Contágio escrita por MrArt


Capítulo 106
Estação 6 - Capítulo 106 - Vire a Tabela. Gire Novamente


Notas iniciais do capítulo

Heeey pessoal!! Mais um capítulo se passando em El Distrito.

Robert, Polly, Kei e Ozzy estão ausentes neste capítulo

Boa leitura!



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— Estamos quase lá! – Taissa atirou na cabeça de um zumbi. Athena segurava Juan enquanto seguia atrás da moça.

— Tenho medo dele não aguentar – Gritou Athena. Aquilo atraia cada vez mais zumbis.

— Eu vou aguentar... – Disse Juan, fraco. O rapaz se esforçava para andar depois ter sido esfaqueado pelo próprio colega – Por que não retiraram essa faca de mim ainda?

— Por que a faca está segurando a hemorragia que você pode ter a qualquer momento! – Taissa olhou para trás e viu que a horda estava os seguindo desde que escaparam com muita dificuldade do estádio. Graça a Tuppence ter ensinado a Taissa primeiros socorros, conseguiu manter Juan até agora.

— Aquele desgraçado do Pac – Juan pingava suor por todo corpo – Eu vou matar ele!

— Não se preocupe. Ele já está morto – Taissa olhou Juan de lado. A loira empurrou uma idosa Zumbificada que caiu num buraco da rua.

— O que? – Juan parecia não ter entendido.

— Depois falamos sobre isso! – Athena levantou Juan mais uma vez com toda a força que tinha – Temos que chegar em El Distrito o mais rápido possível.

— Parece que não é só a gente que está com problemas! – Taissa avistou o portão da cidade sem nenhum guarda.

Assim que chagaram até os portões. Taissa e Athena puxaram a grande e trouxeram Juan para dentro. Os zumbis se aproximavam cada vez mais da cidade e nada podia ser feito. O pior foi quando viram o que estava acontecendo nas ruas da cidade.

— Mas o que... – Taissa viu os corpos de diversos moradores estirados no chão. Athena não havia percebido nada daquilo, pois ajudava Juan a se locomover.

— Ei! Deem meia volta! – Se assustaram quando um soldado apareceu armado. Ele havia instalado uma espécie de dispositivo perto do portão.

— Que merda aconteceu?! – Athena e Juan conheciam aquele soldado. A ruiva estava perplexa com tantas pessoas mortas pelas ruas e os jardins de suas casas.

— Entrem lá dentro e não saiam! – O soldado gritou atirando perto de Taissa, que gritou – Se estiverem junto da resistência de Vasili vocês serão mortos!

— Porra... – Taissa se rendeu, mas tinha que fazer alguma – Ele vai morrer se não chegarmos até a clínica.

— Ele vai morrer se eu atirar na porra da cabeça dele – O soldado ameaçou mais vez atirar, até que Athena gritou.

— Não! Nós vamos te obedecer! – Athena temia o que aquele soldado podia fazer com Juan – Vamos por aqui! – Athena puxou Taissa para perto dele. A loira encarava o soldado com total fúria. Os três saíram dali e se esconderam numa casa.

Minutos depois, o mesmo soldado viria a ser baleado por Boone. Mas a bomba implantada por ele estava em uma contagem regressiva curtíssima e em breve iria explodir, botando El Distrito em risco completo.

 

— Flashback –

 

Dia do Contágio. Albuquerque.

— É verdade o que estão falando? – Athena se sentou ao lado de sua amiga Leticia.

Albuquerque estava relativamente tranquila, seguia sua rotina normalmente, ao contrário de quase todas as capitais dos estados dos Estados Unidos. Athena sabia o que estava acontecendo, mas tinha suas dúvidas e não apresentava tanta preocupação, exceto pelas pessoas que conheciam e moravam por ali.

Como as aulas de Athena haviam sido canceladas devido ordens do governo para não ter nenhum risco de infecção em qualquer cidade dos Estados Unidos. Procurou seu amigo Juan durante boa parte do dia para passarem o tempo juntos até a situação ‘’supostamente melhorar’’, mas acabou ficando na casa de sua melhor amiga Letícia durante esse tempo.

— Parece que sim – Leticia trocou de canal e colocou em uma série de comédia, uma vez que todos os noticiários se focavam nos bombardeios e quarentenas em Denver, Los Angeles e Las Vegas.

— Que negócio mais chato... – Athena bufou, enquanto lia uma revista de moda – Acha que um dia eu consigo ficar que nem ela? – Mostrou uma foto da modelo Kissy Edwards.

— Depende – Leticia mordiscou uma barra de chocolate – Olha essa... – Mostrou outra modelo, só que no seu celular.

— Ela é jornalista, não é? – Athena estava com o rosto inclinado enquanto observava Beverly na foto.

— Mas ela tem um corpo de modelo – Leticia continuou a visualizar sobre a jornalista no celular – Ela é dada como desaparecida no incidente de Los Angeles.

— Onde viu isso? – Athena voltou sua atenção para a amiga – Parece que esse negócio realmente está afetando todo o país.

— O Departamento da Polícia de Los Angeles divulgou todas as pessoas mortas e desaparecidas na cidade – Letícia estendeu a mão e entregou o celular para Athena – Tem alguém que conhece que está por ali?

— Eu estou vendo... – Athena deslizou praticamente toda a lista.

Lista Oficial de Mortos e Desaparecidos durante o Incidente Biológico em Los Angeles; Atualização em 20 de junho de 2014. D.P.C Inc.

Samantha Collins (Morta em 19 de junho)  

Roxie DeMarco (Morta em 18 de junho)

Renata Williams (Desaparecida em 18 de junho)

Topher Williams (Desaparecido em 18 de junho)

Arthur Oliver (Morto em 19 de junho)

Tessa Hayes (Morta em 18 de junho)

Martos O’Campo (Morto em 20 de junho)

— Droga... – Athena ficou apreensiva ao ler o último nome da lista.

— O que foi? – Letícia foi até a amiga, preocupada.

— Martos... é o pai de Juan! – Athena agora entendia por que Juan havia sumido esses dias todos e não havia dado sinal de vida. Imediatamente ela pegou o próprio celular e ligou para o amigo – Anda logo Juan... me atende – A ruiva se levantou do sofá, um pouco ansiosa.

— Isso não me parece bom... – Letícia disse ao ver uma transmissão ao vivo em Albuquerque pela televisão.

— O que está havendo? – Athena abaixou o celular de sua orelha.

— Parece que... está tendo alguma coisa no estádio Universitário, pode ter sido uma nova contaminação – Letícia se levantou do sofá. Athena pegou seu casaco e rapidamente se dirigiu a porta – Onde vai?

— Vou procurar o Juan – Athena continuava tentando fazer a ligação.

— Ele pode ter saído da cidade ou estar em qualquer lugar! – Letícia disse – Não pode sair por aí sem segurança, olha o que está acontecendo! – Apontou para a televisão.

— Eu preciso encontrar o meu amigo – Athena vestiu o casaco – Olha, fica aqui em casa e depois eu volto. Vai ficar tudo bem, eu voltarei.

— Então vai rápido! – Letícia gritou, antes de Athena desaparecer do corredor daquele andar do prédio, deixando a amiga a própria sorte enquanto o surto se iniciava em Albuquerque.

 

(...)

 

— Entrem na clínica agora! – Bel berrou o mais alto que pode para todas as pessoas que haviam sobrevivido ao ataque. Muita gente havia se salvado por terem se escondido dentro de suas casas – Tirem os corpos do sargento e da Carol antes que vejam! – Disse para Uber, Tuppence e Amber que rapidamente entraram na clínica.

— O que nós vamos fazer? – Boone agora segurava um machado de incêndio. Pode ver entre as pessoas que estavam indo para a clínica, Cameron entre elas. Os primeiros zumbis começavam a invadir as ruas de El Distrito, devorando os corpos dos cidadãos e soldados mortos.

— Precisamos manter todos os salvos antes de tomar uma atitude precipitada – Bel e Boone entraram na clínica uma vez que tiveram certeza de todos estarem ali. Em segundos, aquela rua havia sido tomada por zumbis.

A clínica estava bem cheia. Felizmente o número de pessoas vivas era maior do que mortes, mas havia muita gente abalada por terem perdido seus familiares, vizinhos e amigos. A tempo Uber, Tuppence e Amber conseguiram recolher o corpo de sua colega e o de Powell, colocando-os no necrotério.

— Estão indo para todas as ruas! – Fani olhava para fora pelas brechas da cortina.

— Será que todos conseguiram entrar? – Riki perguntou preocupado. Haviam levantado a porta e a barricado com diversas prateleiras e armários da emergência.

— Estou fazendo a contagem! – Halsey segurava uma prancheta na mão, fazendo uma verificação geral de todas as pessoas estavam ali, colocando um x nas ausentes – Droga... morreram muitas pessoas! – Viu Tamar sair da sala de recreação – Todas as crianças da escola estão a salvo?

— Todas... só não encontrei o bebe do Robert e da Kei... O Matthew – Disse Tamar cruzando os braços. Bel ouviu e logo percebeu que se esqueceu completamente de Matthew esse tempo todo.

Bel se virou para Boone, preocupada.

— Viu o Matthew?

— O que? Eu nem estava em sua casa...

— Droga, precisamos voltar para lá, de um jeito ou de outro.

— Espera! – Boone se lembrou da noite da batalha – Polly estava com ele durante o tiroteio.

— Eles fugiram com o Matthew – Bel estava indignada – Mas que bando de cuzões... – Balançou a cabeça e novamente sentiu uma dor na barriga – Precisamos dar um jeito nisso, e rápido – Bel temia que uma possível destruição de El Distrito colocasse sua vida em jogo. Ela foi até a sala de espera verificar se estava tudo bem e tomou um susto ao ver quem estava por lá – Isso não é possível.

— Ei! – Tuppence viu Hunter junto com Patrícia, notando a ausência de seu namorado – Onde está o Mark?

Hunter levantou o rosto e balançou a cabeça negativamente.

— Não pode ser... – Tuppence engoliu o choro. Amber veio rapidamente ver o que estava acontecendo e a consolou quando a mesma desabou em seus braços. Hunter ficou quieto o tempo inteiro, Patrícia assistia aquilo entristecida, mas rapidamente seu semblante mudou ao ver Bel parada na sua frente.

Patrícia ficou chocada e ainda por cima confusa ao ver Patrícia viva, armada e extremamente mais forte do que antes. Fazia mais de um ano que não se viam desde os acontecimentos em Los Angeles, depois de uma separação extremamente dolorosa e conturbada que resultou na morte de diversas pessoas, inclusive de sua irmã, Lia.

A princípio Patrícia sabia que tinha chances de encontrar Kei viva por algum lugar dos Estados Unidos, exceto Bel. Para Patrícia, Bel era a pessoa mais fraca que um grupo poderia ter, mas seu conceito estava mudando por vê-la viva e dando ordens bem na sua frente.

— Você deveria estar morta! – Bel se sentia como se estivesse vendo um fantasma naquele momento. Todos os pequenos pelos do seu corpo se eriçaram.

— O que? – Boone perguntou confusamente, observando Patrícia – Quem é ela? Nunca te vi aqui na cidade.

— Olá, Bel – Patrícia suspirou e ficou de frente a frente com a moça – Quanto tempo...

— Patrícia, como é possível? – Bel perguntou ainda desacreditada.

— Eu cheguei aqui a bom tempo... logo depois de que nos perdemos – Patrícia cruzou os braços. Hunter e Boone trocavam olhares confusos ao ouvirem a conversa das duas.

— Vamos deixar a conversa para depois! – Boone correu para a porta de entrada da clínica ao ouvir uma gritaria. Bel e Patrícia vieram logo atrás. Vinny, Riki e Cameron tentavam segurar a porta, uma vez que os zumbis a pressionavam com toda a força que podiam e os móveis que a barricavam começaram a cair ou foram empurrados.

Depois de alguns segundos, a tão temida saiu de umas das salas de emergência depois de ouvir tumulto altíssimo na emergência.

— Realmente trouxeram todos para cá – Vasili foi ajudar os rapazes com a porta – Isso não vai aguentar, precisamos levar todos para o andar de cima.

— Isso só vai ser uma questão de tempo até os zumbis pegarem todo mundo! – Disse Boone empurrando mais um armário de remédios em frente à porta.

— Com essa gente toda gritando não vai ajudar muito – Vinny sentiu uma mão pegajosa e gosmenta agarrar seu pulso – Droga! – Puxou seu pulso para a direção contrária do zumbi, mas a criatura parecia ser mais forte.

— Deixa comigo! – Patrícia pegou o machado de incêndio de Boone e rapidamente decepou a mão daquele zumbi.

— Valeu! – Vinny assentiu para Patrícia.

— Estamos sem tempo – Uber ouvia as coisas se quebrarem na farmácia – Estão entrando na clínica!

— Mais uma vez um hospital está sendo invadido – Vasili revirou os olhos, enquanto empurrava o armário com as costas.

Patrícia sabia que não havia muitas alternativas para salvar a todos, mas pelo menos uma parte poderia ser salva a tempo de Kei e todos os outros voltarem para controlar a situação na cidade.

A loira rapidamente chamou por Bel, Boone e Hunter, deixando Vasili de lado uma vez que sabia que ele tinha parte da culpa por tudo o que aconteceu em El Distrito, mas isso não deixou de chamar a atenção do russo, que ficou intrigado com aquilo. Patrícia contou em mente o seu plano, o que gerou controvérsias.

— Isso não vai dar certo, aquela gente nos quer ver morta! – Bel opinou.

— Tem certeza que quer discutir sobre isso? O portão de lá pelo menos está de pé e é mais resistente – Patrícia viu as janelas serem quebradas.

— E os soldados? – Boone perguntou.

— Todos estão mortos e eu tenho o código de acesso do portão.

— Tem certeza disso? – Hunter arqueou a sobrancelha.

— Absoluta.

— Ei! – Vasili veio até eles – O que está havendo? – Viu os quatro reunirem todas as armas restantes.

— Vamos remover todo mundo para a área 1 – Disse Patrícia analisando de cima a baixo – Belo corpo, péssima pessoa.

— Você não me conhece – Vasili encarou Patrícia.

— Conheço o bastante para saber que é uma pessoa ruim – Respondeu sem medo algum do russo.

— Estamos ficando sem tempo! – Gritou Hunter vendo as portas começarem a desabar.

— Pessoal! – Patrícia gritou para todos os presentes ali na clínica – Me sigam! Deixem tudo para trás e venham comigo! – Patrícia conhecia bem a clínica antes de se mudar para a área 1 e então correu para os fundos da mesma; Vasili estava relutante mas precisava também salvar sua própria vida.

— Por onde vamos? – Vasili perguntou enquanto seguia Patrícia. Todos os outros estavam logo atrás, enchendo o corredor. Os zumbis já estavam invadindo a clínica e era apenas uma questão de tempo até escapar dali.

— Há uma saída nos fundos que leva até os portões – Patrícia virou o corredor e alvejou um zumbi que rastejava por ali – Precisamos ir rápido se não eles irão chegar antes de nós! – Acelerou o passo.

Enquanto todos seguiam Patrícia; Boone e Bel estavam logo atrás, se certificando que ninguém havia ficado para trás.

— Está tudo bem? – Boone segurou Bel, que se apoiava nas paredes do corredor.

— É o tumor... – Bel fechou os olhos, tentando disfarçar a dor – Incomoda.

— Consegue andar? – Boone perguntou, preocupado.

— Vai sem mim, eu me viro – Pediu.

— Não posso te deixar aqui sozinha, é desumano! – Boone olhou para trás e viu os primeiros zumbis aparecerem no corredor.

— Anda logo! – Bel gritou – Me deixa aqui! Do que adianta me salvar dos zumbis se eu vou morrer a qualquer momento por causa do meu próprio corpo?!

— Já falei que não vou te deixar aqui! Vem! – Boone pegou Bel no colo e saiu em disparada no corredor antes que os zumbis os alcançassem.

— Por que você consegue ser uma pessoa tão boa mesmo num mundo desse? - Bel estava com um braço no pescoço de Boone e outro mantinha a arma apontada para os zumbis que apareciam no corredor.

— Mesmo com tudo o que está acontecendo, todas as boas almas devem ser salvas - Disse. Bel se sentiu tocada - Vamos escapar disso – Sorriu para Bel e olhou fixamente em seus olhos, tentando enviar alguma esperança para a moça.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!!



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