Contágio escrita por MrArt


Capítulo 109
Estação 6 - Capítulo 109 - Imprudência, Drogas e Boone


Notas iniciais do capítulo

Heeey! Mais um capítulo!!

Boa leitura!



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Os minutos se passaram e a limpeza era feita em El Distrito o mais rápido e preciso possível. Kei, Polly, Ozzy, Fox, Scorpion, Kami, Sky, Little Boy, Percy e toda sua tropa matavam todos os zumbis que vinham a sua frente e de um em um, reduziam seu número significantemente. Era um trabalho braçal extremamente cansativo, mas agora a vitória estava ao lado deles, mesmo tendo muita coisa para se fazer ainda.

— Temos que apagar o fogo de algumas casas, se não vai se espalhar ainda mais! – Gritou Polly matando um zumbi a facadas na cabeça.

— Estamos quase acabando com os zumbis! – Percy respondeu do outro lado da rua, derrubando um zumbi no chão e esmagando seu crânio – As casas podemos recuperar mais tarde – Enquanto continuava matando mais zumbis, Percy sentiu alguns pingos de chuva em seu rosto – Beleza, obrigado, Deus – Percy olhou para o céu nublado e fez um sinal de continência.

— O que está fazendo? – Polly perguntou para Scorpion, que atraia cerca de meia dúzia de zumbis para perto dele, sem matar nenhum, por enquanto.

— É a minha estratégia, melhor do que gastar muito tempo matando um só zumbi! – Gritou Scorpion em resposta. Ele olhou para os zumbis, que caminhavam até ele – Venham com o papi! – Olhou maldosamente para as criaturas à sua frente – Ótimo – Scorpion retirou sua arma de choque do bolso e apontou para as criaturas, disparando seis balas que os atingiram no pescoço e na cabeça, os eletrocutando instantaneamente.

— O que está havendo? – Polly perguntou extremamente chocada com a visão dos zumbis ‘’torrando’’. Ambos já estavam molhados por causa da chuva e logo sentiam o frio tomar conta de seus corpos, mesmo com toda a adrenalina que tinham.

— Descarga elétrica, torram suas carnes podres mais rápido – Scorpion se virou colocou as mãos no pescoço de um zumbi que estava prestes a pegar Polly, e o quebrou – Tome cuidado, bonita – Falou com sotaque espanhol que Polly achou um tanto que sofisticado.

— Bonita... – Polly riu debochadamente.

— Vão ficar aí parados rindo ou vão ajudar? – Kei perguntou irritada por ver as risadas da dupla em meio a matança de zumbis. Ela já estava esgotada daquilo.

— É melhor acabarmos com isso o mais depressa possível. – Scorpion bateu fraco com o cotovelo no braço de Polly e então voltaram ao serviço.

Apesar das dificuldades que estavam tendo com a chuva, ela estava ajudando a apagar o incêndio nas casas. Os corpos espalhados pelo asfalto, a calçada e os jardins eram numerosos, fora o cheiro de carne podre, que era insuportável. Percy e toda a sua equipe já haviam acabado de matar os zumbis na parte comercial de El Distrito e os homens de Scorpion na residencial, eliminando alguns zumbis que invadiram o conjunto de apartamentos, não encontrando nenhum cidadão vivo por ali.

Após se certificarem que não havia nenhum zumbi de pé, todos se reuniram perto da clínica.

— Isso foi insano – Disse Little Boy ainda querendo saciar sua vontade de matar. Ele colocou seu facão por de trás das costas e riu – Muito insano.

— Guarde sua energia para mais tarde – Advertiu Scorpion olhando para os portões da área 1 – Deve haver mais deles ali dentro.

— Não sei – Kei falou – Parece que eles também tiveram problemas – Olhou todo o prédio ao fundo inteiramente apagado. Kei correu para a torre onde Robert estava e bateu na porta de acesso várias vezes – Robert! Conseguimos!

A porta se abriu num baque que quase acertou Kei.

— Precisamos levar ele para a clínica! – Gritou Robert ajudando Athena a carregar Juan, desmaiado – Agora!

— Lá está cheio de corpos de zumbis – Disse Ozzy – Taissa! – Gritou ao ver sua namorada e foi abraça-la imediatamente.

— Graças a Deus! – Taissa deu inúmeros beijos no rosto de seu namorado – Achei que você tinha morrido... – Ela derramou algumas lágrimas de seu rosto.

— Me ajudem aqui caralho! – Robert rangeu irritado por estar carregando Juan.

— Aonde é a clínica?! – Perguntou Sky ajudando-o.

— Ali! Venham comigo! – Ozzy falou se soltando de Taissa e correndo em direção a instalação médica.

— Chame a Star, precisamos dela – Robert falou para Kami, sem saber o que fazer.

— Beleza! – Kami assentiu e saiu correndo para fora dos portões, indo até Star.

— O que fizeram contigo?! – Percy mediu a pressão de Juan, enquanto era levado para a clínica – Porra, cara, não morra!

— Ele não vai morrer, Percy! – Disse Athena irritada com seu ex-colega de equipe. Ela continuava com Juan em seus braços, mesmo com todo o cansaço que predominava o seu corpo. A dor era tanta sem sua coluna, que a fazia chorar – Pelo amor de Deus, eu não aguento mais! – Ela gritou.

— Leve-a daqui – Percy assumiu o lugar de Athena e Polly a segurou. Entraram na clínica rapidamente e não demorou muito para Kami apareceu com Star. Robert ficou do lado de fora e suspirou mais uma vez. Não queria ver Juan morrer.

— Fique com ele! – Star entregou Matthew para Kami e correu para a clínica imediatamente. O restante do grupo ficou do lado de fora, esperando para que tudo desse certo e Juan saísse daquela, ao menos com vida.

Robert foi até Kei, calada enquanto observava toda a movimentação até a clínica.

— A clínica está toda fodida – Robert disse cansado, ele olhou para o lado e cuspiu no jardim – Parece que eles não estão mais aqui mesmo. Merda! – Robert bateu no ar e depois colocou as mãos em seu rosto – Eu estou cansado dessa merda, Kei, estou cansado – Olhou para trás e viu Polly sentada com Athena no gramado, Kami estava ao seu lado segurando Matthew e Scorpion vigiava o portão.

— Em uma semana quase cem pessoas morreram. Isso aqui está mais insano que o comboio do Ford – Kei colocou as mãos na cintura. Havia corpos demais no chão e isso estava a agoniando – Depois que a chuva parar vamos queimar todos eles – Kei colocou a mão no ombro direito de Robert – Você vai aguentar isso sim.

— Eu espero – Robert assentiu. Estava se sentindo muito sozinho, mas não podia se preocupar com os outros agora. Sua vida também estava em jogo no momento.

— O que é aquilo?! – Kami apontou para o telhado da clínica.

— Como?! – Robert e Kei se aproximaram da clínica e viram nada mais que Boone acenando para eles.

— Ei! – Boone fez uma espécie de megafone com as duas mãos – Eu estou aqui! Bel está aqui! Precisamos de ajuda! – Continuou gritando.

— Só vocês estão aí? – Perguntou Kei – Vamos resgatar vocês dois, não saiam daí.

— Vocês precisam passar na área 1 também! – Boone continuou gritando e acabou chamando a atenção de Scorpion, desconfiando da voz que ecoava – Tem cinquenta pessoas vivas lá dentro, todos daqui! – Aquelas palavras foram um grande alívio para Polly, Kei e principalmente para Robert. Boone, Bel e provavelmente seu pai estavam vivos.

— Scorpion, vem comigo! – Gritou Polly indo em direção ao portão da área 1 – Você, fique com ela – Disse para Kami, que além de segurar Matthew agora era obrigado a olhar Athena, sentada em silêncio no gramado.

— É bom ver vocês! – Boone gritou novamente.

— É bom ver você também, Boone – Disse Robert com um sorriso fraco.

— Flashback –

 

 2010. Quatro anos antes do Contágio.

— Essa é a última vez que eu te busco na delegacia – Albert gritou para Boone, sentado em uma das poltronas da sala de estar. Seu pai havia gasto quase dois mil dólares em fiança para livrar Boone de uma prisão. O dinheiro não fazia muita diferença para Albert, considerada a sua fortuna que tinha, mas odiava ter um filho problemático – Está me entendendo Boone Roosevelt? – Ficou de frente para o filho, que revirou os olhos – Olhe para mim – Segurou forte nos pulsos do filho, o obrigando a olhá-lo – Me entendeu? Da próxima vez não haverá nenhum advogado que lhe salve da prisão.

— Eu entendi – Boone respondeu de forma baixa e cínica.

— Você está proibido de sair essa semana e sua mesada está cortada por tempo indeterminado – Disse Kathleen, sua mãe – Há uma oferta de emprego para você aqui num restaurante do bairro. Será bom para você.

— Okay – Boone deu os ombros. Não tinha tantas alternativas de ir contra os seus pais naquele momento.

— Vá para o seu quarto e tome um banho – Boone se levantou imediatamente e subiu as escadas – E nem pense em pular a janela, estamos de olho em você! – Albert gritou e Boone fingiu que não ouviu – Temos que dar um jeito nesse garoto, antes que os mais novos fiquem do mesmo jeito – O casal observava Donnie e Taylor assistindo televisão.

Boone subiu mais um andar até chegar no seu quarto. Morava em uma casa gigante com uma família gigante. Albert e Kathleen se casaram e logo Boone nasceu, depois veio Lauren e em seguida Donnie e Taylor, fora que, sua avó materna, Elizabeth, havia se mudado recentemente devido alguns problemas que teve com sua antiga casa.

Seu quarto estava muito mais arrumado desde a última vez que havia estado em casa. Boone ficou admirado com a arrumação em seu quarto, mas ficou preocupado por tudo estar tão limpo e se preocupou com as coisas que havia escondido. Seria péssimo para si se os seus pais tivessem pego alguma de suas coisas. Boone tinha grandes problemas com arrumação e por consequência diversas coisas, até as que não eram suas.

— Te achei! – Boone suspirou ao ver um pacote de pó cristalizado atrás do seu guarda roupa, o tirou e ficou segurando-o durante um tempo – Tenho que devolver isso... – Boone se sentou na cama e ficou observando a substância que era uma das causas da sua ida a delegacia. O moreno escondeu o pacote embaixo da cama até que ouviu passos até o seu quarto.

— Boone? – Lauren entrou em seu quarto sem ao menos bater na porta.

— O que foi? – Boone perguntou irritado pela invasão de privacidade.

— Onde você estava com a cabeça de se envolver com aqueles caras? – Lauren perguntou totalmente desacreditada por seu irmão ter sido apanhado pela polícia – Dino e Paolo são péssimas companhias para você. Não quero mais te ver com eles.

— Eu já levei uma bronca da mãe e não preciso ouvir uma sua – Falou Boone se sentindo invadido por Lauren – Dino e Paolo não tem nada a ver com o que aconteceu, foi imprudência minha.

— Então por que você mudou depois de começar a andar com eles? – Lauren cruzou os braços e colocou Boone contra a parede. Boone havia conhecido Dino e Paolo, dois jovens da idade dele que tinham inúmeras passagens em delegacias da cidade. Os dois eram nacionalistas brancos e sempre causavam vandalismos por Baltimore – Boone, você era um bom garoto! – Falou entristecida.

— Sai do meu quarto – Boone olhou para sua irmã com avidez – Agora, Lauren. E feche essa droga – Lauren não teve outra alternativa senão deixar o quarto de Boone, preocupada com o que ele estava passando.

Boone ficou deitado na sua cama pensando no que fazer e então chegou à conclusão que iria devolver toda aquela droga para o traficante que havia lhe dado, já que não tinha dinheiro para pagá-la e se fosse pego traficando iria para a prisão. Depois de muito tempo com sua mente pensativa, Boone foi tomar um longo banho e ficou com a maior parte do tempo com a cabeça apoiada no box do chuveiro, refletindo sobre toda a sua vida. Depois de tomar um remédio para dor de cabeça, se jogou em sua cama e foi dormir.

Os dias se passaram e Boone preferiu evitar sua família, por vergonha e também por que eles ainda estavam um pouco entristecidos com o jovem. Boone passou a dormir demais e não saía do seu quarto, o que levou a preocupação de sua mãe.

Nada o alegrava, Lauren tentava tirá-lo do quarto para ir ao shopping com ela assistir um filme ou somente lanchar. Levava Donnie e Taylor na escola, mas voltava para casa rapidamente por medo que alguns dos seus colegas o encontrassem na rua e o levasse para a bagunça que participava.

Seus pais não tinham muitas alternativas devido a relação conturbada que estavam tendo com Boone, mas o convenceram a ir na igreja e fazer com que ele participasse da escola dominical, o que foi um saco no começo, mas ele foi se acostumando ao longo das sessões que ia. Havia parado de se meter em confusões e estava fazendo um bom progresso. Estava.

— E então Deus nos deu o corpo, como um templo a ser preservado, e não para ser destruído – Falava o pastor Franklin Simpson, segurando uma bíblia enquanto palestrava para o grupo de jovens a sua frente. Boone estava em uma das últimas cadeiras, assistindo com um pouco de sono. Depois de mais alguns minutos, Franklin encerrou sua palestra – Obrigado pela atenção. Que Deus os abençoe. Os espero semana que vem – O pastor sorriu e então saiu pela porta lateral.

Boone se levantou como todos os outros jovens ali e rumou para a porta de saída, em direção ao salão onde acontecia o almoço coletivo. Andava sozinho, até que foi surpreendido.

— Ei – Um rapaz loiro o parou no meio do corredor e deixou todos passarem antes de falar qualquer coisa – Você é o Boone?

— Sou... – Boone falou um surpreso, mas ainda monótono – Aconteceu alguma coisa?

— Soube que... – Olhou para o lado se certificando que ninguém estava por perto – Você vende – Aquelas únicas duas palavras foram o suficiente para fazer com que o corpo de Boone ficasse completamente eletrizado. Hoje era o dia em que Boone devolveria as drogas para o traficante e estava com elas bem na sua mochila.

— Eu não tenho nada... – Boone disse trêmulo – Se liga moleque – Encarou Finn Simpson, nada menos que o filho do pastor. Tentou sair, mas foi impedido.

— Cara! – Finn colocou as mãos no ombro de Boone – Eu pago – Tirou duas notas de cem dólares de seu bolso. Boone mordeu o lábio ao ver aquelas cédulas que poderiam lhe pagar o traficante e ainda sobrar algum dinheiro, mas cedeu a tentação de fazer besteira novamente.

— Não cara. Não me procure mais – Boone saiu andando.

Boone entrou no salão um pouco atordoado e nem percebeu quando havia se servido e se sentado numa mesa mais afastada das outras pessoas. Colocou sua mochila na cadeira enquanto almoçava em completo silêncio. Boone batia o pé repetidamente devido ao seu nervosismo e paranoia, com medo de que mais alguém desconfiasse do seu antigo trabalho.

Após todos almoçarem, começaram a se dirigir para a área de fora do salão comunitário. Boone se levantou e quando foi pegar sua mochila na cadeira, percebeu que ela não estava mais ali. O desespero começou a tomar conta de Boone e ele começou a olhar por todos os cantos da mesa onde almoçava, mas não encontrou amochila em lugar algum.

— Ei! Boone! – O pastor Franklin apareceu sorrindo e atravessou seu braço nos ombros de Boone.

— Pastor... – Boone engoliu a própria saliva, tentando não transparecer nada suspeito.

— Vamos para a sala de leitura e partilha agora, nos acompanhe, sei que é difícil no começo, mas você vai se enturmar – O pastor arrastou Boone para a sala, repleta de jovens, mas nenhum sinal de um especifico. Finn havia sumido e sequer seu pai havia notado.

Boone mais uma vez ficou sentado no fundo enquanto ouvia as palavras cansativas e exaustivas de Franklin. Todos ouviam atentamente, mas Boone só pensava no problema que aumentava a cada minuto.

Cautelosamente, Boone conseguiu sair da sala e as pressas, procurou Finn por todos os corredores, salas e auditórios da igreja, mas não o achou em lugar nenhum. Sua sorte é que quase ninguém andava por ali naquele horário, exceto uma senhora de idade que ficava na recepção.

— Eu estou fodido... – Boone entrou no banheiro masculino e foi direto para a pia lavar o rosto. Xingou-se inúmeras vezes e amaldiçoou Finn, mesmo estando em uma igreja – Essa não... não! – Ao se olhar no espelho, teve visão de uma das divisórias dos sanitários.

Boone correu para Finn ao vê-lo desacordado do lado de um dos sanitários. Seu corpo estava extremamente pálido e aparentemente ele havia vomitado. Boone o sacudiu inúmeras vezes, mas não obteve nenhuma resposta.

— Isso não pode estar acontecendo comigo – Boone deu um tapa no rosto de Finn – Acorda, seu infeliz! – Sacudiu Finn diversas vezes. Olhou para o lado e viu sua mochila e o pacote de drogas, vazio – Fodeu... – Boone tinha um cadáver na sua frente, e o pior, era o filho do pastor que havia morrido, de overdose – Você ferrou com a minha vida – Olhou para o corpo de Finn, com raiva de si mesmo.

Com o tempo se esgotando, Boone tomou uma decisão drástica, pegou o pacote de drogas e a sua mochila e então saiu da igreja sem que ninguém o visse, deixando Finn para trás até que alguém descobrisse que ele havia morrido. Andou desnorteado pelas ruas de Baltimore com o corpo pesando em si mesmo. Por sua causa, uma pessoa havia morrido.

Boone chegou em casa e não encontrou ninguém.

Rapidamente fez as suas malas com metade das roupas que tinha no seu guarda-roupa e colocou junto todos os seus pertences pessoais, relutou para colocar suas fotos de família, mas não as deixou para trás. Limpou o seu quarto, arrumou a cama e ajeitou os quadros em sua parede. A imagem de Finn morto predominava em sua mente e ele não queria nem pensar no que aconteceria no dia seguinte. Assim que se certificou que tudo estava arrumado, ele desligou a luz do seu quarto pela última vez e então saiu.

‘’Não me procurem. Vocês não merecem o filho que tem. Cuidem de Lauren, Donnie e Taylor. Não estarei mais aqui e vocês não me acharão’’ – Depois de deixar o bilhete em cima da mesa de centro da sala, Boone pegou suas coisas, e foi embora.

 

— Albuquerque – Novo México -

 

Polly e Scorpion pararam em frente ao portão da área 1, ele estava fechado. Não tinham como abrir por serem meros residentes da área 2 e mal podiam ver o que acontecia do outro lado devido a estrutura fortificada que impedia sua visão.

— Tem certeza que eles estão aí atrás? – Scorpion perguntou batendo no muro levemente.

— É o único lugar que eles possam ter escondido durante a invasão – Afirmou Polly procurando algum mecanismo que servisse de abertura.

— Moram em um lugar seguro. Por que foram deixar uma tragédia dessas ocorrer? – Novamente perguntou.

— Não sei. Não estava aqui para saber – A loira respondeu com certa ignorância.

— Não precisa ser grossa – Scorpion riu.

— Por que está rindo numa situação dessas? – Perguntou Polly indignada com o rapaz – Seu mexicano estranho.

— O que nos resta neste mundo? Ficar chorando o tempo inteiro por que há mortos vivos? – Scorpion se aproximou de Polly e a encarou – E mais, eu não sou mexicano, sou cubano.

— O seu país foi o primeiro a cair depois dos Estados Unidos – Falou Polly se lembrando dos primeiros dias do apocalipse.

— A culpa não é minha – Debochadamente, riu mais de uma vez.

Os dois continuaram falando e o som da conversa chamou a atenção de quem estava do lado de dentro dos muros da área 1, que ora já tinham a atenção despertada pelo barulho de zumbis sendo mortos a alguns minutos. Não demorou muito e então o portão começou a se abrir ao ser ativado em uma das torres de vigias que ainda obtinha eletricidade.

— Uou... – Scorpion se afastou um pouco quando viu o portão se abrir sozinho – Vocês realmente têm tecnologia.

Polly olhou um a um todos os habitantes da área 2 que conhecia. Havia um, porém, um grupo de pessoas bem vestidas e desconhecidas, inclusive Timothy e Herrera, completamente amarrados e aparentemente feitos de reféns no chão, enquanto Vasili mantinha alguns atiradores ainda vivos de olho neles. Algumas armas foram apontadas para Polly, mas logo abaixaram quando viram quem era.

— Polly – Vasili disse de braços abertos, como se nada houvesse acontecido – Como é bom ver você novamente.

— O que diabos aconteceu aqui? – Polly perguntou horrorizada com todas aquelas pessoas reféns. Entre Tuppence, Amber e Hunter, observou uma conhecida de longa data – Patrícia?! – Ela ficou espantada ao ver a loira junto com eles – Mas – O dia não podia estar sendo mais chocante para Polly.

— Fique calma – Vasili falou – Já vi que vocês deram conta do recado.

— Não me mande ficar calma! – Polly gritou – Eu estou completamente suja de sangue, caralho! Eu te perguntei uma coisa e você vai responder? Que merda que aconteceu nessa cidade?

— Ele fodeu com tudo, Polly! – Polly virou para trás e viu Boone se aproximar junto com Kei, Robert, Fox, Athena, Little Boy e também, Bel, visivelmente abatida – Vasili ferrou com tudo e fez com que quase todo mundo morresse! Esse desgraçado é a causa dessa merda inteira que aconteceu conosco e ele vai pagar por cada alma perdida nesse lugar! – Boone apontou o dedo para o russo – A verdade finalmente chegou, Vasili – Cuspiu no asfalto assim que falou o nome do russo. Robert não havia achado muito agradável a atitude do amigo, até então – Não é por que estamos nesta merda de apocalipse que as coisas sairão impunes - Boone abriu um sorriso de desespero em seu rosto - A justiça vai ser feita e você agora é a pessoa mais fodida que tem no mundo – Polly ficou abismada com cada palavra que saia da boca de Boone e então como todos, olhou para Vasili, esperando uma resposta antes que mais uma tragédia ocorresse.

Vasili suspirou bravamente e sem medo, enquanto todos os olhares dos habitantes de El Distrito focavam-se apenas nele.


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Notas finais do capítulo

Qual vai ser o destino de Vasili? Será que Boone vai ser capaz de desmacará-lo?

Até o próximo!!



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