Contágio escrita por MrArt


Capítulo 104
Estação 6 - Capítulo 104 - Duas Coreias


Notas iniciais do capítulo

Heeeey pessoal! O capítulo de hoje trás de volta Robert e Polly! Mais uma vez uma personagem está voltando!

Boone, Bel, Taissa e Vasili estão ausentes neste capítulo.

Boa leitura!



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— Nós queremos ir embora! – Polly desafiou Scorpion, bem na sua frente – Nossos amigos devem estar por aí e eles são perigosos. Não queremos que machuquem vocês – A loira segurava Matthew fortemente.

— Sabemos que estão lá fora. Por isso mesmo estamos em alerta por todas as partes – Avisou Scorpion calmamente – Star – Olhou para a moça de cabelos verdes – Estamos tentando ajudar, não queremos briga com ninguém.

— Espera, você disse ‘’por todas as partes’’? – Disse Robert, segurando seu braço com a outra mão. Star se aproximava deles.

— Somos um grupo grande, porém disperso por aqui – Star foi até Robert, que recuou e acabou esbarrando em Polly – Você precisa me deixar ver esse machucado, ou vai acabar pegando uma infecção e morrer.

Polly continuava encarando Scorpion.

— Faça o que ela disse – Scorpion ainda continuava calmo. Isso estava enlouquecendo Polly.

— O que eu faço? – Robert sussurrou para Polly.

— Seu braço já está todo fodido – Polly foi curta e grossa. Scorpion pode ouvir o jeito da moça e sorriu de lado. Robert continuou sem saber o que fazer – Deixa ela ver isso logo.

Star olhou Robert de cima abaixo, esperando alguma resposta.

— Tudo bem... – Robert suspirou e acabou sentindo dor novamente.

— Vem comigo – Star enrolou um pano branco no braço de Robert e foi com ele até uma sala naquele andar. Robert olhou para trás e fez um gesto com a cabeça, pedindo para que Polly o acompanhasse.

— Pode ir. Seu amigo deve estar assustado – Scorpion recarregou sua sniper.

— Me fala – Polly ficou parada ali enquanto Robert sumia no corredor, com raiva pela loira tê-lo ignorado – Qual é o seu jogo aqui? Não é o primeiro estranho que encontro nos últimos meses – A loira viu que o garoto ruivo, Little Boy, estava sentado em uma cômoda comendo uma maçã e outras duas moças sussurravam entre si enquanto a encaravam.

— Está vendo essas pessoas? – Scorpion abriu os braços, apontando para os presentes ali na sala – Eu os salvei todos.

Ótimo, mais um Ford - Polly pensou.

— Sabemos que você é de El Distrito somente do fato de estar bem vestida – Scorpion cruzou os braços – Não que tenhamos algo contra a comunidade ou os moradores, mas não faz sentido você sair de um lugar como aquele. Ainda mais com um bebê.

— Vai me dizer que não ouviram o imenso tiroteio que rolou durante a madrugada? – Polly arqueou a sobrancelha, debochadamente – Nós estávamos fugindo.

— Acordamos com os tiros. Pensei que estavam atacando o prédio – Little Boy mordeu sua maçã enquanto falava.

— Se sabem de El Distrito, como não estão morando lá – Polly cerrou os olhos para Scorpion – Ou melhor, como eles não localizaram vocês?

— Nós somos um grupo móvel – Falou a mulher que antes cochichava com a outra – Nos deslocamos frequentemente quando tem uma horda ou um grupo mais perigoso por perto – Enrolava as mechas do seu cabelo umas nas outras – El Distrito não parece ser uma ameaça aparente, mas depois dessa noite ficamos em alerta.

— Certo, Moon – Scorpion assentiu para a moça. O rapaz continuou olhando Polly – Não poderemos ajudar se você ficar desse jeito.

Polly olhou todos os cantos da sala.

— O que era isso aqui? – Perguntou.

— Uma escola particular – Scorpion ajeitou um piercings na sua orelha – Antes estávamos perto da fronteira com o México, no Arizona. O problema é que havia...

— Zumbis. Muitos zumbis – Interferiu Polly – É, eu sei. Eu estive no Arizona faz alguns meses.

— É. Sei como deve ter sido – Scorpion parecia mais sério.

— Tudo bem... – Polly cedeu – Mas eu quero andar armada. Não vou tentar nada contra vocês, mas também não quero correr riscos.

— Sunshine – Chamou Scorpion e a moça ao lado de Moon se levantou. Sunshine pegou um revólver de uma prateleira e entregou para Polly, com dificuldade de segurar a arma e Matthew.

— Quer que eu leve ele com as outras crianças? – Perguntou Sunshine – A Karma vai olhá-lo, não precisa ficar tão receosa.

— Eu estou de olho nele... – Virou o rosto e viu Robert na sala chorando de dor, enquanto recebia curativos – E nele também – Deu um beijo na cabeça de Matthew e logo o entregou para Sunshine.

— Venha comigo – Scorpion desta vez alegre, abriu os braços para Polly, que revirou os olhos – Vou te mostrar o lugar.

Os dois seguiram pelos andares superiores do prédio, enquanto Little Boy e Moon ficavam vigiando a porta caso alguém aparecesse.

O prédio era antigo, como sua arte já desgastada pelo tempo. Polly prestou atenção em cada detalhe enquanto passava pelos corredores; cada sala de aula havia virado uma espécie de quarto coletivo. Depois de um tour pelo prédio, Scorpion levou Polly para uma refeição e alguns cuidados médicos básicos, uma vez que a loira tinha alguns cortes espalhados pelo corpo.

Polly podia estar mais convencida de Scorpion e daquelas pessoas naquele momento, mas também sabia que podia estar colocando a vida dela ou de Robert e Matthew em perigo. Scorpion parecia ser uma pessoa confiável e receptiva, mas ser pega de supetão por aquelas pessoas não iria ser uma boa coisa.

— Esse aqui é o Sky e aquele o Kami – Scorpion abriu uma porta e logo em seguida saíram para o terraço. Apontou para dois rapazes extremamente iguais. Cada um segurava uma sniper, vigiando praticamente todo aquele perímetro da cidade. Ao fundo, era possível ver o prédio da área 1 de El Distrito.

— Oi! – Acenaram ao mesmo tempo para Polly – É ela a garota que salvou? Chegou bem? – Perguntou Sky para Scorpion.

— Chegou tem algumas horas. E sim ela está bem.

— Está gostando daqui? – Sky estava encantado com Polly.

— É agradável – Polly olhava ordeiramente para El Distrito. Se sentia agora mais segura ali do que naquela cidade – O que está acontecendo lá? – Moveu a cabeça na direção da cidade.

— Tem muitos zumbis indo naquela direção – Falou Kami – Conseguimos desviar os que estão aqui quando vocês apareceram, mas não param de surgir deles na zona de El Distrito – Polly pode reparar algumas estrelas tatuadas no canto da bochecha esquerda de Kami.

— Espero que estejam bem por lá – Lamentou Sky.

— Não lamente. Coisas horríveis aconteceram durante a madrugada – Polly cruzou os braços.

Segundos depois, luzes vermelhas começaram a aparecer nos céus de Albuquerque, vindas de todas em direções, mas todas iam para apenas um lugar em especifico: A saída da cidade. Não demorou muito e barulhos de tiros começaram a ecoar pelas ruas.

— Opa.... Isso não é bom – Kami pegou o binóculo pendurado em seu pescoço e colocou-o perto de seus olhos, observando de onde vinha os tiros.

Scorpion foi até as muretas e olhou para baixo. Não havia zumbis nas ruas e nem sinal de algum de pessoas se não as de seu grupo. Polly estava começando a ficar com a cabeça quente uma vez que não falavam nada que o que acontecia.

— Me fala – Polly foi até Scorpion – O que estão vendo?

— Vamos reunir todos os postos aqui no prédio – Scorpion ignorou Polly. Sky assentiu e saiu do terraço, mas logo deu de cara com Robert na porta que dava para as escadas.

— Ah... – Sky se assustou ao ver Robert, agora com o braço enfaixado – Oi!

— Oi – Robert contraiu a sobrancelha debochadamente. Star se encontrava logo atrás do loiro.

— Ele está bem? – Perguntou Scorpion, pegando sua sniper novamente.

— Vai ficar com os pontos alguns dias – Star sabia que as coisas não estavam boas.

— Ele vai sobreviver – Scorpion sorriu para Robert, que foi para o lado de Polly.

— Que merda está acontecendo naquela cidade?! – Polly gritou e dessa vez deram atenção para ela, mas ainda não responderam – Quer saber? – Rapidamente rendeu Star, dando um pré-mata-leão na moça, apontando sua arma para a cabeça da mesma.

— Ei, não precisa disso! – Scorpion levantou suas mãos. Kami ficou paralisado.

— Polly – Robert falou um pouco assustado – O que está fazendo?! Solte-a!

— Ou vocês me contam o que está havendo – Polly viu mais uma luz sinalizadora no céu – Ou eu vou atirar nela!

— Calma – Pediu Scorpion – Você precisa ter muita calma! A situação não está boa para a sua cidade.

— Minha cidade? – Polly debochou de Scorpion na cara dura ao soltar Star, visivelmente irritada por ter sido feita refém.

Scorpion revirou os olhos e chamou Kami.

— As pessoas da sua cidade aparentemente estão tentando tirar a horda da cidade em grupos – Kami entregou o binóculo para Polly – Mas parece que está falhando o plano para alguns deles – Polly e Robert ficaram mais apreensivos – E um dos grupos está vindo na mesma direção que vocês vieram para cá.

— Me dá isso – Robert pegou o binóculo com sua mão boa antes que Polly o fizesse.

— Quem está vindo? – Polly perguntou – Robert? Quem?! – Gritou mais uma vez.

— Quer calar a boca e parar de gritar? – Repreendeu a ex-namorada, enquanto procurava sinal deles pelas ruas, mas apenas encontrava zumbis – Vamos... algum sinal! – Robert arregalou olhos.

Robert abaixou o binóculo segundos depois e olhou para Polly.

— Kei está vindo para cá junto com Fox e Ozzy – Robert sentia um pequeno receio, mas Polly parecia aliviada por ser Kei e não outra pessoa de El Distrito – Eles estão nos procurando.

Scorpion, Star e Kami foram até a mureta, observando o grupo ao fundo daquela rua.

— Abram as portas e se certifiquem que eles não apresentam nenhuma ameaça – Ordenou Scorpion. Kami e Star correram dali.

Scorpion encarava Polly após de sua atitude em fazer Star de refém. Robert não podia fazer muita coisa com o braço machucado e ficou quieto. Não demorou muito e mais um tiroteio interrompeu o silencio que se fazia.

— Droga! – Polly virou o rosto e olhou em direção a El Distrito – Está vindo de lá!

— Nós precisamos fazer alguma coisa – Robert disse preocupado. Scorpion naquele momento tinha cada vez mais certeza que o loiro tinha uma posição de liderança e compaixão das pessoas, ao contrário de Polly – Ou eles todos irão morrer.

 

— El Distrito –

 

Pessoas bem vestidas andavam por um dos vários corredores do prédio luxuoso recém-inaugurado. Entretanto, muitas delas viam cartazes presos nas paredes, de pessoas não tão desconhecidas. Havia os que ignoravam e outros prestavam atenção, alguns até mesmo discutiam o que havia acontecido, perguntando se a sua segurança na área 1 estava em risco.

Uma figura loira apareceu ali, se juntando ao grupo de pessoas que observavam um dos cartazes.

— São eles que fizeram o ataque? – Patrícia perguntou para Carlota. Observavam um cartaz que continha o rosto de Ozzy e um grande com o de Vasili, contendo toda a sua ficha. Acima do cartaz era possível ver as palavras ‘’Terrorista à Solta’’.

— Aparentemente sim – Carlota arrumava as mangas de seu casaco de pele – Morreram vários soldados do Sargento Powell. Ele está muito furioso.

— Dizem que ela é líder dos ataques com os soldados – Falou o velho Archie. O semblante de Patrícia rapidamente se tornou apavorado e ao mesmo tempo ao ver a figura no cartaz.

— Kei Tahada – Patrícia disse para si mesma, mas quem estava ali pode ouvi-la.

— Conhece ela? – Carlota perguntou.

— Não – Patrícia negou no mesmo instante – Só que ela não me parece estranha – Disfarçou. Carlota ficou desconfiada.

A sirene da área 1 foi tocada e o barulho foi ecoado por todo o prédio. A voz de Herrera soou dizendo as seguintes palavras:

— Reunião no auditório. Todos os funcionários e residentes devem comparecer. Imediatamente – As poucas palavras de Herrera fizeram com que o medo crescesse ainda mais entre as pessoas, exceto em Patrícia.

Todos se dirigiram ao auditório, inclusive Patrícia. A moça lembrava dos bons e maus momentos que passou com Kei e se perguntou como ela havia chego até ali e também se o restante do grupo estava vivo.

Patrícia sentiu um frio na espinha e sabia que nada daquilo era bom.

Ao chegar no auditório, se sentou na última fileira de poltronas. O local não ficou tão cheio já que a população da área 1 ainda era pequena, mas era suficiente para ser sustentada sem preocupação alguma. Logo a frente havia mesa com uma cadeira vazia. Pode observar Timothy isolado em um canto do auditório. Todos esperavam ansiosamente Herrera aparecer.

Até que ele apareceu.

— Boa tarde, pessoal! Ou não... – Herrera estava com a voz desengonçada e o terno malpassado. Se sentou na cadeira, tentando não olhar diretamente para ninguém.

— O que está acontecendo? – Perguntou Mitch, um ex-senador do Novo México – O que aconteceu durante a madrugada? Por que ouvimos tiros?

— Isso foi... – Herrera ia responder, mas foi interrompido.

— Por que foi um terrorismo que aconteceu – Sargento Powell entrou no auditório com sua remanescente equipe de soldados. O homem parecia extremamente irritado – Homens morreram para fazer com que esse lugar exista. E nós vamos capturar os organizadores disso tudo.

— Tem coisas mais importantes para se preocupar – Herrera se levantou da mesa.

— Mais do que soldados mortos? – Powell ficou de frente para Herrera.

— Há zumbis tentando cercar a cidade – Herrera sussurrou, tentando não transmitir pânico para as pessoas ali.

— Isso não me importa – Powell vociferou – Nós matamos zumbis todos os dias, não é por causa deles que eu irei continuar meu trabalho.

— São centenas deles! – Herrera levantou a voz para Powell. Ele era superior a todos ali e tinha que impor ordem – Você vai mover essa sua bunda gorda para fora desses muros e dar um jeito naquilo – Alguns olhares arregalados e outros assustados estavam focados nos dois. Patrícia apenas observava aquilo com total atenção possível – Me entendeu?!

Uma gritaria começou quando Powell empurrou Herrera no chão e apontou sua arma para ele. Timothy ficou com um nó na garganta, com medo de aquilo tudo ser despejado em suas costas.

— Se eu der ordens, meus soldados matam todo mundo nessa sala – Ameaçou – É melhor deixar que eu faça meu trabalho antes que isso fique cada vez pior.

— O que vocês vão fazer? – Timothy se levantou de sua poltrona.

— Dar um basta no que você mesmo começou quando organizou aquela festa – Disse Powell – Vamos matar Kei, Ozzy e Vasili e todos que tentarem protege-los – Olhou para um de seus soldados – Quero que pegue as bombas.

— O que?! – Herrera rangeu os dentes – Não pode destruir as casas e os prédios! Foi trabalhoso manter aquelas coisas de pé durante tanto tempo! – Se levantou – POWELL, TEM ZUMBIS LÁ FORA!

Patrícia cruzou os braços pensando em alguma coisa para se fazer. Carlota olhou para trás preocupada com o que estava acontecendo.

— Eu estou indo – Powell retirou sua arma da frente do rosto de Herrera – Vamos logo acabar com isso de uma vez por todas, antes que nos destruam – O sargento saiu do auditório com seus soldados, deixando um enorme silencio para trás. Herrera suspirou pesadamente, preocupado com o que viria acontecer.

Assim que teve certeza que Powell saiu dali, Patrícia sorrateiramente se levantou e também começou a colocar seu plano em prática.


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Notas finais do capítulo

O que será que vai haver no próximo capítulo?! D:

Até o próximo!!!



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