uma matéria de corrupção como qualquer outra – Polly respondeu. O Sangue de seu pai havia fervido completamente – E não me chama de ‘’senhora’’, não sou mais casada com o Andrew! Ele é outro cheio de dinheiro que deveria ser denunciado por corrupção – Disse com certo ódio em suas palavras.

— Ao menos casada com ele você era mantida na linha! Está acabando com os patrocínios da empresa e arruinando o nome da família, sua incompetente – Gunnar olhou pela vidraça a extensa cidade de Denver – Os negócios irão afundar por sua causa.

— Negócios! – Polly se levantou da mesa balançando os braços – É só disso que o senhor sabe falar o tempo todo, mas que merda! – Encarou o pai, que continuava de costas para ela – Meu trabalho é esse e eu vou noticiar até quando eu puder.

— Claro – Gunnar virou-se e então deu os ombros – Está com toda a razão. Mas acho que você se esqueceu, que graças a esse dinheiro de corrupção você está formada no que sempre mais admirou, teve um casamento realizado em Ibiza igual ao que dizia que ‘’sonhava’’ e ainda tem uma sede de jornalismo em construção.

— O que você quer dizer com tudo isso? – Polly arqueou a sobrancelha, preocupada.

— Se continuar com sua babaquice e acabar com a imagem da família irei cortar todas as suas mesadas e pararei de financiar o projeto de sua sede – Cada palavra que Gunnar dizia, Polly via seu sonho ir água a baixo.

— Não pode me silenciar – Polly falou se afastando de seu pai, apesar de estarem longe um do outro – Nunca irá me silenciar, nem que eu tenha que negar o nome dessa droga dessa família. Mamãe sempre esteve certa sobre você. É um homem repugnante que sempre deu valor ao dinheiro, essa ‘’família’’ que tanto preza é apenas uma fachada – Polly deu os ombros com um sorriso sarcástico – Assim como foi o seu casamento, o meu casamento com o Andrew. Tudo foi para seu benefício no fim das contas.

— Não ouse falar de Agatha! – Gunnar andou furioso até Polly. Odiava quando ela falava de sua mãe, pois lhe lembrava do abusivo casamento em que tiveram do começo ao fim, quando tudo acabou em um trágico assassinato.

— Você só irá dar valor as coisas que tem quando estiver sozinho – A loira falou. Olhou seu pai com dó, ainda com raiva, mas com um resquício de dó – Quer dizer, você já está sozinho há tempos. Achei que você fosse abrir os olhos e acordar com essa notícia, mas pelo visto você continuará sendo a mesma pessoa de sempre. Isso é triste.

— Vá embora – Gunnar falou por fim.

— Boa sorte pai, você vai precisar – Polly pegou sua bolsa em cima da mesa e então se retirou daquela sala. Não demorou muito para sair daquele prédio com as suas coisas de trabalho. Todos os funcionários dali lhe olhavam diferente após a publicação daquela notícia. Ninguém queria Polly ali dentro. Aquelas pessoas veneravam o seu pai e ela simplesmente odiava isso, chegando a comparar com uma seita o que ele havia formado.

Os dias foram se passando e Polly foi perdendo cada vez mais o contato com a sua família. O dinheiro estava acabando, porém ela não desistiu, foi em frente com seu projeto e rapidamente se reergueu com as pessoas que realmente confiava, tendo a certeza que estava prestes de alcançar o sucesso sem ter que depender marido, pai, ou qualquer outra pessoa que lhe limitasse das coisas.

Até Gunnar ser indiciado por corrupção.

 

 

Polly ouvia o barulho de música eletrônica por toda a parte e o som aumentava à medida que andava até um lugar desconhecido.

Havia vestido aquela roupa que Sandy mandou, era desconfortável, mas tinha certeza que ele estava perfeito em seu corpo. Voltou a ficar vendada e não tinha noção em qual parte daquele lugar estava, só sabia que pisava na grama pelo barulho das folhinhas sendo amassadas. Havia pessoas falando por toda a parte. Era um grupo extremamente grande e só havia ela e Scorpion para lidarem com eles. Se é que Scorpion ainda estava por ali naquela altura do campeonato.

As vozes começaram a serem abafadas por causa da música, era uma batida que se repetia inúmeras vezes. Sua venda foi puxada por alguém e então Polly pode ver como era o lugar onde estava:

Luzes brilhantes, cores neon por toda a parte, pessoas vestidas folgadamente e algumas se agarrando e até mesmo pulando em uma área cheia de lama. Pode também ver mesas cheias de copos e garrafas de bebidas e logo a frente um palco enorme com aparelhos eletrônicos e o seu próprio DJ. A decoração era simples, porém não deixava de ser atrativa.

Polly estava em uma rave.

— É ela a garota? – Melissa perguntou para Sandy enquanto passava por ali segurando um copo de vodca. Polly havia visto a mesma moça a alguns minutos pelo vão da janela – Acho que ela não vai dar conta.

— Melissa, acho que você precisa beber – Sandy falou revirando os olhos. Estava de saco cheio daquele lugar – Boyd está fazendo batidas dentro da cozinha. Com certeza ele terá algo para você, volte só na hora que começarmos.

— Claro! – Melissa deu alguns pulinhos animada e então correu de volta para dentro da mansão para poder beber.

Indignada, Polly encarou Sandy.

— Começar o que?! – Polly falou em voz alta. Estava com as mãos desamarradas e podia muito bem tentar escapar, mas provavelmente seria pega no caminho e as consequências seriam piores. Sandy mais uma vez ficou em silêncio – Mas que porra – Deu um beliscão na mulher propositalmente.

— Quem você pensa que é?! Sua vadia! – Sandy havia levantado a mão para esbofetear Polly, mas no mesmo instante a trindade Althoff apareceu no meio do pessoal.

— Isso é jeito de tratar as visitas, Sandy? – Trevor perguntou, não deixando de tirar os olhos de Polly com aquela roupa. Billy e Carrow ficaram cada um de lado, apenas ouvindo o que o irmão falava, com destreza.

— Garanto que você e seus irmãos a trataram muito pior antes de estarem aqui – Sandy respondeu debochadamente, com um sorriso provocador – Meu trabalho está feito. Ela vestiu a roupa como você ordenou, não tenho mais o que fazer nessa festa idiota – Olhou para todos ao seu redor com repulsa. Estava prestes a sair, quando sussurrou para Polly – Acerte o DJ – Após isso, se retirou. Polly apenas virou o rosto e olhou Isac, o DJ da festa no palco preparando outra música remixada.

Sandy caminhou até Trevor e os olhares de ambos se encontraram com raiva. A morena pouco se importou com Billy e Carrow, os achava tão iguais quanto o irmão. Polly presou atenção em Sandy até ela sumir no meio da multidão daquela festa e voltar para dentro da mansão.

— Continue a música! – Carrow gritou animado e então Isac começou a tocar o remix. Todos voltaram a dançar ou fazer outras coisas naquele espaço aberto – Se preparem pessoal! – Carrow olhou para uma das strippers começar a dançar em cima do palco – Alana vai começar a tirar a roupa – Uma gritaria começou e todos começaram a vangloriar a moça por aquilo. Polly estava chocada.

— Está tão linda hoje – Trevor foi até Polly e acariciou as mechas loiras da mesma. Ela hesitou em ir para trás a medida que o rapaz se aproximava, mas não havia para onde ir – Espero que esteja pronta para o combate – Após dizer isso Polly arregalou os olhos – Se for boa de luta, vai deter aquele machão que estava ao seu lado. Ele não é seu marido, não é?

— Combate?! – Polly perguntou desacreditada. Olhou para baixo e pode notar um revólver junto ao cinto de Trevor. Voltou a olhá-lo, como se não soubesse de nada – E não, aquele machão está longe de ser meu marido! – Trevor deu um sorriso vitorioso e então voltou sua atenção à dois rapazes.

— Avery pare de beijar meu irmão um segundo e venha fazer seu serviço –  Trevor revirou os olhos ao ver ele e Billy juntos. Ao fundo Alana já estava em cima de um balcão com os seios à mostra, enquanto Carrow segurava seu sutiã – Craig – Chamou outro rapaz – Vá buscar o prisioneiro, estamos prontos.

Rapidamente os dois rapazes fizeram o que lhes foi pedido e retornaram com Scorpion. O cubano também trajava roupas de rave, usava uma regata branca, calça levemente rasgada e um tênis que havia achado ridículo. Seu rosto não estava tão machucado como antes, mas ainda era visível as marcas dos murros e chutes que haviam sido desferidos contra ele. Polly por pouco não foi até ele, pois Trevor a segurou pelo pescoço.

Os dois ficaram frente a frente numa distância de três metros. Novamente a algazarra havia sido pausada para prestarem atenção nos dois recém-chegados. Ambos se entreolharam e encararam num desespero silencioso, tendo a ciência de que estavam prestes a matarem um ao outro para o entretenimento daquelas pessoas. Ninguém ali os defenderia, eram eles por eles mesmo.

Scorpion olhou para Polly com preocupação, a última coisa que faria em sua vida era machucá-la.

— Estão preparados para a atração principal, pessoal?! – Trevor barrou de braços abertos e então todos o aclamaram como se ele fosse o maior ícone já visto. As luzes focaram apenas nele, Polly e Scorpion – Hoje trago essa loira gostosa e esse cara extremamente maltratado para nos fazerem apreciar o que tem de bom do apocalipse: A violência! – Falou com o sorriso mais natural possível. Colocou sua mão no coldre da arma e então olhou para Craig e Avery novamente – Amarrem os zumbis nos postes. Não quero que eles aprontem nenhuma gracinha enquanto estão no combate – Os dois rapazes mais uma vez o obedeceram e fizeram o que lhe foi pedido, havia cerca de uma dúzia de zumbis em volta de Scorpion e Polly. De vez em quando, alguém lhes tacava um copo de plástico ou até mesmo uma pedra.

— Scorpion – Polly olhou para o cubano rapidamente – Eu te amo.

— Eu também te amo, Polly – Respondeu o outro com um olhar preocupado.

— Espero que os dois nos deem uma boa luta – Trevor disse entre os dois – Pois isso só termina, quando um de vocês morrer – Deu mais um sorriso e então se afastou deles – Sem armas de fogo, somente objetos cortantes – Pegou dois facões com seus capangas e voltou para entregar a eles – Particularmente falando, espero que você ganhe – Deu o facão para Polly com um sorriso malicioso e logo em seguida entregou o de Scorpion. Quando voltou para o meio do público, anunciou o início do confronto – Que comecem os jogos – Cruzou os braços e então todos começaram a gritar, ora torcendo para Polly, ora torcendo para Scorpion.

Ficaram segundos parados olhando um para o outro sem fazer nada, até Scorpion perceber que alguém iria intervir naquilo para que começassem a se esfaquear. Pegando Polly de surpresa, Scorpion ameaçou atingi-la com o facão e lhe cortar o braço, porém a loira foi rápida e graças ao seu reflexo, se defendeu com sua própria arma.

— Me jogue em cima de Trevor – Polly falou para Scorpion em meio ao conflito, enquanto estavam com os facões ainda cruzados. Como ali perpetuava uma gritaria, suas falas eram abafadas gradualmente.

— Polly! – Gritou enquanto mais uma vez encenavam um ataque contra o outro. Ameaçou cortar sua cabeça fora e então a moça se abaixou, acertando um zumbi preso bem atrás dela, o decepando.

— Porra.... – A loira falou ofegante, enquanto se levantava do chão e via o zumbi decapitado.

— Isso está demais! – Trevor falou animado para as pessoas ao seu lado, sem saber o que estava prestes a lhe acontecer.

— Isso vai dar merda – Scorpion ofegou enquanto desviava de Polly. Os dois estavam próximos a Scorpion, o que lhes dava a chance de agir.

— Scorpion, esse é o momento – Polly falou e percebeu que o rapaz havia ficado com receio de fazer aquilo – Agora, porra! – A loira o puxou para si propositalmente e então Scorpion por pouco não lhe acertou no peito, dando impulso para que ela fosse para trás, mais precisamente na direção de Trevor.

— O que vocês... – Trevor foi recebido pelo facão de Polly em sua barriga – CARALHO! - Ele caiu no meio da multidão junto com a loira, que acabou por ferir mais pessoa. Uma mulher havia caído perto de um dos zumbis e começou a ser mordida – MERDA! – Gritava devido a dor. Sua barriga sangrava em grande quantidade e rapidamente ele perdeu a consciência. Polly havia pegou a arma de seu coldre e se levantado. Virou-se para Craig e Avery, atirando neles antes que fizessem algo contra Scorpion.

Polly se virou e então mirou contra o DJ, atirando contra o mesmo. Isac teve a testa perfurada com tiro perfeito e então caiu em cima do painel de som, fazendo a música ficar desregulada e as luzes da rave começarem se apagar, deixando tudo escuro, uma vez que os equipamentos já estavam desgastados e um curto circuito não seria tão difícil de ocorrer.

— Temos que sair dessa porra! – Scorpion correu até o corpo de Craig, pegando o seu revólver preso ao cinto da calça – Cuidado! – Foram surpreendidos para Carrow disparando balas de seu rifle contra dois. Entraram no meio da multidão, enquanto algumas pessoas eram vítimas das balas do rapaz.

— Tranque todas as entradas – Carrow falou para Billy, que chorava desconsoladamente por Avery ter sido assassinado – Pare de chorar, caralho! Você vai encontrar alguém para transar depois que acabarmos isso! – O irmão falou irritado.

— Não é por isso... – Billy falou entre as lágrimas, olhou rente ao irmão e viu a moça mordida começar a reanimar, o mesmo acontecia com algumas pessoas pegas pelos outros zumbis ou que foram mortas acidentalmente por Polly – Droga! Vamos voltar para dentro da mansão! – Puxou o irmão e então os dois começaram a correr.

— Eles vão escapar! – Carrow gritou em meio a correria. Observou Alana ser atacada no balcão onde dançava a alguns minutos atrás, sem chance alguma de se defender. A moça rapidamente foi morta pelos recém-reanimados, assim como várias outras pessoas da rave.

Quem não havia sido infectado, conseguiu correr de volta para a mansão, que começou a ser barricada. Polly e Scorpion ainda estavam nos terrenos da rave e chegaram à conclusão que não poderiam sair dali devido aos altos muros que o lugar possuía e certamente seriam vistos se tentassem escalá-los.

— Não vamos conseguir sair desse lugar, não por aqui – Polly falou enquanto ouvia a gritaria que ainda ocorria perto do palco.

— Nossa única alternativa é ir pela mansão. Aquele lugar deve estar lotado agora... um completo caos – Scorpion arfou com raiva de todas aquelas pessoas. Estava sedento por vingança por todo o mal que os fizeram até agora.

— O bom do apocalipse é a violência? Talvez seja – Polly deu um sorriso desacreditada com as palavras de Trevor. Tinha a certeza de que havia visto de tudo em todos esses anos de surto, mas aquilo havia se superado – Se é violência que eles querem, é violência que nós daremos a eles – Olhou ao fundo a mansão iluminada, onde seria o cenário principal de seus planos contra todas as pessoas que ali estavam.

 

 

 

Do outro lado daquele condado, as procuras pelo casal haviam se encerrado após anoitecer. Um acampamento improvisado foi montado próximo a uma rodovia e alguns quilômetros de uma floresta. Por ali fizeram as buscas e não encontraram nenhum vestígio de Polly ou Scorpion. A cada hora que passava, a probabilidade de encontra-los vivos diminuía, mas tinha ainda quem estivesse confiante em acha-los.

— Não é a primeira vez que a Polly desaparece – Bel falou se sentando entre Boone e Ozzy. Haviam acendido uma fogueira, queimando repletos troncos de árvores velhos – Ela e Scorpion podem estar por aí atoa – Supôs.

— Ninguém fica por aí atoa tanto tempo – Ozzy falou – Ainda mais em um lugar que ninguém conhece.

— Eles vão aparecer – Robert se intrometeu. Estava em pé olhando a paisagem escurecida, na esperança de que os dois aparecessem a qualquer momento – Só não sabemos quando.

— Descanse um pouco cara – Kei deu um tapa leve na barriga de Robert – Não vamos conseguir fazer nada na situação em que estamos. Quer? – Mostrou um enlatado de sopa para Marilyn, que negou.

Enquanto todos conversavam em volta da fogueira sobre os desaparecidos e o novo plano que formariam para tentar encontra-los na manhã seguinte, Topher estava dentro da única barraca montada, sentindo-se cansado, muito além do que os seus amigos. Sua ausência havia sido notada por Merle, que foi verificar se tudo estava bem.

— Precisa de alguma coisa, Topher? – Merle puxou o zíper e então encontrou o rapaz cochilando. Topher abriu os olhos um pouco perdido, então observou o rapaz, por mais escuro que estivesse – Quer comer alguma coisa, beber água? Topher! – Chamou-o mais uma vez.

— Não... – Topher respondeu, continuando a ficar deitado – Estou bem, só preciso dormir um pouco.

— Qualquer coisa me chame – Merle falou e então saiu, voltando para junto do pessoal em volta da fogueira. Deixou a barraca aberta caso Topher precisasse de algo e também para que pudesse ficar de olho nele.

Topher por outro lado se revoltou pela barraca estar totalmente aberta e o ar frio estar atrapalhando o seu descanso, só por isso teve coragem para levantar e fechar o zíper.

Prestes a voltar a se deitar, despertou de seu sono ao ver sua irmã Renata ao fundo daquele espaço escuro, trajando um vestido branco. Se perguntou inúmeras vezes se estava louco, principalmente após piscar os olhos e ela sumir repentinamente, assim como apareceu.


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