Contágio escrita por MrArt


Capítulo 124
Estação 7 - Capítulo 124 - Represália


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoal! Hoje o capítulo teremos Kei em ação!

Boa leitura!



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Os sobreviventes de El Distrito continuavam em sua jornada pelas perigosas ruas de Albuquerque. Robert, Polly, Bel, Topher e Boone se sentiam na liderança de todas aquelas pessoas que haviam deixado a comunidade. Era um caminho arriscado, mas todos estavam o fazendo por livre e espontânea vontade. Ao contrário de Robert e seu grupo, ninguém esperaria que Kei investigasse o que ocorreu para dizer que tudo ficaria bem na comunidade.

Na direção oposta de Robert e os outros iam, Kei corria por uma das ruas de um bairro que ficava próximo a El Distrito. Sua equipe vinha logo atrás dela com furor. Após receberem o chamado de que uma emergência havia ocorrido na comunidade, tinham que voltar imediatamente para averiguar e solucionar o ocorrido, antes que fosse tarde demais para aquilo.

— Kei! Precisamos aguardar uma resposta! – Ozzy gritou para a moça – Temos que ter certeza que não é nenhuma armadilha!

— Armadilha?! – Kei abriu os braços desacreditada, voltando até Ozzy – Está falando sério?

— Não sabemos o que ocorreu lá dentro de verdade. Não faço ideia de quem tenha me mandado essa mensagem – Ozzy respondeu – Se esses caras tiverem entrado na cidade, podemos ser surpreendidos por eles. Nosso plano inteiro vai por água a baixo.

— Como pode ter certeza disso? – Dante perguntou.

— Em nenhum momento disse que tenho certeza. É uma hipótese – Ozzy olhou de relance para Dante. Não gostava muito do parceiro de equipe por suas ideias de estratégia serem completamente distintas – Temos que pensar em um todo numa situação dessas. Por maior o risco que seja.

— Ozzy está certo. Temos ao menos que ter uma cautela para entrar na igreja – Hunter sugeriu, acalmando os ânimos.

— Bobagem. Há pessoas precisando da nossa ajuda. Você mesmo disse que houve um incidente na igreja – Dante rebateu – Trabalhei com Robert em situações piores. Sei como me posicionar – Garantiu.

— Vá em frente então – Ozzy deu os ombros. Kei revirou os olhos com toda aquela confusão desnecessária.

— Não vai fazer nada? – Emma perguntou para Kei. Teddy a olhou, temendo que Kei se estressasse.

— Quer que eu faça o que? – Kei perguntou desinteressada no assunto – Que eu dê um tiro no Dante e ver se ele para quieto um minuto?

— Só tente manter seu... – Emma mal terminou sua frase, quando foi alvejada no pescoço. Seu corpo imediatamente caiu em cima de Teddy, que a segurou com todas as forças que podia. Kei, Ozzy, Hunter e Dante imediatamente entraram em formação de ataque, apontado as armas para as casas e os becos daquela rua.

— Alguém me ajuda! – Teddy gritou desesperada, tentando segurar Emma. Foi o tempo suficiente para que também fosse alvejada, levando dois tiros no rosto.

— Droga! – Dante exclamou ao ver os corpos das duas moças no asfalto – Eles estão escondidos nas casas!

— Por ali! – Hunter apontou o dedo para um beco. Os quatro imediatamente correram até o espaço estreito. Por pouco o ex bombeiro não havia sido baleado no ataque – Eles nos encontraram!

— Não temos tempo para discutir surpresas! – Kei avistou uma escada de incêndio, que levava ao topo de um prédio no beco – Por ali! – A oriental correu até a escada e subiu rapidamente na mesma, ajudando os demais logo em seguida.

Ao chegar no topo do prédio, Kei sorrateiramente avistou dois homens posicionados nas muretas de proteção, observando a rua. Os dois portavam sniper de forte calibre e uma tecnologia moderna para os tempos em que viviam. Evidentemente, estavam à procura de Kei e seu grupo no outro quarteirão.

— Me aguardem aqui – Kei avisou para os rapazes

Kei pulou para o terraço e puxou sua faca do cinto. Correu até o primeiro homem e o abateu com uma facada certeira no pescoço. O outro ficou rapidamente ficou em alerta e começou a atirar em Kei, que usou o corpo de seu colega como escudo e sua arma para atirar contra ele. Rapidamente, o segundo atirador veio ao chão.

— Está livre! – Kei chamou-os.

— Finalmente descobrimos ao menos dois deles – Hunter foi até um dos corpos, recolhendo suas armas – Eles têm umas armas muito boas...

— Não faço ideia de onde tenham saído. Os uniformes, as armas e o modo de estratégia de ataque é muito incomum – Ozzy disse – Nunca vi um grupo que agisse dessa forma.

— São os mesmos caras que nos mantinham presos naquele laboratório em Corpus Christi – Dante cruzou os braços, nervoso – Os uniformes que eles usam confirmam isso. Robert escapou usando um deles, não lembram? Eles não tinham somente aquela base. Eles voltaram para vingar o que destruímos.

— Então Robert não estava pirando... há realmente mais deles espalhados pelo país – Kei bufou. Mais um problema em suas costas havia surgido.

— Vieram de Louisiana – Hunter puxou um crachá de um dos soldados mortos – Donald Cooper, Base de Nova Orleans. Nono esquadrão – Continuou a ler algumas outras informações do crachá. Foi até o outro corpo para verificar – Jimmy Harper. São da mesma base e esquadrão.

— Louisiana e o Texas são estados vizinhos. Faz sentido eles terem bases próximas – Dante explicou – Provavelmente perderam o contato com a base no Texas e foram investigar o que aconteceu. Com certeza alguns cientistas sobreviveram, se não, não estaríamos sendo localizados até aqui.

— Mas como? Como eles sabiam que você, Robert, Marilyn e aqueles outros estão aqui? Justamente aqui? – Ozzy estava desacreditado.

— Satélites – Kei respondeu – Eles conseguem captar as mensagens que Fani manda para recrutar sobreviventes novos. É a única opção de eles terem nos encontrado. Não tenho outra hipótese se não essa.

— Eles estão na nossa cola agora. Temos que arrumar um meio de detê-los – Dante falou – Robert conseguiu destruir uma base inteira. Nós conseguiremos acabar com um punhado deles aqui na cidade.

— Não vamos voltar para El Distrito? – Ozzy perguntou, inconformado.

— Não antes de matar todos eles – Kei disse firmemente – Tente manter contato com eles até terminarmos essa bagunça. Não vou ficar quieta até que todos eles tenham virado comida de zumbis – Recarregou a sua arma – Vai ser difícil, mas não impossível. Mas tenho certeza que nenhum deles sobrará para contar história – Olhou para a rua, aparentemente vazia – Eles vão ter se arrependido de ter atacado El Distrito.

Kei deixou Ozzy no telhado do prédio para que ele mantivesse contato com El Distrito. Ela, Hunter e Dante desceram pelas escadas e retornaram ao beco. Havia um silêncio extremamente perturbador por aquele quarteirão, mas em breve seria quebrado quando a equipe começasse a agir.

— Deixem comigo. Vocês saberão agir quando for a hora – Kei disse, entregando suas armas para os dois rapazes.

— O que você vai fazer?! – Hunter perguntou preocupado.

— A melhor forma de se resolver um problema. É não indo para cima dele de uma vez – Kei assentiu com a cabeça – Fiquem em alerta quando eu der o sinal. Me entenderam? – Olhou para os dois rapazes.

— Faça o que for preciso – Dante finalmente havia concordado com alguma coisa – Nós estaremos aqui.

— Eu espero – Dito isso, Kei se afastou dos dois, que se esconderam pelo beco.

Lentamente, Kei saiu do beco e foi para o meio da rua. Os corpos de Emma e Teddy ainda se encontravam estirados no asfalto; provavelmente a primeira moça reanimaria em alguns minutos. Andou até o meio da rua e lá ficou, completamente desarmada e sem medo do que poderia lhe acontecer.

Afinal, quem seria covarde suficiente a ponto de atirar em uma pessoa desarmada?

— Localizamos uma! – Kei ouviu a voz de um homem surgir. Olhou para o lado e o viu sair de um dos prédios daquela rua – Verifiquem-na! – Gritou e então um grupo de homens saiu do prédio junto dele, indo rapidamente até Kei, que permaneceu onde estava. A oriental sentiu um frio na espinha, mas não se desequilibrou, apenas levantou as mãos em sinal de rendição. Ainda pode ler o crachá do homem: Stan North – É bom que não haja nenhuma surpresa, mocinha – Disse para Kei, enquanto seus homens a revistavam.

— O que vocês querem aqui? – Perguntou, cerrando os olhos para Stan – Já destruíram o lugar onde eu vivo.

— Estamos atrás de Robert Petterson. Ele foi responsável pela destruição de uma base nossa em Corpus Christi. Nossos satélites... – A hipótese de Kei havia sido confirmada – Nos trouxeram até aqui, onde ele mora junto com você. Foi fácil te encontrar, ainda mais quando assistia meus homens se reagrupando.

— Vieram para o lugar certo – Kei respondeu com um sorriso cínico. Havia homens armados em volta dela – E sinto lhes informar, mas uma das bombas atingiram a casa onde Robert dormia. Ele está morto, acho que mataram a caça antes de pegá-la – Mentiu.

— Isso não é suficiente – Stan olhou profundamente nos olhos de Kei – Quero ir até esse lugar, nem que seja para fotografar o corpinho de Robert carbonizado. E também para aproveitar o que esse lugar oferece – Se aproximou indevidamente de Kei, acariciando o seu rosto. Um sentimento de ódio e nojo começou a tomar conta da moça ao sentir aquelas mãos lhe tocarem – Espero que encontre neste lugar mulheres tão bonitas quanto você. Se é que eu já não tenha as matado junto com Robert – Sussurrou no ouvido de Kei. Soltou uma bufada com o nariz, fazendo um ar quente se chocar contra a pele da moça.

Kei não pensou se havia um milhão de homens ali, apenas avançou contra a jugular do homem como um zumbi faria. Seus dentes cravaram em sua pele e rapidamente Stan começou a jorrar sangue e gritar de dor. Os homens de Stan hesitaram em atirar em Kei, mas foram surpreendidos por Hunter e Dante saindo do beco aos tiros contra eles e Ozzy no telhado, batalhando atiradores em edifícios mais baixos.

— S-Sua... – Stan tentou xingar Kei, que tinha um pedaço de sua pele na boca. O homem tentou falar a mesma palavra repetidas vezes, mas não conseguia. Apenas podia observar o olhar ensandecido no rosto de Kei, onde seu sangue havia sujado. Nenhum de seus homens havia agido para ajuda-lo, por se encontrarem na mesma situação que ele. Mortos.

— Espero não ter que ver nenhum de vocês aqui novamente – Kei puxou a própria arma de Stan e apontou para ele. Disparou em seu rosto inúmeras vezes, o desfigurando completamente.

Após liquidar Stan, olhou ao redor e viu todos os seus homens mortos. Dante e Hunter estavam agora próximos a Kei, e tinham um certo medo estampado no rosto, em ver como a oriental agiu.

— Acabamos com eles. Eu espero – Kei garantiu.

— Deu para perceber – Hunter falou. Puxou um pano preto de sua cintura e entregou para Kei – É bom limpar o rosto as vezes.

— Esse cara pediu para morrer – Kei rangeu os dentes, ainda nervosa.

— Já entendemos, Kei – Dante bufou. Olhou para a rua e notou a ausência de alguém – Onde está o Ozzy? – Olhou para o telhado e nada do rapaz.

— Ozzy?! – Kei gritou, sem se preocupar se alguma outra ameaça surgisse.

— Estou aqui! – Ozzy havia conseguido escapar do prédio por sua saída de emergência. Vinha apressado, segurando o walkie talkie nas mãos – Ocorreu outra...

— Emergência?! – Dante mal deu tempo de Ozzy falar.

— Não! – Respondeu, ofegante – Consegui falar com Percy! Todos deixaram El Distrito. Estão seguindo o protocolo de evacuação. Disseram que irão partir na estação de trem e se não nos encontrarem lá, ficaremos para trás.

— Que protocolo?! – Dante tornou a fazer perguntar. Ozzy revirou os olhos, se recusando a responder.

— Isso é uma longa história – Hunter disse e olhou para Kei – Temos que chegar até a estação o mais rápido possível. Tenho certeza que Juan deve estar por trás dessa evacuação da comunidade. Robert e Polly não iriam se nós – O loiro sentiu o estômago embrulhar.

— Até eles ligarem os geradores da estação irá demorar um pouco. Se formos rápidos chegaremos lá em meia hora – Kei disse, pegando suas armas com Dante. Ela, Ozzy e Hunter começaram a correr pela rua, na direção da estação.

— Espera! – Dante gritou e então eles pararam, olhando para trás – O que vamos fazer com os corpos de Emma e Teddy?!

— Não temos tempo! Elas não precisam mais fugir de nada, mas nós sim! – Kei respondeu e voltou a correr. Se Dante ficasse para trás, não seria ela que o arrastasse.

Kei já estava cansada daquele e dia, e ainda teria que correr um longo caminho se não quisesse ficar presa em Albuquerque e numa comunidade completamente destruída.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!



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